A Lídia de “Plumas e Paetês” na Globoplay Novelas
Com uma carreira marcada por intensidade e entrega, Sura
Berditchevsky é um dos grandes nomes da dramaturgia brasileira. Atriz,
diretora e professora de teatro, ela construiu uma trajetória sólida tanto nos
palcos quanto na televisão.
Ao
longo das décadas, Sura brilhou na teledramaturgia, estreou na televisão em Dancin' Days (1978),
vivendo a marcante Inês, par romântico de Antônio Fagundes. Logo após,
brilhou como a protagonista Vanessa em MarronGlacê (1979), em seguida
interpretou a modelo Lídia em Plumas e Paetês (1980),
atualmente em reprise na Globoplay
Novelas.
Depois
de participar de Terras do Sem-Fim (1981), ela se afastou da Globo e atuou em
Santa Marta Fabril S.A. (1984), na extinta Rede Manchete. Retornou em participações como nas novelas Selva de Pedra (1986),
Barriga de Aluguel (1990) e Era Uma
Vez... (1998).
Nos
anos 2000, ela teve participações especiais em Senhora
do Destino (2004), Malhação (2006) e Ti Ti Ti (2011). Foi para a RecordTv participando
de Apocalipse (2018) e Gênesis (2021), retornando em Travessia (2022–23) como cigana na novela das nove.
Além
da TV, Sura também tem carreira sólida no cinema (Os
Sete Gatinhos, O Cavalinho Azul, A Primeira Tentação de Cristo, Mãe ) e no teatro – atuando, dirigindo e ministrando
oficinas. Ela lecionou durante anos no Tablado, treinou gerações de
atores e dirigiu peças como Cócegas (2001).
Indicada ao Mambembe por atuação em
1978 e 1987. Venceu o Mambembe de Direção em 1996 por O Diário de um Adolescente Hipocondríaco. No mesmo
ano (1996), ganhou o Coca‑Cola de Teatro Infantil: Melhor Direção e Melhor Produção e em 2013, recebeu indicação ao Prêmio Fita
de Teatro por sua dramaturgia em peça solo.
Para relembrar
a carreira da atriz e seu
retorno a tv na Globoplay Novelas , vamos relembrar suas melhores
personagens na tv nos anos
de ouro da nossa teledramaturgia.
Inês de Dancin´Days (1978)
Sura estreou na tv com
o pé direito, fazendo uma das personagens importantes de Dancin´Days, o
fenômeno em forma de novela escrita pelo Gilberto Braga em 1978.
Na novela, Sura Berditchevsky deu
vida a Inês, a uma jovem de classe média-alta, com ideias progressistas, muito
envolvida em temas sociais, como o feminismo e os direitos humanos — reflexo do
momento histórico do Brasil, que ainda vivia sob o regime militar, mas com
sinais de abertura política. No início da trama ela se envolve com o protagonista Kaká, vivido pelo AntônioFagundes e passa
por uma grande decepção quando este resolve terminar com ela para viver seu amor com
Júlia, a protagonista vivida pela Sônia Braga.
A personagem tinha um entrecho marcante com a mãe Áurea,
vivida pela saudosa Yara Amaral, que refletia o conflito geracional
típico da época. No decorrer da
trama Áurea passa por problemas psicológicos e tem a
ajuda da
filha para recuperar-se.
Embora Inês não fosse uma das protagonistas, seu núcleo
ajudava a novela a retratar a vida íntima das famílias da zona sul carioca, e
trazia debates contemporâneos, como o feminismo, a repressão política e a
revolução comportamental.
Logo em sua primeira personagem Sura
se destacou e passou a viver
papeis ainda mais importantes nas tramas seguintes.
Vanessa de Marron-Glacê (1979)
Logo em seu segundo
trabalho na tv Sura
ganhou uma das protagonistas da
trama do autor Cassiano Gabus Mendes - Marron-Glacé. Interpretar
Vanessa, uma das filhas da Madame Clô
(Yara Cortes), foi um marco na
carreira de Sura Berditchevsky, pois a colocou como uma das principais
jovens atrizes da geração pós-Malu Mulher, em um momento em que a televisão começava a
oferecer papéis femininos mais complexos e menos estereotipados.
Ela
se destacou não apenas pela beleza e simpatia, mas pela entrega emocional,
timing cômico e presença em cena. Mesmo num elenco repleto de grandes nomes
como Yara Cortes, Tereza
Rachel, Armando Bógus, Lima Duarte entre outros, Sura se firmou com personalidade própria.
