Nesta segunda-feira
(31.08) a Globoplay insere em seu
catálogo a deliciosa trama de A Indomada (1997) , dosada no mundo do realismo fantástico do Aguinaldo Silva , com direito a
Maria Altiva Pedreira de Albuquerque (Eva Wilma), Grampola (Karla
Muga), Dinorah (Carla Marins) e a indomável Helena da Adriana Esteves.
Um dos grandes sucessos
da década de 90, escrita por Aguinaldo
Silva, no mesmo estilo
que foram Tieta (1989), Pedra sobre Pedra (1992) e Fera Ferida (1993) mas com um diferencial. A trama
misturou à sua narrativa e história o regionalismo nordestino com
tradições e expressões inglesas, já que Grenville, a fictícia
cidade onde se passava a trama havia sido fundada por imigrantes que
vieram da Inglaterra. Isso acabou se transformando no grande charme
da trama.
Eva Wilma foi a grande estrela da trama. Em
uma das suas mais brilhantes atuações, a atriz fez da sua vilã cômica Maria
Altiva Pedreira de Mendonça e Albuquerque um momento único para a
tv. Eram delas as expressões que foram copiadas nos quatro cantos
do Brasil. Além do “O Xente, My God!” que abriu o post,
a personagem imortalizou o “Very Well”, “Stop!”, “Uóti?,
‘thank you very much, viu bichinho!’, triu-di-lou”, ‘weeeell’ .
Mas A Indomada teve outros atrativos além de Maria Altiva. Os protagonistas
vividos por Adriana
Esteves e José Mayer, Helena e
Teobaldo, inicialmente me soaram sem química, não sei se pelo fato de saber que
a Claudia
Abreu faria a
personagem, e a Adriana ter ganho depois da desistência da mesma. Mas logo essa
impressão se desfez. O perfil indomável da protagonista e seu
estilo seduziram o Brasil, e claro passei a torcer pelo casal, que passou por
todas as situações para serem finalmente felizes.
O
Realismo fantástico costurou a trama de A
Indomada através
de personagens como o Emanuel, numa inesquecível interpretação do Selton Mello, que se apresentou por toda a
trama como um menino com traços de autismo e termina se transformando em um
anjo depois de um discussão com Altiva. A cena foi uma clara homenagem ao
personagem João Gibão de Saramandaia (1976), já que ele cria asas nas costas e
desaparece nos céus de Grenville.
Outra cena que deixou o realismo fantástico da trama bem explícito foi o fato
do Delegado Motinha, vivido pelo José de Abreu, cair em um buraco no meio
das ruas de Grenville e para no Japão. A Cena foi muito discutida nas
ruas.
Assim como em Tieta (1989), Aguinaldo Silva criou a
Mulher de Branco que atacava os homens, em A Indomada o personagem misterioso era o Cadeirudo, que atacava as
mulheres de Grenville. No final revelada sua identidade, ficamos sabendo
que se tratava de Lourdes Maria, da atriz Sônia de Paula, uma das beatas
fervorosas da trama.
Outros personagens de destaques em A Indomada: Zenilda de
Yolanda, a dona do Bordel, vivida pela Renata
Sorrah; O Padre Moderno
com estilo e sotaque alemão vivido pelo Pedro Paulo Rangel; Artêmio, o injeitado descoberto ser filho de
Altiva, vivido pelo Marcos
Frota; a Juiza
Mirandinha, vivida pela Betty
Faria e o
casal Ypiranga Pitaguari e Scarlett, vividos pelo Paulo
Betti e Luiza Tomé, prefeito e
primeira-dama de Grenville.
A Indomada é um clássico incontestável, com todos aqueles ingredientes
de tramas regionais que eram sucesso garantido no horário nobre da década
de 90. E no caso da trama, a caracterização dos personagens e expressões
britânicas somadas ao estilo nordestino e interiorano foram sem dúvidas o
ponto forte da novela que ainda é tão recente em nossa memória , porém
vai valer muito a pena rever através da Globoplay completinha e com todo o tempo para apreciar
cada um dos inesquecíveis personagens e entrechos da trama.
Veja Também:
Novelas Inesquecíveis - A Indomada (1997) |
Aberturas Inesquecíveis |
Trilha Sonora Eterna - Volume 1 |
Trilha Sonora Eterna - Volume 2 |
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
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