A Viagem , Mulheres de Areia, Ti Ti Ti , Anjo Mau e Escrava Isaura
Com o retorno da segunda versão de Selva de Pedra no Viva em agosto e a próxima novela das seis - Éramos Seis - os remakes voltaram a virar assunto entre os noveleiros de plantão.
Remake – que no inglês quer dizer
“Refazer” - na verdade é a
refilmagem e regravação de filmes,
novelas e/ou seriados ou outras produções do gênero, que já foram apresentadas
anteriormente e voltam com ou não uma
nova leitura.
Aqui no Brasil o remake de novelas
sempre é um assunto muito comentado, o telespectador
quando ouve falar que um remake está em produção já começa a especulação, comparações,
curiosidade para saber quem vai fazer aquele personagem imortalizado por um
outro ator, enfim é um chamariz a mais.
Da mesma maneira que um remake pode
chamar público para uma produção, não deixa de ser uma estrada de mão dupla, e
essas comparações constantes com a obra anterior pode ser muito prejudicial a trama atual.
Várias emissoras já produziram remakes
que marcaram uma época e outros que praticamente passaram em branco, com base nisso o e10blog vai editar 2 post´s citando os 10 remakes
que mais gostou e que marcaram o
ano em que foram apresentados.
Dividi o post em 2 partes, vamos a parte
1, que tem AViagem , Mulheres de Areia, Ti Ti Ti , Anjo Mau e Escrava Isaura.
A Viagem (Tupi/1975 e Globo/1994)
O Remake de A Viagem exibido pela Globo
em 1994 foi um fenômeno e uma espécie de
despedida da autora Ivani Ribeiro em
grande estilo. A Ivani morreu em julho de 1995 um ano depois da exibição.
A primeira versão, apresentada pela Tupi também foi um marco para a
emissora. A novela tratou da vida após a
morte, baseando-se no Espiritismo, a filosofia de Allan Kardec (1804-1869). A autora usou
de sua história e personagens para apresentar detalhes da doutrina kardecista.
Foram levantadas todas as dimensões da crença, desde o preconceito dos leigos
até estudos científicos. Também a comunicação entre vivos e mortos por meio de
mediunidade, espíritos encarnados e desencarnados, possessões,
crendices populares, etc.
No remake Christiane Torloni, Antônio Fagundes,
Maurício Mattar, Andréa Beltrão e Guilherme Fontes viveram os personagens
que foram originalmente interpretados na Tupi
por Eva Wilma, Altair Lima, Tony Ramos,
Elaine Cristina e Ewerton de Castro – correspondentes a Dinah, Cesar/Otávio Jordão, Téo, Lisa e Alexandre.
Mulheres de Areia (Tupi/1973 e Globo/1993)
Um ano antes de A Viagem, outro remake da Ivani Ribeiro parou o país, que
acompanhou a histórias das gêmeas mais famosas da teledramaturgia nacional –
Ruth e Raquel. A Novela originalmente foi
produzida em 1973, também pela Tupi
com a Eva Wilma vivendo as
gêmeas. Para escrever Mulheres de Areia, Ivani Ribeiro
baseou-se em uma antiga radionovela de sua autoria, As Noivas Morrem no Mar, de 1965, com Maria Fernanda emprestando a voz
(afinal era rádio). A radionovela, por sua vez, foi inspirada no filme Uma Vida Roubada (Stolen Life,
1946, de Curtis Bernhardt, com Bette
Davis no papel das gêmeas), que trazia praticamente a mesma história até o
ponto em que acontece o acidente no mar e a irmã sobrevivente ocupa a vida da
falecida. Para render uma novela de televisão, Ivani deu continuidade à trama
com um gancho irresistível: uma das gêmeas não morreu e prepara uma vingança
contra a irmã que lhe tomou seu lugar – ou, que lhe roubou a vida, como sugere
o título do filme original.
