O Horário da sete da Globo
é reservado às tramas com dramas
mais leves, com uma pegada cômica
, tradicionalmente novelas com o único intuito de entreter com humor – como foram Locomotivas (1977),
Ti Ti Ti (1985), Brega e Chique (1987) e Que Rei Sou Eu?
(1989) , do Cassiano Gabus Mendes; com
um estilo humor pastelão personificado
com Jogo da Vida (1981), Guerra dos Sexos (1983), Cambalacho (1986) e
Sassaricando (1987), tramas do Silvio de Abreu; o humor
anárquico das tramas do Carlos Lombardi como Bebê a Bordo
(1988), Quatropor Quatro (1994) e Uga Uga (2000); apesar de vez ou outra ter fugido do estilo e apresentado novelões
com dramas mais densos como A Viagem (1994), da IvaniRibeiro e Cara e Coroa (1995),
do Antônio Calmon.
Rosinha do Sobrado (1965),
do autor Moysés Weltman foi a
primeira trama apresentada na faixa das sete com 50 capítulos. A Menor trama,
em números de capítulos, apresentada no horário foi A Moreninha, a versão de 1965, também do Moysés Weltmann, a segunda apresentada no horário.
A Grande Mentira (1968),
do Hedy Maia, quinta novela
apresentada às 7 horas, é a mais longa até então em número de capítulos, com
341 apresentados.
O Horário das sete foi o último a
apresentar novela em cores. Locomotivas de 1977
foi a primeira a ser gravada totalmente em cores, porém vale lembrar que sua antecessora, Estúpido Cupido teve seus 2 últimos capítulos apresentados coloridos.
A exibição em alta definição começou com o remake de Ti Ti Ti em
2010 e a gravação em 24 fps veio com Cheias de Charme em 2012. Na trama de Verão 90, a
penúltima apresentada no horário, voltou a ser utilizada a gravação em 60 fps.
Tenho ótimas lembranças do horário, como
o salão da Kiki Blanche (Eva Todor) de Locomotivas (1977),
o café da manhã de Guerra dos Sexos (1994);
os desfiles de TopModel (1989), o céu de A Viagem (1994), enfim momentos que marcaram minha memória
afetiva em 94 novelas que foram apresentadas no horário.
Para relembra-las cito abaixo 10 tramas, que em minha opinião, definem de um forma ímpar a história do
horário.
Elas por Elas (1982)
Em 1982, Cassiano Gabus Mendes depois de alguns sucessos na Globo se
firmava de vez como autor de tramas leves e divertidas, que padronizaram o
horário das sete, com mais um sucesso no horário. Elas por Elas foi o grande destaque da teledramaturgia do ano e
considerada uma das melhores novelas da década e do autor até então.
Eu confesso que
só assisti a novela em 1985, na reprise do Vale
a Pena Ver de Novo, e literalmente valeu
muito a pena.
Elas por Elas foi uma trama divertida e bem
amarrada, com um elenco em total sintonia e o texto impecável do autor, que
contou a história do reencontro de sete amigas 20 anos depois, e
esse reencontro acendia vários outros acontecimentos relacionados e
inter-relacionado entre elas.
Em meio ao
destaque do elenco feminino com belas e competentes atrizes muito seguras em
cada personagem escrito sob medida para cada uma, o grande destaque de Elas por Elas foi o detetive Mário Fofoca, vivido
pelo Luiz Gustavo, que se transformou em um dos grandes personagens da
carreira do ator e do Cassiano Gabus Mendes.
A abertura
de Elas por Elas é uma das
mais elogiadas da história da Globo e bem produzidas pela equipe de Hans Donner. Ao
som da música homônima da banda The
Fevers, o vídeo mostrava um
baile dos anos 60, o ponto de partida da trama, e no meio da dança, as
participantes sofriam uma passagem de tempos, a
imagem era congelada e as estrelas do elenco como Eva
Wilma, Aracy Balabanian, a saudosa Sandra Breá entre outras, saltavam da foto coloridas e na
atualidade desfilando maravilhosas pela abertura.
Além da impecável direção e técnica da
novela, cacos e improvisos também marcaram a trama principalmente nas cenas
cômicas. Eva Wilma e Luiz Gustavo, contam em entrevistas que muitas cenas entre Márcia e Mário
Fofoca eram pontuadas por esses improvisos e enriqueceram em muito a novela.
Elas por
Elas é uma trama atemporal , esse entrelace
de histórias entre pessoas que se conheceram na escola e tiveram
suas vidas marcadas por anos é geradora de vários entrechos interessantes. Não
entendo até hoje a Globo não ter produzido um remake de Elas por Elas. Com a temática do empoderamento da
mulher em voga, uma trama com esse título e viés seria muito
bem-vinda.
Guerra dos Sexos (1983)
Com uma explícita harmonia entre texto, direção, elenco e
produção, Guerra
dos Sexos, do Silvio de Abreu, foi uma deliciosa
comédia com direito ao humor pastelão, que perpetuou o estilo do
autor, inspirado em chanchadas nacionais e clássicos do cinema americano, em
especial da década de 30.
A
Narrativa da novela subvertia a linguagem
tradicional e trazia os personagens dialogando
diretamente com o telespectador, interagindo olhando para a câmera.
Algo que aproximava ainda mais o público da história.
