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Globo 60 anos - 60 Novelas que marcaram a teledramaturgia (Post 5)



        Quinto post  em homenagem aos 60 anos de  Globo através da sua teledramaturgia.

        Antes  leia  o –  Post  1 

                                Post  2

                                Post  3

                                Post  4

 

O Cravo e a Rosa (2000)



         O Cravo e a Rosa  foi primeiro grande sucesso do autor WalcyrCarrasco na Globo.  A comédia romântica leve e divertida alavancou a audiência do horário das seis como nunca se tinha visto até então e gabaritou Walcyr para o seleto time de grandes autores da casa.

         A trama é inspirada no clássico “A Megera Domada”, de Shakespeare, com referências nas novelas A Indomável (Tv Excelcior/1965), da Ivani Ribeiro e O Machão (Tv Tupi/1974), do Sérgio Jockyman, que também foi baseada na obra do Shakespeare

        Muitos personagens vieram de O Machão mesmo, principalmente os protagonistas, dada as devidas proporções claras. Para facilitar a narrativa e empatia do público, e levando em consideração que a trama era  uma comédia romântica, Catarina  teve seu perfil contestador atenuado para tornar a personagem mais simpática.

        O Clássico de “Cyrano de Bérgerac”, de Edmon Rostand foi outra referência para a trama através dos personagens Bianca, Heitor e Edmundo, vividos  por Leandra Leal, Rodrigo Faro e Ângelo Antônio. Bianca amava o físico de um e a alma de outro. O sentimento e as dúvidas de Bianca entre um e outro  proporcionou cenas emocionantes e hilárias para O Cravo e a Rosa.

        A Química entre Eduardo Moscovis e Adriana Esteves foi  fator determinante para o sucesso da trama. Petruchio e Catarina  impecavelmente  bem construídos  por seus interpretes ,  sem a química entre eles teria  muito  prejudicada a  empatia junto ao  público que se entregou ao casal mais improvável da história da teledramaturgia. Ambos os atores vinham de personagens totalmente diferentes dos perfis do Petrucchio e Catarina. Eduardo vinha do Carlão de Pecado Capital (1998), o remake da Glória Perez e a Adriana tinha acabado de nos brindar com a Sandrinha de Torre de Babel (1998), do Silvio de Abreu, e se entregaram de tal forma aos protagonistas de O Cravo e a Rosa que deram um novo status aos seus trabalhos, mostrando que sabiam fazer um humor inteligente e brincar com um bom texto em mãos.

         Outra trama que chamou atenção em O  Cravo e a Rosa é a história da doce Bianca, a irmã de Catarina, vivida pela atriz Leandra Leal. Com Catarina casada, Bianca que ao contrário da irmã sonhava em se casar, Dinorá (Maria Padilha) dá o prosseguimento ao seu plano de casar o irmão Heitor  com a mais nova herdeira do banqueiro Batista (Luis Mello). O pilantra conquista o coração de Bianca através de poemas românticos  escritos na verdade pelo professor Edmundo, um intelectual, o inverso do fortão Heitor. Ao longo da história Bianca descobre que ele é o seu verdadeiro amor, e que Heitor apenas  se interessava por seu dinheiro. Porém enquanto isso Bianca vive um grande dilema – gosta da inteligência de Edmundo e do corpo de Heitor.

        Um núcleo que  chamou muita atenção e proporcionou momento hilários e memoráveis sem dúvidas foi  o dos Caipiras, a família de Petrucchio.

         Inicialmente, O Cravo e a Rosa havia sido pensada para ser uma trama curta, com poucos capítulos, assim como fora a antecessora Esplendor (2000). Porém quando  Walcyr já estava no segundo terço da trama, e com certeza depois que a Globo viu o sucesso com a trama no ar,  o autor foi avisado que ao invés de 90 seria uma trama normal com até 200 capítulos.  Com isso Walcyr teve que se desdobrar  para continuar o fôlego da trama mesmo depois do esticamento. Para isso   providenciou uma vilã a altura do texto para infernizar a vida dos  protagonistas e outros personagens da novela. A Lindinha , da Vanessa Gerbelli, até então fazia as vezes de vilã e principal empecilho para felicidade de Petrucchio e Catarina, mas era uma personagem muito infantil. Drica Moraes, que havia se destacado como a vilã Violante de Xica da Silva (1996), entrou em O Cravo e a Rosa como a  perigosa Marcela, uma mulher interesseira e ex-namorada de Petrucchio. A trama   acabou fechando sua exibição com um total de 221 capítulos.

        Além de Eduardo Moscovis e Adriana Esteves, que brilharam  fazendo humor na pele dos protagonistas da novela, outros atores fizeram da trama um palco  e se destacaram também no  humor : Ney Latorraca (Cornélio) e  Maria Padilha (Dinorá),  LuisMello (Batista) e Drica Moraes (Marcela); Pedro Paulo Rangel (Calixto) e Suely Franco (Dona Mimosa); Eva Todor (Josefa) e Carlos Vereza (Joaquim); Taumaturgo Ferreira (Januário) e  Vanessa Gerbelli (Lindinha) entre outros.

       

O Clone (2001)



         O Clone,  da autora Glória Perez, trazia como uma de suas principais temáticas a clonagem humana, e novamente tal qual acontecera em Barriga de Aluguel (1990),  o ineditismo  do tema fez com que  a autora fosse  considerada insensata por abordar uma ficção científica que praticamente não se concretizaria jamais. Será? Na outra ponta de O Clone vinham os costumes e cultura islâmica contrastando com a discussão da clonagem humana, e cerca de três semanas antes da sua estreia, acontecera os atentados  em Washington e Nova Yorque e a  explosão  torres gêmeas , o que fez com a Globo receasse sobre a aceitação da trama. Mas nada respingou na novela, e O Clone virou um sucesso arrebatador tendo com seus pilares a Clonagem humana, o mundo islâmico que  somados ainda  com  a discussão sobre as drogas,  formaram a trinca responsável por esse  sucesso.