Eva Wilma e Glória Pires, que defenderam as protagonistas em cada versão,
foram alçadas ao posto de grande estrela
e agraciadas com vários prêmios de
melhor atriz dos respectivos anos em que
as novelas foram apresentadas.
Curiosamente os
mesmos personagens de cada versão foram destaques da trama e caíram na graça do
grande público: Gianfrancesco Guarnieri/MarcosFrota interpretando Tonho da Lua em
1973 e 1993 respectivamente; Lucy
Meirelles/Laura Cardoso como Isaura, a mãe das gêmeas; Maria Isabel de Lizandra e Antônio Fagundes/Viviane Pasmanter/HumbertoMartins, como Malu e Alaor, um casal marginal à história central que
despertou interesse. Na versão de 1973 eles
tiveram tanta empatia junto ao público que os atores foram escalados para protagonizar a
próxima produção da Tupi, O Machão.
A aceitação do
remake de Mulheres de Areia pelo público foi tanta que a novela
registrou uma média final de audiência de 50 pontos no Ibope da Grande São
Paulo, um fenômeno para a época. Dava mais audiência que a novela das sete
contemporânea, O Mapa da Mina. Cogitou-se inclusive a transferência de
horário das 18 para as 19 horas, já que O Mapa da Mina passou por vários
problemas de produção.
Ti Ti Ti (Globo 1985 e 2010)
Ti Ti Ti, remake escrito pela Maria Adelaide Amaral e Vicent Villari, baseado no original do Cassiano Gabus Mendes, foi sem dúvidas
o de maior sucesso dos anos 2010. Na carona dele, a Globo
produziu uma enxurrada de remakes naquela década que infelizmente fracassaram
como Guerra dosSexos (2012), O Rebu (2014)
Saramandaia (2013) entre outros.
Ti Ti Ti, o remake, na verdade juntou duas tramas
do Cassiano, além de Ti Ti Ti, os
autores pegaram a trama central de
outro sucesso do autor - Plumas e Paetês (1980), e pela
primeira vez um remake ultrapassou, em termos de sucesso e repercussão sua
original.
A Dupla Jacques L´Clair e Victor
Valentin, imortalizados por Reginaldo Faria e Luiz Gustavo na primeira versão, ganhou um novo status com a
interpretação irrepreensível do AlexandreBorges e Murilo Benício.
Claudia Raia que deu vida a Jacqueline,
novamente roubou a cena com sua exuberância cênica, e também deu um novo charme
e fôlego a personagem que já era um espetáculo na versão de 85 com a
inesquecível e saudosa Sandra Bréa.
Christiane Torloni viveu em Ti Ti Ti ,
a
terceira personagem vivida pela Eva Wilma na versão original. Ela foi
Jô Penteado de A Gata Comeu (1985)
, a Diná de A Viagem (1994),
e Rebeca que a Eva Wilma defendeu
em Plumas e Paetês (1980).
Malu Mader foi um dos destaques teen da
primeira versão como a espevitada
Walkíria, filha do Jacques L´clair. A Atriz voltou na versão de 2010, agora com
a Suzana, ex-mulher do Victor Valentin.
Anjo Mau (Globo – 1976 e 1997)
Maria
Adelaide Amaral é a mestra dos remakes e adaptações mesmo. Antes do sucesso
de Ti Ti Ti , a autora já havia escrito o remake de outro
clássico do Cassiano Gabus Mendes – Anjo Mau no ar originalmente em 1976 e apresentada em forma de
remake em 1997, no horário das seis. Anjo Mau foi a primeira novela de Cassiano Gabus Mendes na Globo, criando um modelo ideal para o
horário, além de lançar o seu estilo perpetuado nos trabalhos seguintes, sempre
com sua marca indefectível: charme, beleza, leves requintes de comédia, folhetim
e bom gosto.
