Esta semana fui fisgado pelo “bichinho do novelão” que há na trama de
Por Amor.
Parei alguns segundos para assistir a reprise na trama no último dia 01.05,
enquanto estava de folga e foi impossível parar de assistir. Não à toa que em
sua quinta exibição (original, 1 no VPVN
e 2 no Viva anteriormente) a novela
não envelheceu e continua com o mesmo magnetismo. O Autor Manoel Carlos parecia está em sua melhor performance em tratar de
assuntos do cotidiano, no qual ele sabe
falar com maestria e precisão.
Personagens como a chata da Eduarda (GabrielaDuarte), a implicante da Laura (Viviane Pasmanter), a insuportável Branca
(Susana Vieira), a sexy Milena (Carolina Ferraz), a complexa Isabel (Cássia Kiss) e a doce
Helena, da Regina Duarte, como cereja do bolo, apesar de já sabermos
cada fala e cada passo que as personagens darão, fazem de Por Amor uma novela
plural em entrechos e ganchos que qualquer telespectador por menos atento que seja se prender a história.
Não dá para assistir a trama e ficar
inerte a Eduarda, que personagem
irritante de tão boa. Vocês lembram que na época foi até criado um site na
internet, o que ainda não era tão comum, pedindo a morte da personagem. A Eduarda é sem dúvidas a filha mais chata de todas as
Helenas. Mimada ao extremo, se tudo corria
ao seu comando era um amor, mas se uma vírgula sai do lugar, despejava em cima de quem fosse suas criancices, inclusive da Helena, seu principal saco de pancadas. Aliás
na época acho que não foi feito a devida justiça à Gabriela Duarte, que fez uma personagem com tanta credibilidade,
que acabou ganhando o rótulo de “chata” na vida real.
Por Amor apesar de
falar do cotidiano, assuntos pertinentes da época, a trama é atemporal e por ter se passado nos longínquos 1997, o politicamente correto
ainda não estava tão em voga, e talvez
por isso cenas, hoje jamais imaginadas, estão lá na trama. A Eduarda empurrando
a Laura na piscina, de perna quebrada e cadeiras de rodas, é sim uma tentativa
de assassinato, mas dentro do contexto ficou na conta da temperamento mimado da
personagem. Foram exatamente essas cenas nada corretas, que fizeram da trama um
novelão.
Os
clássicos barracos do Maneco não
faltam a novela – como esquecer os duelos entre a Branca e a Milena, Branca e
Isabel, a guerra velada entre ela e Helena; os porres do Orestes (Paulo José), e claro o MMA entre Laura e Eduarda que
tiveram round´s até os 45 do segundo tempo.
Citei
no blog em um dos post´s de O Pior da Semana o fato da Globo ter que recorrer a tramas antigas para salvar o Vale a Pena Ver de Novo, mas
infelizmente temos que constatar
que as tramas da década de 80 e 90 tem seu charme muito além da nostalgia, e Por Amor é uma dessas. Sempre citada com a melhor do autor, a trama é mais reverenciada do que o fenômeno
Laços de Família
(2000), e é sem sobra de dúvidas muito melhor que Mulheres Apaixonadas (2003), Páginas da Vida (2006)
ou Viver a Vida (2009).
Por Amor realmente não envelheceu! O texto resiste há 20
anos, e por isso que tenha e venha se saindo melhor em suas reprises do que
outras tramas de sucesso e que minguaram
no VPVN como Celebridade (2003)
e Belíssima (2005). Em uma semana de reprise na faixa vespertina Por Amor aumentou a audiência do horário, o capítulo em que a Eduarda joga a Laura na
piscina “bombou” na audiência e nas redes sociais.
Manoel Carlos
faz muita falta à teledramaturgia, e esta semana vibrei com a notícia de que
ele prepara uma nova trama para a emissora. Espero que o retorno de Por Amor ajude nesse retorno do autor às novelas ... ele está
nos devendo um novelão de despedida . . .
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Fonte:
Texto : Evaldiano de
Sousa
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