Guerra dos Sexos foi o grande sucesso
do ano de 1983, abocanhando vários prêmios, como os da APCA –
Melhor novela, melhor texto, melhor direção (Jorge Fernando e Guell Arraes),
melhores atores (Fernanda Montenegro e Paulo Autran). A novela também foi
premiada pelo Troféu Imprensa – Melhor ator e atriz , novamente Fernanda
Montenegro e Paulo Autran.
A Dupla de protagonistas Charlô e Otávio, foi escolhida à dedo, e como a
abertura anunciava “pela primeira vez
juntos”, Fernanda Montenegro e Paulo Autran – ícones do teatro brasileiro que
pela primeira vez dividiam uma trama. A Escolha foi perfeita, o chamariz para a
trama, acabou se tornando um dos grandes destaques da novela. Era muito
engraçado ver dois monstros sagrado das artes levando tortas na cara, fugindo
de situações constrangedoras, ou seja em momentos que nunca haviam vivido antes, o que só
credenciou ainda mais Guerra dos
Sexos para o fadado sucesso.
Além de Fernanda
Montenegro e Paulo Autran, outros atores
fizeram de Guerra dos Sexos um palco
para seus personagens que brilharam em cena de forma espetacular. O caso
de Tarcísio Meira e Glória Menezes (Felipe e Roberta), contracenando como
inimigos, e não como casal romântico, como estávamos acostumados. Tarcísio Meira ,
inclusive vivia o tipo bobalhão e infantil, marcando o primeiro personagem
cômico vivido pelo ator.
A Saudosa Yara Amaral fez da Nieta um marco para sua carreira. Novelista de
plantão, fazia várias
referências a outras tramas globais, levando o público ao delírio. A personagem
sempre que encontrava Felipe, o personagem do Tarcísio, comentava que achava
ele muito parecido com aquele galã de novelas . . . o Tarcísio
Meira.
Outros nomes de destaque no grandioso e
espetacular elenco: Maria Zilda (Vânia), Lucélia Santos (Carolina), Cristina Pereira (Frô), Marilu Bueno (Olívia), Mário Gomes (Nando), Maitê Proença (Juliana)
entre outros.
Guerra dos Sexos apresentou
uma das mais antológicas cenas da teledramaturgia nacional, a guerra de comida
no café da manhã protagonizada por Fernanda
Montenegro e Paulo Autran. A
cena é tão emblemática que no remake da trama em 2012, foi inspiração para a
abertura. Era pura ousadia do autor por dois nomes importantíssimos do cenário nacional da
teledramaturgia e do teatro em uma cena tão nonsense e puro pastelão.
Brega e Chique (1987)
O Horário das sete naquele ano
de 1987 era presenteado com mais um grande sucesso de Cassiano
Gabus Mendes, a novela Brega e Chique.
Chamar o sucesso de Brega
e Chique de grande não chega a ser nenhum
exagero não, a trama tem um dos melhores índices de audiência do horário, e a
certa altura chegou a bater os números da novela das oito na época, O Outro do Aguinaldo Silva. É
Considerada, junto com Que Rei Sou Eu (1989), a melhor novela do autor.
A Trama
ambientada em São Paulo tem como personagens centrais duas
mulheres, Rosemere da Silva (Glória Menezes) e Rafaela Alvaray (Marília Pêra). De universos inteiramente
opostos, as duas têm suas histórias cruzadas por causa de Herbert Alvaray (Jorge Dória), empresário paulista, casado com
ambas.
Brega e Chique marcou a volta de Marília Pêra à TV
, afastada desde o término de Supermanoela (1974 ) 13 anos antes. Volta essa que foi
comemorada em grande estilo, a Rafaela Alvaray foi o destaque e sucesso
absoluto da novela. O Brasil inteiro acompanhou todos os problemas que ela
passou para se adptar a nova vida de pobre, mas sem perder a
“finess” que era a marca registrada da personagem. Inesquecível a cena em que
Rafaela vai ao mercado pela primeira vez fazer compras, vestida com suas
roupas de grife e casacos de vison; ou no dia em que ela descobre que sua
grande amiga Zilda ( Nívea Maria ) também era a amante de seu marido, a fim
de tomar explicações Rafaela experimenta à frentre do espelho a melhor
maneira de cobrar isso da amiga, mas ao dar de cara com Zilda ela simplesmente
lhe remete um soco daqueles deixando a traira no chão. O Sucesso de
Rafaela foi tamanho que a Rosemere a outra esposa do Herbert acabou ficando em
segundo plano, o que não agradou muito a Glória Menezes na
época , interprete da personagem.
Marília Pêra ao lado de Marco Nanini,
que fazia Montenegro, o sócio de Herbert e eterno apaixonado por
Rafaela, nos proporcionaram cenas hilárias e inesquecíveis, os dois juntos em
cena já faziam valer a pena um capitulo inteiro.
A Trama
com um ritmo ágil e dinâmico com a comédia como essencia principal,
proporcionou a vários outros atores personagens que também se destacaram,
como Denis Carvalho que viveu o grosseirão
Baltazar; O saudoso Raul Cortez como o galante
Herbert Alvaray e Cássio Gabus Mendes como o analfabeto Bruno.
As cenas de Cássio com Patrícia Travassos que fazia sua
professora na trama eram impagáveis.
