A Força do Querer,  trama da Glória Perez, vem chegando a  reta final  da sua edição especial  e será lembrada por muitos anos como a trama que quebrou o estigma de insucessos no horário nobre global pós-Avenida Brasil (2012).
        Mas a trama foi muito além disso. Com uma história cativante mesclando o bom e velho folhetim  com dramas do cotidiano e  merchandising social,   A Força do Querer apresentou um panorama de personagens que tocaram o telespectador cada a um a seu modo, que  de tão bem escritos e interpretados cada  um teve seu espaço sem em nenhum momento suplantar o  outro. Basta vermos o exemplo das três protagonistas – Bibi . Jeiza e Ritinha. As três personagens muito fortes com tramas distintas que se cruzaram no decorrer da novela, e mesmo sendo todas aclamadas pelo público ficava difícil escolher quem foi melhor, ou quem teve mais destaque. 
        Nesse post vou falar de 10 personagens que se imortalizaram dentro de A Força do Querer. Claro que foram muito mais de 10,  inclusive foi  difícil filtrar só esses  dentro de uma trama que os personagens por menores que tenham sido em cena,  tiveram a chance de brilhar como os protagonistas. 
Vamos a eles então: 
Bibi Perigosa / Juliana Paes
        Podemos dizer que a Juliana Paes foi a dona de A Força do Querer. Se a Bibi gostava de amar grande, ganhou do telespectador o amor do tamanho  que ela queria, principalmente depois que chegou na fase do morro com a  Bibi Perigosa. Com um entrega incrível à personagem, se alguém ainda tinha preconceito contra o trabalho da atriz A Força do Querer veio provar que ela é uma das grandes da sua geração.  Foi sua consagração nacional. Com um força cênica mágica, a atriz deu para a Bibi todas as nuances que a personagem pedia, e foi isso que lhe deu credibilidade, transformando a Bibi em um marco na história da teledramaturgia nacional.
Ritinha / Ísis Valverde
        Ísis Valverde usou do rótulo de sereia da sua personagem e literalmente seduziu o Brasil com a meiguice e cara de pau da Ritinha. A personagem meio sereia,  meio mulher,  mostrou na trama inteira que só gostava mesmo dela, brincando com os sentimentos dos seus pretendentes Ruy (Fiuk) e Zeca (Marco Pigossi). Porém nem esse lado “má” da personagem quebrou o seu encantamento e bastava a Ísis vestir aquela calda para nos rendermos novamente ao seu canto. À frente da personagem,  Ísis Valverde mostrou  a serenidade do seu trabalho, brilhando nas cenas de emoção e mostrando toda sua técnica nas cenas do aquário que enchia a tela com sua graciosidade. Outra atriz que com A Força do Querer sobe um degrau para o patamar das grandes profissionais da sua geração.
Joyce / Maria Fernanda Cândido
        Maria Fernanda Cândido sofreu críticas no início devido a fútil e  engessada Joyce Garcia, porém no decorrer dos capítulos ficou nítido que a personagem precisava daquele início para que a sua  transformação  surtisse o efeito necessário na personagem. A Joyce foi a personagem que mais sofreu baques na trama com o envolvimento do marido com a vilã Irene (Debora Falabella) e a descoberta e rejeição à transição de gênero da filha Ivana (Carol Duarte). Foi exatamente nesses  momentos que Maria Fernanda Cândido mostrou a que veio na trama, com uma interpretação segura e sensível da dondoca  que tinha que se livrar das suas grifes e etiquetas para encarar a nova realidade a sua volta.
Ivana e Ivan / Carol Duarte
        Carol Duarte foi sem dúvidas a grande revelação de A Força do Querer. Estreando na Tv , a atriz provou que quanto se tem talento a experiência é um mero detalhe. Com sensibilidade, a Carol  construiu uma Ivana tão genial, tão crível  que com certeza  a personagem não teria o mesmo efeito sem esse trabalho de alicerce da atriz. Ai veio  a transição para o Ivan,  e o que poderia ter sido interpretado de forma caricata, virou outro trunfo nas mãos da atriz.  Carol termina a trama coroada por um trabalho impecável e muita responsabilidade ao estrelar o drama da transição de gênero que foi um dos pontos fortes da trama da Glória Perez.