Maria Adelaide Amaral foi perita ao adaptar
a trama com o mesmo nível que a original, que consagrou Susana Vieira e , mais de 20 anos depois foi a vez de Glória Pires imortalizar a Nice.
A Versão
original foi um grande sucesso que conquistou recorde de
audiência no horário na exibição do último capítulo, em que Nice, que estava
grávida de Rodrigo (José Wilker), morre ao dar à luz. Há controvérsias (o
próprio Cassiano teria negado), mas especula-se que a morte de Nice teria sido uma
imposição da censura do Regime Militar da época, que alertava que a
protagonista era um mau exemplo e não via com bons olhos os métodos nada
ortodoxos da babá para conquistar ascensão social.
O público,
que
se apaixonou pela babá do mau, só
pode ver o final feliz dela com Rodrigo, no remake, quando a autora salvou a
protagonista no último capítulo.
Susana Vieira, apesar de estar no ar na
novela das oito contemporânea, Por Amor,
fez uma participação especial afetiva no último capítulo de Anjo Mau, como a nova babá contratada pelos
Medeiros.
Escrava Isaura (Globo/1976 e RecordTv/2004)
Com Escrava Isaura, adaptação do Gilberto Braga, baseado no
romance homônimo de Bernardo Guimaraes, a história das
telenovelas virava uma página importante. A novela, que fala da liberdade,
tornou-se um grande sucesso internacional da televisão brasileira. E
transformou Lucélia Santos em
estrela internacional, já em seu primeiro trabalho em televisão.
O
Remake produzido pela RecordTv em
2004 seguiu a mesma linha que o original, e como ele a emissora, após a malsucedida
experiência com Metamorphoses,
deixava de terceirizar a produção e reativava para valer o seu núcleo de
dramaturgia, investindo pesado em contratações de elenco e profissionais da
Globo, na tentativa de não somente tirar o segundo lugar no Ibope do SBT (o que conseguiu) como também enfrentar
de igual para igual a Globo, dando
início a um período de aquecimento no mercado e maior pulverização da
audiência.
Com o
mesmo diretor da original, Herval Hossano, a história da escrava branca conquistou um
novo público e foi sucesso novamente. BiancaRinaldi , até então estrela das adaptações mexicanas do SBT, ganhou um novo status em sua
carreira ao imortalizar a nova versão da Isaura, sendo muito elogiada pela
crítica por sua interpretação.
Rubens de Falco – conhecido no mundo
todo como o vilão Leôncio da primeira versão de Escrava Isaura – voltou
neste remake. O ator interpretou o Comendador Almeida, pai de
Leôncio. Ele e Norma Blum foram os
únicos atores nas duas versões da novela.
A Escrava Isaura é
a novela mais reprisada da RecordTv,
sempre com bom resultado na audiência. Voltou menos de sete meses após a
exibição original: entre 15/11/2005 e 10/06/2006, às 22 horas, em 175
capítulos. Oito meses após o término da primeira reprise, a
emissora levou ao ar uma nova reapresentação da novela, entre 29/01 e
13/07/2007, às 14h30. O canal de TV paga Fox Life exibiu A Escrava Isaura entre
06/10/2014 e 25/05/2015. A terceira
reprise da novela (totalizando quatro
com a do Fox Life) ocorreu entre
09/01 e 24/07/2017, às 19h30, após o término da exibição inédita de Escrava-Mãe, pegando carona no sucesso, com boa
repercussão e audiência acima dos dois dígitos.
Veja Também:
Novelas Inesquecíveis - A Viagem (1994) |
Trilha Sonora Eterna - A Viagem Nacional (1994) |
Novelas Inesquecíveis - Mulheres de Areia (1993) |
Trilha Sonora Eterna - Mulheres de Areia Nacional (1993) |
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Novelas Inesquecíveis - Ti Ti Ti (2010) |
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Novelas Inesquecíveis - Escrava Isaura (1976) |
Novelas Inesquecíveis - A Escrava Isaura (2004) |
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br
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