A Novela
causou polêmica logo no primeiro capítulo. Na abertura o modelo Vinícius
Lanne aparecia de bumbum de fora, e os mais conservadores exigiram que
fosse posto uma folha de parreira cobrindo as “vergonhas” do rapaz, e assim no
capitulo seguinte o glúteo do modelo foi coberto, isso gerou ainda mais
polêmica, e foi considerado censura a livre expressão entre outras coisas,
e no final a folha de parreira sumiu e a mulherada pôde acompanhar durante toda
a exibição da novela o tão falado bumbum de Vinícuis Lanne. A Folha
de parreira voltou quando a novela foi reprisada no VALE A PENA VER DE
NOVO em 1989.
Brega e Chique é uma das reprises mais pedidas para o Canal Viva , emissora a
cabo da Globo, o que seria uma ótima idéia com certeza , a novela é
um clássico atemporal e seria um sucesso absoluto.
Que Rei Sou Eu? (1989)
A Década de 80 foi do Cassiano Gabus
Mendes mesmo. Que Rei Sou Eu foi outro grande sucesso apresentado pelo
autor. A trama se passava no Fictício Reino de Avilan situado na França, mas
era uma grande paródia do Brasil da época e dos dias de hoje. A instabilidade
financeira, os sucessivos planos econômicos que impunham o congelamento
de preços, a moeda desvalorizada que mudava de nome, a elevada carga de
impostos e a corrupção nos mostrava as semelhanças da trama com a
política nacional, que na época vivia a euforia da primeira eleição direta para
presidente em 1989, depois de um jejum de mais de três décadas.
A Rainha de Avilan e seus conselheiros extremamente corruptos e os plebeus que
lutavam com unhas e dentes por uma Avilan melhor, representavam os dois
lados dessa moeda. O Humor inteligente do autor ante as situações apresentadas
da novela, fizeram de Que Rei Sou Eu? um clássico capa e
espada, considerada a melhor novela do autor e uma das melhores produzidas de
todos os tempos.
No livro “Grandes Mestres do
Rádio e Televisão, Gabus Mendes” do Elmo Franfort, conta que alguns personagens da
trama eram inspirados diretos em nomes importantes da política nacional na
época. A Rainha Valentine (Tereza Rachel) era o então presidente José
Sarney. O conselheiro Vanoli (Jorge Dória) era Antônio Carlos
Magalhães. O bondoso conselheiro Bergeron (Daniel Filho) era o
ex-Ministro Dilson Funaro. O bruxo Ravengar (Antônio Abujamra) era
o General Golbery – ao final, Ravengar, desaparecido,
reaparece sob o nome de Richelieu Rasputin Golbery.
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Em contrapartida, muitos reconheceram em Jean-Pierre, o então candidato a
presidente Fernando Collor de Mello, mas Elmo Franfort conta
que nunca foi intenção do autor essa semelhança. Jean-Pierre foi criado para
representar o povo sofrido e cansado de tantas injustiças.
Os destaques no elenco de Que Rei Sou Eu? foram muitos. A saudosa Tereza Rachel esteve impecável na pele da teatral Rainha de Avilan,
sem dúvidas seu melhor e mais inesquecível momento na tv.
Stênio Garcia,
que deu vida ao bobo da corte Corcoran, aprendeu aos 57 anos (sua idade na
época) a dar cambalhotas, dando ainda mais veracidade ao palhaço, e
também deu um show de interpretação deixando o personagem marcado na história
da teledramaturgia.
Os conselheiros
de Avilan, que eram uma sátira ao congresso nacional tiveram seus interpretes
escolhidos a dedo; Foram grandes momentos dos atores Jorge Dória, Carlos Augusto Strazzer,
Laerte Morrone, John Herbert, Oswaldo Loureiro e Guilherme Leme.
Mas o grande
personagem e interpretação de Que Rei Sou
Eu? foi Ravengar , vivido magistralmente
pelo também saudoso Antônio
Abujamra. Ravengar marcou o nome
do ator na teledramaturgia nacional e era impossível não associá-lo
imediatamente ao grande feiticeiro de Avilan.
Dercy Gonçalves fez uma participação de luxo
na trama com a mãe da Rainha Valentine, a Duqueza Ekinésia. A Atriz deu um show
de comédia e piadas de duplo sentido, sua marca registrada, e tornou
inesquecível os 6 capítulos em que a personagem participou.
Eva Wilma também
fez uma participação vivendo uma escritora que visitava o Reino de Avilan. Ao
encontrar-se em cena com Jonh
Herbert, que vivia o
conselheiro Bidet Lambert, Cassiano
Gabus Mendes relembrou
a clássica série Alô Doçura (1950),
criada por ele e protagonizada pelo casal de atores.
Que Rei Sou EU? foi reprisada na extinta “Sessão Aventura” cerca de um mês depois
do seu término original. Em 2012, a trama voltou a ser reprisada a
meia-noite, horário nobre do Canal Viva, e em novembro
de 2013 foi lançada em DVD pela Globo Marcas com 13 CD´s.
A novela tem um texto impecável e direção cirúrgica do saudoso Jorge
Fernando. Mas em muitos momentos a produção soava fake em seus
figurinos e cenografia. Porém isso acabou se transformando em
charme dentro da novela e combinando com o clima teatral empregado, que
dava ainda mais veracidade a proposta farsesca de Que Rei Sou Eu?.
A Viagem (1994)
Um dos grandes sucesso da era dos remakes sem
sombra de dúvidas é a novela A Viagem da autora Ivani Ribeiro, remake do sucesso dela na TUPI em
1975.
A Trama falava sobre a vida após a morte, “A Viagem” do título, sob
o olhar da doutrina kardecista , levantando assim todas as dimensões da crença,
desde o preconceito dos leigos aos estudos científicos.
