Sinhá Moça, um dos grandes sucessos do horário das
seis da Globo está de volta a partir
desta segunda-feira (29.01.2018) no Canal
Viva , substituindo Fera Radical (1988) às 14:30h.
Sinhá Moça, a primeira versão de 1986, do autor Benedito Ruy Barbosa, baseada no
romance Maria Dezonne Pacheco Fernandes,
foi encomendada às pressas pela Globo
exatamente dez anos depois do grande sucesso de Escrava Isaura, do Gilberto Braga. Além do cunho abolicionista
e do tema escravagista, a Globo fez
questão que Lucélia Santos e Rubens de Falco protagonizassem a trama, deixando
a semelhança ainda mais gritante com Escrava Isaura,
facilitando assim a boa receptividade da trama aqui no Brasil e no mercado
internacional.
Exibindo a inquietação política de Benedito Ruy Barbosa e uma excelente
produção, a novela conquistou a
audiência falando de amor e liberdade.
A
trama conta a história de amor de Sinhá Moça (Lucélia Santos), filha do Barão de Araruna (Rubens
de Falco), ferrenho escravocrata e o
jovem Dr. Rodolfo (Marcos Paulo), um
ativo abolicionista republicano, ante as dificuldades da campanha para a
abolição dos escravos.
Uma
trama inesquecível que tem vários
motivos que a fazem valer a pena ser revista, abaixo 10 desses motivos:
A
Semelhança com “Escrava
Isaura” que credenciou “Sinhá Moça” para o mercado internacional
Uma espécie de reedição de Escrava Isaura,
sucesso da Globo 10 anos antes, que
tinha o mesmo pano de fundo, o cunho abolicionista, retratando portanto a mesma época e temática
central. Antes mesmo da estreia, Sinhá Moça já tinha 50 países interessados em apresentar a
trama e conforme dados de 2001 mais de
63 países já haviam apresentados a novela.
Lucélia Santos e Rubens de Falco
O Sucesso internacional de Sinhá Moça, antes mesmo de sua estreia, deve-se
muito ao nome de Lucélia Santos
como a protagonista. A Atriz foi aclamada em todos os países que Escrava Isaura foi veiculada e
a parceria, de novo, com Rubens
de Falco, que na trama de 1976 foram mocinha e algoz, em Sinhá Moça , Pai e filha, atraia o público que esperava uma nova
e inesquecível dobradinha da perfeita dupla de atores.
Marcos Paulo na pele de
Rodolfo
Marcos
Paulo já era um rosto carimbando nas novelas globais e começava engatinhar
como diretor. Mas o abolicionista Rodolfo de Sinhá Moça deu
um novo status ao seu nome, graças ao
trabalho impecável que ele apresentou durante
a trama. Mesmo com uma mocinha forte e destemida como par, e além de
tudo interpretada por Lucélia Santos,
ele conseguiu dar luz própria ao Rodolfo sendo agraciado com o prêmio de melhor
ator daquele ano no Golden Rose Festival,
em Montreaux na Suiça.
Raymundo de
Souza
e o escravo Rafael
Raymundo
de Souza deu vida a outro personagem masculino de destaque em Sinhá Moça,
Dimas, na verdade o menino Rafael,
vendido ainda criança pelo Barão de Araruna (Rubens de Falco). Ex-escravo,
alforriado, mudou de nome e voltou a
cidade com o coração cheio de ódio e desejo de vingança contra o Barão. No
decorrer da trama junta-se aos abolicionistas, se apaixona por Juliana, a
personagem da Luciana Braga e se
torna grande amigo de Sinhá Moça (Lucélia
Santos). Algo no mínimo curioso aconteceu com Raymundo de Souza nos bastidores da novela. Depois de declamar em
cena “Navio Negreiro” do Castro Alves,
o ator caiu com 41 graus de febre, onde ficou internado num hospital com
pneumonia.
