Treze dias Longe do Sol além
da tragédia urbana literal com a queda do prédio, mostra também a tragédia
psicológica de cada personagem envolvido no drama, revelando seus desvios de
caráter, fraquezas e sentimentos que só uma situação dessas expõe.
O Casal de autores Elena Soares e Luciano Moura, com experiências no cinema e em
algumas séries da Globo, mostram na
série toda essa experiência em detalhes
do texto, sem nenhum desperdício de palavra ou sequências, onde tudo é primordial para o entender e desenrolar
da história.
O elenco foi primordial para o sucesso e
credibilidade da série. Selton Mello
brilhou, como sempre, na pele do
engenheiro Saulo, que passou todo o tempo soterrado repensando seus valores e se sentenciando no final se recusando a sair
dos escombros.
Carolina
Dieckmann, na pele da Marion Rupp, foi outro destaque, com um interpretação mais
serena e contida, e que no decorrer da série em meio aos escombros resolve
todos os seus problemas com seu grande amor, revelando ainda o filho que eles
tiveram e ela escondera.
O elenco de nordestinos que
representavam os peões da obra foi de uma entrega impressionante. Anotem esses
nomes, que entre outros, prometem: Arlindo Lopes (Benê) e Démick Lopes (Zica).
Mas dois atores fizeram de Treze Dias Longe do
Sol um
palco : Déborah Bloch e Fabrício
Boliveira. Com um trabalho impecável, Déborah que brinca de se transformar em
tudo que interpreta, fez a vilã Gilda maravilhosa na medida certa, mesclando suas
calhordices com a preocupação com o pai velhinho. Um contraste
criado pelos autores para humaniza-la, e a Gilda não ser uma simples vilã promiscua.
Treze Dias Longe do Sol é
um projeto ousadíssimo, onde a Globo
não fez economias, recriou com maestria e credibilidade grandes
cenários, apostou em figurinos e mostrou uma série digna das grandes emissoras
americanas, que entra para o hall das boas produções do ano de
2018.
Fonte:
Texto:
Evaldiano de Sousa
Comentários
Postar um comentário