Este foi o ano das séries. O público
resolveu assumir de vez o formato e consagrou produções nacionais como Sob Pressão e
Carcereiros , além de Assédio e Ilha de Ferro, criadas  especialmente para a Globo.Play , a plataforma de streaming da Globo, mas que tiveram seus primeiros episódios apresentados como
aperitivo na tv aberta. 
        Mesmo com o formato copiado de fora,
nossas séries ainda mantêm aquela essência folhetinesca, e talvez seja
exatamente isso que nos façam se apegar tão facilmente as mesma  - Um produto 
com os velhos entrechos novelísticos, marca das produções brasileiras
tão aclamadas mundo a fora,  somada a uma
alta qualidade  que a evolução dos tempos
exigiu. 
Mister Brau 
(Globo – 24 de Abril de 2018 à 12 de Junho de
2018)
        A Despretensiosa Mister Brau chegou
a sua quarta e última temporada este ano. Mesmo com muita especulação depois do
término da terceira, Jorge Furtado
apresentou uma quarta temporada simples e glamorosa para encerrar  a trajetória dos Brau´s, que começou como
quem não quer nada em 2015 e se transformou em uma das melhores séries nos anos
seguintes. 
        Essa temporada teve apenas 8 episódios,
sendo o último deles gravado em Angola e consagrou de vez Lázaro Ramos e Tais Araújo que imortalizaram os protagonistas Brau
e Michelle na nossa memória. 
        Em meio ao humor inteligente do seriado uma pitada de crítica social e
bandeiras contra o preconceito racial e social, tudo mostrado com sutileza e
a  leveza que a produção permite.
Brasil a Bordo 
(Globo – 25 de Janeiro de 2018 a 12 de Abril de
2018)
        Brasil a Bordo que
ficou meses no Globo.play antes de
estrear na tv aberta,  não chegou nem
perto de grandes momentos do autor MiguelFalabella  como em  Toma Lá, da Cá
(2005 à 2007);  A Vida Alheia (2010) e Pé na Cova (2013 – 2016), mas aparentemente sem muitos atrativos
o decorrer dos episódios vão mostrando que a série até cumpri seu objetivo –
entreter. 
        O Texto do seriado soou algumas vezes
fraco e sem as pitadas de crítica social sempre marcante nos trabalhos do
Miguel, mas o elenco salvou muitos momentos e foi responsável por cenas
memoráveis. 
        No elenco destaque para Arlete Salles, impecável como a Berna; MarcosCaruso, o Durval; Mary Sheila
como Shaniqwa e Maria Eduarda de
Carvalho , a inesquecível Caravelle. 
Carcereiros 
(Globo – 26 de Abril
a 08 de Novembro de 2018)
        Carcereiros  já chegou  premiada sendo  uma das mais vistas da Globo.play,
onde estava disponível desde julho de 2017. 
        A Série inspirada no
livro homônimo do Dr. Dráuzio Varella,  é  criação dos roteiristas José Alvarenga
Jr, Marçal Aquino e Fernando Bonassi, esses dois últimos também roteiristas
de Supermax  (2017) e que  também teve um presídio como principal
locação.
        Porém  as coincidências
entre Carcereiros e Supermax param por aí. Carcereiros se destaca pelo foco na dura realidade do sistema carcerário brasileiro,
 uma tragédia  sempre
anunciada.
        Carcereiros foi  uma proposta inovadora  que fugiu  do formato de folhetim
e   abusa  das cenas fortes de violência e
assassinatos, tudo isso emoldurado por muitos palavrões, e  a
gente  chega muito, muito perto mesmo de estar  dentro de
um presídio.
        Os depoimentos de carcereiros da vida
real que mesclam as cenas  foi  outro diferencial da produção. Depoimentos
fortes, impactantes e importantes para a credibilidade da parte ficcional da
história.
        Rodrigo Lombardi brilhou como cabeça do elenco na pele do carcereiro Adriano. O
Ator que ganhou o papel depois da morte trágica de Domingos Montagner, mostrou grande versatilidade vivendo o
galã  desconstruído, sem vaidades  numa 
composição  visceral. 
Sob Pressão 
(Globo – 08 de
Outubro  a 18 de Dezembro de 2018)
        Filho do longa
metragem “Sob Pressão” do Andrucha Waddington , 
a série mostrou  o panorama da saúde
pública brasileira  e pela primeira vez sem poupar o telespectador  da dura realidade.