         A história  fala sobre o encontro de um homem com sua imagem 20 anos mais jovem. Lucas (Murilo Benício) é um adolescente alegre, romântico, cheio de projetos, e está apaixonado por uma moça muçulmana: Jade (Giovanna Antonelli). Mas a vida não correu bem pra ele: separa-se de Jade e, ao longo dos 20 anos que se passam na novela, decaiu fisicamente, seus projetos se perderam pelo caminho, não tem mais a ternura, o romantismo, a poesia de antes. Tornou-se seco e duro. Jade, por outro lado, viveu todo esse tempo imaginando que sua vida teria sido muito mais feliz se tivesse casado com ele. Vinte anos mais tarde eles se reencontram. Jade se decepciona, tentando encontrar, no Lucas quarentão, resquícios do adolescente por quem se apaixonara um dia. É quando aparece o clone, feito à revelia de Lucas pelo seu padrinho, o geneticista Albieri (Juca de Oliveira). O clone não é Lucas, mas é a imagem que Jade amou e cultivou durante a vida inteira. Temos então, um triângulo incomum: Lucas se tornando o rival de si próprio. O aparecimento do clone revoluciona completamente as vidas de todas as outras personagens da trama.

         O Clone consagrou Giovanna Antonelli, que ganhou o papel devido seu destaque com a Capitu de Laços de Família (2000), um ano antes. Giovanna conseguiu dar  a identidade que a personagem precisava e logo  fez com a que Jade fosse um novo sucesso em seu currículo.

        Murilo Benício, que viveu três personagens em O Clone, os irmãos Lucas e Diogo, e o clone Léo, foi muito criticado inicialmente. A Crítica alegava não haver diferença entre os gêmeos que o ator viveu na primeira fase da novela, o que fez o ator explicar que era impossível que dois irmãos criados juntos, tendo a mesma educação fossem tão diferentes. Porém na terceira fase, com a aparição do clone Léo, o ator foi aplaudido pela interpretação dos personagens Lucas de 40 anos e seu  clone  20 anos mais jovem.

        Na terceira fase de O Clone, o tema sobre a dependência química tomou conta da trama e acabou  chamando atenção do público tanto quanto a principal, o que elevou Débora Falabella, que viveu a personagem Mel, ao status de estrela da trama dividindo o protagonismo com a Giovanna Antonelli. A Mel confirmou o talento irrepreensível da Débora,   e credenciou a jovem atriz no hall das grandes estrelas globais.

        Outras tramas paralelas também tiveram destaque na trama. A Poligamia e o choque cultural  foram  retratada pela autora através dos costumes mulçumanos e o papel do homem e da mulher dentro dessa religião.

         Vários atores também se destacaram  e imortalizaram personagens,  como a Dona Jura, da Solange Couto e seu inesquecível bordão “Né Brinquedo não!”. O Bar da Dona Jura virou atração da trama e recebia semanalmente cantores, atores e personalidades nacionais.

         Outros destaques do elenco: Adriana Lessa (A Deusa), Dalton Vigh (Said), Stênio Garcia (Tio Ali), Juca de Oliveira (Albieri), Daniela Escobar (Marisa), Nívea Maria (Edna), Letícia Sabatella (Latiffa), Eliane Giardini (Safira), Cristiana Oliveira (Alicinha), Osmar Prado (Lobato), a saudosa Mara Mazan (Odete) entre outros.

        As expressões árabes  faladas pelos personagens foi outro ponto forte de O CloneMaktubInshaláHaram, “Jogar ao vento” e “Arder no mármore do inferno” ganharam os quatro cantos do Brasil.  

         Glória Perez trouxe para discutir as questões éticas da clonagem humana na trama os médicos Molina e Miss Braw, os mesmos que discutiram a ética sobre  o tema das mães de aluguel na novela Barriga de Aluguel de 1990, vivido pelos atores Mário Lago e Beatriz SegallO Clone acabou sendo o último trabalho na tv do ator Mário Lago, que veio a falecer em maio de 2002.

         O sucesso de O Clone foi muito além da sua exibição original. A novela foi exportada para 91 países, além de ter sido produzida uma versão hispânica pela Telemundo  com atores de diversos países da América Latina. A Telemundo teve sua audiência aumentada em 60% quando reprisou a trama em 2002, e O Clone se transformou no maior sucesso exportado  para comunidade hispânica  nos Estados Unidos.

         Vale lembrar que O Clone sofreu o impacto da estreia do reality Casa dos Artistas,  apresentado às pressas pelo SBT em outubro de 2011, um mês depois da estreia da trama. Mas  a história forte, a direção cirúrgica ,  o elenco estrelar  e o ineditismo da tema conseguiram atenuar o impacto do reality na audiência, e a novela seguiu sua trilha de sucesso.

 

Mulheres Apaixonadas (2003)



        Um leque do cotidiano dos problemas e dramas da  classe média brasileira construído com maestria e delicadeza por Manoel Carlos que transformou a trama de Mulheres Apaixonadas em um dos maiores sucessos do autor.

         Mulheres Apaixonadas, além da trama principal, da emblemática personagem Helena, aqui vivida pela Crhistiane Torloni, a novela se destacou pela tramas paralelas que em certos momentos assumiam o protagonismo fazendo o público vibrar   e virar cativo da história.

         Chrstiane Torloni desistiu de viver a Mina de O Beijo do Vampiro, que acabou ficando com a Cláudia Raia mesmo grávida, para viver a Helena do Maneco, afinal de contas é uma personagem importante para o currículo de qualquer atriz.

