E a última fatia de A Dona do Pedaço foi servida nesta sexta (22.11), a Globo apresentou o último capítulo de
mais uma trama do Walcyr Carrasco que terminou
marcada por um show de desserviços emoldurado por um texto raso, final
apoteótico da vilã Josiane (Ágatha Moreira)
e audiência nas alturas.
Sem muitos entrechos ou surpresas para o capítulo final, o grande destaque
mesmo ficou por conta da revelação da farsa da Josiane, que matou Régis
(Reynaldo Gianechinni) e se mostrou possuída. O Walcyr prometeu e entregou um
final apoteótico mesmo, disso ninguém vai poder reclamar, a Josiane entrou para
o hall das grandes vilãs da teledramaturgia.
No mais, A Dona do Pedaço foi apenas uma
máquina de captar audiência e merchandising, sem dar a menor importância para um texto no
mínimo coerente e sempre utilizando de entrechos
tão fáceis, que beiraram as novelas infantis do SBT.
Os desserviços de A Dona do Pedaço foram muitos -
As cenas circenses entre a personagem
trans Britney (Glamour Garcia) e seu
pretendente português; o caricaturismo
de evangélicos; o casal gay quase enrustido, com direito a beijo só para selar
o final da trama (Agno/Malvino Salvador e Leandro/Guilherme Leicam ), entre outros...
mas nenhum foi tão grave quanto a romantização
do atirador Chiclete (Sérgio Guizé)
e a violência doméstica sofrida por Vivi Guedes (Paolla Oliveira) na
reta final da trama. Muitos assuntos abordados de forma irresponsável.
Walcyr
Carrasco não se preocupou nenhum pouco em alicerçar seus personagens por um
bom texto, o único e explícito interesse era ganhar audiência, e deu certo. A Trama já é um dos maiores
sucessos do horário nobre global mesmo
recheada de personagens bobos, com textos repetitivos e caricatos.
Muitos desses personagens brilharam muito mais graças a empatia e talento
de seus intérpretes do que pela história
que viveram propriamente. Imaginem a Maria da Paz sem uma Juliana Paes por trás, a Vivi Guedes, que foi uma máquina de fazer
dinheiro através de propagandas dentro da novela sem o carisma e poder comercial da Paolla Oliveira; a Fabiana sem a
perícia da Nathália Dill; o Chiclete
sem o Sérgio Guizé, ou a Kim sem a Mônica Iozzi ... Enfim os
intérpretes salvaram seus personagens.
Esse tipo de trama, sem a preocupação de
um bom texto ou história com o único intuito entreter e captar audiência, já
virou a marca registrada do Walcyr
Carrasco no horário nobre da Globo, foi assim com Amor à Vida (2013) e O Outro Lado do Paraíso (2017)
– Novelas também marcadas por uma
audiência espetacular, mas sem um
conteúdo importante, tendo como pilares grandes viradas, retornos de personagens e finais apoteóticos,
mas sem dúvidas entre as três A Dona do Pedaço se
superou muito. Confesso que tenho receio da próxima trama do autor.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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