Sexta adaptação do clássico de Maria José Dupré completa 5 anos
A Sexta adaptação do clássico de Maria José Dupré, Éramos Seis, completou 5 anos. Essa nova adaptação escrita pela Ângela Chaves,
foi um dos grandes sucessos do horário antes da PANDEMIA do Corona Vírus. Inclusive
ela foi a última inédita apresentada antes das paralisações por causa da COVID.
A primeira versão de Éramos Seis foi ao ar ainda em 1945, transmitida no Brasil a radionovela inspirada
no livro, pela Rádio Tupi do Rio de Janeiro, escrita por Álvaro
Augusto, com direção de Olavo de Barros e a então cantora Sônia
Barreto no papel principal. A
primeira versão para a TV foi ao ar em 1958, pela Record, ainda na fase
de dois capítulos por semana e ao vivo, protagonizada por Gessy Fonseca e
Gilberto Chagas.
A
segunda foi uma produção regional, da TV Itacolomi de Belo Horizonte, em
1960, também não-diária e ao vivo, produzida por Léa Delba.
Infelizmente, pouco se sabe sobre esta versão.
Cleyde Yáconis e Silvio Rocha protagonizaram a versão de 1967,
na TV Tupi, já diária, mas ainda em preto e branco.
Dez
anos depois, também na Tupi, Nicette Bruno e Gianfrancesco
Guarnieri deram vida ao casal Lola e Júlio na adaptação a cargo de Silviode Abreu e Rubens Ewald Filho.
Em
1994, o SBT produziu um remake da versão anterior (de 1977),
com Irene Ravache e Othon Bastos. Nesta ocasião, Silvio de Abreu,
um dos autores da versão de 1977, então contratado da Globo, vendeu os
direitos sobre o seu texto ao SBT (anos mais tarde, os comprou de
volta).
No
cargo de diretor de dramaturgia da TV Globo, Silvio de Abreu – de posse
dos direitos sobre o texto que havia vendido ao SBT nos anos 1990 e
sobre o livro de Maria José Dupré – entregou a Ângela Chaves a
tarefa dessa sexta adaptação.
A
Versão da Ângela Chaves trouxe
ninguém menos que Glória Pires, que só pela escalação era fato que viria uma grande Lola pela
frente, e foi o que vimos. Grandes cenas, dobradinhas que entraram para a
história da tv com Nicolas Prattes
(O Alfredo), Cássio Gabus Mendes (O Afonso) e Antônio Calloni (O Júlio) entre
outros. Mas a Lola da Glória foi mais solar, sofredora, porém brilhante e gentil. Diferentemente do livro e de todas as outras versões, essa Lola teve um final feliz , o que não deixou de ser um grande presente para o telespectador
que espera há 5 versões ver a Lola recomeçando e finalmente sendo
feliz por ela mesma. Parabéns Ângela
Chaves pela ousadia e o acerto.
Assim
como a Lola , outras personagens também puderam encontrar finalmente a
felicidade nesta versão – o caso da Clotilde da Simone Spoladore e Isabel da Giulia Buscáccio.
Outro destaque do
elenco ímpar de Éramos Seis foram
Nicolas Prattes, que
viveria o Carlos desta versão, mas na última hora trocou de lugar com o Danilo
Mesquita, e acabou ficando com o Alfredo. O Ator que já
estava com a imagem do bom moço devido todos os personagens que
havia feito até então, fez a escolha certa. Brilhou na pele do complicado
Alfredo, com uma entrega cênica muito importante para a credibilidade do
personagem e ganhou um novo status em sua carreira, mostrando está pronto para
viver qualquer tipo de personagem na tv – do galãzinho ao galã dúbio.
Eduardo Sterblitch
e Maria Eduarda de Carvalho, o Zeca e Olga; Cássio Gabus Mendes (O Afonso); Simone Spoladore (Clotilde); Joana
de Verona (A Adelaide), Júlia
Stocler (A Justina); Antônio Calloni (O Júlio); Carol Macedo (A Inês), assim como a
dobradinha Kelzy Ecard e Kiko Mascarenhas (Genu e
Virgulino) foram outros grandes nomes desse elenco espetacular.