        Em sua segunda temporada Sob Pressão continuou  mostrando essa  dura realidade, sem  pinceladas de
maquiagem,  mas também mostrou  o foco  desse problema tendo como base a corrupção, principal
doença do sistema. Isso foi  o diferencial
e ponto forte dessa temporada, 
considerada sem sombra de dúvidas e com hunanimidade a melhor série já
produzida pela Globo até então. 
        Protagonizada  com perfeição por  Marjorie Estiano e
Julio Andrade, a
segunda temporada ganhou  um reforço de
peso com Fernanda Torres, vivendo a nova diretora administrativa do  hospital e Humberto
Carrão, um novo médico com métodos poucos
ortodoxos que chega ao Macedão.
        Fernanda Torres  foi espetacular  vivendo a Renata, mostrando uma  faceta do seu talento, que ela não
apresentava na tv aberta desde Selva de Pedra (1986)
-  o drama. Sua atuação foi aplaudida de
pé pelo público e a imprensa. 
        A Segunda temporada marcou a despedida
de Stepan Nercessian do Dr. Samuel,
em um dos episódios  mais emocionantes. 
        Uma produção rica em todos os sentidos –
um elenco ímpar, um texto agressivo, 
didático na medida certa e pertinente; direção “cirúrgica” (do Andrucha
Waddington)  entre outros fatores fazem
de Sob Pressão um produto que não fica devendo em nada para as
produções  americanas. 
        Que
venha a terceira temporada! 
Z4 
(SBT – 25 de Julho a
29 de Agosto de 2018) 
        O SBT  
seguiu  no caminho certo na
teledramaturgia, depois de A Garota da Moto (2016) em parceria com a Fox Life, e As Aventuras de Poliana, Z4 o seriado teen encerrado em  29.08, 
parceria com a Disney Channel, Sonuy Music e Formata Produções,
foi outro produto do gênero  bem sucedido
na casa.
        O
Seriado focou no público mais jovem, mas nem por isso perdeu a essência
infantil, marca registrada das tramas do SBT.
        Z4 contou a história da
Boy band do empresário Zé Toledo (Werner Schurmememann) formada por Enzo
(Apollo Costa), Paulo (Gabriel Santana), Luca (Pedro Rezende) e Rafael (Matheus
Lustosa).
        A
Produtora foi muito esperta ao escalar o youtuber  Pedro Resende,
um dos astros da série, para chamar atenção através do seu público, além do
ex-globalWerner Schumermann , recém saído de Tempo de Amar . 
        Claro que o texto e
interpretação  não foi o forte da série, mas  vale
destacar  o trabalho de atriz da Manu Gavassi  como
a Pâmela Toledo.
        Mesmo todo o relevante sucesso não foi
suficiente para que o série emplacasse a banda Z4 para
a vida real, assim como aconteceu como RBD
(Boy Band  mexicana que nasceu na novela Rebelde.
Quem sabe uma segunda temporada seja necessário para isso. 
Assédio 
(Globoplay – Os 10
episódios foram liberados a partir de 21 de Setembro de 2018)
(Globo – Primeiro
episódio exibido em 15 de Outubro de 2018)
        Assédio foi a
primeira série feita especialmente para a Globoplay,
o serviços de streaming do Grupo Globo.
        A Globo apresentou em sessão especial  o primeiro episódio da
tão falada minissérie Assédio, baseada no livroA Clínica – A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih, de Vicente Vilardaga, que fala das mulheres que se uniram para denunciar os
assédios e estupros envolvendo o médico paulista. 
        A  obra é escrita
por Maria Camargo e
dirigida por Amora Mautner,
foi sucesso instantânea e consumida como água na plataforma de streaming. 
        O  verbo  “causar” é digamos o melhor empregado sobre a
produção. Impossível ficar inerte ao assistir as cenas tão grotescas e
revoltantes que a minissérie retrata com tamanha realidade. A direção não
poupou em nenhum momento o telespectador, e talvez por isso não tenha
prejudicado o andamento da história,  que pede essa realidade e a  falta de pinceladas de imaginação. É tudo bem explícito.
        O elenco
recheado de estrelas globais é sem dúvidas outro  trunfo de Assédio. Atrizes totalmente entregues às suas
personagens   são o diferencial do produto. No episódio exibido na
tv aberta  destaque para a sempre
perfeita Adriana Esteves. Ela dar vida a Stela, que intitula o  episódio, e numa
interpretação  ímpar  mostra mais uma vez a grande estrela que é. Impossível
não se emocionar ou sentir a dor da sua personagem ao ver seu grande sonho de
ser mãe ser transformado em uma tragédia sem precedentes.