Vários personagens da trama tinha características ou comportamentos que
davam alusão a isso, como as irmãs Dinah (Christiane Torloni) e Estela (Lucinha
Lins) que pressentiam a presença uma da outra; Tibério (Ary Fontoura)
conversava com um espírito que só ele via; Dona Cininha da saudosa Nair
Bello , era uma mulher do povão supersticiosa e cheia de crendices.
Além das possessões de Alexandre (Guilherme Fontes ) em Dona
Guiomar (Laura Cardoso) , Téo (Maurício Mattar) e Tato (Felipe Martins).
Guilherme Fontes que viveu o
protagonista e antagonista ao mesmo tempo, foi o grande destaque da novela. O
Ator que vinha do sem graça Marcos no remake de Mulheres de Areia um ano antes,
conquistou o público com as nuances do seu Alexandre. Eram perfeitas as cenas
do personagem se preparando para se apossar do corpo de alguém , ou do
seu sofrimento no vale dos suicidas. Ao final o personagem de
redime de suas maldades e é liberto chegando ao céu. Como “prêmio” Alexandre
reencarna no filho de Lisa (Andreia Beltrão) e Téo.
Diferentemente de outras tramas, os três protagonistas da novela morreram bem
antes do final, fizeram a viagem. Alexandre se suicida nos primeiros capítulos,
Otávio Jordão sofre um acidente de carro ocasionado pelo espírito de Alexandre
e Dinah tem um infarto fulminante ao encontrar Bia (Fernanda Rodrigues) sua
sobrinha desaparecida.
Christiane Torloni deu um ar todo
glamuroso a sua Dinah, uma mulher forte e ao mesmo tempo fragilizada com a
perda do irmão. Na trama ficou em destaque a relação afetuosa fraternal
entre ela e Estela (Lucinha Lins) . As duas sentiam praticamente tudo que a
outra sentia , quando Dinah não estava bem , Estela sabia antes mesmo de
vê-la, uma sensação inexplicável que cativava o público.
A Chegada de Dinah
ao céu , e seu encontro com Otávio foi uma das cenas mais emocionantes da
trama, ao som de “Crazy” na voz de Julio Iglesias, ao
ver seu amado, Dinah corre os longos campos ao seu encontro.
Antes de morrer Otávio em uma regressão descobre que Dinah foi sua amada em
várias outras vidas , e em todas elas Alexandre de uma forma ou de outra
impedia o amor dos dois. Agora finalmente mesmo mortos os dois poderam
concretizar esse amor.
Para representar o céu e o inferno (o vale dos suicidas), a novela preferiu
fugir dos estereotipos, e assim um grande campo de golfe foi escolhido para
serem gravadas as cenas do céu e uma pedreira abandonada para
as locações do vale dos suicidas onde Alexandre penou até reencarnar.
A Trilha sonora internacional da
novela que trazia Andreia Beltrão na capa, foi um grande sucesso
de vendas, músicas como : “I'm Your Puppet” - Elton John duet with Paul Young ; “Linger” - The Cranberries ; “I'll
Stand by You” - Pretenders; “Crazy” - Julio Iglesias; “Why Worry” - Art Garfunkel; “I Miss You” - Haddaway entre outras estão em nossa
memória para sempre. Quando foi reprisado no Vale a Pena Ver de Novo pela
primeira vez , a globo relançou o Cd da trilha.
A Viagem , que acompanhei por
duas vezes , na exibição original em 1994 e na reprise de 1997, está
guardada eternamente na minha memória afetiva. Confesso não ser fã do
tema de vida após a morte, mas no caso da trama de Ivani Ribeiro, toda a
atmosfera dessa passagem (viagem) foi muito bem costurada ao clima
folhetinesco, característica da autora. Só para se ter uma idéia, até no céu
depois da morte, Dinah teve uma crise de ciúmes ao descobrir que a falecida
esposa de Otávio também estava junto a eles, quebrando aquela imagem atual que
temos de que os anjos , ou espíritos não tem sexo.
Quatro por Quatro (1994)
A novela Quatro por Quatro, do autor CarlosLombardi pode ser considerada o seu ápice na
história da teledramaturgia. É sem dúvidas o seu melhor trabalho que prendeu o
telespectador do início ao fim recheada de confusões e trapaças, com o humor
escrachado na dose certa, numa divertida história de relacionamentos amorosos,
separações e reconciliações.
A trama contava
a história de quatro mulheres que cansadas das safadezas dos seus respectivos
maridos e namorados, depois de se conhecerem em um quadruplo acidente de
trânsito, resolvem ir à forra e decidem se unir para se vingar de cada um
deles. As vingadoras eram: Abigail (Bety Lago),
esposa do médico cirurgião Gustavo (Marcos Paulo);
Auxiliadora (Elizabeth Savalla), casada há anos com Alcebíades (Tato Gabus Mendes),
abandonada por este por uma mulher 20 anos mais jovem; A tímida
Tatiana (Cristiana Oliveira), abandonada na igreja pelo noivo Fortunado (Diogo Vilella)
e o furacão Babalú (Letícia Spiller), que estava cansada das traições do namorado Raí (Marcelo Novaes).
Foram dois os
grandes destaques do elenco de Quatro por
Quatro : Betty
Lago e Letícia Spiller.
Betty fez da sua
dondoca Bibi sem dúvidas seu grande momento na tv, com um ótimo tempo
para humor e um trabalho de interpretação digno das grandes atrizes.
