A Escrava Isaura, remake escrito pelo Tiago Santiago, baseado no romance de Bernardo Guimarães, exibiu nesta
segunda-feira (24.07) seu último capítulo, e mesmo sendo reprisada pela quarta
vez, a trama fez uma das suas melhores
trajetórias em reprises e deu o segundo lugar no IBOPE isolado para a RecordTV.
Eu fui um dos que não apostei na
reprise. Considerada um “novelão”, foi
quem revitalizou o núcleo de teledramaturgia da emissora, mas a histórico das
duas outras reprises não fez jus ao sucesso da exibição original. A RecordTv apostou alto, levou em
consideração o gancho da continuação de Escrava Mãe e
apresentou com status de produção inédita a trama da escrava mais famosa da
teledramaturgia nacional.
A novela teve seus percalços, que hoje quase vinte anos depois ficaram ainda
mais evidentes – furos no roteiro, o texto
didático e um elenco em sua maioria em interpretações cruas, mas mesmo assim a trama rendeu para o autor o
prêmio de revelação do ano da APCA. BiancaRinaldi repetiu a mesma trilha da Lucélia Santos, quando viveu a
personagem na versão de 1976 apresentada pela Globo, e foi alçada ao posto
de grande estrela da casa.
Com quatro finais gravados para enganar a imprensa e não revelar a identidade do assassino de
Leôncio (Leopoldo Pacheco) que concentrou
a reta final da trama, o autor usou com maestria o clichê do “Quem matou?”. As opções
eram: Belchior (Everton de Castro), o assassino da primeira exibição; Rosa
(Patrícia França), exibida na segunda exibição, Malvina (Maria Ribeiro) a assassina da
terceira nesta, a quarta exibição foi a vez do final em que o assassino é o Seu Chico, personagem do Jonas Melo.
O grande destaque do elenco ficou mesmo por conta da Patrícia
França e Everton de Castro, excelentes na pele da escrava espevitada do mal Rosa e o
jardineiro Belchior, respectivamente.
LeopoldoPacheco na pele do vilão Leôncio também foi um dos destaques. Distanciado
da interpretação imortalizada do Rubens
de Falco, deu um novo perfil do Leôncio, tão cruel e crível quanto o
original.
O
sucesso da reprise mostrou o
quanto o mundo da teledramaturgia pode ser surpreendente. Uma trama dita “velha” com quase vinte anos de
vida, que na Globo jamais figuraria em um horário nobre, fez a audiência da RecortTv subir, renovou seu
público e muitas vezes deu mais
IBOPE que a bíblica e inédita O Rico e Lázaro.
O Clima de nostalgia também somaram para
o sucesso desta reprise. Rever atores sumidos da tv há tempos ou rever últimos trabalhos de grandes nomes que já nos deixaram
foi um doce deleite. É o caso da MayaraMagri (A Condessa Tomásia) longe da tv desde A Escrava Isaura; e os saudosos Rubens de Falco (O Comendador Almeida)
e Chica Lopes (Joaquina).
Com uma mensagem de paz e liberdade,
sempre pertinente, há 20 anos ou nos dias atuais, A Escrava Isaura é uma das principais produções da emissora e provou isso novamente com essa reprise.
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
1º assassino e original é o Sr Chico e repetiram agora, e não sabia que 2004 pra 2017 são "quase 20 anos" kkkk
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