Há 35 anos a Globo
resolveu rebater com o casamento do filho do diabo com a Santinha, o sucesso do programa O Povo na Tv exibido pelo SBT
, que se tornou popularesco da noite para o dia, e que entre outras coisas
pedia para as pessoas colocarem um copo d´agua em cima da Tv para que a mesma
fosse benta.
Assim, Benedito RuyBarbosa apresentou a trama de Paraíso,
uma novela rural no sentido mais forte dessa palavra e bem ao
estilo que sempre consagrara o autor, que estreou há 35 anos no horário das
seis, sendo a primeira do horário sem as inspirações literárias.
A incrível história de amor de Zé Eleutério
(Kadu Moliterno) e Maria Rita (Cristina Mullins), ele, o “filho do diabo”, e ela, a “santinha”,
numa pequena cidade chamada Paraíso. Amor que se torna mais acirrado quando
Santinha, rezando reclusa em seu quarto, consegue o “milagre” de salvar Zé
Eleutério, que estava aleijado por ter sofrido uma queda num concurso de peões
de boiadeiros. Ela, em pagamento pela graça recebida, vai para o convento –
realizando o grande sonho de sua mãe. Ele, apaixonado e grato, rapta a futura
freirinha.
Com uma história
cheia de ganchos prendeu o telespectador e a trama se transformou em sucesso no horário das
seis consagrando de vez o autor, num horário onde ele já havia apresentado Cabocla
(1979) e voltava a Globo depois de
uma passagem pela Rede Bandeirantes
com Pé de Vento (1980) e o grande sucesso Os Imigrantes (1981).
O autor contou
em entrevistas que sua inspiração para os personagens veio de pessoas que ele
conheceu quando trabalhou na fazenda de seu pai, em Galia, no interior de São Paulo.
No elenco
destaque para Eloisa Mafalda, irrepreensível
como a beata Mariana. Depois de Paraíso, a
atriz ainda viveria duas outras beatas
fanáticas que entraram para a história
da teledramaturgia : Dona Pombinha de Roque Santeiro (1985) e a Gioconda de Pedra sobre Pedra (1992).
Assim
com a Belinha de Cabocla (1979), Simone Carvalho se destacou na pele da
coadjuvante Aninha, deslumbrada com as novidades da cidade grande
trazidas para a pacata Paraíso pelos seus
pretendentes, Ricardo e Otávio (Caíque Ferreira e Mário Cardoso).
Lima Duarte fez uma participação
especial na trama como o matador João das Mortes, e o cantor Sérgio Reis fez em Paraíso sua
primeira participação em novelas do Benedito
Ruy Barbosa. Depois o cantor/ator participou das novelas Pantanal (1990) e O Rei do Gado (1996).
Roberto Bomfim, por sua atuação como o
peão Terêncio, foi eleito pela APCA,
o melhor ator de 1982 , junto com LuizGustavo e Reginaldo Faria por Elas por Elas;
e Luiz Carlos Arutin em Os Imigrantes (1981) na Bandeirantes.
Na
trama de Renascer (1993), primeira do Benedito no horário nobre da Globo, o autor usou o gancho do diabo
criado dentro de uma garrafa, o mesmo que o Velho Eleutério (Cláudio Correa e
Castro) criava em Paraíso.
A
novela teve um remake produzido pela Globo
em 2009, com Eriberto Leão e Nathália
Dill nos papéis dos
protagonistas Zeca e Santinha. Era o
terceiro remake atualizado por Edilene e
Edmara Barbosa, filhas do autor. Em 2004, reescreveram Cabocla (1979)
e em 2006 , SinháMoça (1986).
Em Paraíso,
Benedito Ruy Barbosa tocou em
assuntos pertinentes à sociedade. A dificuldade na busca do primeiro emprego pós-faculdade
através dos personagens Otávio Elias e Ricardo, vividos pelo Mário Cardoso e Caique Ferreira; A
política agrícola através da fictícia rádio da cidade. Uma das passagens, em que o autor criticava a
campanha “Plante que o João Garante”,
programa de incentivo à agricultura implementado pelo então presidente João Figueiredo, chegou a ser censurada
e depois liberada para ir ao ar. O autor ressalta o enfoque político da trama,
que discutia a relação dos “pés descalços” com os “donos de terras”.
A
novela foi uma verdadeira obra-prima mesmo sem a pretensão de ser. Seu último
capítulo foi quase todo feito em externas, com apenas uma câmera, dando ênfase
na simplicidade que a história quis passar. Paraíso foi
aquele tipo de trama fácil de se apegar, com personagens pitoresco que só a
mente do Barbosa consegue criar com maestria e
tamanha verossimilhança.
