Nos Tempos do Imperador , dos autores Alessandro Marson e Thereza
Falcão , está chegando a sua reta final, e além de ficar marcada pela primeira novela a voltar
inédita depois das paralisações por causa da Pandemia , vai ser lembrada por uma novela de altos e baixos com identificação pontual junto ao grande
público.
O Equivoco do racismo inverso, citado pela personagem Pillar da Gabriela Medvedovski nas primeiras semanas , a falta de empatia
com o romance de Pedro e Luísa, os protagonistas vividos pelo Selton Mello
e a Mariana Ximenes, e depois a falta de química de um casal que
prometia muito inicialmente, Pillar e
Samuel , os protagonistas jovens da Gabriela Medvedovski e do
Michel Gomes.
Com isso ganhou destaque os personagens coadjuvantes e os
antagonistas, esses sim que seguram a
trama - Como Alexandre Nero,
perfeito desde o início como vilão Tonico, e agora na reta final o casal Nélio
e Dolores, vividos pelo João Pedro Zappa e Dafhne Bozaski, que
ganharam ares de casal protagonista.
Claro que o fato de a novela já está totalmente gravada
impediu que os autores pudesse mexer na trama conforme a recepção do público, o
que certamente aconteceria e talvez tivesse salvo a novela desse fraco desempenho.
Vale lembrar que Novo Mundo, dos mesmos
autores, também sofreu no início para
cativar o público, e só veio ter a merecida audiência da sua metade em diante.
Em nenhum momento o trabalho dos atores está sendo
questionado, é obviamente cada um deles
se entregou de forma magistral a seus personagens, porém como essa entrega é mostrada e recebida pelo público e que dar essa vasão de empatia e sucesso na tela. O e10blog vai reverencia o
trabalho de 10 desses atores que fizeram de seus personagens um grande destaque na
trama.
Imperatriz Tereza Cristina / Letícia Sabatella
Letícia Sabatella foi uma ótima surpresa em Nos Tempos do Imperador. Claro que e o
talento e profissionalismo da atriz
sempre transforma qualquer personagem em sucesso, mas na trama das seis a atriz
tinha a difícil missão de viver a
apagada Imperatriz Tereza Cristina, pouco falada nos livros de história ,
tendo
como rival a bela Condessa de
Barral vivida pela Mariana Ximenes. Porém a falta de empatia do
público com o romance extraconjugal entre Luiza e Pedro
(Selton Mello), fez o público se voltar para Tereza Cristina, e com esse
holofote Letícia apresentou uma personagem magnetizante, que ganhou a empatia
do público e vem brigando de igual para igual com Luísa pelo amor de Pedro. A Letícia
Sabatella vem fazendo com a Imperatriz Tereza
Cristina , o mesmo que a Letícia Collin fez com a Princesa
Leopoldina em Novo Mundo (2017). Veio comendo pelas beiradas
e apresentou uma interpretação solar, clara mostrando que
essas mulheres foram muita injustiçadas pela nossa história oficial.
Tonico Pereira / Alexandre Nero
Alexandre Nero com o seu Tonico Pereira foi o responsável por
carregar boa parte da trama nas costas, principalmente na parte inicial, quando
o público se cansou dos protagonistas. Com seu vilão, alavancou os
acontecimentos da trama e em muitos momentos foi usado com baluarte á corrupção
com sequencias que representavam momentos atuais da nossas história – Como
a Lava Jato, por exemplo. Alexandre Nero em cena é sempre receita de sucesso, o ator
desde suas estreia tem uma poder de transformar pequenos papeis em destaque ,
quem não lembra do verdureiro Vanderlei de AFavorita (2008), imagina com um vilão nas mãos.
Dolores / Daphne Bozaski
O Casal Dolores e Nélio, vividos pela Daphne Bozaski e
João Pedro Zappa, começaram a ganhar destaque na trama e empatia do
público com o romance nascido em meio as adversidades que os dois passavam sob
o domínio de Tonico Pereira. Foi uma relação construída aos poucos
e que seduziu o grande público que estava órfão de um casal pra torcer
dentro da trama. A cada capítulo e nova cena, o talento da Daphne Bozaski
já consagrada na temporada de Viva a
Diferença da Malhação (2017), se
comprovou neste novo papel , um perfil
totalmente diferente do que viveu na Malhação e na spin-off da série “AsFives”.
Nélio / João Pedro Zappa
João Pedro Zappa foi uma grata surpresa em Nos Tempos do Imperador. Em parceria com a Daphne Bozaski, ganhou
brilho dentro da trama e protagonizou
uma das cenas de maior destaque na novela – O Duelo entre ele, Tonico (Alexandre Nero) e Dolores (Daphne
Bozaski) que levou a trama ao Tropic
Trends do Twitter e ganhou uma legião de fãs do casal Nélio/Dolores ao
delírio quando viram Nélio ser jogado do
precipício pelo vilão. Mas é claro que os autores Alessandro Marson e Thereza
Falcão , não cometeriam essa loucura de mata-lo e capítulos depois ele
reapareceu agora com mais ainda sede de fazer justiça contra o grande algoz da sua família. Apesar de ser
creditado como uma revelação, João Pedro Zappa já tem mais de 15 anos de
carreira, e na tv fez trabalhos no seriado Guerra e
Paz (2008) e na novela Além do Tempo (2015), porém o Nélio realmente é
seu primeiro trabalho de maior destaque
e, em recentes entrevistas João
Pedro disse que durante a Pandemia, sem trabalhos programados , fez até bicos
de garçom para se manter. Muito bom ver o sucesso do seu personagem que
certamente o credenciará a vários outros papéis.
