Uma trama inovadora que há 45 anos
satirizava a alta sociedade com
excentricidades saída da cabeça ímpar e
inventiva do autor Bráulio Pedroso.
O Bofe trazia os
principais valores pretensamente dos ricos representados por personagens pobres, interpretados de uma forma tão visceral que
sem dúvidas foram o grande trunfo da novela.
A Ideia da produção da novela veio
baseada no sucesso da trama de Beto Rockfeller (1968),
exibida pela Tupi, também do Bráulio
Pedroso com direção do Lima Duarte. Isso mesmo nosso grande
ator Lima Duarte foi diretor antes
de estrear como ator. Com base nisso a Globo
o contratou e o Lima estreou na emissora
como diretor em O Bofe. Não sei se teve algo haver, mas o fato é que a novela não
chegou nem perto do sucesso da audiência de Beto Rockfeller e acabou sendo a última novela dirigida por Lima,
que em seguida foi se transformando em um dos grandes astros
brasileiros.
No decorrer da trama, Bráulio
Pedroso foi afastado e Lauro CésarMuniz assume O Bofe, o que causa um grande rebuliço, inclusive na produção da trama. José Wilker decepcionado com o viés mais realista dado por Lauro César
à novela, pede para ser desligado. Assim o autor faz com que seu personagem, o
inesquecível hippie e malandro Bandeira, morra de tanto rir. Pode!?
Independente da repercussão da trama na
época, considerada inovadora com texto peculiar, hoje tida como uma novela
cool, como a maioria das escritas por
Bráulio, e que o público dos anos 70 não
se identificou, o grande trunfo de O Bofe foram seus
personagens, que talvez vistos
individualmente sejam ainda mais interessantes.
Claudio Marzo pela primeira vez deixava a figura do galã clássico para dar vida ao
caótico artista plástico Demétrius, com uma enorme barba que se entrelaçava aos
cabelos. Enfim um grande personagem, que o ator precisava para o seu currículo.
Um diversificação que todo ator procura na carreira.
BettyFaria, sempre linda, deu vida a exuberante viúva Guiomar. A personagem como a maioria das mulheres
brasileiras da época queria ser louras. Assim quase sempre Guiomar aparecia com
uma peruca loura, que deixa a Betty ainda
mais maravilhosa.
Jardel
Filho, O Bofe da
trama, encantou a mulherada na pele do mecânico que se fazia passar por rico em
meio a alta sociedade, arrastando um tapete de mulheres que se apaixonavam por
seu falso status e lábia.
O Bofe apresentou o
primeiro personagem da teledramaturgia vivido por um ator travestido de mulher.
Ziembinski deu vida a velha senhora
Tia Stanislava, mãe da personagem da Betty
Faria, que vivia sonhando com um príncipe encantado e fica bêbeda de tanto
tomar xarope. A Ideia da personagem foi dada pelo próprio ator. Outra inovação
de O Bofe.
Outros
personagens interessante de O Bofe era a macumbeira Gonzaguinha, vivida
pela Heloísa Mafalda; a socialite
Susana, jurada do Programa do Chacrinha,
que foi inspirada na socialite da vida real Silvia Amélia de Waldner; entre outros.
Claro que Censura Federal não
deixou de atuar em O Bofe. Eles obrigaram o autor
transformar um vigarista em Padre. O personagem do ator Paulo
Gonçalves dava um golpe e se fazia
passar por Padre para se esconder. Como castigo a censura exigiu que o
personagem realmente se torna-se padre para se redimir.
A novela marcou a estreia na Globo do ator José Lewgoy, que já tinha o nome renomado no cinema. Jorge Dória e Marilu Bueno também
estrearam na Globo na trama.
O Bofe teve uma trilha sonora
especialmente composta para a trama com
12 músicas inéditas de Roberto Carlos e
Erasmos Carlos, interpretadas por nomes como Elza Soares, Os Vips, Nelson Motta, Djalma Martins e Eustáquio Sena,
entre outros.
Curiosamente, a palavra “Bofe” na época
da trama, era uma designação para homem feio desleixado, hoje a expressão
significa exatamente o contrário.
A
certa altura da trama o público era surpreendido com a frase: “Será
que eles vão morrer , ou não!? Isso vocês só vão saber depois dos comerciais!”
Isso do nada. Confundido o público que se
perdia dentro da trama.
