A Peça Volpone, do Ben Jonson,
serviu de base para a história de Um Sonho a Mais , que
tinha como protagonista um milionário excêntrico que quer reaver seu
grande amor do passado.
Daniel Más escreveu a novela até o capítulo 37. A partir de então, foi substituído
por Lauro César Muniz, responsável
pelo argumento original, que contou com a colaboração de Mário Prata e Dagomir Marquezi.
A trama acabou se perdendo inicialmente com
essa dança das cadeiras dos autores e a novela é mais lembrada pelo trabalho impecável do Ney Latorraca na pele do protagonista Volpone e os outros cinco personagens que ele usou como disfarce na trama - o
médico Nilo Peixe; o advogado Augusto Mello Sampaio; André, um motorista
escrachado, sempre de braguilha aberta e palito na boca; e Anabela Freire, a
que teve maior destaque, uma secretária
sedutora, dona de pernas deslumbrantes e um sorriso de coelhinha, marcado por
um dente saliente – na verdade uma prótese.
A Censura interviu na trama
por causa dos atores travestidos de
mulher. Além de Ney, Marco Nanini e
Antônio Pedro também se travestiam para
viver as irmãs de Anabela. Com
isso as personagens foram sumindo da trama, mas Anabela continuou lá, plena.
Um Sonho a Mais apresentou o primeiro beijo na boca entre dois
homens. Na verdade era uma bitoquinha entre Anabela e Pedro Ernesto, personagens do Ney do Carlos
Kroeber.
A trilha nacional de Um Sonho a Mais é um compilado único
de músicas que marcaram uma época e se transformaram em grandes sucessos da década de 80. Com direção do Mariozinho Rocha e Francisco
S. Junior, as músicas selecionadas
sob medida para cada personagem deixavam a trama menos confusa e bem mais interessante.
A trilha já abria com um
clássico – “Chuva de Prata” - numa interpretação única da Gal Gosta. A música era tema da personagem Valéria,
vivida pela Maitê Proença. Inexplicavelmente
a personagem, que tinha um grande peso na trama, acabou sumindo. Na verdade,
Maitê deixou a trama para se
dedicar a outro projeto, o filme Brasa
Adormecida, do qual era protagonista. Mesmo sem a personagem em
cena, a música ganhou o Brasil e foi um dos carros-chefes da trilha.
Outro hit estourado da
trilha foi “Wisky à Go-Go” , uma das músicas marca do Roupa Nova. Com perdão do trocadilho, foi um clássico para uma
abertura clássica, como era a de Um Sonho a Mais. Vale a pena relembrar!
Silvia Bandeira, no auge da sua beleza, foi a grande protagonista
mulher de Um Sonho
a Mais. A Estela, sua personagem, ganhou outro clássico como
tema - “Leva” do Tim Maia.
Bandas que estouraram na década de 80 não ficaram de fora
da trilha de Um
Sonho a Mais – Os Paralamas do Sucesso com “Me
Liga”; a Blitz com “Egotrip” e Rádio Taxi com “Vivendo
Ilusão”.
Djavan esteve na trilha com “Infinito”
tema de amor da personagem Renata, com a Susana Vieira louríssima e Guilherme, vivido pelo saudoso José Lewgoy.
Outros nomes da MPB
enriqueceram Um
Sonho a Mais Nacional – Wanderléa, eterna musa da Jovem Guarda,
com “Menino Bonito” tema do
personagem Emílio, vivido pelo Roberto
Bataglin; Ivan Lins num dueto
com George Benson entrou na trilha
com “Juntos” e Caetano Veloso com o Ritchieem “Shy Moon” o inesquecível tema do Volpone.
Mônica e Joaquim, os
personagens da Tássia Camargo e EdsonCelulari tiveram um grande peso na trama. O Romance do casal acabou
rendendo dois temas: “Mais que um
Sonhador” da banda Degradée e “Me Leva pra Casa” na voz do Joe.
O LP da trama se completava
com “Garota do Ano” do Arnaldo Brandão com uma participação do
Brylho, que foi outro tema da personagem Mônica; e uma
versão de “Corações Psicodélicos” do
Lobão e os Ronaldos.
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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