Ângela Chaves se manteve de forma
geral ao belo texto do romance, claro que com as devidas e
necessárias atualizações pontuais. Não posso deixar de elogiar também a direção
do Carlos Araújo, que ficou ainda mais em ênfase na fase
da guerra. Foram sequências dignas de produções internacionais, engrandeceu
muito a trama com a retratação crível dessa passagem histórica.
Emocionou
o
encontro das três Lola´s – Glória Pires, Irene Ravache ( Que viveu a personagem na versão de 1994
do SBT) e Nicette Bruno ( Que deu vida a Lola da versão de
1977 da Rede Tupi). Irene
e Nicete viveram as personagens Tereza
e Madre Joana, respectivamente, que se encontravam com Lola. Éramos Seis acabou
sendo o último trabalho na tv da veterana Nicete Bruno, que nos
deixou em dezembro de 2020 vítima da
COVID.
Também Othon Bastos – o padre Venâncio na Globo
– encontrou-se em cena com Irene Ravache, relembrando o casal Júlio e
Lola do SBT, fazendo alusão a uma sequência do último capítulo da novela
de 1994 em que Lola reza na igreja.
Luciana Braga (Isabel em 1994), Wagner
Santisteban (Alfredo criança em 1994) e Marcos Caruso (Virgulino em
1994) foram os outros atores da versão do SBT que fizeram participação
no remake da Globo.
Éramos Seis atravessou três décadas que marcaram a história
do país e da cidade de São Paulo: 1920, 1930 e 1940. A passagem de tempo foi
identificada por meio de dois elementos: o bonde e a Avenida Angélica. No
início da trama, os arredores da Avenida Angélica tinham uma inspiração
bucólica, com direito a carroça e animais. Conforme o tempo passava, o bonde —
que estava presente desde o início da trama, tinha capacidade para 20 pessoas e
andava em uma velocidade máxima de 20km/h — ganhava cada vez mais prédios ao seu
redor, mostrando a verticalização que a cidade sofreu no início da década de
1930. A cidade apresentou também letreiros com luzes neon no
comércio, além de mais iluminação e cores. Ainda, outros elementos comuns à
época, como os limpadores de trilho do bonde e os funcionários do governo
responsáveis por acender e apagar os lampiões.
Inclusive a abertura
da novela produzida por Alexandre
Roman, Júlia Rocha e Roberto Stein totalmente em 3D, retrata essas mudanças em São Paulo durante as fases da
novela. Primeiramente os anos 1920, com um ar mais pacato e romântico, logo dá
lugar à agitação da década de 1930, marcada por construções que contribuem com
a evolução da capital, além da efervescência política que toma as ruas. A
movimentação das avenidas, cortadas pelos carros e bondes, registra a chegada
dos anos 1940. A abertura também mostra alguns dos cenários da novela, como
o cabaré frequentado por Júlio e a casa da família Lemos, que se mantém em
evidência durante boa parte de vinheta. No final, é mostrado o logotipo da
novela estampado no muro da casa.
Parte da trilha original da novela foi gravada no Abbey
Road Studios, em Londres. A trilha sonora trouxe gravações da Orquestra
Filarmônica de São Petersburgo, músicas de época cantadas por artistas
contemporâneos e músicas atuais interpretadas pela banda Clusters Sisters
(que apareceu na novela, no núcleo do cabaré).
Além das 2 trilhas sonoras comerciais Volume 1 e 2, foram lançados 4 volumes da trilha
incidental.
Uma literal nova versão
de ÉramosSeis que infelizmente foi injustiçada por uma audiência sofrível, mas como a própria Dona Lola disse - “Éramos Seis, agora somos Muitos”. O que não deixou
de ser um retrato da nova sociedade, mostrando embora em 1942, nas suas
entrelinhas, os vários modelos de
família que estavam por vir.
