Um dos maiores sucessos da história da
teledramaturgia recente está de volta ao
Canal Viva a partir do próximo mês – O Clone (2001), trama da autora Glória Perez , exibida originalmente em 2001. A Novela foi um dos maiores êxitos e registrou a maior
audiência do horário das oito da Globo
desde 1997, quando a emissora exibiu a
trama de AIndomada, do autor AguinaldoSilva.
São inúmeros os motivos para não perder O Clone no Viva ,
o e10blog selecionou 10 que vão lhe
mostrar o quão imperdível é a trama.
1 – Os Assuntos e
abordagens da trama
Clonagem, islamismo e drogas foram os pilares da novela
e muito bem-sucedidos no prosseguimento da narrativa. Quando Glória entregou a sinopse da novela à
direção da Globo, muita gente dentro
da emissora achou que seria uma insensatez produzir uma novela assim, centrada
em temas complexos como Islamismo, clonagem, drogas e alcoolismo. Ai pouco
antes da estreia da trama, aconteceram os atentados terroristas nos EUA em 11
de setembro de 2001, o que deixou em evidencia o fanatismo muçulmano, e a má
impressão sobre a trama só aumentou. Porém Glória bateu o pé e logo nos primeiros capítulos, quem torceu
contra se rendeu, quando viu que O Clone se
transformava no maior sucesso até então.
Entre os costumes
muçulmanos retratados pela autora, a novela aborda a religião islâmica, os
papéis masculino e feminino na sociedade, a dança, a língua e a culinária
árabes, as cerimônias marroquinas e a poligamia, representada pelas três
esposas de Ali (Stênio Garcia) e pelo segundo casamento de Said (Dalton Vigh)
que, mesmo casado com Jade (Giovanna Antonelli), contrai núpcias com a
jovem Ranya (Nívea Stelmann). No decorrer da história, Said ainda pede ao amigo
egípcio Zein (Luciano Szafir) para se casar por um ou dois dias com Jade,
apenas para que ela possa voltar para ele depois. Pelos costumes muçulmanos,
após pedir o terceiro divórcio, o marido só pode voltar atrás em sua decisão
caso arranje um marido para sua mulher – o que normalmente se faz recorrendo a
um amigo. Só que Zein se apaixona realmente por Jade.
Outra
abordagem pertinente de O Clone mostra um
contraponto dos dependentes
químicos Mel (Débora Falabella), Nando
(Thiago Fragoso) e Lobato (Osmar Prado). Enquanto os
jovens se iniciam na experiência e vivem a fase de deslumbramento que
caracteriza esse começo, Lobato – alcoólatra que também faz uso da cocaína –
vive o desespero de quem perdeu emprego e família por causa da dependência. No
decorrer da história, Mel e Nando também sofrem as consequências da dependência
química. A filha de Lucas (Murilo Benício) chega a ser presa por porte de
drogas, o que, mais uma vez, estraga um novo plano de fuga de Lucas e Jade (Giovanna Antonelli). Ela ainda participa
de um assalto a ônibus, e facilita um assalto a sua própria casa, em que a mãe,
Maysa (Daniela Escobar), fica sob a mira de um revólver. Mel chega a ser
internada a pedido dos pais preocupados com a destruição causada pelo vício
na vida da jovem. Apesar de encontrar apoio nos braços de Xande (MarcelloNovaes), com quem acaba se casando, Mel não consegue se livrar das drogas. Ela
sofre um aborto espontâneo e, depois, grávida novamente, quase morre e bota a
vida do filho em risco durante o parto.
2 – O Clone venceu o
fenômeno “Casa dos Artistas”
A trama de Glória Perez não foi apenas
o maior Ibope da “era Marluce” (Dias da Silva, diretora-geral). Foi o porto
seguro da emissora quando sofreu um dos maiores baques de sua história: o
fenômeno Casa dos Artistas, reality show que o SBT estreou de surpresa em
28/10/2001, 27 dias após a estreia de O Clone,
e meses antes do primeiro Big Brother
Brasil. O forte impacto do reality
da concorrente só não foi mais trágico porque O Clone, mesmo no início, conseguia manter a
audiência da Globo.
3 - Jade, que transformou Giovanna Antonelli em estrela absoluta
Giovanna Antonelli fazendo a dança do ventre é uma das imagens mais marcantes
na minha mente da novela O
Clone. A trama trazia
Giovanna com a sua primeira protagonista, a inesquecível e hipnotizante Jade. A
Personagem , como a maioria das mocinhas da Glória Perez , era um tanto dúbia, afinal de contas mesmo sendo a
“mocinha” , Jade era quem mais mentia dentro da novela. Giovanna
Antonelli com sua crível composição entrou para o hall das
grandes atrizes brasileiras. A Atriz ditou moda com seu figurino, maquiagem e
bijuterias árabes. Caíram no gosto popular os tecidos vaporosos inspirados
nas “Mil e Uma Noites”, anéis com correntinha e o kajal negro bem forte delineando
os olhos.
