40 anos da trama
esquecível do Lauro César Muniz que
criticou as multinacionais, falou de eutanásia e terminou com o suicídio da
protagonista
Hoje o post vai relembrar uma trama
complexa, aquelas que até a Globo
faz questão de esquecer – Os Gigantes – trama
do autor Lauro César Muniz, protagonizada por Dina Sfat, Tarcísio Meira e Francisco Cuoco, que completou 40 anos de estreia.
A eutanásia era pela primeira vez abordada em uma novela como
entrecho folhetinesco, levando o público ao questionamento e
discussão sob o ponto de vista científico ético e religioso. A novela começou
falando de doença, dor, hospital, tensão, passou por aborto, brigas familiares
processos e culminou com o suicídio da protagonista. Nada mais
desinteressante e baixo astral para uma trama.
Assim Os Gigantes foi taxada
de depressiva e acabou se tornando um fardo para o autor, diretores e a
própria Globo. Lauro César foi levado à exaustão e não terminou a
trama, foi demitido antes do seu término, e contratado pela Tv Bandeirantes. Dina Sfat foi a imprensa manifestar
publicamente seu descontentamento com a destino da personagem, e enfim, a
atrama foi finalizada por um autor desconhecido, totalmente diferente da
sinopse original.
Na trama , Dina
Sfat deu vida a jornalista
Paloma que, depois
de um longo período fora do país trabalhando como correspondente internacional,
volta à pequena cidade de Pilar, sua terra natal, onde é herdeira da fazenda
Fênix, a mais próspera da região. Seu retorno é para tratar de problemas
familiares. Após uma cirurgia no
cérebro, Fred (Roberto de Cleto), irmão gêmeo de Paloma, em coma profundo no
hospital, sobrevive com o auxílio de aparelhos. Angustiada ao ver o irmão
naquele estado, Paloma desliga um aparelho ocasionando sua morte. A jornalista
é então acusada de cometer eutanásia e enfrenta uma batalha judicial com a
cunhada, Veridiana (Susana Vieira).
Enquanto isso, Paloma reencontra dois amigos de infância,
que lutarão pelo seu amor, os fazendeiros Fernando Lucas (Tarcísio Meira), dono
da fazenda São Lucas e de uma companhia de laticínios, passando por uma má fase
em seu casamento com Vânia (Joana Fomm); e o médico Chico Rubião (Francisco
Cuoco), dono da deficitária fazenda Pelourinho, que rompe seu noivado com a
apaixonada Helena (Vera Fischer).
A denúncia de eutanásia contra Paloma ganha repercussão
nacional. O jovem repórter Polaco (Lauro Corona) chega a Pilar diretamente do
Rio de Janeiro para cobrir o caso. Ele vem acompanhado da namorada Renata
(Lídia Brondi), uma veterinária que faz amizade com Paloma e acaba apaixonada
por Fernando Lucas.
Quem viveria a Paloma de Os Gigantes seria Eva Wilma,
estrela da Tv Tupi, que finalmente estrearia na Globo.
Porém com o adiamento de Os Gigantes, que
na verdade estrearia depois de Dancin´Days (1978),
Eva acabou ficando na Tupi por mais um ano e Dina Sfat foi
“presenteada” com a Paloma da trama, quando a novela estreou substituindo Pai Herói (1979).
Além de toda a barra pesada envolta da
eutanásia e outras abordagens, outro
problema enfrentado pela produção foi o ataque às multinacionais que a história
desenvolvia, que claro, não foi bem aceito pela emissora, que não percebeu isso
nas entrelinhas da sinopse. Desta vez a
pressão não vinha do Governo e sim dos
empresários. Na trama, a fictícia
multinacional criticada chamava-se Eltsen, que tentava se instalar em Pilar.
Curiosamente lida de trás para frente , Eltsen fica Nestlé, e a francesa multinacional foi uma das que mais pressionou a Globo sobre o fato.
A novela
ainda insinuou uma relação homossexual entre Paloma e Renata (Lídia
Brondi), que acabou não acontecendo, certamente por receio da Globo
a ter mais um ingrediente para a
rejeição à trama.
