Um dos
maiores sucessos do horário das seis da década de 80 está de volta a partir do
dia 05 de junho no Canal Viva.
Fera Radical,
trama do autor Walther Negrão, é uma
das clássicas tramas globais mais
pedidas para ser reprisada desde a criação do canal, e sua exibição agora
promete !
Uma
trama que mesclava o universo rural com o urbano tendo uma bela protagonista em
busca de vingança! Fera Radical era nitroglicerina pura.
A
novela foi inspirada na peça A Visita da Velha Senhora, de Frederich Durrenmatt, que já havia
inspirado Cavalo
de Aço, trama também do autor exibida pela Globo em 1973. Fera Radical foi
uma espécie de remake de Cavalo de Aço,
com o sexo do protagonista trocado. Na trama de 1973, Tarcísio Meira era o vingador que chegava
a pequena cidade montado em uma moto.
A
trama é recheada de entrechos e reviravoltas e se só isso não é o suficiente,
abaixo 10 motivos para não perder esse retorno triunfal de Malu Mader e sua Fera Radical.
Malu Mader e sua primeira protagonista
Malu Mader começou a carreira no início da década de 80, foi uma
espécie de Marina Ruy Barbosa dos
anos 80, e esteve praticamente em produções anualmente desde que estreou em Eu Prometo (1983). A Cláudia de Fera Radical
era sua primeira protagonista
oficial, um presente depois do grande destaque da Glorinha da Abolição da
novela O Outro,
um ano antes. Fera Radical mostrou
que Malu estava pronta, a atriz fez da Cláudia uma das “mocinhas”
mais aclamada da história da teledramaturgia e foi a primeira de muitas outras
protagonistas que Malu defendeu. Na trama do Negrão, Malu emocionou o público com grandes cenas
brilhando de igual para igual com
monstros sagrados da tv como os saudosos Paulo
Goulart, Yara Amaral e Elias Gleiser. E não posso deixar de falar da
química explosiva entre ela e José Mayer,
o Fernando! Nunca entendi por que até hoje o casal nunca foi repetido.
Yara Amaral, como Dona Joana Flores, que viria a
ser seu último trabalho na Tv
Uma
novela do Negrão sem uma vilã desiquilibrada não seria uma trama do Negrão! Em Fera Radical,
Dona Joana Flores, a matriarca da família vivida pela saudosa Yara Amaral, foi essa personagem. Em um dos seus melhores momentos na tv, a atriz roubou a trama e deu um espetáculo à
frente da personagem vilã (até parecia que sabia que seria seu último
personagem e se despediu com toda pompa e circunstância). Yara Amaral morreu no réveillon de 1988/1989, no naufrágio do Bateau Mouche, cerca de um mês e meio
depois da trama.
Carla Camurati
A
Reprise de Fera
Radical vai nos trazer de volta à
telinha Carla Camurati, atriz
consagrada nos anos 80 e que abandonou a frente das câmeras para
se dedicar a direção na sétima arte, virou cineasta. A Marília, sua
personagem na trama, foi um dos grandes momentos na sua
premiadíssima carreira de atriz. Marília
era uma moça cosmopolita, estudada e
educada nos melhores colégios da capital, mas tinha uma forte ligação com o
campo, onde era a única herdeira da
fazenda e negócios do pai. Essa mescla entre os dois mundos (Rural e Urbano)
dava o charme da personagem que ganhou a
capa da trilha nacional da trama e
lançou moda com suas jaquetas jeans com detalhes em pele e os paletós masculinos
estilizados que ela desfilava no eixo São Paulo. Depois de Fera Radical, Carla Camurati protagonizou as
novelas Pacto de
Sangue (1989) na Globo e Brasileiros eBrasileiras (1990) no SBT, e em 1996 encerrou de vez a
carreira de atriz com o sucesso do filme Carlota Joaquina, Princesa do Brazil, seu primeiro
grande sucesso como diretora.
O Clima rural-chic
da trama e a informática como
elemento de narrativa
Fera Radical embora tivesse como epicentro as duas fazendas Olho
D´Agua e Gaibú não era uma novela rural propriamente dita, e essa mescla do
rural com urbano, um “rural-chic” deu todo um charme à trama. Tratava de
exportação de carne, de inseminação artificial, o gado através do mundo dos
negócios que o campo proporciona. O
figurino dos personagens mostrava essa mistura como Dona Joana Flores (Yara
Amaral) sempre de botas ou a Marília (Carla Camurati) um das que mais
identifica essa mistura com seus jeans e roupas estilosas. Outra novidade trazida pelo Negrão em Fera Radical era a informática como elemento de narrativa, a
Cláudia (Malu Mader) era uma programadora de sistemas, profissão que começa a
surgir naquela década.