Uma
das cenas inesquecíveis da trama foi
protagonizada por ela : Vanessa (Sura Berditchevsky) larga o noivo
Fábio Carlos (Jorge Botelho) no altar, na hora do “sim”, e sai
correndo da igreja para, depois, juntar-se ao seu verdadeiro amor, Otávio
(Paulo Figueiredo) – sequência exibida no capítulo 113, em 13/12/1979.
Lídia de Plumas e Paetês (1980)
Atualmente em reprise na Globoplay Novelas, Plumas e Paetês,
do Cassiano Gabus Mendes, traz Sura
na pele da modelo Lídia. Sura
Berditchevsky demonstrou versatilidade e estilo, num momento em que se
consolidava como uma atriz de televisão. Sua interpretação trazia naturalidade
e sofisticação, qualidades que combinavam perfeitamente com o clima da novela –
um retrato da sociedade brasileira do início da década de 80, com seus sonhos,
futilidades e ambições.
Essa
atuação ajudou a projetá-la ainda mais no cenário artístico, após participações
em outras produções da Globo, como Dancin’Days e Marron Glacê.
Ester de Terras do Sem-Fim
(1981)
Em Terras do Sem Fim,
novela adaptada dos romances Terras
do Sem Fim, Cacau e São Jorge dos Ilhéus de Jorge Amado, Sura Berditchevsky interpretou Ester,
esposa de Horácio (Jonas Mello), envolvida num triângulo amoroso com o advogado
Virgílio (Paulo Figueiredo) . Sua personagem era central às tramas de paixão e
conflito moral, e acabou com o coração partido quando Virgílio foi assassinado
por ordens de Horácio no desenrolar da história.
Kátia de Selva
de Pedra (1986)
No remake de Selva de Pedra, da Regina Braga,
a atriz deu vida a Kátia, uma jornalista ligada ao universo da moda e do estilo de vida
urbano sofisticado, como várias figuras femininas da trama. Ela transitava
entre os núcleos principais — especialmente o de Cristiano (Tony Ramos) e
Simone (Fernanda Torres) — atuando como pivô de algumas tensões emocionais e
afetivas, além de trazer uma visão mais moderna do comportamento feminino.
Comparando
essas atuações, vê-se que Kátia combina a sofisticação de Vanessa de Marron-Glacê (1979) com a modernidade de Lídia
de Plumas e Paetês (1980),
mas em um tom mais contido, realista e sutil. Sura já havia dominado esses
tipos e, em Selva de Pedra, entregou uma atuação madura e segura.
Raquel de Barriga
de Aluguel (1990)
Sura Berditchevsky
havia construído uma sólida carreira no teatro e novelas antes de interpretar
Raquel, papel que marcou sua trajetória em 1990. A Raquel foi uma das principais personagens
de Barriga de Aluguel, trama da autora
Gloria Perez.
Embora Raquel não seja protagonista, sua
importância reside na força dramática e na profundidade emocional que traz à
narrativa.
Raquel representa a figura da filha fiel,
contraponto à jornada libertadora de Clara, a
personagem da Cláudia Abreu. Quando Clara decide se tornar
barriga de aluguel, ela enfrenta o olhar de julgamento do pai, mas Raquel
permanece ao lado dele, reforçando a tensão familiar.
Raquel
foi a personagem silenciosa, mas
fundamental: sua lealdade ao pai e o amor pela irmã intensificam os conflitos
éticos e familiares do enredo, servindo como âncora emocional em meio às
grandes decisões controvérsias de Clara.
Faiuruza de Gênesis (2021)
Depois de algumas participações esporádicas
na tv, em 2021 Sura apareceu na RecordTv
vivendo a personagem Faiuruza em Gênesis.
A Faiuruza fez parte da fase adulta da jornada de Abraão (Zé Carlos
Machado) . Em seu papel, Sura trouxe nuances emocionais à personagem, que
apesar de não protagonista, teve impacto na formação e nas motivações de Rebeca
(Bárbara França).
Cigana de Travessia (2022)
De volta à Globo, na novela Travessia, da Glória Perez, a Cigana interpretada
por Sura Berditchevsky desempenha um papel de grande importância
simbólica e emocional. Ela surge como uma personagem que, embora não esteja no
centro das tramas principais, exerce influência significativa nos rumos da
história através de sua sabedoria e intuição.
A Cigana costuma aparecer em momentos decisivos para os protagonistas,
trazendo previsões ou conselhos que ajudam a esclarecer conflitos internos,
dúvidas ou decisões difíceis.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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