        A trama teve história para todos os gostos – Heloisa e Hilda,  as irmãs  da Helena vividas pela GiuliaGam e  Maria Padilha, tiveram tanto  destaque quanto  a protagonista.  Heloisa representou uma faixa de mulheres que de tanto amor são capazes de destruir tudo ao seu redor,  inclusive a quem dizer amar. O Ciúme doentio que sentia do marido  Sérgio (Marcelo Antony) transformou a personagem em uma desiquilibrada, foi quando a novela mostrou o grupo MADA – Mulheres que Amam de Demais Anôminas.  Já Hilda,  vive uma relação feliz com Leandro (Eduardo Lago), porém ao descobrir um câncer de mama passa a viver um dilema  sobre essa relação pós-doença.

          Não faltaram temas fortes à Mulheres Apaixonadas.   O preconceito contra os idosos através do casal de velhinhos Flora (Carmem Silva) e Leopoldo (Oswaldo Louzada), que vivem no mesmo apartamento com o filho Carlão (Marcos Caruso), a nora Irene (Marta Melinger) e os netos Carlinhos (Daniel Zettel) e Dóris (Regiane Alves). Os dois foram atores e ajudam o filho no sustento da casa e da família, mas são frequentemente maltratados pela neta, que só consegue enxergá-los como um peso. Dóris os humilha e furta dinheiro deles para satisfazer seus caprichos, mas os dois sofrem calados. Por sua insensibilidade, Dóris chega a levar uma surra de cinto do pai. O problema só se resolve no final, quando Flora e Leopoldo se mudam para o Retiro dos Artistas, uma instituição que acolhe artistas idosos no Rio de Janeiro. Lá passam a ter uma vida mais tranquila e feliz. O Entrecho ainda fez apologias a causas politicamente correta com a campanha pela vacinação dos idosos contra gripe e a discussão sobre os direitos dos idosos foi parar no Congresso Nacional, em Brasília, além da divulgação sobre o Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá , no Rio de Janeiro.

          Regiane Alves vivia  a neta  malvada que fazia questão de maltratar os avós. A vilã consagrou  a atriz que chegou a ser destratada na rua por causa da personagem. Como prêmio ganhou a capa da edição de 28 anos da revista Playboy em agosto de 2003, como a malvada mais  desejada do Brasil.

         O Lesbianismo foi representado através das personagens Clara e Rafaela, vividas pela Alinne Moraes e Paula Picarelli, e abordado de forma tão delicada e pertinente que acabou conquistando o público, que pela primeira vez não rejeitou esse tipo de relação no horário nobre, contrastando com  o que havia acontecido antes com o Sandrinho e Jefferson, André Gonçalves e Lui Mendes em A Próxima Vítima  (1995) ou com a Leila e Rafaela, Silvia Pffeifer e Chistiane Torloni em Torre de Babel (1998).

         O Alcoolismo através da personagem Santana, da Vera Holtz; a obsessão de uma mulher rica da sociedade por um padre ,  com os personagens  Estela e Padre Pedro, vividos pela Lavínia Vlasak e Nicoli Siri;  e a virgindade com  a Edwirges e Cláudio, vividos pela Carolina Dieckmann e Erik Marmo, foram outros temas importantes abordados na novela.

          A Violência doméstica foi retratada através da personagem  da Helena Ranaldi, que vivia uma professora em Mulheres Apaixonadas. Raquel sofria agressões do ex-marido Marcos (Dan Stulbach), um psicopata que não aceitava a separação. Em uma das cenas mais fortes da história deles, Marcos espanca  Raquel com uma raquete de tênis depois de mais uma tentativa de volta, na sequência  depois das “raquetadas” Raquel aparece completamente humilhada e cheia de hematomas, chocando o telespectador.  Por sua atuação, Dan Stulbach foi eleito pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte)  o melhor ator do ano de 2003.

         Outra violência foi tratada de forma visceral também em Mulheres Apaixonadas -  a Urbana, que teve como estopim a morte baleada em plena as Ruas do Leblon da personagem Fernanda, da Vanessa Gerbelli. A Cena que marcou a novela quase foi proibida pela Prefeitura do Rio de Janeiro, que enxergava a história como  propaganda negativa para o bairro. Depois de muita polêmica e especulação a cena foi ao ar e rendeu entrechos de quase uma semana até a morte da personagem.

        Um triângulo amoroso jovem chamou atenção na trama   - Luciana / Diogo / Marina  - vividos pela Camila PitangaRodrigo Santoro Paloma Duarte. Marina e Diogo descobriam uma gravidez precoce, e mesmo sendo ele um Don Juan inveterado aceitou casar-se e tornar-se um homem sério. Tudo fachada, ele não resistiu ao rever a prima e antiga paixão  e que se incendiavam só em  se olhar. No decorrer da trama, Rodrigo Santoro, que já começava sua carreira internacional, fez os capítulos iniciais da novela e saiu, voltando  meses depois , quando Diogo  tem um final feliz com Luciana.

          Com entrechos e tramas tão interessantes Mulheres Apaixonadas foi recheada de simples, porém grandes interpretações, como Tony Ramos (Téo), Camila Pitanga (Luciana), Natália do Valle (Silvia), Giulia Gam (Heloísa), Marcelo Antony (Sérgio), Regiane Alves (Dóris), Helena Ranaldi (Raquel), Dan Stulbach (Marcos), Vera Holtz (Santana), José Mayer (César), Leonardo Miggiorin (Rodrigo), Vanessa Gerbelli (Fernanda), Carmem Silva (Flora), Oswaldo Louzada (Lepoldo), Regina Braga (Ana), Marcos Caruso (Carlão) entre outros.

          Durante os 8 meses que esteve no ar a novela apresentou 15 aberturas diferentes,  todas a cargo da equipe de Hans Donner. A Globo promoveu um concurso de seleção de fotos  que deveriam mostrar mulheres em situação de paixão com companheiros, filhos, amigos e familiares. A Cada 15 dias ia ao ar uma nova vinheta de abertura com novas fotos enviadas. O Vídeo era embalado por “Pela Luz dos Olhos Teus”, de autoria do Tom Jobim e Vinícius de Moraes, cantada pelo próprio Tom e por Miúcha.  A Abertura da última semana  apresentou fotos de mulheres da produção da novela.

