Logo nas primeiras chamadas de Órfãos da Terra ficou nítido o
cuidado que a Globo teve com a
produção da sua nova novela, pareciam até chamada de novela das nove. O que parecia,
logo nos primeiros capítulos se comprovou. Não só a fotografia
ou a produção são requintadas, o
texto da Thelma Guedes e Duca Rachid,
como era de esperar tomando por base
suas tramas anteriores, sempre está à
altura de uma trama das nove, e somada a
direção de André Câmara e Gustavo Fernandez e o elenco em
escalação perfeita, estão fazendo da
nova novela das seis mais uma grande momento para o horário.
O elenco de Órfãos da Terra é uma daquelas escalações pouquíssimas vezes vista na
tv, e em alguns capítulos já parecia que
cada personagem havia sido escrito especialmente para cada intérprete.
Começando por Julia Dalávia (Laila) e Renato
Góes (Jamil), química perfeita. E a Júlia mesmo vivendo uma mocinha que promete muito choro e
sofrimento, ao mesmo tempo é forte e graciosa, ou seja não vai nos cansar.
Ana
Cecília Costa, sempre presente em tramas da autora em personagens menores,
apesar de ter feito também a mãe da protagonista em Cordel Encantado (2011),
em Órfãos da Terra a Missade é
uma personagem do tamanho do seu talento. A Atriz fala com os olhos é
visceral ... impossível as autoras terem
demorado tanto para lhe dar uma personagem desse nível.
Herson Capri, com o Aziz, faz cada cena sua
valer a pena. E o personagem mostra o quanto
o Herson sabe fazer render um personagem. Sem falar que é um tipo bem
diferente do que o ator costuma fazer e isso só abrilhanta seu talento.
Eliane Giardini (Rania) e Letícia Sabatella(Soraya), que já estão calejadas em
fazer mulheres de outras nacionalidades, conseguem em Órfãos da Terra fazer
o tipo novamente, mas com credibilidade e inovação. A Eliane com toda a
exuberância e exageros que a Rania pede; e a Letícia contida na reprimida
Soraya, que nos transmite só no olhar a força da mulher prestes a explodir
dentro dela.
Outro ator perfeitamente escalado para o
personagem é o Rodrigo Simas com o Bruno, que
promete ser a terceira ponta do
romance entre Laila e Jamil. O personagem é carismático e o ator sabe como fazer crescer dramaturgicamente e junto
ao público seus papéis. Lembram do que ele fez com o Piatã de Novo Mundo (2017) ou o Ernesto de Orgulho e Paixão (2018). Acho
que ele vai dar trabalho para empatia do casal #Jamaila !
E por falar em trabalho ao casal
#Jamaila, a Dalila da Alice Weigmann,
grande vila da trama, ainda está apagada dentro da história, mas em algumas
cenas já ficou nítido também que a atriz foi uma perfeita escalação e está com todas as armas para fazer da
personagem uma vilã inesquecível. Aguardemos.
Enquanto a Dalila não chega ao Brasil, a
Camila da Analu Dorigon, está fazendo às vezes de vilã com perfeição. Outro grande acerto do elenco.
Até o núcleo cômico, sempre tão destoando
da trama principal, como as brigas do Flávio Migliaccio (Mamede) e Osmar Prado (Bóris) e as confusões na
casa dos Nasser e suas filhas Emanuelle Araújo (Zuleika) e Simone Gutierrez (Aline); em Órfãos da Terra soa na mesma sintonia.
Paulo Betti (Miguel Nasser) e Marco Ricca (Elias Faiek), os pilares
masculinos da trama, conseguem
hipnotizar o telespectador com
suas atuações – com a comicidade comedida do personagem do Miguel, com um Paulo Betti como nos velhos tempos e o Marco
Ricca marcando mais um personagem forte e bem construído entrando para o
hall dos bons que ele fez nos últimos anos, como o Mão de Luva de Liberdade, Liberdade (2016) e Delegado Amaral de Os Dias Eram Assim (2017).
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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