O
Amor de José Coutinho e Adelaide que venceu o preconceito
O quebra do preconceito através do amor
chamou atenção na trama através dos personagens José Coutinho (Tato GabusMendes), filho do fazendeiro Coutinho (Ivan Mesquita) e Adelaide (Solange
Couto), escrava, criada na casa grande e dama de companhia de Sinhá Moça. O Romance causou polêmica e José Coutinho
chegou a ser expulso de casa por seu pai que
não aceitava seu casamento com
uma negra. Depois de muitos percalços, o amor falou mais alto e eles foram
felizes para sempre.
A
Inesquecível trilha sonora comercial e incidental
A trilha sonora comercial de Sinhá Moça é considerada clássica como um compilado de cantores da nossa MPB em grandes
interpretações. Aqui link com um post especial sobre essa trilha. Mas a trilha
incidental também chamou atenção na trama. Com produção de Geraldo Vespar , a novela teve sonorização instrumental com músicas
de Waltel Branco, Ted Moreno e Marcio
Pereira. Cada música da trilha comercial recebeu variadas versões
instrumentais, além dos temas de situação, como momentos de mistério, suspense,
romance e tristeza.
A
Primeira novela de Luciana Braga e Lizandra Souto
Sinhá Moça marcou a
estreia na Globo da Luciana
Braga, que deu vida a doce Juliana, e Lizandra
Souto, com apenas 11 anos.
A
Bela abertura
A Bela e delicada abertura da trama mostrava todo o lado feminino de Sinhá Moça através do leque que cortava imagens de locações da
história. O tema de abertura “Pra não
Mais Voltar” é um poema da cantora Maysa Matarazzo que foi musicado por Ivan Lins à pedido de Jayme Monjardim especialmente para a
novela. A Globo queria Leila Pinheiro interpretando a música,
mas Ivan já tinha dado a palavra para Fafá de Belém que seria ela a interprete. Assim a música uma das mais bonitas já
gravadas pela cantora encantou o Brasil durante toda a apresentação da trama.
A
trama de Ana do Véu
PatríciaPillar emprestou seu talento, graça e beleza para dar vida a enigmática Ana
do Véu. Filha de Manoel (Mauro Mendonça) e Nina (Norma Blum), que vive
com o rosto coberto por um véu, devido uma promessa de sua mãe. É motivo de
chacota e comentários na cidade, principalmente depois da volta de Rodolfo
(Marcos Paulo) que não leva a diante seu compromisso de casar-se com a jovem. O Capítulo em que
Ana é apresentada a sociedade, sem o véu, foi um dos marcantes da trama, embora
o
público já soubesse se tratar de Patrícia, conhecida do destaque da sua Linda
Bastos na trama de Roque Santeiro (1985),
do Dias Gomes, um ano antes.
Atores
que já nos deixaram de Sinhá Moça
A Reprise da trama vai ser uma grande
oportunidade de rever em cena grandes nomes que brilharam na tv e que nos deixaram
para virar estrelas no céu. O Caso do Marcos Paulo (Rodolfo), Rubens de Falco (Barão de Araruna), Zeni Pereira (Margarida), Fernando Almeida (Tomás), Jorge Cherques (Pe. Cesário), Aldo César (Mercador de Escravos), Carlos Zara (João Martins), José Wilker (Senador Patrício
Gonzalez), Regina Dourado
(Dulcinéia), Nilton Martins
(Viriato), Sérgio Viotti (Frei José), Grande
Otelo (Justo), Lutero Luis
(Tomás), Maurício do Vale (Soldado
Pedro), José Lewgoy (Everaldo
Martins), Ênio Santos (Inácio), Lauro Corona (Eduardo Tavares), Germano Filho (Everaldo), Armando Bógus (Professor Molina), Valter Santos (Feitor Bruno), Cláudio Mamberti (Delegado Antero), Cláudio Carreia e Castro (Aristides ), Jacira Sampaio (Ruth), Ivan Mesquita (Coutinho), Norton Nascimento (André), Antônio Pompeo (Justino), Luis Carlos Arutin (Augusto) e Neuza
Amaral (Inez Fontes).
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
Pesquisa:
www.wikipédia.com.br
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