Aurora / Elizangela
        É quase texto gravado o agradecimento  de um ator à toda a sua equipe  e colegas de elenco diante do sucesso de um personagem. No caso do Bibi Perigosa , da Juliana Paes, o que seria dela sem  parceira da Aurora, sua mãe na trama vivida magistralmente pela Elizangela. A Aurora foi uma personagem que há anos a Globo devia para a Elizangela. Foi um presente para a atriz  que tinha recém voltado da Rede RecorTv onde tinha vivido um dos principais personagens de A Terra Prometida. A Aurora foi construída de uma forma tão simples e serena, crescendo à medida que a Bibi  Perigosa tomava formas em cena, e muitas vezes foi o olho do telespectador sobre a situação de ver a filha se afogando em um mar de lamas sem poder fazer nada.
Rubinho / Emílio Dantas
        Emílio Dantas        está em seu segundo papel na Globo e já ganha um novo status com a projeção que o Rubinho lhe deu. Marcado inicialmente por um personagem “risonho” e boa praça, calou a boca dos que lhe criticaram logo que o Rubinho entra para o mundo do crime. O Ator que ganhou projeção nacional depois do sucesso com o musical Cazuza, pro Dia Nascer Feliz (2013/2015), e alguns trabalhos de destaque na RecordTv, estreou na Globo em Além do Tempo (2015) já mostrando um trabalho irrepreensível.  O Sucesso do Rubinho já credenciou Emílio Dantas para um dos principais personagens da próxima novela do autor João Emanuel Carneiro no horário nobre.
Silvana / Lília Cabral
        Elogiar um personagem defendido por Lília Cabral é tipo chover no molhado. Tudo que ela faz é perfeito e  fadado ao sucesso. A Silvana não foi diferente. Com uma aura cômica, a personagem representava o entrecho do vício pelo jogo que a Glória Perez  retratou na trama, e mesmo de uma forma leve, afinal de contas a Silvana  é uma mulher rica , bem sucedida, e mesmo assim não consegue se desvencilhar do vício, foi um entrecho pertinente. A Lília fez uma Silvana tão sensível e adorável, que ficava   impossível o telespectador julgá-la a cada nova recaída, e tal qual a empregada Dita (Karla Karenina) queríamos pegá-la no colo. Mais um personagem de ouro para a currículo da atriz.
Jeiza / Paolla Oliveira
        Paolla Oliveira, a terceira protagonista da trama, tinha os maiores desafios de A Força do Querer – A Jeiza com  dois perfis na trama  - Policial  e lutadora de MMA -  teve trabalho em dobro. Sua técnica e caracterização tanto da Jeiza policial com a Jeiza Lutadora foi um dos pontos  fortes  da  novela. Confesso que inicialmente   achei que ela seria suplantada pela força da Bibi e Ritinha, protagonistas  que iniciaram a trama com tudo, mas bastaram as primeiras cenas de ação ou de luta da personagem para ficar nítido sua força cênica e o sucesso que ficaria marcado no decorrer da novela.
Irene / Débora Falabella
        A Débora Falabella  na pele da vilã Irene foi a dona da novela em sua fase inicial. Conseguiu segurar muitos capítulos de  A Força do Querer enquanto as tramas principais tinha que ficar em banho-maria,  e mostrou mais uma vez seu talento em criar e se transformar nos personagens que interpreta. Uma pena  que nesta reta final a autora tenha  reduzido sua história ao  golpe da barriga para infernizar a vida do amante, o que contrastou totalmente  com seu perfil inicial de vilã maquiavélica e astuta.   Porém com prêmio,  a Irene ganhou no capítulo de ontem uma despedida triunfal com seu assassinato. Parabéns Débora Falabella! Meu Deus que atriz! 
Ednalva / Zezé Polessa
        O Núcleo de humor/Parazinho  da trama foi um show à parte. Nazaré (Luci Pereira), Abel (Tonico Pereira) e a espetaculosa Ednalva da  Zezé Polessa. Incrível como a Zezé consegue se transformar  e dar credibilidade a qualquer tipo de personagem – humor, drama, caricato, enfim é por nas mãos dela que o pau acha! Bastar vermos suas duas personagens anteriores Ascensão de Liberdade, Liberdade (2016) e a Magnólia de Império (2015).
Como disse , filtrar apenas 10 personagens em uma trama que  praticamente todos foram bons, chega ser injusto, assim ainda ficaram faltando nesta lista entre outros  o Seu Abel, do Tonico Pereira; O Eurico do Humberto Martins; O Nonato do Silvero Pereira; o Sabiá do Jonathan Azevedo.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa











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