        No elenco
feminino vale destacar ainda as atuações de Paolla Oliveira(Carolina), Jéssica
Ellen (Daiane)
e  Elisa Volpatto,  que vive a repórter Mira, responsável pela união das
mulheres na denúncia ao médico, uma cara pouco conhecida da TV aberta. Antes
Elisa só havia feito participação no seriado Doce de Mãe (2012 e 2014) e Mariana Lima como a Sra. Glória Sadala. 
        Mas o dono da
minissérie  foi   incontestavelmente Antônio Calloni. Que trabalho impecável do ator à frente do
Roger Sadala,  o Doutor Vida. Uma interpretação visceral e sob medida de um personagem
complexo, controverso e com um viés difícil, que poderia facilmente cair numa
caricatura. Mas o Calloni fez com uma propriedade que merece aplausos de pé.
        Para que ainda
não curtiu a trama no Globoplay a
imprensa já divulgou que apresentará  os
10 episódios da série na tv aberta em seu horário das onze em 2019. 
Ilha de Ferro
(Globoplay – Os 12
episódios liberados em   14 de Novembro
de 2018)
(Globo – Primeiro
episódio exibido em 19 de Novembro de 2018)
        Ilha de Ferro seguiu
a mesma linha de Assédio, produzida pela Rede
Globo  especialmente para a
plataforma de streaming, a Globoplay. Criação de Max Mallmann e Adriana Lunardi, com supervisão de Mauro Wilson ,  direção artística de Afonso Poyart e direção geral de Guga Sander e Roberta Richard. 
        O Primeiro episódio é um bom aperitivo para o  melhor  que vem nos outros 11 seguintes. O destaque   ficou por conta dos protagonistas totalmente fora das
suas zonas de conforto e entregues aos personagens.
        Cauã Reymond ,
no posto de galã descontruído; Sophie
Charlotte  nuva vibe drogada e  livre de quaisquer vaidades,  e mesmo assim linda na pele da Leona eMaria
Casadevall  numa vibe sexy
dominadora,  protagonizaram
cenas fortes, dramáticas e de muita sensualidade, o que aliás  são as principais característica da série. Muita nudez
contextual que moldura os acontecimentos e enfeita os diálogos impecáveis.
        Destaque também
para Kléber Toledo (Bruno), Milham Cortez (Astério),Taumaturgo
Ferreira (Valdomiro) e Jonathan Azevedo (Fiapo).
        O
único pecado da série talvez seja seu tamanho. Os 12 episódios ficaram
cansativos, apesar de  terem
sido  divididos  entre a história principal  e a
trama de um novo personagem a cada  episódio.
        É também
um dos melhores produtos do grupo Globo produzido este ano, que primou pela credibilidade, um elenco
em total sintonia, uma direção primorosa, principalmente nas cenas de ação – o
que foi aquela cena da queda do helicóptero? Só por ela já valeu o  primeiro episódio. 
(Globo – 25 de Novembro a 30 de Dezembro de 2018)
        A
Despretensiosa Pais de Primeira já termina 2018 
com uma segunda temporada de 14 episódios já confirmada. 
        A série que estreou  nas tardes de domingo  da Globo, do autor Antônio
Prata, foi um misto de humor com emoção dosada milimetricamente.
Talvez exatamente pela falta de pretensão, afinal de contas, é um programa para
um domingo à tarde, onde os programas de auditório são o forte das outras
grades, a minissérie foi um  escapismo e
acabou se tornando um bom programa para informar com entretenimento.
        As
situações tragicômicas do casal em sua primeira gravidez citou pontos
importantes do início da gestação até o parto propriamente dito, onde
exatamente terminou o primeiro episódio.  Com narrativa leve, a
história foi contada de forma tão simples, que nem dava para perceber sua
passagem, terminou com gostinho de quero mais mesmo. 
        A
Simplicidade da série tem em seu ponto forte os protagonistas.         Renata Gaspar e George
Sauma, figuras conhecidas de outras programas de humor
da casa, se mostraram totalmente entregues aos personagens e com o diferencial de
que tiveram como escada para o humor da trama apenas as situações criadas pela
gravidez e suas “consequências”, sem caras e bocas e exageros cênicos, o que mostra a maturidade do trabalho de ambos num
“timing”  e química perfeitos.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa 














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