Inesquecível a cena em que uma barata sobe nas roupas da personagem, e os
gritos que foram para o ar na novela, soubemos depois em reportagens do Vídeo Show,
eram de verdade, tamanho o terror que a saudosa Betty estava do inseto.
Pela Bibi, Betty Lago foi eleita a melhor atriz do ano pelo Troféu Imprensa.
Letícia Spiller foi a grande
revelação e destaque do ano na pele do furacão em forma de mulher Babalú. Com
uma interpretação inusitada, exagerada e ao mesmo tempo cativante.
O Visual da personagem que usava shorts curtos, blusas ciganas, tiaras de
miçangas, margaridas nos cabelos, sandálias plataformas de meias e unhas
pintadas de vermelho ganharam o Brasil como moda e se tornaram uniforme
obrigatório do mulheril na época.
O vocabulário da personagem foi outro charme da trama. Expressões
como “bofe” (para se referir aos homens), “bicha” (para
se referir às mulheres), “mona” (mulher, amiga, forma de um
gay chamar o outro), “desaquenda” (abandonar, deixar de lado,
sair de perto, esquecer, deixar em paz), “babado” (história,
fofoca), “é uó” (feio, ruim), “erezinho” (criança)
estão até hoje em nossa memória.
Mas nada foi tão
marcante na trama como o casal Babalú e Raí. A química entre Letícia Spiller e Marcelo Novaes foi tão incrível que saltou a novela e os dois acabaram
se casando depois do término da trama.
Como
efeito de final de capítulo eram selecionadas as quatro cenas mais
importantes do capítulo do dia, que em seguida se dividam em quatro na
tela, só então passando para o encerramento.
Inicialmente Quatro por Quatro, que marcava a volta
do humor escrachado ao horário das sete, teria apenas 150 capítulos, mas o
sucesso da novela a estendeu terminando com um total de 233. É a novela mais
longa do autor e a sétima da Globo.
O primeiro capítulo ficou marcado pelo acidente e briga de trânsito
entre as quatro protagonistas. Um show de humor do texto chique e
dinâmico do Lombardi, nas mãos de quatro grandes atrizes que marcaram Quatro por Quatro.
Quatro por Quatro cumpriu todos os seus objetivos, inclusive a
missão de manter em alta a audiência do horário que vinha anteriormente com o
sucesso da trama espírita de A Viagem (1994),
remake da Ivani Ribeiro. Foi um golpe de mestre da Globo, mas ao
mesmo tempo recheado de riscos. O público acostumado à trama romântica
tinha que se adaptar a anárquica e dinâmica do Lombardi, além de trocar o mundo
espírito pelo humor. O Risco foi corrido e deu certo. Não sei se o mesmo
público de A Viagem se rendeu
à Quatro por Quatro, mas a trama marcou uma época e até hoje é
considerada uma das melhores do gênero.
Um Anjo Caiu do Céu (2001)
Sou fã número 1 do estilo do Antônio
Calmon. Novelas ensolaradas, com núcleos cômicos , um elenco jovem e
preparado, com figuras fictícias como vampiros , anjos e afins que fazem
parte do meu imaginário desde criança.
Mas minha novela preferida do autor até então é Um Anjo Caiu do Céu exibida pela Globo em
2001 e na verdade é uma das que mais se distancia do seu
estilo. Apesar de mostrar em sua espinha dorsal esses ingredientes A
trama tinha todo um ar melodramático, que a deixou gostosa de se
ver e mesmo com temas pesados como o neonazismo e desaparecimento de
crianças não se prendeu ao compromisso de abraçar as causas, o que
poderia deixa-la chata para o tão delicado horário das sete.
Um Anjo Caiu do Céu
contava a história de vida e morte ( e retorno à terra) de João Medeiros (Tarcísio
Meira) , fotógrafo brasileiro de fama internacional por seu trabalho de caráter
social, fotografa por acaso o líder nazista Eric Brunner (Jan
Ponan). Isto põe em risco a vida de João, que acaba sofrendo um atentado numa ação
neonazista. No último momento, sua vida é salva por Rafael, um anjo enviado
pelas altas instâncias celestes para oferecer-lhe uma nova chance. Um amigo de João, contudo,
perde a vida nesse atentado.
A Dobradinha Tarcisio Meira e
Caio Blat na pele do
protagonista e o anjo atrapalhado respectivamente , foi um dos grandes
destaque da trama. A Química entre os dois foi perfeita proporcionando ao
público grandes cenas cômicas no decorrer da novela. Tarcísio Meira voltava em Um Anjo Caiu do Céu com
um protagonista cômico, como o Felipe de Guerra dos Sexos (1983)
e o Aristênio Catanduva de Araponga (1990), irretocável como
sempre.
Inesquecível
também a vilã Laila de Montaltino vivida pela Christiane Torloni, que esbanjava sofisticação e crueldade à todos
que a cercavam principalmente a irmã Naná e filha Cuca. A Laila inclusive foi
muito lembrada quando a Christiane começou a viver a Thereza Cristina de Fina Estampa (2011)
do autor Aguinaldo Silva, a personagem iniciamente era praticamente uma cópia atualizada da criada
por Antônio Calmon.
