A ensolarada trama de Sol de Verão trazia
em seus entrechos a
história do surdo-mudo Abel (Tony Ramos) e uma proposta ousada: a mulher que quebra com os
vínculos do casamento para seguir seus próprios sentimentos. Era anunciado mais
um novelão do Manoel Carlos, depois
da clássica BailaComigo (1981), apresentada um ano
antes.
Mas
infelizmente Sol
de Verão ficou marcada pela trágica
morte de Jardel Filho, que vivia o
protagonista Heitor. O Ator morreu de um ataque cardíaco em 19 de fevereiro de
1983, em pleno Carnaval e um mês antes
do término da trama, que foi encurtada depois que o autor, grande amigo de Jardel,
não teve forças para continuar. Assumiram
a trama os autores Lauro César Muniz e
Gianfrancesco Guarnieri.
Ao
contrário dessa aura de tristeza que acometeu-se da reta final de Sol de Verão,
o autor propunha uma novela leve, apesar dos temas fortes, e para acompanhar uma trama tão solar , a
trilha nacional seguiu essa linha com nomes do pop rock nacional em
interpretações únicas e temas românticos com grandes nomes da MPB.
A perfeita trilha sonora nacional de Sol de Verão já esquentava por sua capa, com uma bela modelo em
close se dourando ao sol. Acho que na época ainda nem se contava com o câncer
de pele! Bons Tempos! Enfim o Sol do
verão de 1982 fez ferver o cenário
musical brasileiro, que teve nesta década de 80 sua melhor fase sem dúvidas, e o disco da trilha serve como um exemplo do
melhor que a música brasileira nos
reservava.
A
Carioquíssima Blitz estourou no
cenário do pop rock brasileiro junto com o estouro de “Você não Soube me Amar”, música do primeiro compacto da banda que
abria a trilha nacional de Sol de Verão. A música se transformou em hit
imediato e claro foi o grande responsável pelos sucessos seguintes da Banda.
O Pop Rock
continuou presente na trilha com mais nomes que se consagrariam no decorrer da
década de 80. O Caso de Lulu Santos que com “Tempos
Modernos”, um dos seus primeiros sucessos e que titulou seu primeiro disco
em 1982, embalou o sensível Abel, o surdo-mudo vivido com maestria pelo Tony Ramos na trama. A Banda Rádio Taxi também dava seus primeiros
passos no início da década de 80 e em 1982 lançou o seu primeiro disco. Foi
dele que saiu “Coisas de Casal”,
bem antes de estourarem com “Eva”, que integrou a trilha de Sol de Verão. A Música foi o tema de Raquel e Virgílio,
personagem da Irene Ravache e do Cécil Thiré.
O
Samba também esteve presente na trilha com Beth Carvalho e Paulinho da Viola. Ela,
cantou “Tendência” tema do
personagem Heitor, o protagonista vivido pelo saudoso Jardel Filho; Ele com “Só o
Tempo”, embalou o casal que infelizmente não pode ter o final feliz
merecido, Heitor e Raquel (Irene Ravache).
Dalto se transformou em ícone da música
brasileira com “Muito Estranho”, o
tema de amor do Abel e da Clara (Déborah Bloch), que se transformou no
carro-chefe do disco da trilha da novela e pois seu intérprete de vez no hall
dos grandes cantores brasileiros. Dalto
já havia gravado um compacto em 1974, mas foi o LP que também tinha o título de
“Muito Estranho” que lhe deu a
merecida projeção nacional.
A Bela
e escaldante abertura da novela que trazia uma show de belas mulheres e fortes
homens mostrando tudo que aquele verão reservava, ganhou como tema “Tô que Tô” numa interpretação única e poucas vezes vista da
inconfundível Simone.
Vale
lembrar que por se tratar de uma trama do Manoel
Carlos, Sol de Verão
não fugiu dos temas clássicos do irrepreensível repertório da nossa
música popular brasileira e assim
não faltaram nomes como Fafá deBelém, interpretando uma das suas melhores músicas “Bilhete, o tema que embalou
toda a dor da separação da Raquel , a protagonista da Irene Ravache, no início da trama.
Dessa turma da MPB o disco ainda traz Djavancom “Esfinge”; Guilherme Arantes com a clássica “O Melhor vai Começar”; Wando com “Sumida” e Nara
Leão com “Questão de Tempo” tema
da Glorinha, da atriz Monique Cury.
Fechavam a trilha as músicas “Tempo Quente” do Ricardo
Graça Mello e “Tal Qual Eu Sou”,
um dueto da Lucinha Araújo (Mãe do Cazuza)
e Vital Lima (O Mesmo de “Vital e Sua Moto”, clássico dos Paralamas do Sucesso).
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
Pesquisa: www.memoriaglobo.com.br www.wikipédia.com.br
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