Nesta
semana a única novela do autor Walther Negrão apresentada em horário nobre fez 43 anos. Estou falando da trama de Cavalo de Aço,
novela protagonizada por Tarcisio Meira e que 15 anos depois foi usada como ponto de partida para a trama de Fera Radical,
em que o autor trocou o sexo do protagonista e fez sucesso no horário das seis
com essa nova versão. 
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        Cavalo de Aço conta
a história de Rodrigo (Tarcisio Meira) que   chega
à cidade de Vila da Prata, interior do Paraná, para vingar o extermínio de sua
família ocorrido em sua infância. O responsável pelo massacre é o Sr. Max (Ziembinski).
Para realizar seus intentos, Rodrigo torna-se líder de uma revolta social
contra o velho fazendeiro, que domina a venda de madeira dos pinheirais e de
todo o mercado de trabalho da região.  Do
lado de Rodrigo estão seus amigos Brucutu (Stênio Garcia), Sabá (Dary Reis) ,  Santo (Carlos Vereza) e o Professor (José
Lewgoy), que o apoiam em sua luta. Em meio à disputa, o rapaz se vê dividido
entre o amor de Miranda (Glória Menezes), uma fazendeira rude, e a jovem Joana
(Betty Faria), a filha mimada de Max.
        Walther
Negrão havia ganho a chance de subir para o horário nobre depois do sucesso
arrebatador de O Primeiro Amor, no ano anterior. Infelizmente a experiência não foi
muito boa para o autor. A trama que tinha no seu subtexto  o tema sobre reforma agrária , acabou sendo
muito perseguida pela censura federal que impediu que o assunto fosse abordado.
Negrão tomou outra linha  de raciocínio transformando  a novela em uma trama mais romântica, e
depois com autorização da censura tocou no tema do antitóxico Porém essa mesma
censura que autorizou,  proibiu novamente
o assunto embora passasse uma mensagem positiva contra o uso de drogas. O
autor  então  ficou sem alternativas e  para não perder o rumo da trama  matou o grande vilão Max , vivido pelo Ziembinski, transformando Cavalo de Aço numa trama policial impulsionada por um “Quem
Matou?”. 
        Como se não bastasse toda a perseguição
da censura, Walther Negrão ainda foi
avisado por Daniel Filho que a
novela teria que terminar no capítulo 100. Assim ele resolveu todas as tramas
paralelas e já se preparava para encerrá-la 
quando,  o diretor voltou a
procura-lo e avisou que a trama teria que ficar pelo menos mais uns 50
capítulos no ar. Cavalo de Aço acabou finalizando
com 180 capítulos, e só viu o público começar a se interessar pela trama
exatamente a partir do capítulo 100. 
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        Walther
Negrão contou em entrevistas que a ideia da novela surgiu de uma conversa
como Gilberto Martinho, que é de
Santa Catarina, região madeireira. A esposa do autor  sendo Paraná, tem muitos madeireiros na
família,  e assim ele viu um bom entrecho
para o pano de fundo da trama. 
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        A Motocicleta, o Cavalo de Aço do título, foi escolhida como um símbolo para a força do
personagem, assim como o autor havia escolhido a bicicleta em O primeiro Amor (1972) e depois   a
camicleta em SHazan
, Xerife e Companhia  (1974). Na trama de Fera Radical (1988), a personagem da Malu Mader, que correspondia ao do Tarcísio em Cavalo de Aço, também tinha
como   transporte uma moto. 
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        Carlos
Vereza que vivia o personagem Santo na trama, foi preso pelo DOPS durante as gravações da trama. No
interrogatório Carlos Vereza foi
indagado pelos militares para responder duas perguntas: A Localização de um
guerrilheiro  procurado no Rio de Janeiro
e a identidade do assassino do  Velho
Max  em Cavalo de Aço. O ator contou ao site
Memória Globo que corajosamente não
respondeu a nenhuma das perguntas. Foi solto 8 dias depois e voltou gravar a
novela em  um  mês. 
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        Cavalo de Aço marcou
a estreia de José Lewgoy na Tv,  depois de muito famoso nos cinemas. Também
marcou a estreia na Globo dos atores
Stênio Garcia, Sônia Oiticica e Fúlvio
Stefanni (numa pequena participação). 
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        Em um incêndio que os estúdio da Globo no Rio de Janeiro sofreram em
1976, foram perdidas todas as fitas de Cavalo de Aço, restando apenas algumas chamadas de
estreia e fotos. Uma pena! 
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        Sobre o “Quem Matou o Velho Max?”
que acabou salvando a trama em sua reta final, foi revelado que a assassina era
Lenita,  a personagem da Arlete Salles, num crime por vingança
devido a problemas familiares.  
Cavalo de Aço é lembrada  apenas como a trama que serviu de base para Fera Radical,
porém a trama tem seus méritos. Muitos personagens ganharam a empatia do
público, como o herói Rodrigo, do Tarcísio
Meira, a Mocinha Joana vivida pela Betty
Faria e o vilão Velho Max, do Ziembinski,
que mesmo sendo o grande causador dos males da trama tinha um certo carisma
junto ao público.  