Déborah Falabella voltava à Globo em grande estilo
depois do sucesso em Chiquititas (2000) no SBT. A
personagem Cuca , era um menina estilosa , mas que vivia sob o domínio da
perversa mãe Laila, até descobrir sua verdadeira origem, não sendo
filha do pai que conheceu a vida inteira , na verdade era o fruto da traição de
Laila com o marido de sua tia, João Medeiros. Déborah
cativou o Brasil inteiro, que se dividiu torcendo por seus dois
pretendentes, Rafael , o anjo que se apaixonou por ela e Breno
(Henri Castelli). Déborah foi a grande revelação daquele ano , dando indícios
da grande atriz que se tornaria .
Renata Sorrah
mais uma vez deu um show na pele de uma personagem cheia de particularidades, e
no caso de Um Anjo Caiu do Céu ela viveu duas. A primeira , a estilista
Naná era um poço de sofisticação sempre vestida de Channel,
mas também um poço de doçura com as filhas e os familiares. Ela havia
sofrido um trauma quando descobriu a traição do ex-marido João com a
irmã-inimiga Laila, virou sonânbula e nunca mais conseguiu desenhar nada. Em
outro ponto da história Renata interpretou a manicure Shirley , uma
espécie de vida passada da Naná que voltava a terra para corrigir alguns erros.
Uma era o contraponto da outra, e nós só nos divertiámos.
Destaque também para o casal vivido por Patrícia
Pillar e Marcelo Antony, Duda e
Maurício. Os dois tiveram um filho sequestrado quando criança, e
Duda passou a viver em torno desse rapto e da esperança de
reencontrar o filho. Ambos foram responsáveis pelas cenas mais
dramáticas da novela.o
O Autor ainda homenageou o autor Cássiano
Gabus Mendes , com o
personagem Paulinho vivido pelo filho do autor , Cássio
Gabus Mendes. Na trama Paulinho
fingia ser o afetado estilista Selmo de Widson , inspiração vinda da
novela Ti Ti Ti (1985) .
A trama que trazia o mundo da moda como pano de fundo, mostrava a
cada capítulo as mais recentes tendências. Vários objetos e estilo dos
personagens eram copiados Brasil a fora, como o estilo e figurino da
personagem Virgínia vivida pela atriz Déborah Evelyn, as
camisetas temáticas usadas pelo anjo Rafael (Caio Blat), as marias-chiquinhas
da personagem Carol (Mariana Hein), as joias de Laila (Christiane Torloni), as
gravatas de Lulu (Bel Kutner) e o look Prada-esporte de Lenya (Chris Couto).
E Assim Um
Anjo Caiu do Céu acabou
tornando-se uma trama mesclada com comédia e um clima folhetinesco e
dramático que conversavam entre si. A Audiência não fez feio mais também
não é considerada uma das melhores, mas a novela
cativava por seu conteúdo e seus personagens tão bem
delineados, uma ótima escolha para um “Vale a
Pena Ver de Novo” .
Ti Ti Ti (2010)
Ti Ti Ti, o remake
de 2010, é um dos poucos onde a segunda versão foi tão ou melhor que a
original. Reescrita por Maria Adelaide
Amaral que usou além da novela original do Cassiano
Gabus Mendes de 1985, a espinha dorsal de Plumas e Paetês (1980),
também do autor, para criar o núcleo de drama dessa nova versão. Esse
núcleo que contava a história de Marcela e Edgar, personagens da Isis
Valverde e Caio Castro, foi um grande acerto da autora, se tornando com
certeza o responsável por 50% do sucesso da trama.
AlexandreBorges e Murilo Benício interpretam os rivais da história, respectivamente Jacques
Leclair e Victor Valentim, que passam a novela inteira se gladiando para ver
quem sobressai no mundo na moda como estilista bem-sucedido, com o nome
transformado em grife e as coleções desfiladas nas grandes semanas de moda e
fotografadas para as revistas de celebridades. Seus nomes, no entanto, não são
verdadeiros. Sob a personalidade espalhafatosa, afetada e sedutora de Jacques
Leclair se esconde o divertido e cafona André Spina, pai de quatro filhos, que
trabalha com o segmento de vestidos para festas. Victor Valentim, por sua vez,
é uma figura inventada por Ariclenes Martins, o Ari, para disputar os holofotes
com André. Ariclenes Martins e André
Spina sempre disputaram tudo: brinquedos, amigos e garotas. André é dono de um
ateliê no Tatuapé, onde atende pelo nome de Jacques Leclair, sendo muito
prestigiado pela elite da região.
A personagem de Christiane
Torloni, que também veio de Plumas e Paetês, a empresária
Rebeca acaba se envolvendo com um dos operários da sua empresa e
finalmente descobre o verdadeiro amor em seus braços. A Rebeca de Plumas e Paetês foi vivida
por Eva Wilma, está então era a terceira vez que Christiane revivia
uma personagem já feita por Eva. A primeira foi a Jô Penteado de A Gata Comeu (1985) e a segunda a Dinah de A Viagem (1994).
Vários
fatores contribuíram para esse sucesso. A mistura das lembranças da versão de
1985, a atualização do texto impecável feita pela autora, a direção cirúrgica e
extravagante do saudoso Jorge Fernando , o mundo da moda como
pano de fundo e o elenco afinadíssimo.
Por falar no elenco de Ti
Ti Ti, como não ajoelhar e reverenciar o
trabalho feito por Cláudia Raia? A atriz deu vida a personagem
Jaqueline, que na versão de 1985 havia sido feita pela saudosa Sandra
Bréa, mas as duas personagens eram totalmente diferentes. A da
Sandra era puro luxo e elegância, já a Claudia preferiu seguir a linha do
exagero e exuberância e a personagem acabou roubando a trama se tornado a estrela maior da novela.
