Glória Perez prometeu que A Força do Querer arrebataria o público com personagens fortes,
principalmente as mulheres movidas por forças interiores capazes de ultrapassar
quaisquer problemas.
Mas a
sereia Ritinha da Ísis Valverde foi muito além. A personagem tem um carisma
tão grande que mesmo contando mentiras aqui e acolá, o público a perdoa, passa
a mão na cabeça e segue em frente nadando no encanto da sereia. Ísis Valverde consegue com uma
interpretação simples e visceral fazer da Ritinha esse misto de mulher
irresistível com menina do interior.
Esse
encantamento com a Ritinha deve-se também a simplicidade e quase ingenuidade da
personagem, que mesmo sendo um “bicho do mato”, muitas vezes acuado, transpira um
desejo de crescer e ser feliz. Podemos dizer tudo da personagem, menos que
ela não se joga de cabeça. Foi isso
que aconteceu quando resolveu jogar um
casamento para o alto em nome de uma aventura que poderia não ter dado certo.
A história
da teledramaturgia mostra que esse tipo de personagem sempre foi sucesso
garantido junto ao público que se identifica com esse instinto quase que
selvagem e ao mesmo tempo doce.
Gabriela (Sônia Braga) da novela homônima do autor Walther George Durst de 1975, fez muito marmanjo se apaixonar por sua beleza brejeira. Quando foi
encontrada por Nacib (Armando Bógus) no interior da Bahia também lembrava muito um “bicho do mato” e foi o grande divisor de águas na carreira da
Sônia Braga.
A Juma de Pantanal (1990), do autor BeneditoRuy Barbosa, é outro grande exemplo
desse tipo de personagem que começou como um bicho acuado e explodiu
dramaturgicamente, transformando Cristiana Oliveira, sua intérprete, em
estrela de primeira grandeza.
Patrícia Pillar também viveu um “bicho
do mato” quando interpretou a Luana de O Rei do Gado, a sem-terra mais famosa da história
da teledramaturgia criada também pelo Benedito Ruy Barbosa. Ao invadir a
fazenda de Bruno Mezenga (Antônio Fagundes), Luana muda completamente de vida
ao ver o rei do gado ao seus pés. Patrícia
Pillar depois de viver a Luana atingiu um novo patamar em sua carreira.
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
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