O Tempo não Para estar
chegando em sua reta final, e infelizmente a trama inovadora muito interessante
em sua primeira metade,  virou  um carrossel de acontecimentos  na fase final, girou em círculos e cansou o
telespectador. 
        Foi uma pena mesmo, acho que o Mário Teixeira  usou muita história no início e ficou sem
entrechos para o final, ai foi inevitável a “barriga” e o vai e vem dos acontecimentos.
        Mais isso não prejudicou  em nenhum momento  os bons destaques do elenco da trama.  Nomes consagrados como Christiane Torloni e Milton Gonçalves  se mostraram em personagens solares
totalmente entregues a trama; Edson
Celulari e Juliana Paiva, como Dom Sabino e Marocas, foram recompensados
pela figuração de luxo que fizeram em A Força do Querer (2017).  
        Abaixo 10 destaques do elenco  da trama: 
Marocas  / Juliana
Paiva 
        A Congelada mais famosa da história da
teledramaturgia nacional conquistou o grande público com seus “Deverás”
e “De
certo que Sim!” , além do talento e trabalho impecável da sua
intérprete. A Marocas foi sem dúvidas uma grande compensação para a Juliana Paiva,  depois de amargar a personagem orelha em A Força do Querer,
onde sua  única função era escutar a
personagem Ivana, vivida pela Carol
Duarte.  A Marocas mostrou uma Juliana Paiva serena pronta realmente
para viver uma protagonista, apagando também  a Lili de Além do Horizonte (2013),
outra personagem nada relevante em seu currículo. Até então a Juliana só havia
se destacado quando o papel lhe pediu humor – lembram da Fatinha da Malhação (2014) ou a Cassandra de Totalmente Demais (2015)? Enfim O Tempo não Para mostrou
que a Juliana é uma atriz completa capaz de transformar uma mocinha do século
passado em uma grande personagem. 
Dom Sabino / Edson Celulari 
        Edson
Celulari é outro sobrevivente dos esquecidos de Glória Perez  em  A Força do Querer e
o Dom Sabino se tornou ainda mais espetacular mostrando o quanto o ator foi
injustiçado na trama da Glória. Dom Sabino tinha um perfil chato, afinal de
contas, era um personagem centenário que aos poucos iria se adaptando a sua
nova realidade – Mas a empatia do Edson à frente do personagem foi crucial para
que o personagem “pegasse” e se transformasse em um dos melhores da trama. 
Samuca /  Nicolas
Prattes 
        Nicolas
Prattes foi outro ator que ganhou um novo status na carreira depois de O Tempo Não Para.
Em uma carreira ascendente, o Samuca  é
seu primeiro protagonista oficial e o ator 
segurou-o com umas e dentes, mostrando uma interpretação segura e  a maturidade do seu trabalho pós astro teen da
Malhação.
Carmem / Christiane Torloni 
        A
Carmem foi outra personagem da trama que não prometia muito mas que o decorrer
dos capítulos mostrou  sua importância.
Mesclando entre humor e o drama, a personagem solar mostrou uma Christiane Torloni livre,  passando a impressão que estava começando a carreira,
devido a tamanha garra em que a 
incorpora. Muito bom ver  uma
grande atriz dando tudo de si para uma personagem simples, e que ao mesmo tempo
por causa dessa simplicidade precisa da dedicação total para funcionar em cena.
Ou seja, precisa de uma atriz segura para ter o discernimento de como dar vida
a uma  personagem tão crível.  A Dobradinha com Edson Celulari e a química como o Nicolas Prattes são outros fatores importantes para esse sucesso. 
Eliseo / Milton Gonçalves 
        Como o cortês e bondoso Eliseo, na trama de O Tempo não Para, Milton Gonçalves mostra que é acima de tudo um ator
multifacetado, se renovando a cada novo personagem sem se deixar encantar pela
fama e sucesso que já lhe pertence devido os vários anos dedicados as artes.
        O Eliseo  foi usado por Mário Teixeira como um 
referencial  de comparação dentro
de O Tempo não Para.