Ficha
Técnica:
Novela
da Autora Ângela Chaves
Escrita a partir
da novela original de Sílvio de Abreu e Rubens Edvald Filho,
baseada no romance original de Maria José
Dupré
Elenco:
GLÓRIA
PIRES – Lola (Eleonora Abílio de Lemos)
ANTÔNIO CALLONI – Júlio Abílio de Lemos
DANILO MESQUITA – Carlos
NICOLAS PRATTES – Alfredo
GIULLIA BUSCACIO – Isabel
ANDRÉ LUIZ FRAMBACH – Julinho
SIMONE SPOLADORE – Clotilde
RICARDO PEREIRA – Almeida (Argemiro de Almeida)
MARIA EDUARDA CARVALHO – Olga
EDUARDO STERBLITCH – Zeca (José Carlos)
KELZY ECARD – Genu
KIKO MASCARENHAS – Virgulino
CÁSSIO GABUS MENDES – Afonso
CAROL MACEDO – Inês
SUSANA VIEIRA – Tia Emília
JOANA DE VERONA – Adelaide
JÚLIA STOCKLER – Justina
DENISE WEINBERG – Dona Maria
CAMILA AMADO – Tia Candoca
PAULO ROCHA – Felício
BÁRBARA REIS – Shirley
JHONA BURJACK – Lúcio
TRIZ PARIZ – Lili
RAYSSA BRATILLIERI – Soraia
WERNER SCHÜNEMANN – Assad (Jorge Assad)
MAYANA NEIVA – Karine
VIRGÍNIA ROSA – Durvalina
GUILHERME FERRAZ – Marcelo
ELLEN ROCHE – Marion
THIAGO JUSTINO – Higino
OTHON BASTOS – Padre Venâncio
STEPAN NERCESSIAN – Delegado Gusmões
NILSON NUNES – Alaor
MARCELA JACOBINA – Natália
IZAK DAHORA – Tião
as
crianças
XANDE VALOIS – Carlos
PEDRO SOL VICTORINO – Alfredo
MAJU LIMA – Isabel
DAVI DE OLIVEIRA – Julinho
GABRIELLA SARAIVA – Inês
MELISSA NÓBREGA – Soraia
ARTHUR GAMA – Lúcio
BRUNA NEGENDANK – Lili
LIPINHO COSTA – Tião
MIGUEL GALHARDO – Tavinho
MARJORIE QUEIROZ – Emily
DUDA BATISTA – Emiliana
e
ADEMIR DE SOUZA – Palhaço Sorriso (do circo que chega a Itapetininga)
ADRIANA BANDEIRA – Emília (jovem)
ALINE BORGES – Drª Selma Teles (médica psiquiatra que trata Justina)
ALMIR MARTINS – médico que atende Clotilde e confirma sua gravidez
ANDREA BACELLAR – freguesa no mercadinho de Afonso que é preconceituosa com
Durvalina)
ANTÔNIO ALVES – vendedor da loja em que Lola compra um fogão e depois é
obrigada a devolver
BÁRBARA VENTO – Dita (empregada na casa de Assad)
BEATRIZ CAMPOS – Leontina (mulher de Neves)
BERNARDO DUGIN – Nero (participa das reuniões secretas contra o governo de
Getúlio Vargas)
BRENNO LEONE – Elias (funcionário da loja de tecidos de Assad)
BRENO NINA – Neves (Ricardo Neves, amigo de Zeca, passa a perna nele)
CACO CIOCLER – João Aranha (pai de Inês, com quem Shirley parte)
CAMILO BEVILACQUA – Simão (agiota amigo de Marion para quem Júlio pede um
empréstimo)
CARINE CLIMECK – mulher na praça que sugere a Zeca que ele seja o novo prefeito
de Itapetininga
CARLA NUNES – Mabel (frequentadora do clube com quem Carlos namora e o engana)
CAROLINE VERBAN – Nely (dançarina do cabaré, amiga de Marion)
CLARA TIEZZI – Emily (adulta, no final)
CLÁUDIA VENTURA – Dona Benedita (professora das crianças)
CRISTHINA RODRIGUES – Hermengarda (conversa com Zeca, que ouve pedidos do povo
como assessor do prefeito)
DANIEL BOAVENTURA – cantor no baile do clube
EDVARD VASCONCELOS – juiz na audiência de custódia dos filhos de Almeida
EMILIANO QUEIROZ – Isidoro (pretendente de Tia Condoca, no último capítulo)
EUNICE BRÁULIO – Dona Eunice (freguesa de Afonso)
FÁBIO GUARÁ – soldado que revista a caminhonete de Afonso, no caminho para
Itapetininga
FELIPE DI PAULA – fiscal do trem em que Clotilde volta para Itapetininga
GABRIELA CATAI (da banda Cluster Sisters) – dançarina do
cabaré
GABRIEL BORGES – sapateiro, participa das reuniões secretas contra o governo de
Getúlio Vargas
GILLRAY COUTINHO – Sinval (dono do circo que chega a Itapetininga)
