“Família é Tudo” , apesar de alguns pontos positivos, vai ser mais uma trama esquecida do horário das sete
Família é Tudo, parceria do
Daniel Ortiz com Fred Mayrink na
direção, chegou em sua reta final. Diferentemente das anteriores Alto Astral (2014), Haja Coração (2016) e Salve-se Quem Puder (2020), que tiveram altos e baixos na audiência e da
crítica, Família é Tudo é aquele tipo de novela que vai ser esquecida no horário, apesar de
alguns pontos positivos.
Sobre esses pontos positivos
todos os aplausos para Daphne
Bozaski, que roubou a trama com a sua Lupita. Não fugiu a regra do Ortiz,
de embaralhar os casais e deixar a expectativa para o final. Mas a Lupita não ficou centrada
apenas nesse triângulo, sempre disposta
e positiva a personagem circulou em vários outros núcleos e
entrechos. Uma pena que o par escolhido
para o final tenha sido Júpiter (Thiago Martins), eu torcia para o final Lupita e Guto (Daniel Rangel). Paciência!!
Neste núcleo da Lupita vale destacar o ótimo desempenho do Thiago Martins e Daniel
Rangel que, no viés cômico não
tiveram medo de sair do posto de galã e os personagens foram o grande diferencial da
suas carreiras.
Juliana Paiva e sua Electra carregou todo o drama da
história nas costa. A personagem que inicialmente parecia ainda fora do tom,
com certas doses de insegurança, foi
ganhando força e brilho e, nesta
terça parte final agarrou o papel com umas e dentes e a vingança
silenciosa contra sua inimiga Jéssica (Rafa Kalimann) foi o grande barato e validação
da personagem. O final romântico da Electra foi sem dúvidas o
mais coerente – Impossível não escolher o Murilo, do Henrique Barreira,
grande destaque da trama, e que esteve sempre ao lado dela.
Outros destaques - Andrômeda
(Ramille), Chicão (Gabriel Godoy) e Sheila (Mariana Armellini) e a disputa de
Britney e Shakira por Maradona. Leda (Grace Gianoukas), que claro brilharia no
viés do humor, mas foi espetacular especialmente na fase devoradora de homens.
O Talento de Alexandra Richter foi bem
utilizado nesta reta final da trama do Daniel Ortiz.
Transformada em grande vilã da história , ela deu o tom em uma linha
tênue entre perversidade e manipulação, e a sequência que culminou em sua
prisão foi a cereja do bolo. Isso sem falar , ela
vira o algoz da Jéssica – Lavou nossa alma.
O potencial de Paulina, ex-vilã que Luci Ramos viveu
em Família é Tudo, era
nítido logo nas primeiras cenas. Uma grande personagem, ao
mesmo tempo que, nas mãos de uma atriz
que não soubesse dosar a intepretação talvez fosse catastrófico. Muitas outras
Paulina´s se reconheceram na personagem, e só por isso já foi um acerto
do Daniel Ortiz.
Uma pena que alguns atores foram poucos aproveitados Cris
Viana (Lulu), Ana Carbarti (Nanda) e Jayme Periard (Ramon),
além de claro Arlete Salles, a protagonista oficial que praticamente
sumiu maior parte da novela. Teria sido bom demais ter visto a
veterana fazendo as gêmeas mais ativamente.
Nathália Dill tinha uma tarefa difícil em Família é Tudo, porque dar
credibilidade a uma protagonista do horário das sete é sempre
complexo, principalmente uma atriz como ela. Quase todo papel é um estereótipo
que ainda surge com pitadas de caricatura. Atores normalmente preferem e são
treinados a viver no naturalismo, daí a dificuldade da faixa em produzir boas
e, principalmente, arriscadas composições. Nathalia é conhecida
justamente pelo seu tom natural em quase todos os papéis. Desde mocinhas
sofridas, como Escrito nas Estrelas (2010), até as vilãs mais
sórdidas, como em A Donado Pedaço (2019), o estilo está sempre lá.
Por isso a Vênus seria uma faca de 2 gumes. Uma pena que
a Vênus não aconteceu em cena, apesar do
belo trabalho da Nathália, e a falta de química entre os 2 pares românticos – Tom (Renato Góes) e Netuno (Paulo Lessa) também não ajudou.
Família é Tudo conseguiu levantar a audiência do horário deixada
baixa pela antecessora Fuzuê, mas não satisfatoriamente.
Transformou algumas polêmicas a seu favor, como expor a quase nudez de alguns personagens masculinos
(Chicão e Guto) e bombou na internet pela torcida
dos vários triângulos amorosos que o Daniel Ortiz adora brincar em suas histórias . A trama termina como uma novela sem alma, que
dificilmente será lembrada.
Veja Também:
Nathalia Dill |
Familia e tudo |
Arlete Salles |
Juliana Paiva |
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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