        Foi uma novela difícil para o autor, mas
ao mesmo tempo desafiadora para o seu talento de escrever. Negrão mudou  a trama por mais de 4 vezes   até se acertar bebendo do quase sempre
infalível “Quem Matou?”.  Mesmo
assim,   Cavalo de Aço foi  a única trama do autor apresentada no horário
nobre global até então. Walther Negrão
acabou se especializando em tramas para o horário das seis onde ficou marcado
por vários sucessos a partir da década de 80. 
Ficha Técnica:
Novela
do Autor Walther Negrão
Direção
Geral: Walter Avancini e David Grimberg
Elenco:
TARCÍSIO MEIRA – Rodrigo Soares
GLÓRIA MENEZES – Miranda
ZIEMBINSKI – Max
BETTY FARIA – Joana
EDSON FRANÇA – Lucas
CLÁUDIO CAVALCANTI – Aurélio
MILTON MORAES – Carlão
ARLETE SALLES – Lenita
CARLOS VEREZA – Santo
Renata Sorrah – Camila
JOSÉ WILKER – Atílio
STÊNIO GARCIA – Brucutu
JOSÉ LEWGOY – Professor
DARY REIS – Sabá
SUZANA GONÇALVES – Bisteca
ELIZÂNGELA – Teresinha
MÁRIO LAGO – Inácio
MARIA LUIZA CASTELLI – Marta
PAULO GONÇALVES – Tobias
MIRIAN PIRES – Benvinda
SÔNIA OITICICA – Catarina
MILTON VILLAR – Jorge
PAULO PADILHA – Almeida
TONY FERREIRA – Dr. Castro
GERMANO FILHO – Antônio
FRANCISCO MILANI – Moraes
WÁLTER MATTESCO – Dr. Renato
TALITA MIRANDA – Maria Amélia
MARILENE SILVA – Alzira
LUIZA DO CARMO – Maria
MARIO PETRAGLIA – Guigui
SÉRGIO MANSUR – Ciro
REYNALDO GONZAGA – Felipe
URBANO LÓES – Campelo
NAIR PRESTES – Juventina
DARCY DE SOUZA – Socorro
SYLVIA GUIMARÃES – Jucléia
as crianças
ROSANA GARCIA – Ninita
RICARDO GARCIA – Zezinho
JÚLIO CÉSAR
e
AUGUSTA MOREIRA – mulher da rua
CASTRO GONZAGA – tabelião Cecil
FÁBIO SABAG – Patrocínio Cardoso
FRANCISCO SILVA – Tonho (capanga de Max)
FÚLVIO STEFANINI – agente federal
MOACYR DERIQUÉM – médico
GLÓRIA MENEZES – Miranda
ZIEMBINSKI – Max
BETTY FARIA – Joana
EDSON FRANÇA – Lucas
CLÁUDIO CAVALCANTI – Aurélio
MILTON MORAES – Carlão
ARLETE SALLES – Lenita
CARLOS VEREZA – Santo
Renata Sorrah – Camila
JOSÉ WILKER – Atílio
STÊNIO GARCIA – Brucutu
JOSÉ LEWGOY – Professor
DARY REIS – Sabá
SUZANA GONÇALVES – Bisteca
ELIZÂNGELA – Teresinha
MÁRIO LAGO – Inácio
MARIA LUIZA CASTELLI – Marta
PAULO GONÇALVES – Tobias
MIRIAN PIRES – Benvinda
SÔNIA OITICICA – Catarina
MILTON VILLAR – Jorge
PAULO PADILHA – Almeida
TONY FERREIRA – Dr. Castro
GERMANO FILHO – Antônio
FRANCISCO MILANI – Moraes
WÁLTER MATTESCO – Dr. Renato
TALITA MIRANDA – Maria Amélia
MARILENE SILVA – Alzira
LUIZA DO CARMO – Maria
MARIO PETRAGLIA – Guigui
SÉRGIO MANSUR – Ciro
REYNALDO GONZAGA – Felipe
URBANO LÓES – Campelo
NAIR PRESTES – Juventina
DARCY DE SOUZA – Socorro
SYLVIA GUIMARÃES – Jucléia
as crianças
ROSANA GARCIA – Ninita
RICARDO GARCIA – Zezinho
JÚLIO CÉSAR
e
AUGUSTA MOREIRA – mulher da rua
CASTRO GONZAGA – tabelião Cecil
FÁBIO SABAG – Patrocínio Cardoso
FRANCISCO SILVA – Tonho (capanga de Max)
FÚLVIO STEFANINI – agente federal
MOACYR DERIQUÉM – médico
Exibição: 24 de
Janeiro a 21 de Agosto de 1973 
Capítulos: 180
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa 







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