GIOVANNA CORREIA (da banda Cluster Sisters) – dançarina do
cabaré
GISELLE BATISTA – Antonieta Piedade (conhecida de Zeca, de Pindorama, de quem
Olga sente ciúmes)
GUSTAVO DAMASCENO – gerente de banco quando Carlos tenta pagar a última
prestação da casa
GUSTAVO TRESTINI – cobrador do trem na viagem de Clotilde e Olga de
Itapetininga para São Paulo, no início
HENRIQUE TAXMAN – médico que cuida de Afonso quando ele fica desaparecido
HOUSSEIN MINUSSI – um dos homens da carrocinha que pega o cachorro de Julinho
IRENE RAVACHE – Tereza (moradora do asilo onde Lola vai morar, no final)
ISAAC BERNAT – Josias (motorista, pai de Mabel)
ÍTALO VILLANI – joga pôquer com Alfredo no navio, acabam brigando
JOÃO VITOR MANHÃES – Ernesto (filho de Almeida, de seu primeiro casamento)
JOELSON MEDEIROS – homem que assedia Isabel dentro de sua loja
JOSÉ GUILHERME GUIMARÃES – proprietário da casa que Neves diz a Zeca que ele
alugou para montarem a confeitaria
KAIO ANTUNES – Leon (filho de Inês e Alfredo, no final)
KARIZE BRUM – Emiliana (adulta, no final)
LAVÍNIA PANNUNZIO – Lucy (primeira mulher de Assad, mãe de Soraia, na primeira
fase)
LEONARDO NETTO – comandante do batalhão no qual Alfredo e Lúcio lutam na
revolução
LUCA DE CASTRO – Dr. Evaristo (médico que diagnostica caxumba nos filhos de
Olga e Zeca)
LUCAS DOMSO – guarda na delegacia de Gusmões
LUCIANA BRAGA – Zulmira (mulher de Felício)
LUCIANO PULLIG – policial que se infiltra no cabaré à paisana em busca de
reuniões políticas
MAITÊ MOTTA (da banda Cluster Sisters) – dançarina do cabaré
MARCOS CARUSO – prefeito de Itapetininga que torna Zeca seu assessor
MARCOS DIOLI – gerente do banco onde Júlio tenta um empréstimo
MARIA MÔNICA PASSOS – Iracema (parteira de Itepetininga que atende Olga)
MILTON WALLEY – Benedito (farmacêutico que nega e depois oferece emprego a
Zeca)
NICETTE BRUNO – Madre Joana (cuida do asilo onde Lola vai morar, no final)
NICOLA LAMA – Conde de Franco (noivo de Adelaide, no final)
NICOLA SIRI – Osório (patrão de Alfredo e Tião na oficina mecânica)
NOHAM HADAM – Rita (filha de Almeida, de seu primeiro casamento)
PAULO CARVALHO – Hilton (chefe de Virgulino que sugere que ele entre em um
esquema de corrupção na empresa)
PIA MANFRONI – cigana que aborda Lola na rua
RENAN RIBEIRO – Tavinho (adulto, no final)
ROBERTO FROTA – Dr. Vicente (médico que atende Júlio em casa, no início)
ROBERTO LOBO – primeiro cliente dos doces de Lola, que depois tenta lhe dar um
calote
RODRIGO FERRARINI – oficial que tenta impedir Adelaide de embarcar com as
tropas
SACHA RODRIGUES – Silvio (carteiro que atende a região da Avenida Angélica)
SIMON PETRACCHI – Hamilton (falecido marido de Emília, pai de Justina e
Adelaide)
SILVIO MATTOS – corretor de seguros que entrega a Lola a apólice feita por
Carlos em seu nome
VANDERSON PETÃO – Viriato (policial que leva Alfredo para a cela a mando de
Gusmões)
WAGNER SANTISTEBAN – Marcos (marinheiro que Alfredo conhece no navio quando
foge do Brasil)
WALDEREZ DE BARROS – Dona Marlene (mãe de Júlio, sogra de Lola)
WERLES PAJERO – homem que está no carro que quase atropela Clotilde
ZECA CARVALHO – homem que joga pôquer com Adelaide no navio, quando ela está
voltando para o Brasil
Exibição:
30 de Setembro de 2019 à 28 de Março de 2020
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br www.memoriaglobo.com.br
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