A
Globo não tem do que reclamar, há muito tempo suas três principais tramas tinham uma audiência tão satisfatória.
Atualmente Novo
Mundo, Pega-Pega e A Força do Querer a cada dia conquistam novos
público e suas tramas e entrechos não saem das redes sociais e das conversas no
trabalho e rodas de amigos logo após o término de cada capítulo.
Mas
essa audiência e sucesso nada mais é do que um reconhecimento às três tramas
que são muito bem escritas e apresentam
semanalmente novas histórias que fazem o telespectador pensar, opinar, se revoltar, ou seja nos movimentam em casa e
não deixam ficarmos inertes a elas.
Novo Mundo,
trama das seis , da Thereza Falcão e
Alessandro Marson, autores
estreantes como titulares, desde o seu início se mostrou uma trama atraente.
Apesar de inicialmente o clima didático da história não ter me agradado muito, só depois descobri
que ele foi preciso devido a pesquisa feita pela emissora, onde foi descoberto que muitos achavam que Dom Pedro I havia
descoberto o Brasil. Quando a novela voltou aos entrechos folhetinescos não
teve para ninguém. São pilares da trama
o triângulo amoroso formado por Dom Pedro I (Caio Castro), Domitila (Ágatha
Moreira) e Leopoldina (Letícia Collin), um entrecho muito bem construído e
interpretado; os personagens cômicos como o da
Ingrid Guimarães, que com seu
talento salvou a Elvira da morte e deu um “up” a história da personagem e, VivianePasmanter e Guilherme Piva na pele da Germana e Ligurco, a cada cena
enriquecem a história de tal forma que fica impossível imaginar Novo Mundo sem eles. Eu ainda aguardo
de Novo Mundo a força da
Ana, personagem da Isabelle Drumond,
que vem interpretando uma mocinha ao estilo antigo, sofredora e reprimida, que
mesmo em uma trama de época não empolga mais.
Pega – Pega, trama das sete da também estreante em voo solo Cláudia Souto, teve um início difícil com um primeiro capítulo que não empolgou e que ficou marcado pela inexperiência da autora. Porém foi apenas aquela velha impressão errada de um primeiro capítulo. Nos capítulos seguintes a trama começou a se fortalecer e a história do inacreditável roubo de 40 milhões vem se transformando em crível.
A escalação de elenco me deixou preocupado, porém logo ficou nítido
que ele foi um dos grandes acertos da trama. O quarteto de ladrões vividos pelo Marcelo Serrado, Nanda Costa , Thiago
Rodrigues e João Baldasserini cada um com um perfil diferente vem dando um
show em cena, mesclando o suspense e humor. E por falar em
humor, Mariana Santos, que migrou do
humor para a novela, é um dos destaque da trama na pele da vilã cômica Maria
Pia. Além da trama do roubo que tem ramificações em vários núcleos, a trama vai
contar uma história mais série e com
apelo social através da doença da Bebeth, filha do Éric, personagem adolescente
vivida pela atriz Valentina Herszage.
Um dos grandes problemas de Pega- Pega era o
casal principal vivido pelo MateusSolano e Camila Queiroz, mas acho que no decorrer da trama o casal engrena
de vez. Aliás , vale fazer um a parte
para a Camila Queiroz. A atriz está
muito bem em sua primeira personagem sem “vícios” dramaturgos, como a Angel de Verdades Secretas (2015) que tinha a aura da estreia e a Mafalda de Êta Mundo Bom (2016), com o escapismo da caricatura caipira.
A Força do Querer,
atual trama da Glória Perez que
ocupa o horário nobre da emissora, já é considerada a melhor da autora desde O Clone.
Glória resolveu fugir do chavão das outras nacionalidades explorada em Caminho das Índias (2009)
e Salve Jorge (2012), e centrou A Força do Querer no Brasil apresentando um leque de personagens ricos
dramaturgicamente, e com três mulheres como protagonistas que serviram de pilar
para história através de suas forças. A autora sempre primou por protagonistas
fortes que fugiam ao biótipo das mocinhas tradicionais, e Ritinha (Ísis
Valverde), Bibi (Juliana Paes) e Jeiza (Paolla Oliveira) são a representação desse tipo irresistível de personagem.
Falando nelas, em A Força do Querer não tem como dar ênfase na Bibi
da Juliana Paes , que vem dando o sangue pela personagem e que nesta fase com a prisão do Rubinho
(Emilio Dantas) vem sendo a grande estrela da novela. Outros nomes também ainda
prometem na trama como a vilã dominatrix
Irene, vivida pela Débora Falabella;
e a história da descoberta do gênero da
Ivana, outro grande personagem, e com
uma interpretação incrível e sensível da Caroline
Duarte.
Pouquíssima
vezes na história da teledramaturgia da Globo as três novelas simultaneamente apresentadas
no horário das seis, sete e das oito (agora 9 e logo, logo 10) foram unanimes
em crítica e/ou público. Lembro-me disso ter ocorrido em 1985 com a exibição simultânea de A Gata Comeu , TiTi Ti e Roque Santeiro e em 1989 com O Sexo dos Anjos , Top Model e Tieta.
Alguém
lembra de outras trincas de sucesso?
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Realmente, é raro uma trinca de sucesso, ainda mais nos últimos anos. Eu lembro de 2004 que tivemos Senhora do destino, Cabocla/Chocolate com Pimenta e Da cor do Pecado, que fizeram grande sucesso também.
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