Clássico é clássico e pronto! Terra Nostra um dos maiores sucessos da nossa teledramaturgia está de volta ao Canal Viva a partir do próximo dia 28.
A trama do autor Benedito Ruy Barbosa, exibiu
cenas grandiosas e interpretações sensíveis e viscerais até então nunca
mostradas em uma produção global e instantaneamente se transformou em grande
sucesso de crítica e público.
Elevou Thiago Lacerda e Ana Paula
Arósio, os protagonistas Matteo e Giuliana, e a revelação Maria Fernanda Cândido, a Paolla, em grandes estrelas, além da maioria do elenco
que foi impecável à frente de seus
personagens.
Curiosamente quando a trama foi
reapresentada no Vale a Pena Ver de Novo
em 2004, mesmo atendendo todo os
critérios de uma reprise de sucesso – boa audiência na primeira exibição,
lembrança do público e quantidade de pedidos, a reprise foi considerada um
fracasso, visto que derrubou a audiência do horário quase pela metade. Detalhe:
antes de Terra Nostra vinha sendo reprisada Corpo Dourado (1998), do Antônio Calmon.
Mas essa reprise no Viva com certeza será uma espécie de justiça a ser feita com Terra Nostra e
motivos para revê-la não faltam:
1
– A Inspiração do Benedito Ruy Barbosa desde 1980
Benedito
Ruy Barbosa idealizou Terra Nostra logo
após encerrar Os
Imigrantes (1981), novela que
escreveu ainda na Rede Bandeirantes.
Na época, o autor recebeu milhares de
cartas de telespectadores comovidos com a trama. Uma grande quantidade de
cartas delas trazia testemunhos de imigrantes de várias nacionalidades que
construíram suas vidas no Brasil. A Esposa do autor fez uma seleção desses relatos
, e daí surgiu a ideia de escrever sobre a saga dos italianos. Quando propôs o
projeto da novela à Tv Globo, anos mais tarde, Benedito achou que ele não seria aceito
devido aos elevados custos de produção. Era uma nova Pantanal (1990) sem dúvidas. Porém
para surpresa do autor, e a Globo
certamente com receio de repetir a história da trama de Pantanal, indeferida
na emissora e que virou sua pedra no sapato quando exibida e produzida pela Rede Manchete, deu o sinal verde. Claro
que sucessos anteriores do autor na casa
como Renascer (1993) e O Rei do Gado (1996)
também serviram de alicerce para a
decisão.
O Autor se inspirou nas suas memórias de infância para retratar a
colônia italiana da novela. Quando criança, ele costumava brincar com os filhos
dos imigrantes italianos que trabalhavam nas plantações de café da fazenda de
um tio.
Jayme
Monjardim, diretor da trama, é bisneto de Francisco Matarazzo, que saiu de Nápoles em 1870, em direção ao
Brasil, em uma viagem de navio similar à mostrada na primeira fase da
novela.
2
– Thiago Lacerda e Ana Paula Arósio
alçados a grandes astros
Thiago
Lacerda virou astro da noite para o dia. Matteo foi o primeiro grande
personagem do ator na tv, depois de personagens coadjuvantes na Malhação
(1997) , na minissérie Hilda Furacão (1998)
e na novela PecadoCapital (1998). Ana Paula Arósio defendeu com maestria sua Giuliana, uma personagem
difícil, com uma forte carga dramática, que passou quase toda a trama aos
prantos, e mesmo assim foi recebida de braços abertos pelo público, que
transformou a atriz em estrela de primeira grandeza da casa em seu primeiro
trabalho oficialmente como contratada. Antes a atriz havia feita a inesquecível
Hilda Furacão,
na minissérie homônima da Glória Perez,
porém havia sido gentilmente cedida pelo SBT.
3 – A Revelação Maria Fernanda Cândido como a bela
Paolla
A Bela e sensual Paolla deu a Maria
Fernanda Cândido o status de revelação do ano. Sua relação com
Francesco, o personagem do Raul Cortez, chamou atenção na trama
tanto quanto o casal principal. O “Macarron” da Paolla fez tanto sucesso que as marcas de massa por todo o país
encheram as prateleiras dos supermercados com massas do tipo. Maria Fernanda Cândido já era conhecida do
público antes de aparecer em Terra Nostra, por ter estrelado a abertura da
novela AIndomada (1997) e participações em
novelas como Serras
Azuis (1998) na Band e Pérola Negra (1999)
no SBT. Por causa da repercussão em Terra Nostra,
a atriz foi eleita por meio de uma votação popular realizada pelo Fantástico, “A Mulher Brasileira mais Bonita do Século 20”. Maria Fernanda
venceu nomes como a própria Ana Paula
Arósio, sua companheira de trama, VeraFischer, Luiza Brunet entre outras.
4 - Outros destaques
do elenco
O Nível de sucesso que chegou Terra Nostra deve-se muito também ao elenco que imortalizou
personagens e marcou a trama por grandes interpretações. Antônio Fagundes e DéboraDuarte, viveram o casal Gumercindo e Maria do Socorro. Ele, o fazendeiro
autoritário que humilhava a mulher por nunca ter conseguido lhe dar um
filho homem, e por isso mesmo se deitava com todas as escravas da fazenda – A
Personagem da Débora Duarte morreria logo após o parto, mas a empatia do
público com ela foi tão grande que o autor resolveu poupa-la, e Maria do Socorro seguiu até o fim da novela.
