Uma divertida corrida do ouro por um bilhete premiado da loteria marcou a primeira trama solo do Alcides Nogueira
Sou fã de novelas incondicional, e tenho um fraco
por aquelas que são tidas como “insucessos” as “Flopadas” , sempre gosto de lembra-las , pois se não
chegaram a ser uma Roque Santeiro ou Avenida Brasil , contribuíram de alguma maneira
para teledramaturgia.
Assim aconteceu com De Quina Pra Lua primeira novela solo do autor AlcidesNogueira no ar em 1985. Como o próprio autor já revelou em várias
entrevistas, no meio da trama ele viu que não estava preparado para aquele voo
solo , pelo menos naquele momento, e
assim a novela foi considerada um desastre e vive esquecida entre Ti Ti Ti (1985) e Sinhá Moça (1986) sua
antecessora e a que a sucedeu, respectivamente.
A Trama conta a história de Zezão, vivido pelo saudoso Milton Moraes,
que depois de anos jogando na loteria
finalmente é sorteado, mas infelizmente morre antes de receber o prêmio e o
bilhete que poderia tirar sua família da lama desaparece. A Partir de então
todos os personagens entram em uma corrida maluca atrás desse bilhete, e Zezão
volta a terra em espírito junto com seu anjo da guarda para ajudar a família.
A ideia da novela era boa , um
morto que volta à terra para ajudar a família , e poderia ter rendido várias
situações. Mas mesmo com o texto fraco , que nem a virada na história feita por Walter Negrão , convidado a colaborar, foi possível fazer mais nada, lembro-me que gostava de assistir DeQuina Pra Lua, exatamente por esse núcleo
do Morto e seu anjo tão original para época. Original para a TV , pois no
meio da confusa trama, o autor ainda foi acusado de plágio por Aziz
Abujur , que viu várias
coincidências da novela com sua peça teatral “Velório à
Brasileira”.
No
elenco , destaque para atuação de Eva Wilma e do humorista Agildo Ribeiro , que fazia seu primeiro e único protagonista em novelas.
Elizabeth Savalla (Mariazinha), Milton Moraes (Zezão) e José Dumont (O
Inspetor Cróvis) estiveram irrepreensíveis em seus personagens.
Uma
das tramas paralelas que movimentam a trama é o romance de Laura (Dora Pelegrino) e Bruno (Paulo Betti).
Laura é filha do primeiro casamento de Silva e vive em conflito com a madrasta,
Sílvia (Tamara Taxman). É sensível, inteligente e bom-caráter, ao contrário do
pai. Bruno é o braço direito de Silva nos negócios, o que acaba deixando Laura
desconfiada de sua honestidade. No fim da novela, Laura vai para Londres e
Bruno fica com Maria Marta (Cristina Mullins).
Além
de Agildo Ribeiro, De
Quina Pra Lua foi a primeira novela dos atores Marco Antônio Pamio e Ken
Kaneko. Primeiro trabalho na Globo
do Taumaturgo Ferreira e única novela da atriz e dubladora Sheila
Dorfmann.
Lilia
Cabral atuou na trama como Marieta,
uma secretária. Após sua participação, foi convidada para fazer Hipertensão (1986)
e, logo em seguida, assinou um contrato de longa duração com a Globo,
que perdura até os dias de hoje.
De Quina Pra Lua é
mais lembrada por sua trilha sonora internacional, repleta de hits das
FM´s virada de 1985 para 1986, com
muitas baladas românticas e músicas dançantes, do new wave ao sunthpop. A
novela das oito da época, Roque Santeiro
(1985), não teve trilha internacional lançada,
o que explica terem sobrado tantas músicas de sucesso para a próxima
trilha lançada, neste caso sorte de De Quina Pra Lua.
O
Título da novela é um jogo de palavras da expressão “que quatro pra lua” (com
sorte) com “quina” (de loteria) formando
assim De Quina Pra Lua. A Capa da famosa trilha internacional pegou carona nessa
ideia e produziu uma das piores e de extremo mau gosto capas de trilhas da história da nossa
teledramaturgia - a foto de um moça (a
modelo Ana Luiza) na praia, de biquini
cavadíssimo, de quatro com o bumbum para o sol (ao invés de pra lua).
De Quina
Pra Lua é sem dúvidas um flop que amamos e agora com a Globoplay e
o Viva não tem mais desculpas para uma primeira reprise dessa trama que
apesar de não ter sido um novelão, como a maioria das produzidas para o horário
das seis na década de 80, também merece
muito ser revista.
Ficha Técnica:
Novela do autor Alcides
Nogueira
Argumento do Benedito RuyBarbosa
Direçao: Atílio Riccó, Mário Márcio Bandarra e
Ricardo Waddington
Elenco:
MILTON MORAES –
Zezão (José João Batista)
EVA WILMA – Lina (Angelina de Jesus Batista)
AGILDO RIBEIRO – Professor Dante Cagliosto
ELIZABETH SAVALA – Mariazinha (Maria Moreno)
HUGO CARVANA – Silva
TAMARA TAXMAN – Silvia
PAULO BETTI – Bruno Scapelli
DORA PELEGRINO – Laura
CRISTINA MULLINS – Maria Marta
JOSÉ DUMONT – Cróvis (Inspetor Peixoto)
MARCO ANTÔNIO PAMIO – Marquinhos
ISABELA GARCIA – Fatinha (Maria de Fátima)
BUZA FERRAZ – Pedro
MATHEUS CARRIERI – André
TAUMATURGO FERREIRA – Jésus
CININHA DE PAULA – Clodomira
LÍLIA CABRAL – Marieta
BETE MENDES – Patrícia
ODILON WAGNER – Paulo Souza
FELIPE CARONE – Padre Antônio
ANA ARIEL – Odila
KEN KANECO – Akira
JOSÉ AUGUSTO BRANCO – Serafim
THELMA RESTON – Joana
DENISE MILFONT – Alice
SHEILA DORFMAN – Marcela
CARLA DANIEL – Eleonora
CAROLA MONTICELLI – Lulucha
RITA DE CÁSSIA – Dida
GERMANO FILHO – Neco
YOLANDA CARDOSO – Carmem
CHAGUINHA – Hermelino
ABRAHÃO FARC – Moshe
IDA GOMES – Urânia
e
ALEXANDRE RÉGIS – Dante Cagliostto (jovem)
CARLOS AUGUSTO CARVALHO – Severino (morador de comunidade que os herdeiros de
Zezão procuram achando que ele está com o bilhete premiado)
IVAN SETTA – Pedrão (dá uma facada em Mariazinha)
JOEL SILVA – Ticão (traficante responsável pela fuga de Jésus)
JULIANA CARNEIRO DA CUNHA – Dona Juliana (secretária de Mateus)
LUÍS CARLOS ARUTIN – Português (dono do bar onde Mariazinha é atacada por
Pedrão)
LUIZ FERNANDO GUIMARÃES – Mateus (presidente da empresa em que Zezão trabalhava)
MARIA ALVES – mulher de Severino
NELSON BORDONI – Zezão (jovem)
REJANE SALIAMIS – Angelina (jovem)
Exibição: 21 de
Outubro de 1985 à 26 de Abril de 1986
Capítulos: 164
Veja Também:
Aberturas Inesquecíveis - De Quina pra Lua (1985)
Amor a Vida (2013) |
Onde Nascem os Fortes |
A Volta de Beto Rockfeller (1973) |
Beto Rockfeller (1968) |
Fonte:
Texto : Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipedia.com.br www.memoriaglobo.com.br
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