Dom Sabino mesmo de outro século, foi o primeiro a se indiginar ao ver um negro
– dito nos dias atuais -  igual aos
outros em quaisquer situações – ainda arrastando um carro de lixo reciclável,
como um cavalo, ou um escravo. Assim com sutileza e sem didatismos a trama
tocou em assuntos pertinentes como o racismo ou má distribuição de rendas.  A Simplicidade e o irretocável
profissionalismo do Milton fez do Eliseo um personagem riquíssimo e
importantíssimo para a novela. 
Paulina / Carol Macedo 
        Anotem esse nome – Carol Macedo – A Paulina na trama. A Atriz sempre  se destaca 
mesmo em personagens pequenos. Foi assim em Fina Estampa
(2011) com a Sol do Recanto  e  a K2 de Malhação – Viva a Diferença (2017). Com a Paulina,   novamente mostra o seu talento de fazer
personagens crescerem. A atriz com a 
segurança que poucas iniciantes tem 
divide  grandes cenas  com ninguém menos que Milton Gonçalves. 
Elmo e Miss Celine / Felipe Simas e Maria Eduarda Carvalho 
        Um casal que pegou  fogo e esbanjou química na trama sem
dúvidas  foi o Sr. Elmo e Miss Celine. Felipe Simas e Maria Eduarda Carvalho
foram responsáveis pelas melhores cenas de humor da trama mostrando uma nova
faceta do talento de cada um,  até então
não explorada pelo Felipe Simas,  e  no
caso da Maria Eduarda,  apenas no seriado
Brasil  a Bordo no início do ano. 
Zelda Larocque / Adriane Galisteu 
         Esses três próximos personagens deixei
propositalmente por último por   que,  embora 
tenham sido  personagens interessantes
inicialmente, o roteiro acabou “limando” 
suas aparições ou entrechos, porém o conjunto da obra valeu a pena. 
        Adriane
Galisteu lutou  para conseguir e
estreou  na Globo como atriz vivendo  a
Zelda Larocque. Logo em suas primeiras cenas  mostrou que estava preparada e protagonizou
bons momentos à trama, porém  não sei se
o roteiro ou os rumos que a trama tomou da sua metade em diante  a Zelda,  que era o braço direito da Bettina, personagem
da Cléo, grande vilã da trama,
acabou sendo posta de lado e jogada em um núcleo menor. Uma pena, mas nem isso
tirou o brilho da  estreia da Adriane que
mostrou está prontíssima para novos desafios. 
Emílio e Lucio / João Baldasserini 
        João
Baldasserini amargou um personagem totalmente sem empatia e nexo dentro da
trama. Um vilão que até hoje não sei se era para ser caricato, cômico ou se
apenas um equívoco dentro de outros erros. Ai veio a morte do personagem e o
surgimento de um irmão gêmeo do Emílio, o inicialmente bom moço Lúcio. O
Personagem com outro visual até agradou no início mais a repetição de
acontecimentos da novela acabou novamente descaracterizando o  bom personagem. Lúcio seguiu o mesmo caminho
do Emílio – fingiu ser bonzinho, fez amizade com Samuca e Marocas, investiu na
empresa, roubou a empresa  ... enfim
tudo  o que exatamente o  Emílio havia feito. Se era para repetir  para que matar o  Emílio? Mas vale citar o bom desempenho do
João à frente dos gêmeos, fez o que pode e o que estava ao seu alcance  para salvar ambos os personagens. 
Bettina  / Cléo
        Quando vi as primeiras chamadas de O Tempo não Para com a Bettina de vilã da trama, imaginei o mesmo do
sempre. Cléo agora sem o “Pires” da mãe, fazendo caras e
bocas  numa vilã desiquilibrada.
Felizmente a Bettina da primeira metade da trama me surpreendeu, tinha sim toda
a interpretação sensual,  marca registrada
da Cléo,  mas com um perfil muito interessante
e cheio de possibilidades para entrechos. Talvez se a Bettina tivesse sido
mantida no perfil da primeira metade   o elogio para a Cléo seria 100%, mas infelizmente novamente os  vários giros que a trama deu em volta dos mesmos
entrechos transformaram a Bettina numa vilã chata, e repetitiva, o que restou
para intérprete  apenas mais um show de
caras e bocas sensuais. 
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Fonte:
Texto : Evaldiano de
Sousa 
















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