         Outra novidade de MulheresApaixonadas foi a trilha sonora,  lançada em  CD duplo -  um como os temas nacionais e outro com os internacionais,  com duas sugestões de capa  que trazia  Rodrigo Santoro e  Carolina Dieckmann. O CD vendeu mais de um milhão de cópias e a Som Livre ainda lançou um volume 2 com Erik Marmo na capa, num CD único com mais temas nacionais e internacionais. A Inovação foi repetida  na trama de Celebridade  (2003), pulou Senhora do Destino (2004), e voltou a se repetir em América (2005).

           Mulheres Apaixonadas foi mais um fenômeno da teledramaturgia   que veio da mente inventiva e singular do Maneco,  e que mesmo com  mais  de 20   anos  continua mais atual que nunca levando em conta vários dos temas abordados.

 

Celebridade (2003)



        Fama à todo custo, busca da ascensão social e jornalismo de celebridades eram a mola mestra desse grande sucesso do Gilberto Braga.

         Como declarou em entrevistas depois que Celebridade estourou no Brasil, Gilberto Braga atirou para todos os lados e foi experimentando  as mais variadas situações na trama que acabaram lhe transformando em uma antológica novela do autor. Com essa dança de entrechos Celebridade apresentou várias referências à outros sucessos do autor – como o antagonismo das duas irmãs Maria Clara e Ana Paula (Ana Beatriz Nogueira) que lembram em muitos momentos  Júlia e Yolanda, Sônia Braga e Joanna Fomm em Dancin´Days (1978); os vilões Laura e Marcos, clara alusão à Maria de Fátima e César, Glória Pires e Carlos Alberto Ricelli  em Vale Tudo (1988); A Beatriz da Déborah Evelyn,   uma referência rejuvenescida da Odete Roitmann da Beatriz Segall  e isso sem falar no “Quem Matou Lineu Vasconcellos?”.

        O elenco foi o grande trunfo de Celebridade, com atores que se imortalizaram em  personagens e papéis inesquecíveis. Malu Mader, figura carimbada em tramas do Gilberto Braga, fez da Maria Clara Diniz  um dos seus melhores momentos na Tv.

          ClaudiaAbreu, na pele da cachorra vilã Laura,  foi  o maior destaque de Celebridade. Com uma vilã puxada para a comédia a personagem caiu no gosto popular junto com  sua acirrada disputa pelo poder com outro o  vilão,  Renato Mendes do Fábio Assumpção. A dobradinha entre eles rendeu momentos memoráveis  à novela.

         Aliás,  os vilões de Celebridade foram tão intensos que a trama chegou a ser acusada de fazer apologia ao mau-caratismo. Além da Laura e o Renato Mendes, se destacaram  ainda o ‘michê” Marcos, o comparsa da Laura, vivido pelo Márcio Garcia; a Ana Paula da Ana Beatriz Nogueira e Darlene da Déborah Secco, que mesmo cômica foi capaz de muita coisa para chegar a seus objetivos de virar celebridades.

         Outras tramas paralelas também ajudaram nessa trilha de sucesso de Celebridade, como o drama do carente e solitário Inácio (Bruno Gagliasso). Filho mais velho de Beatriz (Déborah Evelyn) e Fernando (Marcos Palmeira), o rapaz sofre com a rejeição da mãe, principalmente depois da morte do irmão Fábio (Bruno Ferrari), pelo qual se sente culpado.  Nos últimos capítulos é revelado o motivo dessa rejeição. Na verdade Inácio é filho de Renato, numa relação que Beatriz teve antes de se casar com Fernando e escondeu isso de toda a família.

        O Alcoolismo foi retratado na trama através do personagem Cristiano Reis, vivido pelo Alexandre Borges, um  jornalista de grande sucesso, especializado em cultura brasileira e MPB  que vê sua carreira ruir depois da morte  da esposa e ele se entregar ao álcool.

          Uma das cenas mais marcantes de Celebridade foi ao ar no capítulo 169, no qual Maria Clara  esbofeteia e dá uma surra em Clara no banheiro da boate da casa de shows em que a vilã comemorava seu primeiro grande sucesso como promotora de eventos. A Cena que foi inspirada em outra famosa já escrita por Gilberto Braga,  a surra da Lígia (Betty Faria) em Selma (Tamara Taxmann) em Água Viva (1980), deu picos de audiência e só foi superada pelo capítulo final em que fora revelada a identidade do assassino de  Lineu Vasconcellos. 

         Por falar em Lineu Vasconcellos,  Celebridade  nem precisava desse “Quem Matou”, mas  acabou rendendo  sim um grande entrecho no decorrer da novela.  No último capítulo o público não foi tão surpreendido assim com a revelação do assassino – Laura , a grande vilã vivida pela Cláudia Abreu também foi a responsável pela morte do personagem. O Motivo: Lineu havia conseguido as provas de que a música “Musa do Verão”  havia sido realmente roubada por ele do verdadeiro autor,    que havia feito a música para a mãe de Laura.

        Várias celebridades do show business brasileiro e internacional  participaram do primeiro capítulo e do decorrer da trama – o escritor Zuenir Ventura, o cantor Ed MottaJoãosinho Trinta, a socialite Narcisa Tamborindeguy, a banda inglesa Simply Red, Roberto Carlos, Lulu SantosRita LeeJulio Iglesias, Alanis Morissette, Zeca Pagodinho, Dudu Nobre e Gilberto  Gil fechando o capítulo final com um showzaço.

                

 

Senhora do Destino (2004)



        Quem se lembra da Nazaré Tedesco e Maria do Carmo, antagonista e protagonista vivida por Renata Sorrah e Susana Vieira na trama de Senhora do Destino ?  A Novela é um dos grandes sucessos de audiência dos anos 2000.

