Ele foi o responsável por revitalizar o núcleo de
teledramaturgia da RecordTv quando
em 2004 escreveu o remake de A Escrava Isaura, baseado no romance de Bernardo Guimarães, e que já havia
rendido uma versão em 1976 na Rede Globo,
escrita por Gilberto Braga. Com a
novela, a emissora conseguiu emplacar bons índices na audiência e investiu em vários outros projetos de teledramaturgia
a partir de então.
Tiago
Santiago, até então pouco conhecido no meio, foi aclamado e
premiado pela Associação Paulista de
Críticos de Arte como melhor autor do ano de 2005, graças A Escrava Isaura e Prova de Amor (2005), sua
novela seguinte na casa.
Tiago , filho da atriz e professora Helena Xavier, começou no mundo das
artes atuando, estreando em 1977 como ator no teatro na peça Seis
Personagens à procura de Autor, ao lado de ninguém menos que Dina Sfat.
Em 1978, ganhou uma bolsa de estudos e mudou-se
para o Reino Unido. Em 1979, trabalhou no teatro com Catherine Jackson e Margaret Skarland, no Tythe Barn de Liantwit Major. Formado em 1980, retornou ao Brasil.
Ainda como ator, de 1982 a 1984, fez participações em
programas da TV Globo: Caso
Verdade, Quarta Nobre e a novela Livre ParaVoar. No teatro trabalhou com
nomes como Maria Clara Machado, Carlos
Wilson, Marília Pêra e Domingos de Oliveira entre outros.
Estreou como dramaturgo com a peça A Fonte
da Eterna Juventude, em 1985. Em 1988, dirigiu Débora Duarte e Stepan Nercessian no espetáculo Vida de Artista, de Paulo César Coutinho, em parceria com o
próprio.
Mas foi apenas em 1990, que o autor estreou como
roteiristas na tv com O Guru, história de cinco capítulos apresentados
dentro do especial Tele Tema nas tardes da Globo.
Sua estreia em novelas veio logo no ano seguinte,
quando foi um dos colaboradores do autor AntônioCalmon em Vamp(1991) e Olho no Olho (1993). Na Globo,
foi um dos roteiristas do Você Decide (1996 – 1998) e ajudou a Wolf Maia a implantar o Linha Direta (1999).
Voltou
à teledramaturgia em 2000, colaborando com Carlos
Lombardi em UgaUga (2000), a minissérie O Quinto dos Infernos (2001) e Kubanacan (2003),
além de Andrea Maltarolli na
temporada de Malhação (2001).
Em 2004,
abandonou a colaboração e assumiu como titular o desafio de escrever o
remake de A
Escrava Isaura na Rede RecordTv. Como disse no início do post, a história da
escrava mais famosa da teledramaturgia nacional foi sucesso imediato e transformou Tiago Santiago, em seu primeiro trabalho solo, em um dos grandes nomes da emissora.
Com o sucesso de A Escrava Isaura (2004), Tiago Santiago foi escalado para escrever
a próxima novela da emissora, e com Prova de Amor (2005),
novela com estética e elementos típicos dos folhetins globais, conquistou boa
parte dos telespectadores da Globo
que rejeitavam a novela Bang Bang, sua concorrente no horário.
Em 2006, o autor supervisionou o remake de Bicho do Mato (2006), baseado na original de Chico de Assis e Renato Corrêa e Castro, apresentada na Globo em 1972.
Em 2007, o autor inova e emplaca outro grande
sucesso na teledramaturgia da RecordTv, a trilogia de Os Mutantes – Caminhos do Coração e Promessas
de Amor que ficou no ar por 2
anos com um total de 483 capítulos. A novela
abusou dos efeitos especiais e
mostrava uma temática semelhante aos dos seriados americanos.
Depois do sucesso de Os Mutantes ,
Tiago Santiago se mudou para o SBT com o status de grande autor, e
estreou na emissora do Silvio Santos
com o remake de Uma Rosa com Amor, sucesso do Vicente Sesso no início da década de 70,
e em seguida tendo como base os anos de
chumbo da ditadura, apresentou a trama de Amor e Revolução (2011),
novela que chamou mais atenção mesmo pelo beijo lésbico explícito protagonizado por Luciana Vendramini e Gisele Tigre, que viviam as personagens
Marcela e Marina.
Mesmo com o fraco desempenho das tramas, Tiago Santiago continuou escrevendo
projetos para o SBT, mas que devido
a problemas de contrato até hoje não foram ao ar. Com o término do seu contrato
da emissora, escreveu para a Fox/RecordTv a série Na Mira do Crime, em 2014/2015 , até então seu último projeto na
teledramaturgia.
Acima de tudo um inovador, Tiago Santiago é aquele tipo de autor que não se apegou a rótulo ou
temas. Escreve sobre escravatura, mutantes ou ditadura militar com a mesma
maestria e ciência do que está contando, mostrando abrangência dos seus
conhecimentos.
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br
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