Um leque do
cotidiano dos problemas e dramas da classe média brasileira construído com maestria e
delicadeza por Manoel Carlos que
transformou a trama de Mulheres Apaixonadas em um dos seus maiores sucessos .
A trama está de volta a partir do próximo dia 24 de agosto no Canal Viva
substituído O Clone (2001).
São inúmeros os motivos que
tornam Mulheres Apaixonadas uma novela imperdível, o e10blog separou
10 para incentivar você se apaixonar novamente pela história de Helena (Crhistiane Torloni) e cia.
A Helena da Crhistiane Torloni
A Helena da Cristiane
Torloni não é a minha preferida do autor,
apesar de todas as Helena´s do Maneco
terem um desvio de caráter, não são mulheres acima do bem e do mal, a da
Christiane me soava uma certa antipatia, leviandade principalmente na sua
relação com Théo (Tony Ramos), que já começa desgastada, mas a personagem acaba
não ajudando em nada para dar certo, muito pelo contrário. Mas enfim, foi mais
um show da Christiane, que deu um espetáculo com uma personagem “simples” nas
mãos, sem nenhuma pirotecnia de uma Tereza Cristina.
As irmãs da Helena
A trama teve história para
todos os gostos – Heloisa e Hilda, as irmãs da Helena vividas pela GiuliaGam e Maria Padilha, tiveram tanto destaque quanto a protagonista. Heloisa representou uma faixa de mulheres que de tanto
amor são capazes de destruir tudo ao seu redor, inclusive a quem dizer amar. O Ciúme doentio que
sentia do marido Sérgio
(Marcelo Antony) transformou a personagem em uma desiquilibrada, foi quando a
novela mostrou o grupo MADA – Mulheres que Amam de Demais
Anôminas. Já Hilda, vive uma relação feliz com Leandro (Eduardo Lago), porém ao descobrir um
câncer de mama passa a viver um dilema sobre essa relação pós-doença.
Mulheres maduras versus homens mais jovens
Lorena (Susana Vieira), era cunhada de Helena, irmã de Téo. Uma mulher bem à frente do seu
tempo e que não se importava nem um pouco com o que poderiam dizer
sobre seu comportamento, e se
entregava de corpo e alma a uma relação com um homem bem mais jovem, Expedito (Rafael Calomeni). A relação das mulheres mais velhas com homens mais jovens foi
bem explorada pela trama. Além de Lorena, Sílvia , a personagem da Natália do Vale no decorrer da trama passa a assediar seu motorista garotão vivido
pelo Paulo Coronato.
César , do José Mayer
César, outro protagonista
da trama, vivido pelo José Mayer, tinha
uma relação conturbada com os filhos, principalmente com o filho Rodrigo,
do Leonardo Miggiorin. A briga deles no enterro da esposa/mãe foi uma das muitas cenas marcantes da novela.
O Preconceito contra os
idosos
Não faltaram temas fortes à Mulheres
Apaixonadas. O preconceito contra os idosos
através do casal de velhinhos Flora (Carmem Silva) e Leopoldo (Oswaldo
Louzada), que vivem no mesmo apartamento com o filho Carlão (Marcos Caruso), a nora Irene (Marta
Melinger) e os netos Carlinhos (Daniel Zettel) e Dóris (Regiane Alves). Os dois
foram atores e ajudam o filho no sustento da casa e da família, mas são
frequentemente maltratados pela neta, que só consegue enxergá-los como um peso.
Dóris os humilha e furta dinheiro deles para satisfazer seus caprichos, mas os
dois sofrem calados. Por sua insensibilidade, Dóris chega a levar uma surra de
cinto do pai. O problema só se resolve no final, quando Flora e Leopoldo se
mudam para o Retiro dos Artistas, uma instituição que acolhe
artistas idosos no Rio de Janeiro. Lá passam a ter uma vida mais tranquila e
feliz. O Entrecho ainda fez apologias a causas politicamente correta com a
campanha pela vacinação dos idosos contra gripe e a discussão sobre os direitos
dos idosos foi parar no Congresso Nacional, em Brasília, além
da divulgação sobre o Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá , no Rio
de Janeiro.
Regiane Alves vivia a neta malvada
que fazia questão de maltratar os avós. A vilã consagrou a atriz que chegou a ser destratada na rua por causa
da personagem. Como prêmio ganhou a capa da edição de 28 anos da revista Playboy em agosto de 2003, como a malvada mais desejada do Brasil.
Outros temas pertinentes e polêmicos
explorados pela trama
O Lesbianismo foi
representado através das personagens Clara e Rafaela, vividas pela Alinne Moraes e
Paula Picarelli, e
abordado de forma tão delicada e pertinente que acabou conquistando o público,
que pela primeira vez não rejeitou esse tipo de relação no horário nobre,
contrastando com o que havia acontecido antes com o Sandrinho e
Jefferson, André Gonçalves e Lui Mendes em A Próxima Vítima (1995) ou com a Leila e Rafaela, Silvia Pffeifer e
Chistiane Torloni em Torre de Babel (1998).