Raul
Cortez roubou a cena como grande galã da trama nos braços da sua bela
Paola, a personagem da Maria Fernanda
Cândido. No início da trama, Francesco era casado com a bela e amarga Janete,
a personagem da Ângela Vieira,
que virou a pedra no sapato de Giuliana
(Ana Paula Arósio), depois que esta
aceita o casamento com Marco Antônio (Marcelo Antony), o filho de Janete.
5 - Estreantes na Globo – Tânia Bondezan,
Déborah Olivieri e Lu Grimaldi
Lu
Grimaldi estreou na Globo em Terra Nostra
na pele da italiana perfeita, Leonora. Outros nomes já conhecidos e consagrados
em outras emissoras ou no teatro estrearam na Globo na trama do Benedito
Ruy Barbosa. O caso da Déborah
Olivieri e Tânia Bondezan.
6 – A trama desbancou
“Escrava Isaura”
no mercado internacional e ganhou todos
os prêmios daquele ano
Terra Nostra desbancou
Escrava Isaura (1976) do título de novela mais exportada da história
da Globo. Em maio de 2004, a
emissora totalizou a sua venda para 83 países, contra 79 que já haviam visto Escrava Isaura.
A novela foi eleita pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) a melhor novela de
1999. Débora Duarte ganhou o prêmio
de melhor atriz, e Lu Grimaldi, a
revelação do ano na TV. A novela também foi premiada com todos os Troféus
Imprensa que concorreu: melhor novela, ator (Raul Cortez), atriz (Ana Paula
Arósio) e revelação do ano na TV (Maria Fernanda Cândido).
7 – A Drama de Angélica (Paloma Duarte)
Angélica (Paloma
Duarte), a filha mais nova de Gumercindo (Antonio
Fagundes)
e Maria do Socorro (Débora Duarte), é uma jovem tímida, obrigada a desistir do
sonho de se tornar freira para se casar com Augusto (Gabriel Braga Nunes),
jovem advogado com ambições políticas. Ele trai a mulher com Paola (Maria
Fernanda Cândido), uma bela italiana de espírito independente e comportamento
avançado para a época. Angélica descobre a traição do marido, dá fim ao caso e
torna-se amiga de Paola. O fato de ter desmascarado Augusto a deixa mais forte
e decidida, e ela toma a frente dos negócios da fazenda do pai. Augusto
prospera na política e parece se regenerar no casamento, mas, mais tarde, volta
a enganar a esposa, iniciando um flerte com a criada Florinda (Bianca
Castanho).
8 - Cenas Marcantes
Um dos momentos marcantes da primeira fase da novela é a cena em
que tripulantes do navio Andrea I, que transporta os italianos rumo ao Brasil,
quase jogam ao mar um bebê, filho dos italianos Leonora (Lu Grimaldi) e Bartolo
(Antonio Calloni), na crença de que a criança está morta, vítima da peste que se
alastra na embarcação. Mas a criança chora quando é arrancada dos braços da
mãe.
A cena foi baseada
numa história real, relatada em carta enviada ao autor Benedito Ruy Barbosa.
Na carta, uma senhora idosa, que havia ficado comovida com a novela Os Imigrantes, contava que há muitos anos um navio italiano
trazia imigrantes para o Brasil quando uma epidemia de peste foi detectada a
bordo.
Entre muitas outras
cenas memoráveis de Terra Nostra, foi muito
comentada, na época, a sequência em que os personagens Paola (Maria Fernanda
Cândido) e Francesco (Raul Cortez)
tomam banho juntos em uma banheira.
9 - A bela abertura
A abertura foi
feita com imagens em preto e branco da partida dos italianos para o Brasil,
gravadas no porto de Southampton, na fase inicial da novela.
Cenas das famílias
se despedindo se alternavam com imagens da travessia do Atlântico e closes dos rostos de Ana Paula Arósio e Thiago Lacerda.
As imagens em preto e branco contrastavam com o verde dos olhos dos atores. A
cor também surge no final da vinheta, nas imagens das plantações de café.
O Tema de Abertura
“Tormento D´amore”, do compositor Marcelo Barbosa, filho do autor Benedito Ruy Barbosa, gravado especialmente para a novela por Aguinaldo Rayol e a menina Charlotte Church, foi um dos grandes
sucessos do ano. A cantora veio ao Brasil e participou de vários programas com
Aguinaldo no Brasil divulgando a música.
10 – Trilha Sonora
A trilha da trama foi lançada em dois
discos, contendo em sua maioria canções italianas clássicas, como “Canzone per Te”, do Sérgio Endrigo, na voz de Roberto Carlos; “Funiculi Funiculá”, gravada
pela Família Lima e “Malia”
na voz da dupla Sandy e Jr.
Entre as músicas cantadas em português
estão “Um Amor Puro” escrita
e gravada pelo Djavan, e “Vai Se Chamar Saudade” do João Pacífico, gravada para o disco
pelo ator Antônio Fagundes.
Maria
Fernanda Cândido e Raul Cortez
abriam a trilha volume 2 da novela com a música “Noi ci Ammiano”, que embalou
os inesquecíveis banhos de banheira do casal.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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