Nem os dois maiores astros de tv na
época dividindo o protagonismo, Tarcísio Meira e Francisco Cuoco, foram capazes de salvar a trama da total falta de
empatia junto ao público.
Os Gigantes serviu
de experimentação para novos recursos técnicos adquiridos pela Globo naquele final de década. Uma
câmera portátil, que permitia enquadramentos diferentes dos tradicionalmente
usados em televisão facilitava a tomada
de imagens próximas às do cinema, era a tática do diretor Régis Cardoso para captar ao máximo as expressões dos atores. O
Equipamento inclusive foi apelidado de “Paloma”, a personagem da Dina Sfat, por estar sempre nas mãos do
diretor em busca do ângulo perfeito. A
Equipe de sonoplastia, coordenada pelo maestro Guerra Peixe, montou um
estúdio especial para realçar os sons e utilizou ruídos para identificar os ambientes,
um técnica cinematográfica até então
inédita na tv.
Já na abertura da trama o público tinha uma ideia do que lhe
esperava. No vídeo uma pomba branca voava dando lugar a imagens dos protagonistas Dina Sfat, Tarcísio Meira
e Francisco Cuoco em closes com
expressão de preocupação. Em outra seção Dina Sfat era mostrada em plano aberto fazendo movimentos
com os braços. Tudo isso ao som da música “Horizonte Aberto” na voz do cantor Sergio Mendes com participação especial de Gracinha
Leporace.
Em Os Gigantes, Maria
Adelaide Amaral estreou como roteirista de TV. A Autora escreveu apenas 18
capítulos da trama. Ela assumiu a novela depois da saída de Lauro César Muniz, mas não chegou a
termina-la. O último capítulo foi
escrito por Walther George Durst. Maria Adelaide sequer conta Os Gigantes como experiência em sua trajetória.
No mínimo uma novela angustiante, Os Gigantes até
hoje nunca foi reprisada e pouquíssima vezes vemos
cenas da trama nos programas de memória da teledramaturgia nacional. A trama entrou para o hall das esquecíveis da
Globo – Como OAmor é Nosso (1981), Bang Bang (2005) e TemposModernos (2010).
Ficha Técnica:
Novela do autor Lauro César Muniz
Direção Geral : Régis Cardoso e Jardel Mello
Elenco:
DINA SFAT – Paloma
Gurgel / Fred
FRANCISCO CUOCO – Chico Rubião
TARCÍSIO MEIRA – Fernando Lucas
SUSANA VIEIRA – Veridiana Rossi Gurgel
JOANA FOMM – Vânia Lucas
VERA FISCHER – Helena Porto
MÁRIO LAGO – Antônio Lucas
LAURO CORONA – Polaco
LÍDIA BRONDI – Renata Garcia
CASTRO GONZAGA – Amadeu Rossi
FLORA GENI – Ivone Rossi
ROBERTO DE CLETO – Frederico Gurgel
MIRIAN PIRES – Eulália Gurgel
NORAH FONTES – Matilde Rubião
ROGÉRIO FRÓES – Dr. Osvaldo
DENNY PERRIER – Murilo Prata
CARLOS GREGÓRIO – Padre Justino
JONAS MELLO – Delegado Victor
PERRY SALLES – Novak
ÊNIO SANTOS – Milton
SOLANGE THEODORO – Cristina Oliveira
FÁBIO MÁSSIMO – Ciro Lucas
MAYARA NORBIN – Ana Campos Melo
ROFRAN FERNANDES – Jaime Campos Melo
LÚCIA ALVES – Maria Lúcia Jardim
