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Trilha Sonora Eterna – O Fim do Mundo (1996)

“Último dia” – Paulinho Moska  / “Belíssima (Sei Belíssima) – Vanessa Barun / “E ... o Mundo não se Acabou” – Adriana Calcanhoto / “Profetas” – Zé Ramalho

“O que você faria se só lhe restasse um dia?”
        Com essa frase Dias Gomes dava o ponto pé inicial na trama de O Fim do Mundo e tentava mostrar um lado do ser humano diante da possibilidade do fim dos tempos. 
        A trama que foi ao pela Globo em 1996, vinha sendo idealizada para ser uma minissérie,  porém teve que ser usada como “tapa-buraco” entre as tramas de Explode Coração e O Rei do Gado. A trama da Glória Perez foi encurtada devido o fraco desempenho e a novela do Benedito Ruy Barbosa não estava pronta para estrear em seguida. Assim O Fim do Mundo foi apresentada como “mini-novela”  e anunciada  com uma grande publicidade: “Uma super novela em 35   capítulos” e apesar de  não mostrar nada de novo dentro do universo do realismo fantástico do Dias Gomes, conquistou uma boa faixa de público e entregou a audiência do horário razoável para a estreia de O Rei do Gado (1996).
        A trama vai voltar ainda no final deste ano numa reprise no Canal Viva,   e coincidentemente em um momento em que a RecordTv também aborda o fim do mundo em sua atual trama bíblica – Apocalipse , da autora Vivian de Oliveira.

        Para comemorar essa volta da trama mais de 20 anos depois da sua primeira exibição, que tal relembrar sua trilha sonora  recheada por grandes sucessos  contemporâneos  e gravações  temáticas  feitas especialmente para a novela.

        Paulinho Moska abria a trilha com “O Último Dia”, tema da catastrófica e magnífica abertura da trama que mostrava as cidades sendo destruídas das mais diversas  formas, fogo, água, pedras, tal qual as histórias sobre o fim do mundo que escutamos desde criancinhas. Outra música com a temática do fim do mundo que integrou a trilha foi a composição do  Assis Valente  gravada por Adriana Calcanhoto especialmente para a novela. “E... o Mundo não se Acabou”, um sambinha gostoso, serviu de tema geral para a  fictícia cidade  de Tabacópolis.

        O “místico-médium-vidente-bruxo-guru” que previu o fim do mundo,  Joãosinho de Dagmar, interpretado, digo encarnado  com perfeição pelo Paulo Betti, ganhou como tema a também mística “Profetas”, composta e interpretada  com maestria pelo Zé Ramalho. O personagem encantou o público exalando perfumes, entortando garfos e distribuindo receitas polêmicas para curar os males do povo.

        Bruna Lombardi foi a musa da trama e com a sua Gardênia deu um show de sensualidade dentro de O Fim do Mundo. Sua personagem que exalava beleza por onde passava,  teve  como tema a tão linda quanto “Belíssima (Sei Belíssima)” numa interpretação visceral da Vanessa Barum. A Cantora,  compositora e atriz,  surgiu na década de 90 com uma beleza ímpar e uma voz inconfundível. Foi casada com o ator Marcos Palmeira e é irmã da também atriz Karina Barum, que fez sucesso  no final da década de 90 como a Shirley na trama de Torre de Babel (1998).

        Maurício Mattar e Paloma Duarte viveram um casal  muito improvável na trama de O Fim do Mundo e cada personagem ganhou um tema próprio.  Letícia,  a personagem da Paloma,   com raiva do noivo Josias (Guilherme Fontes) entregou sua virgindade para Rosalvo, peão da fazenda da família dele, na suposta última noite da cidade de Tabacópolis antes do fim dos tempos. Como tema ela ganhou a   romântica “Raios da Manhã” na voz de veludo do Jorge Vercilo. Já o personagem do Maurício, que foi até capado na trama por causa dessa transa com Letícia, ganhou como tema “Teu Cafuné” na voz do próprio Maurício Mattar.

        Nado e Lucilene, outro casal  que marcou a trama também ganharam temas individuais. Nado, o dependente químico e problemático filho da prefeita da cidade, vivido pelo Marcos Winter,   foi embalado pela música “Solidão” do Alceu Valença. A Lucilene, vivida pela Patrícia França, além de operária da fábrica de cigarrilhas da cidade,  era cantora da única boate de Tabacópolis. Assim a própria Patrícia França gravou um pot-pourri com “Só Louco / Não tem Solução / Nem Eu” que tocou incessantemente nas noites da cidade da novela.  

        A Clássica “Balada do Louco” composição da RitaLee e do Arnaldo Baptista, entrou na trilha numa gravação do Arnaldo para ser o tema do personagem Emiliano, vivido pelo Ricardo Blat. Emiliano estava internado no manicômio de Tabacópolis,  e quando anunciado o fim do mundo, o Dr. Pestana (Carlos Vereza), responsável pela instituição, libera todos os loucos e o maluco beleza volta para viver com suas únicas duas parentes vivas: As primas   Fafá (Lúcia Alves) e Fifi Badaró (Cininha de Paula). Os três vivem loucuras dentro de casa até as primas  solteironas se descobrirem grávidas dele.

        Outros dois casais deram o que falar na trama: Fabiana (Renata Dutra)  e Otávio (Eduardo Galvão). Ela filha da prefeita,  e ele prometido da neta do Coronel Ildásio Junqueira (Lima Duarte), principal oponente político e pessoal de Florisbela (Vera Holtz), a prefeita.   O Casal ganhou como tema “Nossa Paixão” numa interpretação impecável da Selma Reis.  
        Já o Frei Eusébio e Socorro, os personagens vividos pelo saudoso Norton Nascimento e a linda Tatiana Issa, protagonizaram uma das grandes polêmicas de Tabacópolis. Ele era o Frei da cidade e se apaixonava pela filha do homem mais poderoso da  região.  O Tumultuado romance foi acompanhado pelo tema “Lenda Pessoal” na voz da Tânia Maya    
        Simone Moreno, hoje sumida do cenário musical brasileiro,  radicalizada em Estocolmo na Suécia, na época gravou “Matando a Pau” que serviu de tema da Prefeita Florisbela, vivida pela Vera Holtz. A personagem era uma espécie de “Mulher – Macho”, como costumavam chama-la pelas costas. Mandava tanto na cidade como em casa deixando sempre o marido sob suas ordens.
        A trilha fecha com um tema instrumental – “Leste” do Guilherme Dias Gomes, filho do autor de O Fim do Mundo, Dias Gomes com Janete Clair. A Música foi tema do hilário e sínico Tião Socó, o protagonista da trama vivido pelo saudoso José Wilker.
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa

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