Precisou três
protagonistas, três mulheres com história e entrechos fortes para devolver à Globo os louros do seu horário nobre
global. A Força
do Querer, da autora GlóriaPerez é a primeira novela em cinco anos (desde Avenida Brasil/2012), que vem conseguindo parar o Brasil em frente
à tv novamente e enchendo as redes sociais de fotos e frases ditas pelo
personagem da trama.
Nesta
última semana, com a prisão do Rubinho (Emílio Dantas) e o embate entre Jeiza e
Bibi , Paolla Oliveira e Juliana Paes,
a novela deu picos de audiência e com certeza fez muitos executivos da Globo darem pulos de alegria. A Força do Querer começou morna, mas logo mostrou que sua “força”
principal está na história que mescla
folclore, como a trama da Ritinha Sereia (Ísis Valverde) com a dura realidade
da polícia brasileira, as milícias, o tráfico de drogas e o MMA. Um emaranhado de histórias mescladas
pelo perito texto da autora e intérpretes viscerais que só enriquecem
ainda o enriquecem ainda mais.
É certo
que depois do fenômeno em forma de novela AvenidaBrasil, do autor João EmanuelCarneiro, algumas tramas até conseguiram
fazer sucessos pontuais, o caso
de Amor à Vida (2013) do WalcyrCarrasco e Império (2014) do AguinaldoSilva, porém mesmo assim não fugiram da rejeição à certos assuntos e
personagens. A Própria Glória Perez
sentiu na pele esse efeito pós-Avenida Brasil,
Salve Jorge de sua autoria, foi a novela seguinte, e o público não comprou a história de cara,
não quis embarcar nos voos da autora e chegaram até implicar com o cabelo da
protagonista, a Morena (Nanda Costa). Claro que isso não é motivo para descredenciar
a autora, pois o próprio João Emanuel
Carneiro não conseguiu o mesmo efeito de Avenida em A Regra do Jogo, taxada de uma novela que teria dado mais
certo se tivesse sido apresentada em série. Enfim Avenida Brasil ainda era presença
absoluta nas comparações com as tramas que a sucederam, e pela primeira vez o público compra uma
novela, e talvez sem comparações injustas, afinal nunca foi feita uma nova Roque Santeiro (1985) , Vale Tudo
(1988) ou Tieta (1989), outras tramas também consideradas fenômenos, dando assim a chance de A Força do Querer se mostrar,
antes de ser comparada e quem sabe
rejeitada.
Além da
trinca Juliana Paes/Paolla Olivera /
Ísis Valverde, que são os pilares de A
Força do Querer outros núcleos ou personagens também são responsáveis por
esse sucesso da novela, e assim não posso deixar de citar a Débora Falabella que na pele da Irene já
provou que ainda tem muito a mostrar na trama, e pelo pouco que mostrou ficou nítido que a personagem será
inesquecível, assim como a Joyce da MariaFernanda Cândido; a Silvana da LíliaCabral; A Ivana da estreante Caroline
Duarte e o Rubinho do Emílio Dantas
– Todos personagens muito rico dramaturgicamente e com certeza faram de A Força do Querer um
novelão!
Sobre os
outros núcleos aposto na história da Ivana, claro, super pertinente falar no atual
cenário do Brasil sobre essa identidade de gênero, e nele vale destacar também o Nonato/Elis Miranda
vivido pelo também estreante Silvero
Pereira, um baita ator que vem roubando às cenas em meio à grandes nomes
como Lília Cabral e Humberto Martins.
A Força do Querer mesmo não tendo a temática tão popular como foi Avenida Brasil,
apresenta histórias para todos os tipos de público e talvez esse seja um dos principais
motivos desse apego do telespectador à trama, quebrando o regime de sucesso do
horário nobre da Globo de cinco
anos!
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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