Dez anos depois do grande sucesso de Escrava Isaura
(1976), do Gilberto Braga, a novela
que a abriu de vez o mercado
internacional para as tramas
brasileiras, a Globo levou ao ar a trama de Sinhá Moça, escrita por Benedito Ruy Barbosa, baseada no romance homônimo de Maria Dezonne Pacheco Fernandes.
A trama foi escolhida por ter o mesmo
cunho abolicionista de Escrava Isaura, e a Globo fez questão de manter o casal Lucélia Santos e Rubens de Falco como protagonistas, vendendo a
trama para o mercado internacional com uma “Nova Escrava Isaura”.
Sinhá Moça foi um
grande sucesso no Brasil e teve
uma ótima carreira internacional. A partir do próximo dia 29 a novela está de volta pelo Canal Viva e poderemos acompanhar de novo a bela história de amor entre Sinhá Moça (Lucélia Santos) e Rodolfo (Marcos Paulo) e a luta pela abolição da escravatura.
Para comemorar a volta da trama o post
deste mês da seção “Trilha Sonora Eterna” vai relembrar a bela trilha de Sinhá Moça. O Lp da novela é um
achado daqueles poucas vezes visto em
trilhas de novelas, e principalmente nas tramas de
época. Confesso que não lembrava de imediato das músicas e ao escutá-las novamente para escrever o post
fiquei encantado com tão belas faixas.
Cada música da trilha lançada em
disco recebeu variadas versões instrumentais, além dos temas de situação, como
momentos de mistério, suspense, romance e tristeza.
Um compilado de grandes nomes da MPB em
interpretações que marcaram o ano de 1986 e transformaram o LP Sinhá Moça Nacional em um biscoito fino na história das trilhas
da nossa teledramaturgia.
O lp por incrível que pareça não traz a Lucélia Santos caracterizada de Sinhá Moça na capa. Na Verdade quem encarna a Sinhá Moça na capa do disco é a modelo Juana Garibaldi Carvalho. A Globo nunca explicou o fato de não trazer Lucélia na capa. Reza a lenda, que a atriz teria ficado doente no dia marcado para fazer as fotos da capa e contra-capa do LP. Enfim um dos mistérios da nossa teledramaturgia.
Ronnie
Von abria a trilha com a delicada “Sinhaninha” o tema de Sinhá Moça.
Com uma interpretação inesquecível a música pode até nem ser uma das mais
lembradas do cantor, marcado pelo sucesso na jovem guarda, mas sem dúvidas é
uma das mais belas interpretadas por ele.
A luta dos escravos por liberdade ficou marcada na trama pelo voz do Gilberto Gil que gravou “Zumbi, A Felicidade Guerreira” que
virou hino da abolição.
Além de Sinhá Moça, duas outras personagens
femininas se destacaram na novela. A primeira foi Ana do Véu, uma jovem que por causa de uma promessa da mãe começa a trama usando um véu lhe cobrindo o rosto. Alguns capítulos
depois ela revela para a sociedade seu
rosto, e nós presenteados com a bela Patrícia
Pillar, interprete do personagem. Ana do Véu ganhou como tema um
clássico interpretado por ninguém menos
que a saudosa Clara Nunes, “Ai Quem me Dera”.
Luciana
Braga também teve um grande destaque em Sinhá Moça dando
vida a personagem Juliana. Como tema para acompanhar sua luta e paixão por
Rafael (Raimundo de Sousa), ela ganhou “Depois
da Primeira Vez” do Toninho Negreiro
como tema.
Rafael,
o par romântico de Juliana, interpretado de uma forma visceral por Raymundo de Sousa ganhou como tema a
música “Minha Aldeia” na voz do Sérgio Souto.
Rodolfo foi um dos personagens de maior
destaque do Marcos Paulo na tv. Pela
interpretação foi agraciado com o prêmio de melhor ator em Montreaux na Suiça. Como tema de Rodolfo, um
abolicionista e sonhador, “Companheiros”
na voz de Denise Emmer.
Para o tema de amor de Rodolfo e Sinhá Moça,
entrou Altay Veloso com sua voz e
interpretação inconfundível em “Oração
dos Matagais”. Uma das faixas mais belas do disco.
O Temido, feroz, forte, dominador e
insensível Barão de Araruna foi outro grande momento do saudoso Rubens de Falco em produções desse
gênero. Para acompanhar um personagem tão forte e marcante, só um tema à altura.
Assim o algoz de Sinhá Moça ganhou “Na Ribeira deste Rio” na voz do Dori Caymmi.
Alguns temas se imortalizaram em nossa
memória tal qual os personagens que acompanharam na trama – Como “Papo de Passarim” do Cláudio Nucci e Zé Renato, tema do
personagem Mário, vivido pelo Tarcísio
Meira; “Amor de Papel” do Vicente Barreto, tema da Adelaide,
personagem vivida pela Solange Couto;
“Camará” do Walter Queiroz, tema do Justino (Antônio Pompeo) e “Aventureiro” do Antônio Carlos e Jocafi, tema do Ricardo, vivido pelo Daniel Dantas.
Para a bela abertura foi selecionada a
música “Pra Não Mas Voltar”,
composição da cantora Maysa e
imortalizada em Sinhá
Moça na voz da Fafá de Belém.
E o post fecha com “Ginga Angola” do Roberto
Ribeiro que era usado como tema
geral da trama.
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
Vídeos:
You Tube
É uma pena que a Globo não tenha lançado as músicas instrumentais, de mistério, etc.
ResponderExcluirEra muito boas!!
Pois é, a parte instrumental, de mistério era super interessante, provavelmente composições de Egberto Gismonti (e com Naná Vasconcelos)
ExcluirNa verdade os trilheiros foram Waltel Branco, Márcio Pereira, Ted Moreno e Geraldo Vespar, além de algumas músicas de Dori Caymmi.
ExcluirSería ótimo se fizerem essas músicas, que me referi no outro comentário.
ResponderExcluirSó uma ressalva. Não é Lucélia Campos na capa da trilha sonora e sim a modelo Juana Garibaldi Carvalho.
ResponderExcluirCerteza amigo ?? É tão nítido que é a Lucélia SANTOS !!!
ResponderExcluirCerteza Evaldiano. Não é não. Se tiver o disco vai ver o nome da modelo.
ExcluirMil desculpas. Acabei de comprar a trilha de SINHÁ MOÇA , em um sebo, e realmente a modelo na capa do disco é Juana Garibaldi Carvalho e não a Lucelia Santos. Reza a lenda que a Lucélia teria ficado doente na época das fotos para o LP. Enfim mais um dos mistérios da nossa teledramaturgia.
ExcluirGostaria de saber o nome da música que toca pro Justo e pra Nhá Balbina, alguém pode me ajudar?
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