Maria Adelaide Amaral usou
muita metalinguagem citando em Ti Ti Ti vários personagens e
situações de outras tramas da Globo, e a Jaqueline foi a personagem
mais usada nesta parte. A Jaqueline, por exemplo, referia-se a Susana
(Malu Mader), ex-mulher do Ariclenes , como Fera Radical, referência a
novela que Malu havia protagonizado do Walther Negrão em
1987. Em uma das cenas mais hilárias da trama Claudia e Malu cantaram o
tema de abertura da novela, e quando flagradas por Ariclenes (Murilo Benício) ,
disseram que estavam ensaiando para formar a dupla Espoleta e Faísca,
outra referência, desta vez a novela A
Favorita (2008), do João
Emanuel Carneiro que Claudia havia estrelado.
Vale
lembrar também que Claudia Raia e Marcos Frota, que viveu o
personagem Massa, relembraram o casal Tancinha e Beto, que eles viveram
e Sassaricando (1987) do Silvio de Abreu.
Maria
Adelaide Amaral homenageou seu mestre Cassiano Gabus Mendes com
a inserção em Ti Ti Ti de vários outros personagens de
sucesso do autor. Assim o ator Luiz Gustavo, que havia feito o
Victor Valentim na versão de Ti
Ti Ti de
1985, voltou à trama revivendo o Mário Fofoca de Elas por Elas (1982); Eva
Todor reviveu a Kiki Blange de Locomotivas (1977); Vera
Zimmerman voltou como a divina Magda de Meu Bem Meu Mal (1990) e Marília Pêra no
último capítulo reviveu Rafaela Alvaray de Brega e Chique (1987).
Ísis Valverde ao viver Marcela, com uma interpretação segura, entrou
para o hall das grandes estrelas da nova geração. A Personagem de Plumas
e Paetês vivida pela Elizabeth Savalla era transformada
em vilã e morria no final. Em TI Ti Ti,
Marcela foi a mocinha, e no final o acidente de carro que a vitimou na primeira
versão acontece novamente, só que desta vez ela sobreviveu e pode viver o final
feliz ao lado do seu amor Edgar (Caio Castro).
Com o elenco bem
dirigido, Ti Ti Ti teve vários outros destaques no elenco: Caio Castro (Edgar)
que estreava em novelas depois do sucesso em Malhação, Guilhermina
Guinle (Luisa), Maria Helena Chira (Camila), Mayana
Neiva (Desirré), Giulia Gamm (Bruna), Rodrigo
Lopez (Chico), Juliana Alves (Clotilde), Thayla
Ayala (Amanda), Sophie Charlotte (Stefanny), Fernanda
Souza (Taissa), Clara Tiezzi (Gabi) e Rafael
Zulu (Adriano) entre outros.
A Novela tem o recorde de trama com maior numero de
personagens homossexuais mostrados de uma forma sensível e sem caricaturismo.
Em tramas realistas e sem levantar bandeiras vale destacar o trabalho dos
atores André Arteche (Julinho) e Armando Babaioff (Thales).
No início da trama Julinho era namorado de Osmar (Gustavo Leão), que morre em
um acidente e Julinho tem que esconder da família do filho seu relacionamento
com ele. No decorrer da trama ele e Thales se encontram e vive uma relação
madura e cheia de amor. Mesmo mostrado no horário das sete, a relação
homossexual não chegou a gerar polêmicas e nem chocou as famílias brasileiras.
Ti Ti Ti foi a primeira novela das sete a ser apresentada
em HD. A versão brasileira passou a ser transmitida pela emissora portuguesa
SIC a partir de 13 de dezembro de 2010. Vendida para vários países, a
expressão Ti Ti Ti que significa fofoca, confusão e bafos,
ficava intraduzível em algumas línguas o que obrigava as emissoras adaptar o
nome a realidade de cada pais. Por exemplo, em espanhol a novela foi batizada
de Cuchicheos.
Ti Ti Ti foi a prova de fogo de Maria Adelaide, e o
bom desempenho da trama lhe credenciou para um novo trabalho, sua primeira
novela original Sangue Bom (2013). mbém marcada
pelo sucesso.
Cheias de Charme (2012)
Cheias de Charme foi o grande bum da teledramaturgia dos anos 2010. A trama dos
autores estreantes Felipe Miguez e Izabel de Oliveira, direção
geral do Carlos Araújo e núcleo da Denise Saraceni foi
um fenômeno do horário das sete.
A trama focava a classe C e
trazia como protagonistas três empregadas domésticas que com muito trabalho e
talento se transformavam em um grupo musical de sucesso. Em um tempo em que os
personagens ricos deixavam de ser os protagonistas solos das novelas, muitas gente
se viu como as empreguetes na luta por uma vida melhor, contra o
preconceito e com garra de vencer.
A novela
acabou tirando proveito da internet que até era tida com uma concorrente da tv,
principalmente a aberta. O primeiro clipe das empreguetes que “vazou” na
trama, era possível ser visto primeiro na internet, antes mesmo do
capítulo ter ido ao ar.
No elenco destaque absoluto para Cláudia Abreu na pele
da estrela do tecnobrega Chayanne. Seus bordões (“Amadinhos de Chay”,
“Curicas”), vocabulário e visual conquistaram o público, isso mesmo sendo a
grande vilã e pedra no sapato das “curicas” , digo Empreguetes que ela
detestava.
