O post de hoje vai relembrar um dos
grandes diretores da teledramaturgia nacional, que escreveu em letras de ouro
seu nome e ajudou firmar o estilo do
gênero das décadas de 80 e 90 – Com vocês o saudoso Paulo Ubiratan.
Paulo
Ubiratan nasceu em São Paulo em 1947, e ainda adolescente, foi contínuo e
auxiliar de escritório. Se encantou pela televisão logo que teve acesso ao
veículo - foi operador de VT, produtor,
assistente de vídeo e editor na Rede
Tupi – braço direito do Cassiano
Gabus Mendes, com quem trabalhou na clássica Beto Rockfeller (1969).
Chegou a Globo no início dos anos 1970 como editor e produtor – Novelas como
O Bem Amado (1973) e Os Ossos do Barão (1973) foram editadas pela mão do Ubiratan. Passou
pelo Fantástico,
pela linha de Shows e foi o responsável pela reedição de programas que eram
exportados pelo Departamento Internacional da emissora.
Seu primeiro trabalho como diretor de
novela foi em 1978, quando Walter
Avancini lhe delegou as cenas externas de O Pulo do Gato, de Bráulio Pedroso, mas seu nome veio
creditado como diretor mesmo na trama de Sinal de Alerta, a soturna novela do autor Dias Gomes. A Partir de então não saiu
mais de trás das câmeras imprimindo a cada novo trabalho seu estilo.
Paulo
Ubiratan marcou a década de 80 na direção de clássicos como Feijão Maravilha (1979), Água Viva (1980), Baila Comigo (1981) , Elas por Elas (1982),
Guerra dos Sexos (1983), Roque Santeiro (1985),
Roda de Fogo (1986),
O Salvador daPátria (1989) e Tieta (1989).
Com um estilo e temperamentos próprios, Paulo Ubiratan era tido como um diretor
difícil no meio, batia de frente com
atores quando achava que não
estavam certos, indo até o último grau
para fazer sua vontade prevalecer. Suas brigas
e implicâncias com atrizes como Tônia Carrero e Lucia Veríssimo, com quem trabalhou em Água Viva e
O Salvador da
Pátria, respectivamente ficaram famosas nos corredores da Globo.
Algumas escalações feitas por Ubiratan
chegaram a ser contestada até pelos próprios interpretes. O Diretor convencia
aos atores de que eles eram sim capazes de fazer, e era uma marca sua dar a um tipo de ator um personagem de perfil muito diferente do que havia sido
apresentado antes. Isso aconteceu por exemplo com ArleteSalles em Pedrasobre Pedra (1992) e Renata Sorrah em A Indomada (1997).
Seus pares românticos também sempre
esbanjavam química no ar – como esquecer o
Senhorzinho Malta e Porcina, personagens do Lima e Regina Duarte em Roque Santeiro (1985); Dalila e Cassiano – Carla Marins e Márcio Garcia
em Tropicaliente (1994) ou a Milena e Nando, personagens da Carolina Ferraz e EduardoMoscovis, que pegavam fogo na trama de Por Amor (1997),
última novela dirigida por Ubiratan.
“Paulo Ubiratan foi o homem que mais transpirava televisão
que eu já vi. Ele tinha um raciocínio muito adequado para a televisão. Um homem
direto, de uma franqueza admirável. E profundo conhecedor da arte da escalação,
além de um líder dentro da televisão. A televisão sob a regência dele tem obras
memoráveis, grande amigo Paulo Ubiratan.” -
José Mayer,
dirigido por Paulo Ubiratan em
diferentes novelas.
Paulo
Ubiratan morreu aos 51 anos, em 29 de março de 1998, vítima de um infarto
fulminante, meses antes, assumira o cargo de diretor de criação da Central Globo de Produção, o atual Estúdios Globo, ao lado de Daniel Filho e Carlos Manga. O Trio era responsável pelas tramas das 6,7 e 9.
Novelas Inesquecíveis -Agua Viva (1980) |
Novelas Inesquecíveis - A Indomada (1997) |
Novelas Inesquecíveis - Por Amor (1997) |
Corta pro Diretor . . . Jorge Fernando |
Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br www.memoriaglobo.com.br
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