A Globo
sempre usou o horário das dez na década de 70 para ousar e experimentar, e com O Bofe não foi
diferente. Porém essas experimentações e ousadia afugentaram o público
mais tradicional que não se identificava
com o ousadia que em algumas cenas e entrechos beiravam a audácia.
Muito
mais que satirizar o cotidiano e a
sociedade, a novela debochava das manjadas fórmulas folhetinescas,
e talvez por isso mesmo tenha derrubado
a audiência da Globo.
Ficha Técnica:
Novela
do Autor Bráulio Pedroso
Escrita
por Bráulio Pedroso e Lauro César Muniz
Elenco:
JARDEL FILHO – Dorival
CLÁUDIO MARZO – Demétrius (Grego)
BETTY FARIA – Guiomar
ZIEMBINSKI – Stanislava Grotoviska
CLÁUDIO CAVALCANTI – Maneco
JOSÉ WILKER – Bandeira
EDSON FRANÇA – Bianco
MILTON MORAES – Sérgio Marreta
RENÉE DE VIELMOND – Débora
ZILKA SALABERRY – Carlota
PAULO GONÇALVES – Inocêncio
ILKA SOARES – Suzana Leopoldina
SUSANA VIEIRA – Marilene
PAULO VILLAÇA – Dr. Paulo
ELIZÂNGELA – Sandra
ANTÔNIO PEDRO – Pedroca
ELOÍSA MAFALDA – Gonzaguinha
MIRIAN PIRES – Consuêlo
MARILU BUENO – Marilu
MARGOT BAIRD – Margot
NILSON CONDÉ – Caíto
ANA MARIA MAGALHÃES – Vilma
VERA MANHÃES – Martinha
DARLENE GLÓRIA – Marina
VALÉRIA AMAR – Adelaide
MYRIAN RODRIGUES – Jô
MÁRCIA RODRIGUES – Katia
BETTY SADDY – Juliana
ANTÔNIO VICTOR – Frei Francisco
GERALDO CARBUTTI – Sacristão Sávio
JUAN DANIEL – Palhaço Popó
TELMO AVELAR – Santelmo
WÁLTER STUART – Signore Gino
MARGARIDA REY – Dona Sara
e
JOSÉ LEWGOY – Barão (noivo francês de Suzana Leopoldina)
LEDA LÚCIA – vendedora de livros
PAULO RAMOS – advogado
TEREZINHA MOREIRA – mulher de Sérgio Marreta
CLÁUDIO MARZO – Demétrius (Grego)
BETTY FARIA – Guiomar
ZIEMBINSKI – Stanislava Grotoviska
CLÁUDIO CAVALCANTI – Maneco
JOSÉ WILKER – Bandeira
EDSON FRANÇA – Bianco
MILTON MORAES – Sérgio Marreta
RENÉE DE VIELMOND – Débora
ZILKA SALABERRY – Carlota
PAULO GONÇALVES – Inocêncio
ILKA SOARES – Suzana Leopoldina
SUSANA VIEIRA – Marilene
PAULO VILLAÇA – Dr. Paulo
ELIZÂNGELA – Sandra
ANTÔNIO PEDRO – Pedroca
ELOÍSA MAFALDA – Gonzaguinha
MIRIAN PIRES – Consuêlo
MARILU BUENO – Marilu
MARGOT BAIRD – Margot
NILSON CONDÉ – Caíto
ANA MARIA MAGALHÃES – Vilma
VERA MANHÃES – Martinha
DARLENE GLÓRIA – Marina
VALÉRIA AMAR – Adelaide
MYRIAN RODRIGUES – Jô
MÁRCIA RODRIGUES – Katia
BETTY SADDY – Juliana
ANTÔNIO VICTOR – Frei Francisco
GERALDO CARBUTTI – Sacristão Sávio
JUAN DANIEL – Palhaço Popó
TELMO AVELAR – Santelmo
WÁLTER STUART – Signore Gino
MARGARIDA REY – Dona Sara
e
JOSÉ LEWGOY – Barão (noivo francês de Suzana Leopoldina)
LEDA LÚCIA – vendedora de livros
PAULO RAMOS – advogado
TEREZINHA MOREIRA – mulher de Sérgio Marreta
Exibição: 19 de Junho de 1972 à 23 de Janeiro de 1973
Capítulos: 143
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipédia.com.br www.memoriaglobo.com.br
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