Nesta sexta (26.02),  Flor do Caribe, trama do autor Walther Negrão
finalizou sua reprise e mais de 7 anos depois, 
a trama se mostrou muito atual e foi aclamada por um novo público que
parece não ter visto na  primeira
exibição. 
        Com uma trama despretensiosa   conquistou o público, e foi uma das melhores
reprises escolhidas para essas “edições especiais” devido as paralisações por
causa da COVID-19. 
        A Cena final – a “reconciliação” de  Esther (Grazzi Massafera), Cassiano (Henri
Castelli) e Alberto (Igor Rickilli) – fechou a trama com maestria. Entendi na sequencia
que seria impossível Esther e Cassiano serem felizes sem o Alberto, e assim a
trama termina com um “trisal”.  Muito  bom por parte do autor , que já nos
presenteou com grandes clássicos, mas que ao apresentar Flor do Caribe,
muitos a taxaram como “mais uma trama praiana e ensolarada” ... que nada , Flor do Caribe  é um novelão. 
    
Com uma lentidão em seus acontecimentos a novela primou pelas belas imagens,
afinal Jaime Monjardim  estava  á frente da direção, e
pelo cotidiano de pequenas cidades praianas sempre  tão bem retratadas em
tramas  do Negrão (Vide Tropicaliente / 1994 
e Como Uma Onda /2004).
      
Mesmo em um horário das seis, Walter Negrão  tocou em assuntos
ainda considerados tabus com muita sensibilidade e conhecimento. Como o Nazismo
na figura do personagem Dionízio (Sérgio Mamberti) e  relacionamento com
diferença de idade com os personagens Juliano (Bruno Gissoni) e Natália
(Daniela Escobar).
            Em Flor do Caribe,   nunca era esperada uma grande virada
, ou um grande acontecimento. Até mesmo a loucura do Alberto foi dosada com
maestria pelo autor e essa simplicidade dramatúrgica   contrastando
com o estilo das novelas atualmente foi o diferencial da trama.
            Na novela dois casais foram responsáveis pelas
melhores e mais emocionantes cenas  : Cyria Coentro e Luis Carlos Vasconcelos (Bibiana e Donato)  juntamente com Claudia Netto e Igor Rickli (Guiomar e Alberto) que roubaram as cenas na
reta final da trama.
           
Aliás, o estreante em Tv Igor Ricklli foi sem dúvidas uma boa
revelação da novela. Muito criticado no início, pela interpretação “engessada”
acabou pegando o “tom” do personagem e brilhou da metade da novela em diante
ofuscando o casal de protagonistas.  
      Grazzi Massafera  ainda não tinha vivido  uma grande personagem , mas a Ester com
certeza foi sua melhor personagem até então. Mas experiente e madura
profissionalmente,  a atriz segurou a protagonista com unhas e dentes. 
             
O Elenco veterano de Flor do Caribe foi outro
ponto forte.  Os telespectadores foram  brindados com cena
inesquecíveis protagonizadas por : Juca de Oliveira, Laura Cardoso,
Sérgio Mamberti, Bete Mendes  e Cacá Amaral.
     
Alguns personagens poderiam  ter sido mais ou melhores aproveitados como a
Lindaura da Angela Vieira, A Tháis da Déborah Nascimento e
  os Tenentes vividos por Dudu Azevedo, Max Fercondini e
Thiago Martins. Porém o Candinho do José Loreto foi o mais
grave desse desperdício. O sensível personagem  que prometia ser uma
espécie de Tonho da Lua de Mulheresde Areia (1993) dos anos 2000  passou despercebido
dentro da trama.
        Foi bom demais acompanhar essa reprise e
ver  a trama  sob um novo olhar, olhar esse que me mostrou
só mais qualidades dessa trama simples, bem escrita, bem dirigida e  cativante. 
Veja Também: 
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Fonte:
Texto :
Evaldiano de Sousa 





Concordo plenamente.
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