Ana Maria Moretzsonh é uma das autoras remanescentes da Casa de Criação Janete Clair,
uma espécie de idealizadoras de novos projetos para a Globo com a união de vários autores
criada em 1985, e foi exatamente neste ano, através da Casa, que a
autora estreou na Globo com seus primeiros projetos : Um
roteiro do Caso Verdade e um episódio do Tele Tema.
Formada em Jornalismo, Ana Maria foi logo fisgada pelo bichinho da
teledramaturgia, em 1987 estreava como colaboradora do Walther Negrão na trama de Direito de Amar, trama baseada na radionovela da JaneteClair.
Consagrada
como colaborora de vários autores como Lauro
César Muniz e Aguinaldo Silva, em 1996 estreou como autora solo com a trama
de Perdidos de Amor na Rede Bandeirantes. Daí em diante, foi
apresentando a cada novo trabalho sua marca e identidade e com a temporada de Malhação de 2013 chegou a marca
do seu décimo trabalho como titular
(Alguns em parceria com a filha Patrícia
Moretzsonh).
Para
celebrar o trabalho de uma das grandes autoras de novelas brasileiras, vamos
relembrar suas tramas através das inesquecíveis aberturas delas.
Perdidos de Amor (1996)
Perdidos de Amor foi a estreia
da autora como titular de novelas. Apresentada pela Rede Bandeirantes, a novela
que era escandalosamente romântica, deu uma
revitalizada na audiência da emissora e
marcou com o pé direito a estreia da Ana
Maria Moretzsonh. A abertura da trama também é inesquecível e charmosa. Ao som
de “Blue
Moon” numa versão dos The Mavericks , um cupido
distribuía flechas de amor por todos os lados até chegar em um casal brigado na
sacada do prédio, que faziam as pazes aos beijos depois de flechados pelo
cupido. A abertura lembra a da novela global O
Sexo dos Anjos (1989) que também apresentava um cupido distribuindo flechas.
Serras Azuis (1998)
Com o
sucesso de Perdidos
de Amor , que foi uma produção
independente, a Rede Bandeirantes
resolveu reativar seu núcleo de teledramaturgia e encomendou a Ana Maria Moretzsonh à adaptação de Serras Azuis, do romancista Geraldo França de Lima. A novela era uma fusão de três romances de
Geraldo, o que dava nome à trama, Branca Bela e Nó Cego. A novela era protagonizada por Petrônio Gontijo e Adriana Londono, e tinha direção do até então
ator Tarcísio Filho, que também
fazia uma pequena participação especial nos primeiros capítulos.
Tarcísio Filho também estampou a capa
da trilha da novela e vinheta de
abertura, representando o Barão de Serras Azuis ainda jovem. No vídeo de abertura, ao som de “Canção dos Viajantes” do Marcus Vianna, que assinou a trilha da
trama, o personagem do Tarcísio passeava
pela belas Serras
Azuis que deram o nome à trama.
Meu Pé de Laranja Lima (1998)
Ainda no
ano de 1998, Ana Maria Moretzsonh
emplacou outra trama na Bandeirantes,
o remake de Meu
Pé de Laranja Lima, baseado no romance homônimo de José Mauro de Vasconcellos. A Emissora
tentava resgatar a história de sucesso
na terceira versão da novela, adaptada pela primeira vez em 1970 na Tupi
e no início da década de 80 na própria Band. Mesmo sem muita repercussão, a trama chamou
atenção pelo promissor ator mirim Caio
Romei e sua dobradinha com Gianfrancesco Guarnieri, o Portuga
desta versão. A Abertura, uma animação ao som de “Quando eu Estava Só” na voz da
Jane Duboc, apresentava vários
objetos que representavam a forte
imaginação do protagonista Zezé.
Esplendor (2000)
Em 2000, Ana Maria Moretztsonh retorna a Globo, agora como autora titular
oficial, e apresenta a trama de Esplendor, que narrava a história de um homem
solitário que redescobre o amor, tendo o
final dos anos 50 como pano de fundo. A Abertura trazia
Caetano Veloso numa interpretação
soturna de “Que não se Vê” sobre
imagens da fictícia cidade de Esplendor
e do casarão onde morava Frederico Berger, o protagonista vivido por Floriano Peixoto.
Estrela-Guia (2001)
Estrela-Guia foi escrita pela Ana Maria especialmente para ser
protagonizada pela Sandy, na época
consagrada como cantora e ídolo teen, junto com o irmão Junior, na dupla que formavam à 17 anos. A trama ficou três meses no ar, e a autora
mostrou o contraponto entre os valores espirituais das sociedades
alternativas entre os avanços
tecnológicos e científicos.
A abertura
de Estrela-Guia apresentava figuras que representavam a
cultura hippie, um dos temas principais da novela, que se mesclavam com os
créditos do elenco. Paulo Ricardo, regravou “Imagine” o clássico dos Beatles, especialmente para o tema de abertura da novela.
Sabor da Paixão (2002)
Em Sabor da Paixão,
Ana Maria Moretzsonh contou a história da cinderela
moderna tendo Portugal como ponto de
partida e a Lapa como pano de fundo da
trama.
A Abertura mostrava através de animação, a vida noturna do bairro da Lapa ao som do
sambinha “Sabor da Paixão” (Flor de
Abacate) na voz do cantor Marcos
Vinícius.
Luz do Sol (2007)
Em 2007, Ana Maria Moretzsonh deixa à Globo
e foi uma das apostas da Rede
Record na renovação do núcleo de teledramaturgia da emissora. A Autora
apresentou a trama de Luz do Sol, uma
novela como o próprio nome já dava indícios, era solar e copiava os padrões globais, começando pelos
recursos cinematográficos empregados na mesma. Paloma Duarte e Petrônio Gontijo viveram o segundo casal da novela,
mas foram o maior destaque da trama na pele
da Verônica e Tom. A RecordTv cogitou
até criar um seriado que explorasse a relação da dupla na época.
Para a
abertura foi criado várias imagens de pontos
turísticos e emblemáticos do Rio
de Janeiro sempre com uma “Luz do Sol” ao fundo. A música de
abertura, homônima à trama, foi gravada pelo Jorge Vercilo.
Malhação (2013)
De volta à
Globo em 2010, Ana Maria Moretzsonh passou a escrever
temporadas da Malhação em parceria com a filha Patrícia Moretzsonh. A última que escreveu foi a temporada de 2013
que tinha como um dos temas principais a família. Na abertura da temporada o
tema já ficava vem explicito com a
música de abertura “Família” ,
sucesso dos Titãs, regravado
especialmente para a temporada por NandoReis.
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
Vídeo : You Tube
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