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Enquete e10blog - Melhores do Ano

Uma Saudade – Ruth de Souza (1921/2019)

Grande dama da tv e primeira grande referencia para atores negros



        É sempre um prazer ver e rever Dona Ruth de Souza na tv , através de alguma reprise. No ar  em Corpo a Corpo no Viva, a atriz nos presenteia com  a doce Jurema, mãe da personagem da Zezé Motta na história.

        Considerada uma das grandes damas da dramaturgia brasileira e a primeira grande referência para artistas negros na televisão por seus papéis notáveis, Ruth destacou-se por ser a primeira atriz negra a protagonizar uma telenovela na Rede Globo  em A Cabana do Pai Tomás  (1969) — e a primeira artista brasileira indicada ao prêmio de melhor atriz em um festival internacional de cinema, por seu trabalho em Sinhá Moça (o filme de 1954) no Festiva de Veneza.

        Com uma rica trajetória tanto no teatro, tv e cinema  Ruth de Souza interessou-se pelo  teatro ainda menina, quando assiste a récitas no Municipal. Pela Revista Rio, toma conhecimento do grupo de atores liderados por Abdias do Nascimento, o Teatro Experimental do Negro. Une-se ao grupo e faz sua estreia em O imperador Jones, de Eugene O’Neill, em 8 de maio de 1945, no palco do Municipal.

Por indicação de Paschoal Carlos Magno, recebe bolsa de estudo da Fundação Rockefeller e passa um ano nos Estados Unidos: na Universidade Harvard, em Washington, e na Academia Nacional do Teatro Americano, em Nova York.

Em 1948, indicada pelo autor Jorge Amado, estreia no cinema em Terra violenta, adaptação do seu romance Terras do sem fim. Com direção do norte-americano Edmond Bernoudy, o filme tem ainda no elenco Anselmo Duarte, Maria Fernanda, Heloisa Helena e Ziembinski. A partir daí, sua carreira de atriz prossegue focada no cinema.



Participa de diversas produções das três empresas pioneiras: Atlântida, Maristela Filmes e Vera Cruz. Na Atlântida, roda Falta Alguém no Manicômio (1948) e Também Somos Irmãos (1959), ambos de José Carlos Burle, e A Sombra da Outra (1950), de Watson Macedo. Contratada para o elenco fixo da Vera Cruz, atua em Ângela (1951), Terra é Sempre Terra (1952) e Sinhá Moça (1953), todos dirigidos por Tom Payne, e Candinho (1954), de Abílio Pereira de Almeida, estrelado por Mazzaropi. Por seu desempenho em Sinhá Moça, torna-se a primeira atriz brasileira indicada para prêmio internacional: o Leão de Ouro, no Festival de Veneza de 1954, em que disputa com estrelas como Katherine Hepburn, Michele Morgan e Lili Palmer, para quem perde por dois pontos. Em 1958 filma Ravina, com Rubem Biáfora, um marco na cinematografia brasileira.

Depois de atuar em radionovelas, trabalha nos teleteatros da Tupi e da Record. Em 1969 integra o elenco da TV Globo e nela se torna a primeira atriz negra a protagonizar uma novela: A Cabana doPai Tomás, na qual divide o estrelato com Sérgio Cardoso.  



Na teledramaturgia participou de mais de 40 produções entre novelas , minisséries e especiais com destaque para Isabel de Assim naTerra como no Céu (1970), a Chiquinha do Parto de O Bem Amado (1973), a Albertina de O Grito (1975), a Balbina de Sinhá Moça (1986); Mãe Quintilha de Pacto de  Sangue (1989); a Mocinha de O Clone(2001); a mãe Maria do remake de Sinhá Moça (2006)  e a Madalena de  SeEu Fechar os Olhos Agora (2018), último trabalho da atriz na tv. 

Ruthde Souza foi agraciada com vários prémios,  entre  eles o da APCA, do Festival de Gramado, Prêmio Contigo de Cinema Nacional, Guarani de Cinema Brasileiro entre outros.

A atriz nos deixou  em 28 de julho de 2019, aos 98 anos, quando internada no centro de Tratamento Intensivo do Hospital Copar D´or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, em tratamento de uma pneumonia.

No dia 12 de maio último, data do centésimo ano de nascimento de Ruth   de Souza, o Google homenageou a atriz através de seu doodle.

 

Veja Também:

Caique Ferreira 


Ilva Nino



Renata Fronzi



Uma Saudade   - Romulo Arantes 




Celia Helena



Hugo Carvana 

Novelas Inesquecíveis - A CABANA DO PAI TOMÁS (1969)
Novelas Inesquecíveis - Sinhá Moça (1986) 

Novelas Inesquecíveis - Quem é Você (1996)

Perdemos Ruth de Sousa 


Fonte:

Texto: Evaldiano de Sousa e www.wikipedia.com.br


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