Pilar / Gabriela Medvedovski
Depois do sucesso em Malhação - Viva a
Diferença (2017) e na série As Five,
Gabriela Medvedovski ganhou a
protagonista jovem da trama - Pilar , a
primeira médica brasileira. Inicialmente a personagem foi um dos destaques da novela – em foco na sua luta para se
livrar do casamento arranjado com Tonico (Alexandre Nero) e a vontade de fazer o bem em prol da medicina ser reconhecida, porém o decorrer dos
capítulos foi desastroso - A química
como Samuel (Michel Gomes), também se esvaiu, e a Pilar perdeu muita força
dentro da trama. Eu acho que a Gabriela em nenhum momento pecou na
interpretação, acho que esse declínio se deu realmente por causa do perfil escrito,
e já com a trama toda gravada , ficou quase impossível mexer em alguns
detalhes que pudessem dar mais fôlego a esse perfil. Gabriela merece todos os
aplausos por sua primeira protagonistas em novelas , mas fica devendo uma
personagem na qual seu talento possa ser totalmente explorado.
Luísa,
a Condessa de Barral / MarianaXimenes
Mesmo sem ser retratada como uma vilã, Luisa, a Condessa de Barral, vivida pela Mariana
Ximenes , acabou sendo posta assim
quando o público rejeitou sua paixão e relação com Pedro II (Selton Mello) e caiu de amores por Tereza
Cristina, a personagem da LetíciaSabatella. Este é outro caso em que o trabalho da atriz em nenhum momento
foi criticado, na verdade o perfil,
muito bem interpretado, é que não foi aceito pela sociedade atual – Ver uma
mulher sofrer para dar vasão ao amor de outra, fez com que o público “não
comprasse” a Luísa, fazendo crescer
ainda mais o fandon “Pedro e Tereza”.
Dom Pedro II /
Selton Melo
O Perfil austero e
apático de Pedro II, vivido pelo Selton Melo foi um dos
principais pontos citados pela pesquisa
de opinião da Globo pela rejeição dele junto ao público. Interpretado de
forma magistral, tecnicamente falando, faltou um pouco de humanismo
inicialmente para o personagem, e talvez exatamente por isso o público tenha
rejeitado seu romance extraconjungal e consequente total falta de respeito
junto a esposa. É outro caso de um grande ator, que sabe o que fazer com qualquer
tipo de personagem, mas que o perfil , sem possibilidades de mudanças , por
causa da obra já totalmente fechada e gravada , tornou impossível certos
ajustes que poderiam melhorar .
Zayla / Heslaine
Vieira
Apresentada como a grande
vilã antagonista de Pilar, Zayla na metade da trama em diante tomou novos rumos
e caminha para uma verdadeira redenção. Interpretada pela Heslaine Vieira,
outra atriz que veio originada da temporada Viva a Diferença de Malhação (2017) e
da série As Fives, a perfil foi criticado inicialmente por ser mais uma
negra retratada como vilã dentro de uma trama, tendo uma protagonista branca
como alvo. Coincidente, a personagem no decorrer da novela tomou outros rumos e
vai terminar Nos Tempos do Imperador com o perdão do telespectador e o amor de Guebo
(Maicon Rodrigues).
Lupita – Roberta Rodrigues
Os núcleos cômicos de Nos Tempos
do Imperador também tiveram seus destaques – Uma das primeiras a brilhar foi a Lupita , vivida pela Roberta
Rodrigues. Escravizada por Borges (Daniel Dal Farra), é obrigada pelo
senhor a denunciar os que fogem para a pequena África, lugar que recebe e
protege os negros. Vende cocadas pela cidade
esbanjando simpatia e sua beleza, que conquista Batista (Ernani Moraes)
, e passa a viver um triângulo amoroso hilário junto com sua esposa , Lota
(Paula Cohen). Uma personagem que
prometia muito, Lupita vai finalizar a trama sem muito destaque, segunda a
imprensa divulgou a atriz pegou Covid-19 na reta final das
gravações no ano passado, e o final apoteótico prometido para a personagem
acabou sendo deixado de lado, ela não
pode voltar mais para gravar. Mas o trabalho da Roberta Rodrigues ,
sempre impecável neste tipo de papel , vilã
- cômica – sensual , quem não lembra da Maria Vanúbia de Salve Jorge (2012),
ficou marcado em Nos Tempos do Imperador.
Lota / Paula Cohen
Paula Cohen foi
uma atração a parte dentro de Nos Tempos do Imperador, já começando pela
maquiagem e figurinos. A personagem roubava
cada cena em que aparecia com suas trapalhadas na busca de um título e a
amizade junto a família imperial. Na última semana, a personagem vai sofrer um
grande susto e sair
do rumo ao saber da morte na guerra do seu preferido, o filho Bernardino
(Gabriel Fluentes). A personagem em choque culpará Tonico Pereira e diz que não descansará enquanto o grande
vilão não pagar por todos os seus crimes. As sequencias finais
da personagem mostram um nova
faceta e dá luz ao talento da atriz seja
no humor ou no drama.
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Fonte:
Texto : Evaldiano
de Sousa
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