       

        Aguinaldo Silva escolheu a protagonista da história como nordestina  se auto homenageando. O Autor é nordestino,  Maria do Carmo e Sebastião eram os nomes da sua mãe e de um tio. A Trama principal da novela foi tirada dos noticiários. O Autor se comoveu com a história do sequestro de Pedrinho, raptado de uma maternidade em 1986, sendo criado pela sequestradora até ela ser descoberta em 2003. 

                O Autor resolveu levantar  várias bandeiras dentro da trama. Falou sobre violência doméstica com a personagem Rita (Adriana Lessa); a gravidez na adolescência com Leidi Daiane (Jéssica Sodré). Prestou informações sobre a doença de Alzheimer com a personagem vivida pela atriz Glória Menezes,  e mostrou as falcatruas na política através dos personagens Reginaldo (Eduardo Moscovis , vivendo o seu primeiro vilão) e Viviane (Letícia Spiller), respectivamente prefeito e primeira-dama da fictícia cidade de Vila São Miguel.

               Muitos personagens de Senhora do Destino ficaram para sempre marcados na história da teledramaturgia. Seja pela impecável atuação   de seus intérpretes ou pela história retratada dos mesmos. Impossível não citar Susana Vieira, perfeita vivendo uma mulher do povão sempre “varada de fome”; Leandra Leal e a destemida Cláudia; O Barão e a Baronesa de Bom Sucesso, vividos pelo saudoso Raul Cortez e Glória Menezes e a Guilhermina, vivida pela atriz e apresentadora Marília Gabriela.

               Mas quem roubou a novela sem dúvidas foi a grande vilã da trama, a inesquecível Nazaré Tedesco, vivida pela atriz Renata Sorrah. Sem dúvidas em seu melhor momento na Tv. A personagem foi aquele tipo de vilã  que o público adorava odiar. Ao mesmo tempo em que torcíamos para ela se dar mal, aplaudíamos os show´s de elogios que ela dava à frente do espelho  e os apelidos que criava para seus desafetos. Entre eles a “Anta Nordestina” como ela chamava Maria do Carmo; “Songa Monga” como se referia a enteada Cláudia vivida pela Leandra Leal entre outros. A Escada da casa e uma tesoura  sempre pronta para entrar em ação viraram marca registrada de Nazaré. 

         Em Senhora do Destino Aguinaldo Silva arriscou mais uma vez e tal qual fez em Suave Veneno (1999), abandonou sua zona de conforto, as novelas regionais  com realismo fantástico que o consagraram (Tieta/1989,  Pedra sobre Pedra/1992, Fera Ferida/1993 e A Indomada/1997), e apostou mais uma vez em uma trama urbana. Diferentemente do ocorrido em Suave Veneno, Senhora do Destino foi um tiro certeiro. A Trama agradou a gregos e troianos e não é a toa que nem mesmo o próprio autor tenha batido seu próprio recorde com Fina Estampa em 2011.

 

Alma Gêmea (2005)



        Um folhetim rasgado, mesclado a uma trama espírita dosada com leves toques de comédia,  uma mocinha lutadora e uma vilã autêntica fizeram de Alma Gêmea uma trama digna de um horário nobre.  A novela por muitas vezes deu mais audiência que as tramas  das sete e das oito da época , Bang Bang e Belíssima , respectivamente.

        Eduardo Moscovis e Priscila Fantin   tiveram uma química tão grande que o público se apaixonou pelo casal, que ganhou torcida para um final feliz .

        as o grande destaque de Alma Gêmea sem dúvidas foi Flávia Alessandra na pele da vilã Cristina, seu melhor momento na tv. A  vilã reinou absoluta  abusando do grau de maldades e rancor que a personagem guardava dentro de si. Seu final não poderia ter sido melhor. Cristina morre queimada  por seu próprios espíritos do mal.

        Seguida por Cristina, vem  sua mãe e cumplice  Débora, vivida magistralmente por Ana Lúcia Torre. A Dupla nos proporcionou cenas memoráveis, entre elas a cena do envenenamento da Débora. Ela e Cristina armam uma maneira para  envenenar Rafael , porém na hora as taças são trocadas e Débora é quem toma a bebida  envenenada, bem ao estilo Escrava Isaura, e acaba morta na reta final da novela.

          Drica Moraes fez o maior sucesso com a cômica personagem Olívia, tal qual acontecera com a Márcia de Chocolate com Pimenta (2003). Sua dobradinha com Malvino Salvador enriqueceu muito o núcleo cômico da novela.

        Alma Gêmea conseguiu manter seus atrativos  por todos os 227 capítulos, sem apresentar “barrigas” deixando o público sem a escolha de não poder deixar de assistir o próximo capítulo.

 

A Favorita (2008)



         Em 2008, depois do sucesso no horário das sete com Da Cor do Pecado (2004) e Cobras e Lagartos (2006), João Emanuel Carneiro foi elevado ao horário dos grandes autores da Globo e estreou às 21:00 com a trama de   A Favorita, considerada uma novela   inovadora que,  inicialmente não agradou o grande público, mas que terminou como um dos grandes sucessos da década.

         A Inovação de A Favorita se centrava no fato de  a história principal não ser estrelada por um par romântico que lutavam para ficarem juntos. As protagonistas eram duas amigas  criadas como irmãs, que ao crescerem se tornavam rivais. Uma delas cometeu   um crime  e está mentido. São duas versões de uma mesma história. E o telespectador tinha que descobrir afinal quem está contando a verdade: Flora ou Danatella?

        A novela protagonizada por Patrícia Pillar e Cláudia Raia lembrava muito o filme Deixe-me Viver, estrelado por Michelle Pfeiffer e Renée Zellweger. Na história, as duas atrizes passam a disputar o amor  da filha da personagem da Michelle, que é presa após assassinar o marido.