Taís Araújo e Malu
Galli, que
eram empregada e patroa na trama, foram o destaque na parte do drama da novela.
Na pele da Penha, Tais Araújo era a empreguete mais pé no chão,
e já era uma mulher com filho e família e muitas batalhas para enfrentar. Malu
Galli era uma advogada bem sucedida até pedir demissão do
escritório que trabalhava por não aceitar a política imposta pelo chefe.
Descobre a traição do marido que tanto amava e acaba encontrando em Penha apoio
e uma grande amiga.
Titina
Medeiros foi a grande revelação da trama como a inesquecível
personal-curica atrapalhada que “tentava” ajudar Chayanne em seus planos
mirabolantes para destruir as empreguetes.
LeandraLeal e Isabelle Drumond, como Maria
do Rosário, a Rosa e Maria Aparecida, a Cida, respectivamente, fechavam a trinca de empreguetes que
transformaram Cheias
de Charme em um show em forma de
novela.
Totalmente Demais (2015)
Em 2015,
Rosane Svartman e Paulo Halm,
mesmo autores de Bom Sucesso, foram responsáveis pelo conto de fadas em forma de novela que virou paixão nacional.
Totalmente
Demais pegou o público de tal modo que
em poucas semanas já era sucesso
absoluto de audiência.
A novela é inegavelmente um dos maiores sucessos dos últimos anos. A
trama revitalizou o horário das sete e até mudou o padrão globo ,
que pela primeira vez apresentou
um último capítulo de novela em uma segunda –feira. A emissora não queria que o
feriadão de Corpus Christi fosse responsável por seu público perder
o final da trama.
O
história já vista em várias outras tramas , porém contado de uma maneira
ímpar foi o grande trunfo de Totalmente
Demais, assim como o seu elenco, que soube como poucas vezes visto,
se transformar e se adequar ao que o personagem pedia a cada fase da
novela.
Marina Ruy Barbosa pode ser analisada
como antes e depois de Totalmente Demais. Nem a “Sweet
Child” Maria Ísis de Império, novela do AguinaldoSilva, com o seu comendador e tudo foi páreo para a menina de rua que se
transformou em modelo. A Eliza é um divisor de águas na carreira da Marina
Ruy Barbosa dando o status de grande atriz que ainda lhe faltava. A
atriz foi fiel se entregando a falta de vaidade da fase menina de
rua da personagem, e pela primeira vez a crítica se rendeu ao talento da
atriz. Independentemente de cabelo, figurino ou qualquer outro
adereço - prevaleceu o trabalho e o talento.
O Fábio Assumpção, que dispensa apresentações, voltou a brilhar em
novelas depois de ingressar nas duas últimas
temporadas de Tapas e Beijos. Muita
gente não apostava nele como galã, ainda mais competindo com a jovialidade
do Felipe Simas. Porém mesmo todo “quebrado” e bombardeado
com notinhas que falavam de problemas que o ator causava na produção da trama,
O Arthur conquistou o público e brigou até o último capítulo pelo amor da
Eliza, a mulher que lhe transformara em um homem de verdade.
Desde o início
da novela ficou claro que a Carolina da Juliana Paes não seria
uma vilã como as outras. Sabe aquele tipo de vilã que adoramos odiar? A
Carolina foi assim. Embora os autores tenham ensaiados várias vezes transformá-la
na grande vilã da trama, o carisma da Juliana não deixou. Na reta final ela se
arrependeu, ganhou a redenção e o filho que tanto almejava.
Felipe Simas foi
o maior destaque e revelação de Totalmente
Demais. O Ator que ganhou notoriedade com o personagem Cobra , o
co-antagonista da temporada passada de Malhação, mesmo
com pouquíssima bagagem , segurou o Jonatas com unhas e
dentes e encarou seu primeiro protagonista. O personagem era uma
linha de mão dupla. Poderia ser o grande personagem do ator ou o último, caso o
Felipe não tivesse talento para interpretá-lo. Vocês lembram do ocorrido como
o Ricardo Macchi em Explode Coração (1995)? Mas tal qual o
Cigano Igor, ele foi jogado aos leões, com a diferença de que o talento sempre
prevalece.
Outros
personagens de destaque em Totalmente
Demais - Germano (Humberto Martins) e Lili (Viviane Pasmanter) ; o núcleo
de Curicica encabeçado pela Rosangela (Malu Galli) e Florisval (Ailton Graça);
o drama da adoção vivido pela Carolina (Juliana Paes); Estelinha e
Maurice , numa participação mais do que especial da Glória Menezes e
Reginaldo Faria; e claro a Cassandra, da Juliana Paiva,
que em muitos momentos roubou as cenas cômicas da trama. O sucesso da
personagem lhe rendeu inclusive um seriado de 10 capítulos escritos
especialmente para ser apresentado no Globo.play.
A Explicação para
o sucesso de Totalmente Demais talvez ainda seja muito procurada. Será que foi
sucesso por ser uma trama simples? Por ser um conto de fadas moderno? Por ter
focado no romance? Ou porque fez desse romance o ponto de partida? Enfim muitas
perguntas ainda ficaram no ar , mas o fato que Paulo Halm e Rosanne
Svartmann conseguiram transformar a já fadada história de
amor recheada de melodrama em uma novela impossível de perder
e impossível de ser esquecida.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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