A Trilha Sonora
Outro
ponto alto de Fera
Radical
foi sua trilha sonora com temas que misturam música sertaneja com
o pop rock e MPB em voga naquele ano.
Músicas como “A Cura” do Lulu Santos, “Verdades e Mentiras” da Maria Bethânia e “Peão” do Almir Sater, que tocaram incessantemente , marcaram a
novela. Na trilha internacional o carro-chefe foi “She´s Like The Wind” dueto do Patrick
Swayze e Wendy Fraser , sucesso um ano antes no filme “Dirty Dancing” e que na trama foi tema da Ana
Paula, personagem da Cláudia Abreu.
Cazuza e Sérgio Reis em uma participação especial
Duas
participações especialíssimas abrilhantaram a trama do Negrão. No capítulo 74, Cazuza que integrava a trilha com a
música “Vida Fácil” participou da
trama inaugurando a Arqueria, point dos jovens da trama. Já no capítulo 134, foi a vez de Sérgio Reis literalmente dá um show no rodeio em que Fernando (José
Mayer ) disputava o prêmio de melhor peão.
A Pensão da Dona Lourdes
A
Pensão da Dona Lourdes como acontece em toda novela, era a única hospedaria da
cidade. Assim aconteceu de tudo debaixo
daquele telhado. A Cláudia foi morar lá, enquanto sua casa não ficava pronta,
Fernando depois de brigar com a família, isso sem falar na turma da faculdade
formada por Paxá (Tato Gabus), Marcelo (Raul Gazolla) e Dudu (Luís Maças). Cleyde
Blota sempre impecável vivendo inesquecíveis coadjuvantes, fez da Dona
Lourdes uma grande e hilária personagem
dentro de Fera
Radical em parceria com o saudoso Cazarré.
José Mayer se consagrando de vez como “Galã
Pegador”
Fera Radical deu ao José
Mayer seu primeiro protagonista em novelas. Depois de alguns personagens de
destaques em tramas como Guerra dos Sexos (1983)
e A Gata Comeu
(1985), o personagem foi um presente depois do sucesso do ator como o Zé do
Burro na minissérie O Pagador dePromessas, um ano antes. O Fernando sem dúvidas foi também o primeiro grande machão e galã pegador, tipo que o ator
repetiria com maestria ainda em muitos
outros personagens como o Osnar de Tieta (1989), O
Ricardo Miranda de Meu Bem Meu Mal (1990)
o Pedro de Laçosde Família (2000) entre outros.
Outros Grandes nomes do elenco em interpretações
viscerais: Paulo Goulart, Laura Cardoso e Denise Del Vecchio
Fera Radical marcou grandes momentos de atores em intepretações
inesquecíveis e memoráveis : O Saudoso Paulo Goulart como Altino Flores. O
personagem foi o que mais sofreu mutações na trama, era paraplégico conseguiu
se recuperar, deixou de ser um homem austero e fechado para os sentimentos, se
redescobrindo através da amizade de Cláudia, em um dos, sem dúvidas, melhores momento do Goulart na
Tv.
Laura Cardoso, figurinha carimbada em
tramas do Negrão, mais uma vez imortalizou uma personagem do autor. A
Marta era a mãe de criação da Claudia, e
que no decorrer da trama era revelada como a verdadeira mãe de Olívia, personagem da Denise Del Vecchio, filha do Altino,
criada por ele e Joana.
E Por
falar em Denise Del Vecchio, a
Olívia e toda a entrega da atriz à
personagem densa e complexa, deu um novo status à sua carreira.
O Elenco de Astros da trama que já nos deixaram
Se não
fosse
pelos primeiros 9 motivos, rever a trama de Fera Radical
valeria a pena simplesmente pelo fato de rever também o trabalho de
atores que já nos deixaram e foram
interpretar personagens no céu , que na
trama foram impecáveis.
Além
de Yara Amaral e Paulo Goulart, que
fizeram o casal Joana e Altino Flores, também já nos
deixaram os atores Elias Gleizer
(Donato), Luís Maças (Dudu), Cláudia Magno (Vick), Older Cazarré (Robério), Rodrigo Santiago (Jorge Mendes), George Otto (Rafael), Lícia Magna (Dulce), Lutero Luiz (Juiz) e Thales Pan Chacon (Heitor).
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.memoriaglobo.com.br www.wikipédia.com.br
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