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Será que o gênero “Telenovela” acaba mesmo!?



        Acho que ultimamente nunca se ouviu reclamar tanto das telenovelas brasileiras, parece que elas foram tomadas pelo bichinho da mesmice, do texto fraco e fácil, soluções de entrechos infantis e protagonistas inocentes, burros e até infantilóides.
        Desde 1951, com Sua Vida me Pertence, primeira novela brasileira exibida às terças e quintas pela Rede Tupi, que as produções desse gênero não pararam mais e a  teledramaturgia nacional ficou marcada por grandes títulos como O Direito de Nascer (1965), O Sheik de Agadir (1966), Beto Rockfeller (1969), Nino, O Italianinho (1969), Véu de Noiva (1969) ,  Irmãos Coragem (1970), Anjo Mau (1976), Locomotivas (1978), Escrava Isaura (1976), Dancin´Days (1978), Os Imigrantes (1981), Roque Santeiro (1985),  Vale Tudo (1988), Tieta (1989), Pantanal (1990), Mulheres de Areia (1993), A Viagem (1994), Éramos Seis (1994),  Xica da Silva (1996), Por Amor (1997), Terra Nostra (1999), Laçosde Família (2000), O Clone (2001), Celebridade (2003), Senhora doDestino (2004), Avenida Brasil (2012),  Verdades Secretas (2015), A Força do Querer (2017) entre outras.
        Atualmente com tanta opções de plataforma para vermos novelas  e outros produtos, a impressão que tenho  é que ao invés de se reinventarem, as novelas estão retrocedendo, como se não tivessem vendo o cerca que se fecha ao seu redor. Protagonista da principal trama do horário nobre Maria da Paz,  vivida pela Juliana Paes, a mesma que tomou de assalto o último grande sucesso do horário nobre (A Força do Querer/2017), é  um caricatura mal acabada de uma mulher bobona, burra mesmo, que se deixa enganar por cada entrechos, que só num texto tão fraco, poderia render.  Por mais que a trama venha dado altos picos de audiência, com cenas que o Walcyr Carrasco sabe escrever para chamar público, o conjunto da obra e desestimulante, principalmente se compararmos à novela a grandes produções que a própria Globo apresentou este ano – como a impecável Aruanas (Inédita na tv Aberta) ou Assédio (2019).


        Não é por serem explicitamente dedicadas a tv aberta que as novelas  tem que ser  simples, fáceis de entender, como se os autores  tivessem certeza que o público tem preguiça de pensar, e isso não é verdade mesmo. O Grande público, no qual eu também me enquadro, gosta de  bons novelões, com segredos e sem ganchos  óbvios e clichês.
        O gênero certamente não cansou,  embora um novela com mais de 200 capítulos com a maioria das exibidas nas décadas de 80 e 90  não sejam mais viáveis,   e talvez até as de 150 e 160  capítulos, sem histórias suficientes para esses pilares também estejam com os dias contados. Um grande exemplo disso foi O Tempo não Para (2018)  e agora Órfãos da Terra, atualmente no horário das seis,   ambas tiveram a primeira metade ótimo, pelo menos até os capítulos 60 e 70, mas dessa metade em diante se perderam e ficaram sem história para  segurar mais capítulos, isso explicitamente evidenciado pelo desinteresse automático do público.
        Acho que o gênero  não vai acabar, a telenovela  é eterna, o que tem que acabar é a imagem que os autores  tem atualmente  do seu público. Tem que parar de subestima-lo  e entender que  o público gosta sim de pensar, gosta sim de ser instigado e desafiado.

Veja Também: 
Novelas Inesquecíveis - Mulheres de Areia (1993)
Novelas Inesquecíveis - Nino, O Italianinho (1969)
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa

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