Terminou a saga da Escrava
Mãe nesta
segunda-feira (09.01), e a novela do
autor Gustavo Reiz nos deixa como uma das tramas mais estáveis apresentadas pela RecordTv. Mesmo já apresentada
totalmente gravada, a novela não apresentou barrigas, manteve o ritmo,
conquistou um público cativo, teve
pouquíssimas falhas, e é sem dúvidas um
dos grandes acertos da emissora em 2016.
O Roteiro de Escrava Mãe é outro charme da novela. Com receio
que o tema escravagista cansasse o telespectador o
autor providenciou núcleos paralelos à trama
principal com vida própria que
deram uma amenizada no drama.
Escrava Mãe também acertou em escolher a época de contar sua história,
retroagindo tendo como base um dos clássicos escravagistas da história da tv, A Escrava Isaura (2004), contando a história do nascimento desta.
Isso aguçou a curiosidade do telespectador mais fanático por novelas, que mesmo
cansados do tema escravagista já tão explorado na tv, foram pegos pela
curiosidade da história.
Sobre esse tema escravagistas não
faltaram os clássicos clichês: Escravos ditos alforriados e não eram, senhores
apaixonados por suas escravas, Sinhás seduzidas pela subserviência de seus
escravos; filhos de escravocratas que
aderem aos movimentos abolicionista entre outros.
Escrava Mãe inovou logo em seus primeiros capítulos quando revelou o
segredo que poderia ter segurado a trama inteira: O Assassino do Coronel
Custódio, vivido pelo ator Antônio
Petrin. Sabendo que devido o fato da
novela já está toda gravada não iria
conseguir segurar esse segredo até o final, o autor revelou que a grande vilã
da novela Maria Isabel, vivida pela Thaís
Fersoza era a assassina. Aí Quando eu pensei que a trama perderia a graça e
os atrativos com essa revelação tão importante, ocorreu exatamente o contrário.
A Revelação instigou o telespectador em ajudar a revelar para os outros
personagens quem era o verdadeiro
assassino, e em cima desse “segredo” dentro da trama foram criados vários
outros entrechos que só deram ainda mais fôlego à trama.
Um percentual do sucesso de Escrava Mãe pode
ser também dado ao seu impecável elenco que mescla grandes
nomes em bons papéis , atores jovens em grandes momentos e quase estreantes
dando a alma aos seus personagens.
Dos veteranos vale citar Jussara Freire, Luiza Tomé, Bete
Coelho, Adriana Lessa, Luiz Guilherme,
Jayme Periard e Zezé Motta, que com certeza tiveram suas carreiras marcadas por Escrava Mãe. Todos sentiram
o prazer de viver um personagem
com bons entrechos e cresceram em cena o que só fez florescer ainda mais seus
talentos. Muito bom ver atores que sabemos que tem muito para oferecer tendo a
chance de brilhar.
O Elenco jovem é um espetáculo à parte. Thaís Fersoza foi a grande estrela da trama na pele da vilã Maria Isabel com um trabalho
singular na construção da personagem. E nesse elenco também não posso deixar de
citar a Ana Roberta Gualda,
na pele da Maria Tereza; Lidi Lisboa;
irrepreensível como a Isméria, a escrava
que virou Sinhá, e a Gabryela Moreira que ganhou a difícil missão de viver a
protagonista e está dando o seu melhor.
Adicionar legenda |
Milena Toscano também ganhou muita
projeção nesta reta final de Escrava Mãe, e mostrou que tem um potencial incrível. Não é a toa que ela
já está escalada como uma das estrelas da próxima trama da emissora. Na reta
final a Felipa ainda foi revelada como o Cavalheiro Mascarado que abria as
portas das senzalas libertando os escravos, e nos presenteou como uma das cenas mais emocionantes desta reta final se
despedindo nos braços do pai quando este
atira no mascarado e pensa que acabara de matar a própria filha. Uma cena parecida
foi ao apresentada na trama de Sinhá Moça (1986).
Escrava Mãe foi bem mais que uma novela de cunho
escravagista. A novela apresentou um leque de opções para todos os gostos, do drama
a comédia. Tocou em assuntos que foram desde o preconceito até a liberdade de
expressão e é um clássico novelão, com ainda mais méritos por ter conseguido
esse sucesso brigando no horário com tramas globais.
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Comentários
Postar um comentário