4 - Murilo Benício vivendo 3
personagens
Acho
que nunca um ator ganhou tantas críticas negativas a frente de um
personagem quanto Murilo Benício quando viveu os
três personagens em O Clone. Na
primeira fase da novela o ator , viveu os gêmeos Lucas e Diogo, que tinham
praticamente as mesmas roupas, trejeitos e isso irritou os críticos
que acusavam o ator de interpretar os dois igualmente, pois apesar de serem
gêmeos tinham suas diferenças. Murilo fincou o pé e continuou fazendo os gêmeos
com sutis diferenças, pois ambos foram criados juntos, tiveram a mesma
educação, impossibilitando diferenças tão gritantes entre eles. Ou seja, a semelhança na
interpretação dos mesmos era proposital. Logo nos primeiros capítulos Diogo
morre, e com a passagem de tempo Lucas se torna um empresário bem sucedido. Com
o aparecimento do Clone de Diogo, essa mesma crítica que execrou Murilo , passou
a elogia-lo quando o ator passou a viver Lucas e Léo , personagens
iguais , porém com 20 anos de diferenças entre eles. Os três personagens da
trama de Glória Perez, são meus
preferidos do ator, e com certeza os que Murilo Benício pôde
treinar toda sua técnica ao dar vida magistralmente a cada um , uma espécie de
pós-graduação na arte de interpretar, ao passar por eles o
ator estava preparado para qualquer tipo.
de personagem.
5
– Debora Falabella
Debora Falabella foi um dos grandes destaques da novela. Logo depois que terminou de viver a Cuca de Um Anjo Caiu do Céu, Débora foi escalada para o papel que seria o divisor
de águas da sua carreira. A Atriz estreou em horário nobre dando vida a Mel da
novela O Clone, da autora Glória Perez. O Drama da personagem que se envolvia com drogas
e sua luta para sair desse vício acabou se transformando na principal trama da
novela e Débora Falabella disputou
com a Jade , vivida pela Giovanna Antonelli o protagonismo da novela. Sua atuação foi
elogiada por todos os críticos e a personagem lhe rendeu quase todos os prêmios
de melhor atriz daquele ano.
6 – Dona Jura da Solange Couto
Os personagens secundários dos núcleos
árabe e de São Cristóvão fizeram muito sucesso,
com destaque para Solange Couto, que
brilhou no papel da despachada Dona Jura. Seu bar virou um ponto de atração à
parte com convidados especiais que iam de Pelé
até Martinho da Vila, passando por
outros grandes nomes do samba. O Bar ainda ganhou um CD “O Melhor do Bar da Dona Jura” com
nomes como Jorge Aragão, Zeca Pagodinho, Alcione, Só Pra Contrariar, Dudu Nobre entre
outros. O CD é um dos 5 que integraram as trilhas complementares de O Clone.
7 – Outros Destaques do elenco
Além de Giovanna
Antonelli, Murilo Benício e Solange Couto, ficaram marcados por seus
personagens também Juca de Oliveira(Albieri), Stênio Garcia (Tio Ali), Eliane Giardini (Nazira), Jandira Martini (Zoraide), Sebastião Vasconcellos (Tio Abdul), Letícia Sabatella (Latiffa), Adriana
Lessa (Deusa) e Vera Fischer (Yvete).
8 – Molina e Miss Brow de volta
Os médicos Dr. Molina (Mário Lago) e miss
Brown (Beatriz Segall), personagens da
novela Barriga de Aluguel (1990), também da Glória Perez, fizeram uma
participação especial em O Clone, numa
discussão ética e científica sobre a clonagem humana. Foi a última participação
de Mário Lago na TV. Nesse período,
ele já sofria de um enfizema pulmonar e precisava aspirar oxigênio nos intervalos
das gravações. Em janeiro de 2002, foi internado com uma pneumonia bacteriana
e, em 30 de maio, faleceu vítima de complicação respiratória, em decorrência do
enfisema, em sua casa, na zona sul do Rio de Janeiro, aos 90 anos.
9 - Novela mais importada e vários
prêmios
Eliane
Giardini recebeu
o prêmio de melhor atriz por sua interpretação da muçulmana Nazira, e Sthefany Brito, o prêmio de revelação
pelo papel de Yasmin, concedidos em 2002 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). No ano seguinte, a
novela conquistou três categorias do Prêmio Inte (Indústria de la Televisión em
Español), considerado um dos mais importantes do mercado latino – melhor
novela, melhor autora e melhor atriz (Giovanna Antonelli).
A campanha antidrogas
desenvolvida na novela através dos personagens Mel (Débora Falabella), Nando
(Thiago Fragoso) e Lobato (Osmar Prado) contribuiu para a desmistificação do perfil do
usuário de drogas e ampliou o número de dependentes em busca de apoio nos
centros de recuperação. Gloria Perez mesclou depoimentos reais de usuários à trama,
desde anônimos até pessoas famosas, como o ator Carlos Vereza e a cantora Nana Caymmi. Por esse trabalho, a autora foi homenageada pela Associação Brasileira de Alcoolismo e
Drogas (Abrad) e recebeu o prêmio Personalidade dos anos 2001 e 2002,
concedido pelo Conselho Estadual
Antidrogas (Cead/RJ). Em fevereiro de 2003, ela e o diretor Jayme Monjardim receberam um prêmio
concedido pelo FBI e pela Drug
Enforcement Administration (DEA) – os dois principais órgãos do governo
norte-americano responsáveis pelo controle do tráfico de drogas –, pela
campanha promovida por O Clone.
10 – As expressões que ganharam o Brasil
O bordão da Dona
Jura, “né brinquedo não!”, entre outros bordões (“cada mergulho é um flash!”, “bom te ver!”)
e expressões do núcleo árabe como “Maktub”,
“Insch’Allah”, “mulher espetaculosa”, “arder no mármore do inferno”, “fazer a
exposição da figura” e “jogar ao vento” se popularizaram nos quatro cantos do
Brasil.
Veja Também :
Trilha Sonora Eterna - O Clone (2001) |
Novelas Inesquecíveis - O Clone (2001) |
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
muito bom a matéria, parabéns estou muito ansioso por essa reestreia de o clone!
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