Quando a Globo anuncia uma novela regionalista uma das minhas primeiras
preocupações é o sotaque que será seguido por toda a trama. Nos casos das
clássicas apresentadas na década de 80 e 90 com realismo fantástico, um sotaque
mais caricato é até aceitável, mas Segundo Sol, uma trama urbana que se passa nos centros históricos de
Salvador, um sotaque crível é quase que
um personagem da trama e muito importante para o bom andamento da história.
Mas nesse quesito a trama do João Emanuel Carneiro não ficou devendo
em nada. Desde os primeiros capítulos o
sotaque dos personagens impressionou e ficou nítida a grande
preocupação da direção com esse
detalhe.
Personagens como Beto (Emilio Dantas), Cacau (Fabíula Nascimento) e toda a família Falcão, estão com sotaque perfeitos, como se seus intérpretes tivessem realmente
nascido na Bahia.
Ai veio a segunda fase , e personagens como Ícaro (Chay Suede) e
Valetin (Danilo Mesquita) impressionam pelo sotaque e gírias baianas. Até Letícia Colin, que achei muito fake em suas primeiras falas com a esfuziante
Rosa, parece que no decorrer dos capítulos
entrou no tom e hoje é uma das mais “baianas” da trama.
É muito bom ver essa aura baiana
impregnada no horário nobre deixando a trama ainda mais crível. Isso
mostra a importância que a direção dá aos telespectadores,
diferentemente do que acontecera em outras tramas que se passaram em outros
estados e que ficaram devendo em muito nos sotaques que caracterizavam os
nativos e no situavam nas locações, o caso
de Sonho Meu (1993), que se passava em Curitiba, ou Tropicaliente
(1994), que tinha suas principais locações
em Fortaleza no Ceará.
Fonte:
Texto :
Evaldiano de Sousa
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