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Trilha Sonora Eterna - Fera Radical Nacional


        Na próxima semana um clássico  do horário das seis global da década de 80 está de volta ao Canal Viva – A trama de Fera Radical, do autor Walther Negrão.
        Desde a criação do Canal Viva que eu aguardo essa reprise. É muito difícil encontrar cenas da trama em bom estado e até  então me conformava com o  novelão  sobre a trama que o Vídeo Show apresentou. Curtir Fera Radical assim, completinha novamente será um doce deleite.


        A trama que consagrou Malu Mader, marcou  o último trabalho de Yara Amaral na tv, e tantos outros grandes momentos,   é um marco para a história na tv, mesclando o mundo rural com o urbano, dando-lhe hoje um carimbo de “Rural – Chic” e uma moldura informatizada, já que Fera Radical era a primeira trama a usar essa “novidade” na época como elemento de narrativa,  fazendo desta reprise garantia de  sucesso.
        O Clima “Rural – Chic” também ficou muito marcante na trilha sonora da trama, um compilado ajustadíssimo entre o universo da música contemporânea rural e a urbana no Brasil daquele ano.



        Antes de dessecar essa trilha vale um parágrafo para a sua capa que trazia uma lindíssima Carla Camurati em close com a sua jaqueta jeans com pele de carneiro (espero que imitação) que virou uma coqueluche na época no mundo da moda.  A Carla vivia na trama a mimada Marília, que era a principal rival de Cláudia, a protagonista vivida pela Malu no amor de Fernando (José Mayer), e claro  que eu esperava a Malu Mader na capa da trilha nacional, fazendo jus a trama e marcando de vez a vingadora na cabeça do telespectador. Ledo engano! Acho que devido à grande exposição da figura de Malu, que vinha do sucesso da Glorinha da Abolição na trama O Outro (1987), e que era a capa da trilha internacional que vendeu feito água e que ainda brilhava nas prateleiras das lojas de discos, a Globo não quis arriscar uma confusão. Enfim, a Carla Camurati no auge da sua beleza também enfeitou  muito bem a capa da trilha!
        Sobre as músicas . . .
       
        A trilha era aberta pela música “Verdades e Mentiras” cantada incessantemente na trama. Era o tema de Amor e sofrimento da Cláudia,  a protagonista vivida pela Malu. Meu Deus eu posso fechar os  olhos e ouvir os trechos da música cantarolado praticamente em todos os capítulos da trama de tanto que a música na voz irrepreensível da  MariaBethânia  marcou Fera Radical.  Curiosamente a música havia sido reservada para ser o tema da Joana Flores, a matriarca do mal vivida  magistralmente pela Yara Amaral, mas alguns trechos da música pareciam ter sido feitos por encomenda para Cláudia, não   tinha como não ser dela.


        A Cláudia ainda ganhou mais dois temas, afinal era é a Fera Radical da trama, merecia. “A Cura” clássico  do Lulu Santos que deu uma boa alavancada na carreira do cantor e que até hoje faz parte do seu repertório de shows, seria o tema de abertura. Depois da mudança de título da trama, que inicialmente se chamaria A intrusa, a música foi trocada, porém continuou na trilha embalando as aventuras da protagonista sempre bem equipada com suas roupas de couro e moto Agrale.


        Quando explode o amor de Cláudia e Fernando (José Mayer) entra a música “Sonhos”, que teve um grande apelo popular, apresentou uma Jane Duboc no auge da sua carreira pipocando apresentações em todos os programas de tv na época.


        Para representar o clima rural da trama foram escolhidos nomes importantes do cenário pop-rock-sertanejo. Não eram as clássicas duplas  que começavam a despontar na época como Chitãozinho e Xororó por exemplo. Assim nomes mais “klin” como Sá e Guarabyra  entraram na trilha com “Tabuleiro”, oficialmente tema do Fernando, mas que foi muito  usado também como tema de locação das fazendas, mostrando em cada verso o contraste entre a terra e o asfalto, uma alusão ao campo e a cidade.  Almir Sater com “Peão”  embalou o personagem Altino, vivido magistralmente  pelo saudoso Paulo Goulart , um dos que mais sofreu mutações na trama. Era um grande personagem que nas mãos do Goulart se transformou em espetacular.

Contra capa Fera Radical 1988

        Voltando à Carla Camurati que enfeitou brilhantemente a capa da trilha, sua personagem Marília teve todo o  drama da paixão pelos irmãos Fernando e Heitor (Thales Pan Chacon) embalado pela música “Me Faz Bem” uma gravação da GalCosta ,  numa composição do Milton Nascimento e Fernando Brant.


        Outro faixa da trilha de Fera Radical que se tornou hit e levou seu intérprete à vários programas de Tv foi “Sobrou pra Mim” do mineiro Tunai. A Música embalava a personagem Betty, vivida pela Alexandra Marzo.


        Um dos point´s de Fera Radical frequentada  pelo núcleo jovem da faculdade de agronomia  que moravam na pensão da Dona Lourdes  (Cleyda Blota), era a Arqueria-pub-Taberna comandada pelo personagem Paxá, vivido pelo Tato Gabus Mendes. A inauguração da arqueria teve ninguém mais ninguém menos que Cazuza, que na trama entrou na trilha com a música “Vida Fácil” tema do Paxá, mas que deu um show  numa participação especialíssima no capítulo 74 com “Ideologia” (Que não estava na trilha).
        E por falar na pensão da Dona Lourdes como esquecer a dupla vivida por Cleyde Blota e Older Cazarré (O Atrapalhado Robério). A Empatia do casal dentro da trama foi acompanhada pela voz do Eduardo Dusek no tema “Castigo”.


        Cláudia Abreu deu vida na trama a “prafrentex” Ana Paula, que no início da trama era apaixonada pelo Tio Fernando e depois se envolvia com Paxá. A personagem que começou pequenininha na trama ganhou uma grande projeção, tudo graças ao grande talento da atriz. Sua personagem foi embalada pelo tema “Más Companhia” da recém criada  banda  franco-brasileira Virginie e o Fruto Proibido. Virginie era ex-vocalista do Grupo Metrô, sucesso nos anos 80.
        Os outros dois filhos de Altino também   tiveram temas próprios dentro de Fera Radical. Heitor, do saudado Thales Pan Chacon ganhou “Paraíso”, instrumental do Mú Carvalho; já a Olívia, numa interpretação incrível da Denise DelVecchio teve todo o seu drama acompanhado por “Pedaços” do João Caetano.  


        Outro tema instrumental que marcou a trama foi “Cremoso”, uma parceria dos músicos do Roupa Nova com César Camargo Mariano ,  que servia de tema para as locações  do Rio de Janeiro. Porém a música já começou a ser mostrada bem antes do início de Fera Radical. Ela  foi usada nas impactantes chamadas de estreia na trama. Inesquecível mesmo!


        Finalizo o post sobre a trilha exatamente com o última música do LP e que foi o tema de abertura da novela. “Fera Radical” , a música, foi encomendada pelo  Boni especialmente para a novela. Composto por Lincon Olivetti, numa inusitada parceria como Maria Carmem Barbosa e cantora e interprete  da música,  Solange. Até então desconhecida, bastaram os primeiro capítulos de Fera Radical para o tema de abertura virar hit e Solange estourar em todas as rádios e programas de auditórios do país.    



        A partir do próximo dia 05.06, felizmente podermos voltar a  ouvir esses temas inesquecíveis com a imagem dos seus personagens na tão aguardada reprise da trama no Canal Viva!

Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa


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