Ele é sem
dúvidas um dos colaboradores e co-autores mais famosos da nossa
teledramaturgia. Com formação que passa pelo Colégio Militar quando criança,
uma faculdade de Jornalismo na UFRJ, aulas de interpretação no Tablado em sua adolescência e estagio na TVE escrevendo roteiros
educativos.
Entrou
para a Casa de Artes das Laranjeiras (CAL) quando soube que o escritor Doc Comparato daria uma oficina de
roteiros. Assim Linhares escreveu um roteiro para a série Caso Verdade
e foi indicado à Paulo José,
de quem foi aluno em uma oficina de roteiristas.
Em 1983,
foi contratado pela Globo e por quatro
anos assinou esquetes do humorístico Viva o Gordo, do Jô Soares.
Depois de
colaborar nos textos das minisséries A Máfia do Brasil (1984) e alguns episódios do Tele Tema (1986), Ricardo
Linhares estreou nas novelas colaborando com Aguinaldo Silva na trama de O Outro em 1987 e
no ano seguinte com Walther Negrão
na trama de FeraRadical , atualmente reprisada pelo Canal Viva.
Em 1989, Ricardo Linhares estreou como autor
oficial dividindo os louros da adaptação do clássico Tieta do Agreste, do autor Jorge Amado, para a Tv. Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzsonh
foram os outros autores da trama.
No Início
da década de 90, Ricardo voltou formando o trio de autores principais da trama
de Lua Cheia de
Amor, com Ana Maria Moretzson
e Maria Carmem Barbosa, uma espécie
de remake de DonaXepa (1977), do Gilberto Braga, e no ano seguinte aconteceu seu primeiro encontro
com Gilberto quando colaborou com o autor na trama de O Dono do Mundo (1991), voltando a repetir a parceria na minissérie Anos Rebeldes em 1992.
Nos anos
seguinte voltou a parceria com Aguinaldo
Silva e Ana Maria Moretzsonh nas tramas de Pedra sobre Pedra (1992) e Fera Ferida (1993).
Foi o Linhares também quem
supervisionou o texto, em 1995, da primeira temporada de Malhação.
Em
1996, Ricardo Linhares deixava a Globo pela primeira e única vez. O
autor assumiu a autoria da novela O Campeão, apresentada pela Rede Bandeirantes. A novela havia sido um argumento do autor Aguinaldo Silva, que pediu para que
Ricardo escrevesse a novela.
De volta a
Globo em 1997, Ricardo Linhares
dividiu a autoria de outro clássico do gênero realismo fantástico em parceria
com Aguinaldo Silva, a novela A Indomada. E no ano seguinte apresentou sua primeira novela solo oficial,
apesar da supervisão do Aguinaldo Silva –
a trama de MeuBem Querer (1998), que
mostrava que Linhares era sem dúvidas o grande sucessor de Aguinaldo bebendo do
estilo e estética do realismo fantástico e regionalista, marca forte do
trabalho do autor.
Nos anos
2000 voltou a dividir uma trama com Aguinaldo, a história de Porto dos Milagres (2001) e em 2003 voltou à apostar em voo solo novamente com a trama de Agora é Que São Elas, novela baseada
em uma argumento de Paulo José.
Foi no ano de 2003, que Ricardo Linhares voltou a parceria com Gilberto Braga. Essa parceria rendeu as melhores e mais polêmicas
novelas dos anos 2000. Passou por Celebridade (2003)
com a inesquecível Maria Clara Diniz e
a cachorra Laura, personagens da Malu Mader e Cláudia Abreu; Paraíso Tropical (2007) que imortalizou a prostituta Bebel e o vilão Olavo, vividos pela CamilaPitanga e Wagner Moura e Insensato Coração em
2011, nos presenteando com a Norma da GlóriaPires e o vilão Léo do Gabriel BragaNunes.
Em 2012,
Linhares voltou a colaborar para a temporada da Malhação e
supervisionou o texto do fenômeno Cheias de Charme, a trama de estreia dos autores Felipe Miguez e Izabel de Oliveira.
Em 2013, Ricardo Linhares voltou à suas origens com
tramas de realismo fantástico quando
recebeu a incumbência de escrever o remake de Saramandaia, a clássica trama do Dias Gomes de 1976, para o horário das 23 horas. Com a computação e recursos técnicos a favor da história essa versão de Saramandaia foi
muito mais realista que a primeira reapresentando
cenas inesquecíveis da nossa memória como
a explosão da Dona Redonda (Ilza Carla/1976
e Vera Holtz/2013) ou o Professor
Aristóbulo se transformando em lobisomen (AryFontoura/1976 e Gabriel Braga Nunes/2013).
Com Babilônia a polêmica trama apresentada em 2015, Ricardo Linhares voltou a parceria com Gilberto Braga, fechando o trio com João Ximenes Braga. A novela é
considerada um novelão em todos os sentidos e
é sem dúvidas a trama que sofreu
maior rejeição inicial do público da história da teledramaturgia. Foi
exatamente Ricardo Linhares o
responsável por essa projeção positiva e negativa de Babilônia, foi dele a ideia do beijo
no primeiro capítulo entre as personagens da Fernanda Montenegro e Nathália Timberg. As duas viviam um
relacionamento homoafetivo a mais de 30 anos e segundo o autor relatou em
entrevistas para o programa Donos da
História do Canal Viva, não
tinha como segurar esse beijo para um capítulo final. Foi esse beijo que desencadeou a rejeição a trama, e as ditas famílias
brasileiras se sentiram ofendidas em sua moral com uma cena “tão forte” logo de
cara.
Enfim, foi uma
faca de dois gumes, que só um autor com a experiência de um Ricardo Linhares poderia ter a coragem
e o alicerce para ariscar. Talvez futuramente Babilônia possa
ser vista sobre outra ótica e finalmente
seja feita justiça sobre o entrecho do
beijo gay.
No ano
passado Ricardo Linhares colaborou
com Maria Adelaide Amaral e Vicente
Villari na trama de A Lei do Amor (2016)
e foi o supervisor do último sucesso das sete, Rock Story , da autora Maria
Helena Nascimento.
Conforme a
imprensa já divulgou, Ricardo Linhares
estará de volta a grade da Globo em
2018. O Autor está adaptando o livro de Edney
Silvestre “Se Eu Fechar Os Olhos Agora” , para ser apresentada em forma de minissérie. O
Livro já foi traduzido para várias línguas e ganhou o prêmio Jabuti.
Mal posso
esperar! É sempre bom ter um bom produto escrito por Linhares no ar!
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br
www.memoriaglobo.com.br
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