Ao
terminar de assistir o primeiro episódio 
da história de Justiça que será
contada às quintas-feiras percebi que a autora soube dividir  muito bem as histórias. A trama  da Rose (Jéssica Ellen) e Débora (Luisa
Arraes)  é sem dúvidas a mais delicada e
polêmica das quatro. 
        Tocando
em assuntos como drogas, racismo, estupro e preconceito,   a trama promete levantar muitas bandeiras num
horário em que muito pode ser dito. O mais relevante do episódio é que autora
tocou  nos temas  sem torna-los os protagonistas da história. As
meninas continuaram lá brilhando, mostrando que o “lado bom’  de se drogar , e ao mesmo tempo as consequências
que isso pode trazer, por exemplo. 
        A Rose
é a única das protagonistas que não tem uma vingança  arquitetada  ao sair da cadeia. Ela na verdade toma as dores  da amiga/irmã Débora, que depois de contar  que fora estuprada, elas decidem ir à procura
do estuprador. A Cena em que Rose e Débora conversam no bar sobre o estupro foi
sem dúvidas a mais emocionante do episódio. O olhar da Rose vendo ali aquela
amiga tão cheia de vida que ela deixou antes de ser presa,  de repente 
transformada numa mulher tão frágil e complexa ,   me passou  a impressão que a Débora perdeu muito mais fora
da cadeia do que a Rose dentro. 
        Outro
diferencial do episódio são suas protagonistas. O  único dos quatro sem grandes nomes no seu
elenco , porém nem por isso   menos
estrelar. Jéssica Ellen, depois do
destaque em Totalmente
Demais, onde viveu uma lésbica, ganhou essa grande oportunidade nas
mãos, e a tomar por esse primeiro episódio a atriz tem talento suficiente para
segurar a personagem. 
        A Luisa Arraes,  que já havia batido um bolão em Louco por Elas
(2012) e se destacado em Babilônia (2015),
continua  dando um show em cena. Como é
talentosa essa menina, imagino ela daqui há uns dez anos, que  espetáculos vai continuar nos proporcionando.
        A
química entre elas  foi o ponto forte do
episódio, numa nítida entrega total de duas atrizes que querem fazer dar certo.
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa 


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