        O Grande segredo de A Favorita, a verdadeira identidade da assassina, teve que ser antecipado diante da fraca audiência da trama. O  público ficava perdido sem saber por quem torcer afinal, visto que até então tanto  o lado de Donatella como o de Flora davam indícios de que ambas poderiam ser culpada ou inocente.  Assim no capítulo 56,  o grande segredo foi revelado, Flora a personagem da Patrícia Pillar era mesmo a grande assassina. Em uma das cenas mais fortes da trama, Flora  declara todo seu ódio a Donatella selando ali a grande disputa que estava por vir entre elas.

A Revelação fez com que a novela entrasse no eixo realmente.  O público voltou a dar atenção à trama, e A Favorita terminou consagrada como um novelão.  

        Patrícia Pillar na pele da Flora,  foi aclamada como a grande atriz daquele ano, abocanhando todos os prêmios ligados a tv. A Sensibilidade da atriz ao viver a primeira fase da personagem tão frágil e contida, e depois com as nuances da Flora vilã, no ótimo texto do JEC, foi o ponto forte de A Favorita  e uma das grandes responsáveis pelo sucesso da trama.

        Outra cena inesquecível protagonizada por Patrícia Pillar foi a que Flora causa a morte de Gonçalo, o personagem do Mauro Mendonça. A Vilã arma um clima de terror regado a muito sangue fazendo Gonçalo acreditar que ela acabara de matar sua neta, Lara (Mariana Ximenes) e a esposa Irene (Glória Menezes). Com toda a pressão Gonçalo tem um infarto fulminante e morre nos braços da vilã.

        Mesmo Patrícia Pillar tendo sido a estrela da novela, não podemos tirar o mérito da Cláudia Raia que também foi espetacular na pele da Donatella, principalmente a partir da fase em que ela  é presa injustamente. A atriz se livrou de toda a vaidade e deu uma interpretação  singular  a agora já revelada mocinha da trama.

Os nomes de Claudia Raia e Patrícia Pillar  apareciam diariamente na abertura  em ordem alternada, tal qual acontecera em Ti Ti Ti (1985) com Luiz Gustavo e Reginaldo Faria, e Brega e Chique (1987) com a  Marília Pêra e Glória Menezes  e Rainha  da Sucata (1990)  com  Regina Duarte e Glória Menezes. 

Outros atores no núcleo de Flora e Danatella também tiveram muito destaque  em um trabalho impecável,  como a Mariana Ximenes, que deu vida a Lara filha de Flora criada por Danatella;  Cauã Reymond  que viveu o Harley, descoberto no final da trama ser o filho raptado de Danatella;  Murilo Benício, que deu vida ao Dodi, um dos vilões e comparsa de Flora ; e Ary Fontoura como o asqueroso Silveirinha.

        Carmo Dalla Vecchia que viveu o Zé Bob na trama, também teve uma grande importância em A Favorita. O personagem acabou se tornando o novo  centro da disputa entre Flora e Donatella,  18 anos depois do ocorrido  no passado. Depois da revelação de Flora como vilã, o público começou a torcer por um final feliz entre Zé Bob e Donatella.

        Além da trama principal das rivais, outras histórias também rechearam a novela  e fizeram muito sucesso:

·        O núcleo da família do Copolla, personagem do Tarcísio Meira;

·        Núcleo da Catarina, personagem da Lilia Cabral, casada como Leonardo (Jackson Antunes) que mostrou na trama o drama das mulheres que sofriam violência doméstica;

·        Núcleo do deputado Romildo Rosa (Milton Gonçalves), um político rico e corrupto, que tenta eleger seu filho prefeito de Triunfo, dando continuidade à sua saga. Nesse núcleo destaque ainda para Alícia, a  filha do deputado vivida pela Tais Araújo  e Didu, do ator Fabrício Boliveira.

·        Núcleo da Maria do Céu, personagem da Déborah Secco,  uma retirante que  chega a grande cidade à procura da casa que Romildo Rosa prometeu a seu pai em busca de votos. Ao se deparar com a realidade, vai trabalhar na fábrica onde também trabalha Cassiano (Thiago Rodrigues) por quem ela se apaixona. Ao perder o emprego passar a ser uma das meninas da Cilene (Elizangela), que  ás agencia para sair com homens ricos. Maria do Céu acaba tendo um caso com Harley e servindo de escudo para Orlandinho Queiroz (Iran Malfitano) , um gay enrustido, que ver em Céu a chance de blindar sua atual situação para a sociedade. O trio Harley/Céu/ Orlandinho proporciona cenas hilárias a trama de A Favorita.

 

A Favorita revelou o talentosíssimo ator Alexandre Nero, que mesmo em um personagem minúsculo na trama, mostrou seu talento e carisma, e em uma carreira meteórica se transformou em grande astro na Globo. Sete anos depois de A Favorita, Alexandre Nero foi o protagonista de A Regra do Jogo (2015), novela também do João Emanuel Carneiro.

        A Favorita passou por vários percalços para ser considerada uma boa novela e se firmar na audiência, mas o ritmo alucinante  os ótimos ganchos de um capítulo para o outro seduziram o público que se rendeu a trama, que mesmo subvertendo o modelo atual do folhetim com um mocinho e mocinha como protagonistas, dando ênfase ao clima policial, foi elogiada pela crítica especializada e mostrou um jeito novo de apresentar uma trama. Claro que  o bom texto somado à perfeita direção do Ricardo Waddington e o elenco em total sintonia,   também foram cruciais para o seu sucesso.


Caminho das Indias (2009)



        A novela da autora Glória Perez que mostrava  o contraste entre  a cultura indiana  e a brasileira virou um marco na história da teledramaturgia e é a primeira novela global a ganhar o Emmy Internacional de melhor novela.

