Os Saudosos Ziembinski e Buza Ferraz com Bete Mendes Foto : http://2.bp.blogspot.com/ |
Depois de especular-se sobre Que Rei Sou Eu (1989) do Cassiano Gabus Mendes, Tieta (1989) do Aguinaldo Silva e O Semideus (1973) da Janete Clair, a Globo bateu o martelo e o
remake que será produzido em 2014 para o horário das 23 horas será O Rebu, do autor Bráulio
Pedroso.
Foto : memóriaglobo.com |
O Rebu foi uma novela de
sucesso relevante exibida pela Globo no horário das 23 horas em 1974. A história toda, todos os 112 capítulos da
novela se passavam em dois dias:
no primeiro, realizava-se uma festa na casa do milionário Conrad
Mahler, vivido pelo inesquecível Ziembinski,
em homenagem à princesa italiana Olimpia (Marília Branco), e na qual
ocorria um crime;
no segundo, acontecia a investigação da ocorrência. Foi dividida em três fases:
o presente, com a investigação do crime; o tempo da festa; e as informações sobre cada personagem.
A Narrativa da novela foi uma novidade
para época, afinal os acontecimentos mostrados em três fases se intercalavam
entre si , e não seguiam a ordem
cronológica. Assim nós tínhamos que descobrir, quem era o assassinado, quem foi o assassino e o motivo do crime.
Bráulio
Pedroso foi feliz em criar uma trama, que no mínimo era curiosa. O
autor que chegou a Globo depois do sucesso de Beto Rockfeller em 1968 na Tupi, estreou com a novela O Cafona (1971) e O Bofe
(1972), mas foi com O Rebu que o autor
teve seu reconhecimento na emissora.
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O Rebu mostrou uma
trama ousada para época, que inclusive é considerada a primeira relação homossexual
mais explicita na história da teledramaturgia. O tão misterioso crime da trama
foi cometido por causa disso.
Durante
vários capítulos, o corpo permanece boiando na piscina. Pelos cabelos curtos da
vítima, presume-se que o corpo seja de um homem, mas essa certeza deixa de
existir depois que uma das cenas em flashback mostra
uma brincadeira ocorrida durante a festa: algumas mulheres cortam os cabelos e
vestem roupas masculinas, mantendo o suspense em torno da identidade da vítima.
Só no meio da trama, através de uma tomada submarina, é revelado que a vítima é
a jovem Sílvia (Bete Mendes), assassinada por Conrad Mahler por ciúmes de Cauê
(Buza Ferraz), rapaz que vivia sob proteção do banqueiro, numa clara insinuação
de homossexualismo. A identidade do assassino só é descoberta no último
capítulo.
Bete com Buza Ferraz Foto : 2.bp.blogspot.co |
Bete
Mendes esteve perfeita vivendo a protagonista da trama. Seu visual de
cabelos curtos foi copiado por todo o Brasil. Destaque também para Lima Duarte que viveu o farsante e ladrão Boneco; e Ziembiski elogiadíssimo pela imprensa
especializada , naquele que seria seu último trabalho na tv.
Foto : memóriaglobo.com |
Lógico que o remake vai ter que dar um novo rumo a história. Afinal, a
magia de um remake de uma história cheia de mistério é exatamente a releitura dada
pelo novo autor. Vide O Astro , primeiro remake exibido no horário das 23 horas e
até então o de maior sucesso. George
Moura no roteiro e José Luiz
Vilamarim na direção, certamente
irão providenciar um novo entrecho para
a história.
Provavelmente até o título possa ser
trocado, pois O Rebu em
1970 era a abreviação de “rebuliço” , ou seja confusão. Também foi a abreviatura de uma expressão criada pelo colunista social Ibrahin Sued, para designar várias mulheres bonitas em um só lugar “Um
Rebuceteio’. Rebu acabou
significando “festa” e que dentro da trama o dois significados se fundiam,
afinal nada explicava melhor a trama do
que uma festa com confusão.
Hoje, quase 40 anos depois, O Rebu não inspira esse significado, a
não ser que a Globo ressuscite a expressão num bom projeto de marketing e mantenha esse título. Algo parecido aconteceu quando a emissora
produziu a novela Cambalacho em 1986,
que imortalizou o nome como sinônimo de pessoas que tentavam ganhar vantagens
em cima das outras através de pequenos golpes, e em Sassaricando no ano seguinte, quando mesmo com a
licença poética do nome que é grafado corretamente com “Ç” (Saçaricando) ,
acabou transformando a palvra em uma espécie de sinônimo para namorar ,
passear , bater pernas, etc.
E então que título você acha que esse
remake deve ter , levando em consideração as expressões atuais para festa e
confusão ?
Fonte
:
Texto : Evaldiano de
Sousa
Pesquisa :
memóriaglobo.com
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