O Alcoolismo através da
personagem Santana, da Vera Holtz; a obsessão de uma mulher rica da sociedade por um padre , com os personagens Estela e Padre Pedro, vividos pela Lavínia
Vlasak e Nicoli Siri; e a virgindade com a Edwirges e Cláudio, vividos pela Carolina
Dieckmann e Erik Marmo, foram outros temas
importantes abordados na novela.
A Violência doméstica foi
retratada através da personagem da Helena Ranaldi, que vivia uma professora em Mulheres
Apaixonadas. Raquel
sofria agressões do ex-marido Marcos (Dan Stulbach), um psicopata que não
aceitava a separação. Em uma das cenas mais fortes da história deles, Marcos
espanca Raquel
com uma raquete de tênis depois de mais uma tentativa de volta, na
sequência depois das
“raquetadas” Raquel aparece completamente humilhada e cheia de hematomas,
chocando o telespectador. Por
sua atuação, Dan Stulbach foi eleito pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) o melhor ator do ano de 2003.
A Salete da Bruna Marquezine
A violência urbana foi tratada de forma visceral também em Mulheres Apaixonadas , que teve como estopim a morte baleada em plena
as Ruas do Leblon da personagem Fernanda, da Vanessa Gerbelli. A Cena que marcou a novela quase foi proibida pela Prefeitura do Rio
de Janeiro, que enxergava a história como propaganda negativa para o bairro. Depois de muita
polêmica e especulação a cena foi ao ar e rendeu entrechos de quase uma semana
até a morte da personagem.
Com a morte da Fernanda, aumentou o interesse no
segredo que envolvia os filhos de Téo e Fernanda, entrecho explicado apenas no último capítulo. Nesse
núcleo, o destaque ficou por
conta da graciosidade e do talento já gritante de Bruna
Marquezine, como a meiga e doce Salete, a filha de Fernanda, que
fica órfã e sofre nas mãos da avó.
Elenco:
Com entrechos e tramas tão
interessantes Mulheres Apaixonadas foi recheada de simples, porém grandes
interpretações, como Tony Ramos (Téo), Camila Pitanga (Luciana), Natália do Valle (Silvia), Giulia Gam (Heloísa), Marcelo Antony (Sérgio), Regiane Alves (Dóris), Helena Ranaldi (Raquel), Dan Stulbach (Marcos), Vera Holtz (Santana), José Mayer (César), Leonardo Miggiorin (Rodrigo), Vanessa
Gerbelli (Fernanda), Carmem Silva (Flora), Oswaldo Louzada (Lepoldo), Regina Braga (Ana), Marcos Caruso (Carlão) entre outros.
Mulheres Apaixonada foi a primeira novela dos atores Erik Marmo, Carol Castro (Gracinha), Nicola Siri e a ainda criança Bruna Marquezine. Roberta Rodrigues (Zilda), Daniel
Zettel (Carlinhos) e Diego
Gonçalves (Jairo) também estrearam na
tv na trama, os três vinham do premiado filme Cidade dos Homens (2002), do Fernando
Meirelles.
Abertura
Durante os 8 meses que
esteve no ar a novela apresentou 15 aberturas diferentes, todas a cargo da equipe
de Hans Donner. A Globo
promoveu um concurso de seleção de fotos que deveriam mostrar mulheres em situação de paixão
com companheiros, filhos, amigos e familiares. A Cada 15 dias ia ao ar uma nova
vinheta de abertura com novas fotos enviadas. O Vídeo era embalado por “Pela
Luz dos Olhos Teus”, de autoria do Tom
Jobim e Vinícius de Moraes, cantada pelo
próprio Tom e por Miúcha. A
Abertura da última semana apresentou
fotos de mulheres da produção da novela.
Trilha Sonora
Outra novidade de MulheresApaixonadas foi a
trilha sonora, lançada em CD duplo
- um como os temas nacionais e
outro com os internacionais, com
duas sugestões de capa que
trazia Rodrigo Santoro e Carolina Dieckmann. O CD vendeu mais de um milhão de cópias e a Som
Livre ainda lançou um volume 2
com Erik Marmo na capa,
num CD único com mais temas nacionais e internacionais. A Inovação foi repetida na trama de Celebridade (2003), pulou Senhora do Destino (2004), e voltou a se repetir em América (2005).
Veja Também :
Novelas Inesquecíveis - Mulheres Apaixonadas (2003) |
Aberturas Inesquecíveis - Mulheres Apaixonadas (2003) |
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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