CLEYDE BLOTA – Selma Garcia
ÁTILA IÓRIO – Pedro Oliveira
ESTHER MELLINGER – Maria Oliveira
MILTON VILLAR – José Oliveira
IVAN DE ALMEIDA – Eugênio Silva
JUCILÉIA TELLES – Teresa Silva
MARCOS WAIMBERG – Salvador
BORGES DE BARROS – Onofre
ANA MARIA SAGRES – Creusa
NARDEL RAMOS – Cabo
LÍLIAN FERNANDES – Marli
AGUINALDO ROCHA – Aníbal
GILDA SARMENTO – Carminha
WALDIR SANTANA – radialista
as crianças
JOÃO BATISTA VIEIRA – Fred (criança)
MONIQUE CURY – Paloma (criança)
MAURÍCIO M. QUINTAS – Chico (criança)
LUÍS FELIPE DE LIMA – Fernando (criança)
e
ARDUÍNO COLASSANTI – conde
CLÉA SIMÕES
FRANCISCO MORENO – juiz
HEMÍLCIO FRÓES
HENRIQUE CÉSAR
LÍGIA RINELLI
LOUREIRO NETO – médico da equipe que cuida de Fred
LUÍS ORIONI – Dalmo
OTÁVIO AUGUSTO – promotor
PÁDUA MOREIRA
ROGACIANO DE FREITAS – Dr. Atiê (médico da equipe que cuida de Fred)
FRANCISCO CUOCO – Chico Rubião
TARCÍSIO MEIRA – Fernando Lucas
SUSANA VIEIRA – Veridiana Rossi Gurgel
JOANA FOMM – Vânia Lucas
VERA FISCHER – Helena Porto
MÁRIO LAGO – Antônio Lucas
LAURO CORONA – Polaco
LÍDIA BRONDI – Renata Garcia
CASTRO GONZAGA – Amadeu Rossi
FLORA GENI – Ivone Rossi
ROBERTO DE CLETO – Frederico Gurgel
MIRIAN PIRES – Eulália Gurgel
NORAH FONTES – Matilde Rubião
ROGÉRIO FRÓES – Dr. Osvaldo
DENNY PERRIER – Murilo Prata
CARLOS GREGÓRIO – Padre Justino
JONAS MELLO – Delegado Victor
PERRY SALLES – Novak
ÊNIO SANTOS – Milton
SOLANGE THEODORO – Cristina Oliveira
FÁBIO MÁSSIMO – Ciro Lucas
MAYARA NORBIN – Ana Campos Melo
ROFRAN FERNANDES – Jaime Campos Melo
LÚCIA ALVES – Maria Lúcia Jardim
CLEYDE BLOTA – Selma Garcia
ÁTILA IÓRIO – Pedro Oliveira
ESTHER MELLINGER – Maria Oliveira
MILTON VILLAR – José Oliveira
IVAN DE ALMEIDA – Eugênio Silva
JUCILÉIA TELLES – Teresa Silva
MARCOS WAIMBERG – Salvador
BORGES DE BARROS – Onofre
ANA MARIA SAGRES – Creusa
NARDEL RAMOS – Cabo
LÍLIAN FERNANDES – Marli
AGUINALDO ROCHA – Aníbal
GILDA SARMENTO – Carminha
WALDIR SANTANA – radialista
as crianças
JOÃO BATISTA VIEIRA – Fred (criança)
MONIQUE CURY – Paloma (criança)
MAURÍCIO M. QUINTAS – Chico (criança)
LUÍS FELIPE DE LIMA – Fernando (criança)
e
ARDUÍNO COLASSANTI – conde
CLÉA SIMÕES
FRANCISCO MORENO – juiz
HEMÍLCIO FRÓES
HENRIQUE CÉSAR
LÍGIA RINELLI
LOUREIRO NETO – médico da equipe que cuida de Fred
LUÍS ORIONI – Dalmo
OTÁVIO AUGUSTO – promotor
PÁDUA MOREIRA
ROGACIANO DE FREITAS – Dr. Atiê (médico da equipe que cuida de Fred)
Exibição: 20 de Agosto de 1979 à 02 de Fevereiro de
1980
Capítulos: 147
Veja Também :
Aberturas Inesquecíveis -OS GIGANTES (1979) |
Meus Personagens Favoritos da Dina Sfat |
Novelas Inesquecíveis - Kananga do Japão (1989) |
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Fonte:
Texto :Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br www.memoriaglobo.com.br
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