Nesta quarta-feira
(05.09), perdemos Beatriz Segall, aos 92 anos, com mais 70 deles dedicados a tv,
teatro e cinema.
Imortalizada
pela grande vilã da tv, a Odete
Roitmann, personagem que ela viveu na trama de Vale Tudo (1988),
do Gilberto Braga, atualmente
reprisada pelo Canal Viva, Beatriz
Segall ganhou o reconhecimento popular
com a vilã que odiava o Brasil e os Brasileiros e passou a trama inteira
jorrando frases preconceituosas até ser assassinada em grande estilo na reta
final da novela, protagonizando um dos mais famosos “Quem Matou?” da história
da teledramaturgia nacional.
Odete Roitmann foi um divisor de águas
na carreira da atriz, que começou lá em meados de 1950, quando estreou nos
palcos, lhe apresentando para um público muito maior e talvez por isso
, por muitos anos própria Beatriz evitou falar sobre a
personagem, que não lhe abandonou mesmo depois de outros trabalhos. Era muito difícil chegar ao
ápice de uma Odete Roitmann novamente – Foi única e eterna.
Mas Beatriz Segall é muito além da Odete Roitmann. Uma atriz completa, serena e que tinha uma postura
incrível ao dar vida às suas personagens, principalmente as mulheres mais
sofisticadas e vilãs, que imortalizou nos cinemas, tv e teatro.
Antes da Odete Roitmann, Lourdes Mesquita de Água Viva
(1980), do Gilberto Braga, foi a
primeira grande vilã na tv da atriz. Beatriz Segall ganhou o
papel depois que o diretor Daniel Filho resolveu
tirá-lo da Tônia Carrero. A troca foi um grande acerto, a
Lourdes Mesquita tinha que ser da Beatriz. Uma das piores maldades da
personagem na trama foi chantagear Janete, personagem da Lucélia Santos,
com fotos que incriminavam seu pai em um caso de suborno. Ela não queria a moça
pobre com seu filho Marcos, personagem do Fábio Jr. Sem
dúvidas a Lourdes Mesquita foi um avant premier da Odete Roitmann
de Vale Tudo, e um prêmio do autor para a
atriz, depois dele ter matado precocemente sua personagem em Dancin´Days (1978).
A
Eunice de Champagne (1983), do autor Cassiano
Gabus Mendes, mostrou uma nova faceta do talento da atriz.
Acostumada a viver mulheres ricas e sofisticadas, a Eunice era exatamente o
contrário. Uma mulher simples, pobre, do povão
A Miss
Brow de Barriga de Aluguel (1992), da Glória Perez, foi a personagem da atriz seguinte a Odete
Roitmann. Era um outro perfil de
personagem mas nem por isso menos interessante. A Dobradinha com o saudoso Mario Lago, rendeu momentos incríveis dentro da trama e
essa parceria foi repetida quase 10 anos depois quando a dupla voltou na trama
de O Clone (2001).
Também
gostei muito da sensualíssima professora
Stella, que a Beatriz viveu em De Corpo e Alma, da Glória
Perez. O que foram aquelas cenas em que ela despe o personagem do Victor Fasano em na boate de stripper masculino da trama?
A Doce
Paula Candeias de Sá de Sonho Meu (1993) e
a Clô de Anjo Mau (1997) foram outras personagens
da atriz que mesmo timidamente, sem grande apelo popular, mostraram novas
facetas do seu talento e interpretação.
Seu
último trabalho na Tv foi a Yolanda
em um dos episódios de Os Experientes em
2015, onde a atriz deu vida a uma senhora que acaba envolta em um assalto a um
banco e se apega fraternalmente ao assaltante criando um rico
entrecho para o seriado.
Como
vimos, Beatriz Segall é e sempre será muito além que Odete Roitmann!
Veja Também :
Meus Personagens Favoritos da Beatriz Segall |
Novelas Inesquecíveis - Vale Tudo (1988) |
Novelas Inesquecíveis - Champagne (1983) |
Novelas Inesquecíveis - Barriga de Aluguel (1990) |
Meus Personagens Favoritos do Mário Lago |
Novelas Inesquecíveis - O Clone (2001) |
Novelas Inesquecíveis - De Corpo e Alma (1992) |
Novelas Inesquecíveis - Anjo Mau (1976) |
Fonte:
Texto: Evaldiano de Sousa
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