Ficha
Técnica:
Novela do autor Benedito Ruy Barbosa
Direção Geral: Gonzaga
Blota
Elenco:
KADU MOLITERNO – Zeca (José
Eleutério)
CRISTINA MULLINS – Santinha (Maria Rita)
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Eleutério
NEUZA AMARAL – Zefa
ELOÍSA MAFALDA – Mariana
JOFRE SOARES – Antero
ARY FONTOURA – Padre Bento
ZAÍRA ZAMBELLI – Rosinha
ROBERTO BOMFIM – Terêncio
SIMONE CARVALHO – Aninha (Ana Célia)
CAÍQUE FERREIRA – Ricardo
MÁRIO CARDOSO – Otávio
ELIZÂNGELA – Maria Rosa
ROBERTO PIRILO – Geraldo Valfrido
SÉRGIO BRITTO – Norberto
TEREZA RACHEL – Aurora
SÉRGIO REIS – Diogo
COSME DOS SANTOS – Tóbi
ÍRIS NASCIMENTO – Das Dores
HENRIQUETA BRIEBA – Dona Ida
BIA SEIDL – Edite
CLÁUDIO CORAZZA – Marcos
ARTHUR COSTA FILHO – Alfredo Modesto
JORGE CHERQUES – Bertoni
THELMA RESTON – Zuleica
MANFREDO COLASSANTI – Nôno (Amadeu Bertoni)
RUY REZENDE – Vadinho
FERNANDO JOSÉ – Zé do Correio
MACEDO NETO – Chico Motorista
ERNESTO BAMBINO NETTO – Isidoro
NICE MEIRELES – Candinha
MARGARETH BOURY – Jacira
MÁRCIA TOURINHO – Cleusinha
ÂNGELA TORNATORI – Antônia
CASTRO GONZAGA – Pedro do Posto
ALFREDO MURPHY – freqüentador do bar de Bertoni
GETÚLIO PAULO DE MELLO – Tonho
WALDIR RODRIGUES PEDRO – Juca
ROBERTO MONTINI – Dudu
ÂNGELA MARTINS PINHEIRO – Efigênia
e
BÁRBARA BRUNO – Irmã Matilde (do convento onde estava Maria Rita)
CÉSAR AUGUSTO DE SOUZA – Onofre
CHICA XAVIER – mãe de Das Dores
CLEYDE BLOTA – Madre Superiora (do convento onde estava Maria Rita)
ILKA BOURNIER – Nena (mulher de Eleutério, morre no parto de Zeca)
IUÇARA QUINTINO – Zazá
IVAN CÂNDIDO – Paulo (pai de Marcos)
JORGE LUIZ DA SILVA – Nonô
JOSÉ MARIANO DA SILVA – Zeca (criança)
JOYCE DE OLIVEIRA – Célia (mãe de Marcos)
JULIANA PRADO – ex-noiva de Otávio
LIMA DUARTE – Zé das Mortes (matador baiano que procura Eleutério em busca do diabinho da garrafa)
LUIZ CARLOS DA SILVA – Pedro
MARINO JARDIM – Gomes
PAULA BOKEL – Margarida
RÔMULO ARANTES – Falconi (amigo de Marcos, engenheiro que vai a Paraíso instalar o aeroclube)
SOLANGE GALVÃO MASCARENHAS – Helena
YONE IGREJAS – Ivone
CRISTINA MULLINS – Santinha (Maria Rita)
CLÁUDIO CORRÊA E CASTRO – Eleutério
NEUZA AMARAL – Zefa
ELOÍSA MAFALDA – Mariana
JOFRE SOARES – Antero
ARY FONTOURA – Padre Bento
ZAÍRA ZAMBELLI – Rosinha
ROBERTO BOMFIM – Terêncio
SIMONE CARVALHO – Aninha (Ana Célia)
CAÍQUE FERREIRA – Ricardo
MÁRIO CARDOSO – Otávio
ELIZÂNGELA – Maria Rosa
ROBERTO PIRILO – Geraldo Valfrido
SÉRGIO BRITTO – Norberto
TEREZA RACHEL – Aurora
SÉRGIO REIS – Diogo
COSME DOS SANTOS – Tóbi
ÍRIS NASCIMENTO – Das Dores
HENRIQUETA BRIEBA – Dona Ida
BIA SEIDL – Edite
CLÁUDIO CORAZZA – Marcos
ARTHUR COSTA FILHO – Alfredo Modesto
JORGE CHERQUES – Bertoni
THELMA RESTON – Zuleica
MANFREDO COLASSANTI – Nôno (Amadeu Bertoni)
RUY REZENDE – Vadinho
FERNANDO JOSÉ – Zé do Correio
MACEDO NETO – Chico Motorista
ERNESTO BAMBINO NETTO – Isidoro
NICE MEIRELES – Candinha
MARGARETH BOURY – Jacira
MÁRCIA TOURINHO – Cleusinha
ÂNGELA TORNATORI – Antônia
CASTRO GONZAGA – Pedro do Posto
ALFREDO MURPHY – freqüentador do bar de Bertoni
GETÚLIO PAULO DE MELLO – Tonho
WALDIR RODRIGUES PEDRO – Juca
ROBERTO MONTINI – Dudu
ÂNGELA MARTINS PINHEIRO – Efigênia
e
BÁRBARA BRUNO – Irmã Matilde (do convento onde estava Maria Rita)
CÉSAR AUGUSTO DE SOUZA – Onofre
CHICA XAVIER – mãe de Das Dores
CLEYDE BLOTA – Madre Superiora (do convento onde estava Maria Rita)
ILKA BOURNIER – Nena (mulher de Eleutério, morre no parto de Zeca)
IUÇARA QUINTINO – Zazá
IVAN CÂNDIDO – Paulo (pai de Marcos)
JORGE LUIZ DA SILVA – Nonô
JOSÉ MARIANO DA SILVA – Zeca (criança)
JOYCE DE OLIVEIRA – Célia (mãe de Marcos)
JULIANA PRADO – ex-noiva de Otávio
LIMA DUARTE – Zé das Mortes (matador baiano que procura Eleutério em busca do diabinho da garrafa)
LUIZ CARLOS DA SILVA – Pedro
MARINO JARDIM – Gomes
PAULA BOKEL – Margarida
RÔMULO ARANTES – Falconi (amigo de Marcos, engenheiro que vai a Paraíso instalar o aeroclube)
SOLANGE GALVÃO MASCARENHAS – Helena
YONE IGREJAS – Ivone
Exibição: 23 de Agosto de 1982 à 26 de Março de 1983
Capítulos: 187 com 184 exibidos
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.wikipedia.com.br
www.memoriaglobo.com.br
Para mim a melhor novela de todos os tempos. Remake é porcaria.
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