A novela A Regra do Jogo terminou nesta sexta-feira (11.03) entrando para o
hall das tramas do horário nobre global marcadas pela rejeição e críticas
negativas a sua história e personagens. A trama do João Emanuel Carneiro não chegou a ser o fracasso que foi Babilônia,
do Gilberto Braga, sua antecessora,
mas ficou muito longe do fenômeno Avenida Brasil (2012),
último trabalho do autor no horário. 
        Acho que o grande erro de A Regra do Jogo foi a exposição da trama policial em detrimento ao
velho e sempre esperado folhetim,  e
foi  nesse ponto que ficou  nítido que a trama teria funcionado melhor se
tivesse sido apresentada como um seriado ao invés de novela.  
        Se dividirmos A Regra do Jogo por seus  núcleos , que praticamente eram independentes,
 a trama renderia até quatro seriados : 
1º. A Regra do
Jogo
– Com a trama  policial e a facção
protagonizada por Atena , Romero e Zé Maria, personagens da Giovanna Antonelli, Alexandre Nero e Tony
Ramos;
2º. Família
Feliciano
– Um seriado de humor  com a família do
Feliciano, do Marcos Caruso; 
3º. Morro da
Macaca  - Com a Adisabeba (Susana Vieira), Toia
(Vanessa Giácomo), Juliano (Cauã Reymond), as Mandadas e cia; 
4º. Família
Stewart
– Com o Gibson (José de Abreu) à frente da família mais louca da história da
teledramaturgia nacional. 
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        Essa divisão diminuiria muito as tramas
da novela e o autor não teria que repetir tantas situações que prejudicaram em
muito seu andamento. Não teriam sido desperdiçados tantos personagens
que poderiam ter rendidos ótimos momentos à novela. Chegou  a ser um crime termos visto personagens com a
Adisabeba da Susana Vieira, a Nelita
da Barbara Paz e a Nora da Renata Sorrah  entre outros fazendo praticamente figuração. 
        Mas A Regra do Jogo teve
seus destaques e nesse ponto quatro   personagens  foram a alma da novela. O Zé Maria do Tony Ramos, sem dúvidas foi o grande
astro vilão da trama. Inicialmente mostrado como uma vítima, o personagem
sofreu várias transformações até assumir o posto de vilão oficial na reta final  e  deu um show de interpretação
e caracterização nos presenteando com mais um grande  personagem na sua carreira. 
        Ela passou pouco tempo na trama (O que
não entendo até hoje!) mais foi o suficiente para marcar sua presença como uma
grande personagem num trabalho de entrega visto poucos vezes. Claro que eu
estou falando da Cássia Kis Magro,
que deu vida a Djanira e enriqueceu a novela a cada cena que aparecia. 
        O Romero do Alexandre Nero foi outra grata surpresa em A Regra do Jogo. Confesso que não
gostei da escolha do ator para o personagem por achar que a imagem do
Comendador José Alfredo que ele havia vivido na novela Império um
ano antes, ainda estava muito viva na memória do telespectador e  era necessário mais tempo para apagar essa
lembrança. Felizmente me enganei. O Nero entrou de corpo e alma no
personagem  e o Romero Rômulo ganhou vida
própria deixando a lembrança do Comendador lá em Império mesmo.
        Mas a alma de A Regra do Jogo foi à Atena da Giovanna
Antonelli. Sem a química e empatia do par romântico principal formado pela
Tóia e o Juliano, o público se apaixonou pelo casal Romena (Romero + Atena) e
mesmo sendo eles do carácter para lá de duvidoso  se transformaram no casal mais forte da
trama. A Atena não foi a Carminha (Personagem da Adriana Esteves em Avenida Brasil), seguiu outra linha, mas sem dúvidas
é a vilã-cômica ou a mocinha-vilã mais amada do Brasil. O próprio autor
reconheceu isso dando a cena final  da
trama para Atena, fechando com chave de ouro. 
        Uma pena que não tivemos o tão aguardado
final feliz entre Atena e Romero,  o João Emanuel Carneiro preferiu repetir
o final do personagem do Nero em Império e também
matou o protagonista no último capítulo, deixando para Atena  um pedacinho do seu amado em forma de filho e
nos brindando com uma das cenas mais emocionantes da novela. Atena chama o filho de  “Romerito”, e por um momento pude jurar que o Romero estaria vivinho da silva. 
        E sobre o Quem Matou Gibson? Mais uma
vez a revelação do assassino  se mostra
coerente e óbvia mostrando a Kiki, personagem da Déborah Evelyn,  com a
responsável pela morte do pai. Deu saudades dos antigos “Quem Matou”! 
        Uma pena que em seu conjunto da obra A Regra do Jogo não tenha funcionado, mesmo com uma direção cirúrgica
da Amora Mautner e o bom texto e
roteiro. Em resumo é o que citei no início do texto, a trama teve muitas
ramificações, muitos núcleos paralelos que prejudicaram o andamento dos capítulos
que se dividiam em FACÇÃO/HUMOR/NÚCLEO
MACACA/FACÇÃO.  Com tantas informações
o autor acabaria esquecendo  alguma
coisa, e em A
Regra do Jogo  o romance foi “sacrificado” e consequentemente
a novela. Prova disso foi o sucesso que a cena exibida no penúltimo capítulo
com o Romero finalmente declarando seu amor à Atena e lhe pedindo em casamento
ter sido um sucesso nas redes sociais. 
10 Personagens que mesmo em A REGRA DO JOGO valeram a pena
10 Personagens que mesmo em A REGRA DO JOGO valeram a pena
Fonte:
Texto
: Evaldiano de Sousa




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