       

        A Trama consagrou Juliana Paes e Rodrigo Lombardi ,  que estreavam como protagonistas vivendo  Maya e Raj. A química entre o casal foi tão grande, que Bahuan, vivido pelo Márcio Garcia, que era o par romântico de Maya e seu grande amor, acabou sendo suprimido da trama. O Público começou a torcer por um  final feliz entre Maya e Raj, e o Bahuan passou a ser o vilão do triângulo amoroso de Caminho das Índias.

        Além da história central, Caminho das Índias ficou marcada por suas tramas paralelas que a certa altura brigaram de igual para igual  com a trama principal. Sobre essas tramas paralelas vale destacar a Família Cadore. 

        O Núcleo dos Cadore  ficou marcado por  brigas pelo poder das empresas  entre os irmãos  Raul (Alexandre Borges) e Ramiro (Humberto Martins).  Foi no núcleo dos Cadore  que duas tramas paralelas tomaram forma : A morte forjada de Raul, que seguia a ideia da psicopata Ivone, vivida magistralmente por Letícia Sabatella; e a esquizofrênia foi mostrada de uma forma bem clara através do personagem Tarso Cadore,  filho de Ramiro, em mais um trabalho complexo e impecável do ator Bruno Gagliasso.

       

Outro núcleo forte e que virou febre nacional foi o da Norminha e Abel, personagem da Dira Paes e Anderson Muller. O leitinho do Abel e as safadezas da Norminha abrilhantavam o núcleo cômico de Caminho das Índias.

         As expressões usadas na novela ganharam os quatro cantos do Brasil, e quem não se viu repetindo com exaustão  “firanghi estrangeira” (expressão usada erroneamente, um pleonasmo, já que a palavra “firanghi” já quer dizer “estrangeira”), “arrastar o sári no mercado”, “as lamparinas do juízo”, “are baba!” (ai meu Deus!, puxa vida!), “baguan keliê” e “arebaguandi” (meu Deus!), “tchalô” (vamos!), “atchá” (expressão de satisfação) e “namastê” (saudação).

 Paulo José fez uma participação especial na trama dando vida ao personagem real Gentileza. Gentileza que na verdade se chamava José Dantrino, era  um homem rico que resolveu abandonar todos os bens matérias e pregar  seus dizeres pela cidade do Rio de Janeiro.

        Cantores como Alcione, Nana Caymmi, Gabriel o Pensador, Erasmo Carlos e Maria Bethânia  fizeram participações na trama dando show na gafieira Estudantina, uma das locações da trama.

A Autora homenageou Gilberto Braga na cena em que Melissa (Crhistiane Torloni)  se vinga  da vilã Ivone (Letícia Sabatella) dando uma surra no vestiário  de uma casa de massagem. A cena foi uma alusão a clássica cena de Celebridade (2003) em que Maria Clara (Malu Mader) finalmente vinga todas as maldades que sofreu de Laura (Cláudia Abreu) dando-lhe uma surra no banheiro de uma boate.  Vale lembrar que a cena de Celebridade havia sido uma releitura da surra que Lygia (Betty Faria) deu em Selma (Tamara Taxmann) em Água Viva (1980), novela também do Gilberto Braga.

        No elenco vale destacar grandes atuações de Tony Ramos, Laura Cardoso, Lima Duarte, Osmar Prado, Letícia Sabatella, Nívea Maria, Christiane Torloni, Marjorie Estiano, o saudoso Elias Gleiser entre outros.

 

Viver a Vida (2009)



         Viver a Vida, novela do autor Manoel Carlos, exibida originalmente em 2009,  trazia  a primeira Helena negra do autor  e do horári  nobre da Globo, vivida pela Tais Araújo e ainda AlinneMoraes, José Mayer e Lilia Cabral como protagonistas.

        Lançada com um arsenal de boas ideias,  o  autor atingiu a meta em informar, ao abordar tetraplegia e anorexia alcoólica com  maestria, porém perdeu no entretenimento e no folhetim, além da trama ter ficado  marcada como a primeira em que sua personagem principal Helena, foi suplantada e apagada dentro da história por sua antagonista, apesar  de a recente  reprise no  Viva  ter  feito   muita justiça  a  Helena da Taís.

         A Helena (personagem recorrente na obra de Manoel Carlos) de Taís Araújo foi a mais jovem e a única negra das criadas pelo autor. E a primeira protagonista negra em uma novela do horário nobre da Globo. A atriz Taís Araújo já havia sido a primeira protagonista negra de uma novela da Globo”, quando atuou em Da Cor do Pecado, em 2004, produção das 19 horas.

         Alinne Moraes foi o grande destaque no elenco de Viver a Vida. Como Luciana, emocionou ao transmitir todo o drama da moça que viu seu sonho de se tornar modelo desmoronar por causa de uma fatalidade.

        Mais uma vez Lília Cabral brilhou em uma personagem do  Maneco, com fez com a Sheila em História de Amor (1995) e a Marta de   Páginas da Vida (2006).

        Viver a Vida foi a primeira novela completa  do Mateus Solano, que anteriormente havia feito apenas uma participação em Paraíso Tropical,  e que deu vida aos gêmeos Jorge e Miguel.  Gabriel Delfino foi o dublê do ator  nas cenas em que os gêmeos contracenavam ou  brigavam pela Luciana, já que ela começa namorando um e depois se casa com outro.

           Klara Castanho, então com 8 anos, deu vida a Rafaela, que pela sinopse seria uma vilazinha mirim. Porém esse entrecho teve que ser abortado visto que, Manoel Carlos foi  notificado pelo Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro devido ao papel. Para  os procuradores o trabalho infantil artístico deve ser comedido, observando não só os aspectos legais com os psicológicos do profissional que ainda está  em formação pessoal.  A personagem continuou uma pestinha, mas nada de muito grave.

