A novela 
que virou fenômeno na história da teledramaturgia
         Com
a novela Escrava
Isaura do autor Gilberto
Braga, que era uma adaptação do famoso romance de Bernardo  Guimarães, a
teledramaturgia levou um “baque”  no bom
sentido da palavra, devido ao tamanho 
sucesso e repercussão que a trama teve.  
         Hoje,  37 anos depois da exibição original a novela
já foi vista em mais  de 80 países com
sucesso absoluto em todos. Lucélia
Santos a grande estrela da novela foi catapultada ao sucesso junto com
novela e entrou logo pro casting das grandes estrelas  da Globo  em seu primeiro papel. Apesar de não ter sido
a primeira a ser cogitada para viver a escrava, Lucelia Santos fez da Isaura a personagem mais importante  da sua carreira. 
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| Foto : http://3.bp.blogspot.com/ | 
         A
trama começa contando a história de Isaura, que nasceu em
1835 , na fazenda do Comendador Almeida ( Gilberto Martinho ) , em Campos dos Goytacazes, Rio
de Janeiro. Ela é filha da bela e virgem negra Juliana (Lady Francisco ) , escrava
do comendador, e do feitor da fazenda, Miguel ( Átila Iório ) . Juliana morre
pouco depois do parto, pois sempre se negou a ir para cama com o comendador,
pois amava Miguel, e por vingança do Comendador, acaba morrendo açoitada no
tronco. Isaura, sua filha, é criada e educada por Gertrudes, mulher do
Comendador, que sempre quis ter uma filha. Apesar da excelente educação e de
ter a pele muito clara, Isaura é escrava do comendador, por ter nascido filha
de sua escrava.
         Em
1854, Isaura tem 19
anos e é uma bela e casta donzela, que toca piano, canta, pinta, borda e fala
alguns idiomas. Tudo o que ela faz é divinamente belo, o que deperta a inveja
doentia de Rosa ( Léa Garcia ) , uma escrava má e falsa, que já se deitou com
todos os homens da fazenda.
| Foto : http://memoriaglobo.globo.com/ | 
Tudo
se complica em sua vida quando volta para a fazenda o perverso senhor Leôncio (
Rubens de Falco  ), filho do comendador,
que desenvolve uma paixão doentia pela linda e pura escrava. Ele terá Rosa como
sua amante e aliada, e ela que sofre muito nas mãos de Leôncio  mesmo assim o  obedece , e pratica crueldades com Isaura.
Mais ela é esperta e sempre prometeu se vingar de Leôncio pelas maldades que
ele faz com ela.
         Em
uma das cenas mais marcantes da novela, o incêndio da senzala, o autor se
livrou magistralmente do personagem Tobias ( Roberto Pirillo ) primeiro interesse
afetivo de Isaura na trama. Na verdade seu 
verdadeiro par romântico   só
apareceu já à dois terços da história, era Álvaro, vivido pelo ator Edwin Luisi.  Mas sem um romance logo em seus primeiros
capítulos a novela não decolaria. 
| Foto : teledramaturgia.com | 
         Escrava Isaura
enfrentou vários cortes da censura,  que
não permitiam que fosse citado as palavras coronel e nem escravo. Agora
imaginem escrever uma novela sobre escravos sem poder citá-los era impossível.
Mas Gilberto Braga magistralmente
soube driblar a censura de modo que a novela não perdesse seu sentido.
Inclusive essa passagem o autor usou no personagem Gabino personagem do Pedro Cardoso na sua  minissérie Anos Rebeldes (1992), que era um
escritor e que ficava absmado com os cortes que a censura fazia a novela que
ele tentava escrever. 
         Além
de Lucélia Santos, é impossível
imaginar Rubens de Falco sem lembrar
do perverso Lêoncio, até hoje o personagem mais marcante na carreira do ator. A
quimica e o sucesso da dupla foi tão grande que exatamente 10 anos depois , a Globo lançou a novela Sinha Moça
do Benedito Ruy Barbosa que
tinha  como pano de fundo a escravidão no
Brasil, e trazia Lucélia Santos e Rubens
de Falco nos papéis principais, só que desta vez como pai e filha. 
         A
novela é campeã de reprises na Globo.
Foram 5 exibições. A Original em 1976, no ano seguinte no horário das
13:30h,  depois compactada em 30  capitulos em 1980, dentro do TV MULHER pelas manhãs apartir de 1982,
no especial Festival 25 anos em 1990, e ainda só para o distrito federal em
1985 no horário em que o resto do país assistia o horário eleitoral gratuito. 
       
Com certeza nem Gilberto Braga ,
Lucélia Santos ou  o saudoso Rubens de Falco imaginaram que a
história da escrava branca fosse se tornar esse fenômeno dentro da
teledramaturgia brasileira, sendo capaz de parar até guerras nos países em que
foi exibida. No ano passado a Globo
Marcas lançou o box de DVD´s  com a
novela na íntegra, o que é uma ótima oportunidade de rever a trama. 
| Foto : http://webquestfacil.com.br/ | 
   
     Escrava Isaura tem uma trama tão
cativante que em 2004 , exatos 28 anos depois, a Record produziu um remake do romance, e  novela acabou sendo a grande responsável pela
reativação do núcleo de teledramaturgia da emissora. O remake teve  Bianca
Rinaldi e Leopoldo Pacheco nos papéis de Isaura e Leôncio. 
    
      Um sucesso no grau que foi o
de Escrava
Isaura acontece uma  vez em
anos, podemos contar nos dedos, e isso mesmo levando em conta a precariedade da
produção que por muitas vezes deixou a desejar, como na clássica cena final em
que por um erro de continuidade podemos ver nitidamente que Isaura toma
realmente a  taça envenada por Rosa, e
não  ao contrário  com diz a história.  Mas no fim tudo deu certo, Rosa morre
enveneada e Isaura fica livre para viver ao lado de seu grande amor. 
      
Foi muito bom relembrar Escrava Isaura, e ao mesmo tempo torcer por uma
novela  que tenha  tamanho magnetismo para repetir o seu sucesso.
Ficha Técnica : 
Novela do Autor Gilberto Braga
Direção Geral : Herval Hossano 
Exibição : 11 de Outubro de 1976 à 05
de Fevereiro de 1987 
Capítulos : 100 
| Foto : http://www.programamaoamiga.com.br | 
Fonte : 
Texto : Evaldiano de Sousa 
Pesquisa : teledramaturgia.com ,
wikipédia.com , memóriaglobo.com 


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