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Aberturas de novelas brasileiras do SBT



        O e10blog vai continuar homenageando os 35 anos do SBT com foco na teledramaturgia nacional que o canal produz. O post de hoje vai relembrar a abertura de 6 novelas consideradas clássicas e grandes sucessos do canal.
       
 Cortina de Vidro  (1989)




        Novela independente da produtora Mikson, do Guga de Oliveira, irmão do Boni, então diretor artístico da Globo na época. A Cortina de Vidro do título se referia ao Edifício Dacon, em São Paulo, que era a principal locação da trama. A novela que é de autoria do Walcyr Carrasco, chocou o telespectador quando em sua reta final apresentou uma cena  em que  Arnon, personagem do Antônio Abujamra estupra a própria filha Michele, vivida pela então atriz Carola de Oliveira. Na abertura da trama, ao som de “Prazer sem Fim”  na voz da cantora Jane Duboc, um casal vive uma quente noite de amor tendo suas imagens refletidas nas cortinas de vidros do prédio.





        Brasileiras e Brasileiros, novela dos autores Walter Avancini e Carlos Alberto Sofredini, tinha a proposta de mostrar a trama tendo como foco a camada pobre da sociedade. A ideia não foi muito feliz. Vendo a audiência cair, a direção e os autores esqueceram a ideia original e centraram a trama nos milionários personagens vividos por Rubens de Falco e Lucélia Santos. Chamou atenção na trama ainda um esporte pouco divulgado no Brasil na época  - a luta livre entre mulheres. Na abertura,  uma multidão de brasileiros seguiam  em fila ao som de “Disputa do Poder” . No inicio desfazem o logotipo  da novela e no final  o formam novamente. A abertura valeu pelo tema escolhido e pela criatividade. Em 1994, a Globo usou parte da ideia na abertura de Pátria Minha, do Gilberto Braga.  Só que  na trama global  as pessoas corriam dentro de um labirinto que visto de cima também formava a bandeira do Brasil e depois o logotipo da novela.

Éramos Seis (1994)




        Em 1994,  o SBT investiu pesado em sua teledramaturgia e apresentou o remake de Éramos Seis, dos autores Sílvio de Abreu e Rubens Edwald Fiho, baseados no romance homônimo de Maria José Dupré. O Remake se tornou um dos grandes sucessos da emissora com destaque absoluto para Irene Ravache no papel da Dona Lola, a protagonista. A abertura da trama ao som de “Valsinha” do Chico Buarque e Vinícius de Moraes, trazia uma passagem por todas as fases da família de Dona Lola, desde o casamento com Júlio (Othon Bastos) até o crescimento dos filhos. O  vídeo situava o telespectador dentro da bela história que estava prestes a ser apresentada.





        Remake da novela que o Lauro César escreveu para a tv Record em 1970. Caprichada reprodução de época e um texto impecável que fizeram com  que o SBT continuasse na trilha de sucesso iniciada com Éramos Seis. A Abertura da novela já mostrava o que poderíamos esperar  da trama, belas imagens,  e fotografia  perfeita.  Ao som de “Canção do Mar” na voz de Dulce Pontes , a abertura inicia com a imagem do Sr. Reitor vivido por Juca de Oliveira rezando , e em seguida sua duas pupilas , Guida (Débora Bloch) e Clara (Luciana Braga). A câmera passa pelos três e invade a aldeia de Póvoa do Varzim locação de todos os acontecimentos da trama, mostrando  o movimento da população em torno dos três.




1a. abertura  



2a. abertura

        Em 1995,  o SBT continuou com sua  melhor fase da teledramaturgia levando ao ar o remake de Sangue do Meu Sangue, novela do autor Vicente Sesso sucesso com a original de 1969. Essa versão apesar da primorosa reconstituição de época e o cuidado com a fotografia ,  passou em branco. Eu mesmo assisti pouquíssimos capítulos da trama. O que mais destaco na novela foi sua abertura clássica, principalmente se levarmos em conta que a trama era exibida pelo SBT. Com um clima ufanista,   ela trazia como música de abertura um hino cívico musical. A Vinheta alude a lei do ventre livre de 1871 ao som do hino da proclamação da república. Uma escrava dá a luz a um menino, o pai da criança o toma em seus braços , quebra seus próprios grilhões e corre com a criança nos braços. Ao fundo ouvimos a estrofe de “Liberdade, Liberdade Abre as Asas sobre nós”.
        Uma belíssima abertura,  uma pena que tenha sido trocada depois por uma mais amena , com cenas da trama,  do elenco e da cidade cenográfica.

Razão de Viver (1996)  




        Novela estrelada por Irene Ravache , Joana Fomm e  Adriana Esteves , mas o grande destaque ficou mesmo pelo embate entre Irene e Joanna que viviam Luisa a simplória mãe de família, um espécie de Dona Lola de Éramos Seis dos dias atuais, e  Iara  a grande vilã, calculista e incapaz de demonstrar sentimentos , um prato cheio para Joana Fomm tão acostumada a esse tipo de papel.
        A abertura de Razão de Viver ao som de “Redescobrir” na voz de Elis Regina   trazia o elenco principal da trama  em destaque com cenas da novela ao fundo. Era aquele tipo de abertura que já dava vontade de ver a trama só em ver o cuidado tido com a ela, procedimento esquecido atualmente em praticamente todos os canais.
Fonte :
Texto : Evaldiano de Sousa
Vídeo : You Tube

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