         A novela enfocou o glamour e os bastidores do universo da moda, especialmente por meio de Helena (Taís Araújo), Teresa (Lilia Cabral) e Luciana (Alinne Moraes), três das principais personagens, modelos em estágios diferentes da carreira. Helena fazia um estilo contemporâneo, e aparecia sempre confortável, vestindo peças clássicas mas arriscando-se a usar calças saruel com camiseta. Na cartela de cores da personagem, predominavam as solares como amarelo, laranja, bege, cáqui e dourado. Luciana tinha um figurino mais despojado, colorido e curto. Já a ex-modelo Tereza mostrava que tinha bom gosto ao vestir-se de forma clássica e elegante, abusando dos tons neutros e das roupas com bom corte, como uma combinação de bermuda moderna com camisa social e sandália rasteira.

          Bárbara Paz estreou  em  novelas na Globo em Viver   a  Vida.  A Atriz que foi a primeira a ganhar  a Casa dos Artistas no SBT, fez algumas novelas por  lá, deu vida a anorexia e alcoólatra Renata, na trama do Manoel Carlos. A Personagem  sonhava em ser  modelo e vive fazendo testes, porém nunca  é aprovada. Está sempre  tendo  crises de hipoglicemia e apaixonada  por Miguel (Mateus Solano), sabe que ele não a ama. 

       

 

Avenida Brasil (2012)



        Em 26.03.2012 estreava no horário nobre da Globo aquela que seria a novela mais comentada,  aplaudida e  aclamada até então. Sucesso de público e crítica  Avenida Brasil  era o segundo trabalho do João Emanuel Carneiro no horário nobre e sua consagração  como grande autor da casa.

        Pouquíssimas vezes na história da teledramaturgia nacional uma novela literalmente parou o Brasil e juntou todos os tipos de público à frente da tv para acompanhar as aventuras de seus personagens.

          Avenida Brasil inclusive foi  a primeira dessa era digital em que passamos à acompanhar às novelas junto às redes sociais, e nesse campo a trama foi invencível. A chuva de #OiOiOi ´s que se aglomeravam nas redes nos primeiros acordes da abertura mostravam a hipnose que a trama causava. Outras hastag´s também marcaram os 7 meses de exibição da trama como o #HiHiHi do personagem Nilo (José de Abreu),  #MeServeVadia, que a Nina (DeboraFalabella) proferiu quando foi à forra na vingança contra Carminha (AdrianaEsteves) e o #ÉtudoCulpadaRrrrita  que a vilã Carminha  amargou incessantemente cada vez que um dos seus planos não dava certo.

          O sucesso de Avenida Brasil em pleno ano de 2012 com a proliferação da internet e da tv por assinatura é ainda mais surpreendente,  e torna seu autor ainda mais inteligente por conseguir manter a trama sempre interessante em toda sua trajetória. Nem alguns percalços (como o pen-drive da Nina) ou  clichês (O “Quem Matou?” o Max na reta final) tiraram o brilho da trama.

         

        Várias sequências marcaram a trama:
– a pequena Rita (Mel Maia) abandonada por Max  (Marcelo  Novaes) no lixão;

– Carminha (Adriana Esteves), após descobrir a verdadeira identidade de Nina  (Déborah Falabella), enterra a rival viva, em cenas dignas de filme de terror;
– Nina, indo à forra, se vingando de Carminha em uma sequência de tortura psicológica que durou quase uma semana;
– a tentativa frustrada de Carminha afundar o barco com Max;
– a expulsão de Carminha da mansão de Tufão (Murilo Benício);
– o misterioso assassinato de Max;
– a reconciliação de Nina e Carminha, nas cenas finais da novela.

        Adriana Esteves consagrou-se na interpretação antológica da vilã Carminha, o melhor papel de sua carreira até então. A atriz havia sido convidada pelo diretor Ricardo Waddington para viver outra personagem, a cabeleireira Monalisa, namorada de Tufão na juventude. Já estava apegada ao papel quando os diretores sugeriram que ela fizesse o teste para Carminha.

Débora Falabella também defendeu bem sua protagonista Nina, não deixando-se engolir por uma antagonista algumas vezes mais interessante.

Foi também o melhor papel de Marcello Novaes, como Max. José de Abreu esteve irrepreensível como o monstruoso e divertido Nilo (José  de Abreu), bem como Vera Holtz, que esbanjou emoção como a misteriosa Mãe Lucinda.

Muitos coadjuvantes brilharam em Avenida Brasil: Marcos Caruso (Leleco), Eliane Giardini (Muricy), Letícia Isnard (Ivana), Ísis Valverde (Suelen), Débora Bloch (Verônica), Cláudia Missura (Janaína), Fabiula Nascimento (Olenka), Juliano Cazarré (Adauto) e outros. Cacau Protásio – como a cômica empregada Zezé – roubou a cena a ponto de ter a importância de sua personagem elevada no decorrer da trama.

A primeira fase da novela destacou a pequena Mel Maia (então com 7 anos, estreando em novelas), que ganhou notoriedade e atenção da mídia ao esbanjar talento e segurança em cena interpretando a personagem Rita quando criança. Seus embates com a madrasta Carminha eram emocionantes.

Com excelente direção cinematográfica  da Amora Mautner e José Luiz Vilamarim que nos apresentou tomadas e fotografias ainda não exploradas em novelas até então;  o elenco escolhido à dedo e em estado de graças aliados ao bom texto do João Emanuel, Avenida Brasil foi em seu conjunto da obra uma produto ímpar apresentado em forma de novela.

Um grande sucesso popular, Avenida Brasil causou uma verdadeira comoção entre o público – o último capítulo parou o país, como há tempos não se via.

 

Veja Também:

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Novelas Inesquecíveis - O Bem Amado (1973) 

Trilha Sonora Eterna - O Bem Amado (1973) 

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Tieta Volume 1 

Tieta Volume 2

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Escrava Isaura 

Fonte:

Texto: Evaldiano de Sousa

 

 

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