Entre acertos marcantes, escolhas controversas e momentos que
dividiram o público, 2025 foi um ano intenso para as novelas,
reafirmando a força do gênero na TV brasileira. Ao longo dos meses, as tramas
exploraram diferentes caminhos narrativos, apostaram em elencos de peso e
buscaram dialogar com o seu tempo — nem sempre com o mesmo êxito, mas quase
sempre gerando debates e torcidas.
Neste
balanço, o olhar se volta para produções que deram o tom do ano, como Beleza Fatal, Vale
Tudo, Dona de Mim, Êta Mundo Melhor e Três Graças, novelas que, cada uma à sua
maneira, ajudaram a desenhar o panorama da teledramaturgia em 2025, seja pelo
impacto cultural, pela resposta do público ou pelas discussões que provocaram.
A
Caverna Encantada (SBT
– 29 de Julho de 2024 a 5 de Setembro de
2025)
A Caverna Encantada,
escrita por Íris
Abravanel, com colaboração
de Andreza Porto, Denise Barbosa, Fany Higuera, Gustavo Braga e Luiz
Felipe Pereira Santos com supervisão de texto de Rita Valente e
direção geral de Ricardo Mantoanelli, terminou mostrando que o SBT
tem que repensar esse estilo infantil de suas tramas.
A
história é uma adaptação dos livros A
Princesinha e O
Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett,
com bonecos falantes e vilã caricata, a novela foi infantil demais até para os
padrões do seu público. Muito longa, perdeu o fôlego no caminho, além das
sempre previstas trocas de horário, fizeram da novela a
de menor audiência desde
que o SBT retomou
a teledramaturgia infantil do canal com Carrossel em
2012.
Mania
de Você (Globo
– 9 de Setembro de 2024 a 29 de Março de
2025)
Mania de Você chegou
ao fim dia 28.03, marcada com
uma das piores tramas apresentadas pela Rede Globo até
então. A tão alardeada novela do João Emanuel Carneiro pós Todas as Flores, entrou em uma
queda linear desde as primeiras semanas e até seu
final não conseguiu reverter esse resultado.
Os cortes abruptos iniciais feitos
com intuito de salva-la saíram pela culatra. O telespectador se
perdeu e acabou não tendo empatia pelo mocinho
Rudá (Nicolas Prattes), o mas prejudicado
por eles, e assim foi um carro sem freio ladeira abaixo. Morte
e retorno de personagens pipocaram e a trama continuou inerte, sem
controle e cada vez mais incoerente. Ou seja ,
o grande novelão prometido nunca
apareceu.
O Rudá vivido pelo Nicolas Prattes foi um daqueles
casos de protagonista de novela que deveria ter morrido
na trama a mais tempo. Nicolas que vinha de 2
simples, porém bons personagens – O Diego de Todas as Flores (2022) e o
Miguel de Fuzuê (2023),
ganhou aquele que poderia ter sido seu grande
personagem em horário nobre. O Ator até tinha todos os ingredientes para isso,
mas o roteiro alterado e equivocado de Mania de Você transformou
o Rudá no pior protagonistas de todos os tempos, perdendo
a função logo nas primeiras semanas de novela. Vale
ressaltar que o Nicolas Prattes ganhou o Prêmio
PRODU (considerado o "Oscar da TV Latina")
como Melhor Ator Protagonista de Telenovela Romântica por sua
atuação como Rudá. Até hoje não entendo como.
Independente dos problemas de roteiro e texto
de Mania de Você,
Gabz deu dignidade
a Viola,
mostrando que estava pronta sim para assumir uma
protagonista no horário nobre global. Viola
foi a personagem mais difícil de história e, talvez, das novelas
brasileiras da atualidade. A personagem teve todos os estereótipos
de uma mocinha muito comum nos anos 90, que hoje é totalmente fora de moda.
Um dos grandes nomes da nova geração Ágatha Moreira iniciou a
Luma de uma forma espetacular. Enganada por Mavi (Chay
Suede), ela perdeu tudo e voltou à trama com uma grande vingadora.
Porém esse perfil logo se perdeu dentro das incoerências
depois dos cortes iniciais. A Luma foi transformada em
uma marionete nas mãos do Mavi perdendo a total função. Quando
teve chances Ágatha Moreira deu
um show em cena, em sequências de dramas, mostrando
que se tivesse tido mais oportunidades -
A Luma poderia ter sido muito
melhor apresentada.
Adriana Esteves na
pele da Mércia foi presenteada com grandes cenas mesmo dentro da
confusa trama, sua personagem tinha vida e brilho, o que certamente podemos
creditar ao talento e magnetismo da sua intérprete.
Conseguiu tirar leite de
pedra e sua dobradinha com Chay Suede sempre foi
o grande pilar de Maniade Você, uma pena que o autor
tenha conseguido destruir isso também na
reta final.
João Emanuel Carneiro
destruiu até o Mavi,
o único grande personagem crível
de Mania de Você. Vivido magistralmente pelo ChaySuede, ator de muitas nuances e camadas, conseguiu
imprimir o vilão caricato, porém carismático junto ao público,
mas a incoerente fase deprimida, fez
o personagem perdeu o brilho e a trama seu praticamente único trunfo - os
improvisos em cena , principalmente na dobradinha com a Adriana Esteves,
que eram até mais interessantes que o
próprio texto, e sem o sarcasmo a novela perdeu muito.
Fato é que Mania de Você mudou
de rota várias vezes, o que não é um problema para uma
obra aberta, o problema é que
as mudanças não levarem
a lugar algum e a novela terminou em pleno o
ano de 60 anos da emissora como a
pior história já apresentada no horário.
Volta
Por Cima (Globo
– 30 de Setembro de 2024 a 26 de Abril de 2025)
Uma novela impecável em todos os sentidos,
desde o texto, direção, atuações, temas abordados, vilões, os
protagonistas, a valorização e escalação de atores e atrizes veteranos, Volta por Cima pode não
ter emplacado nas redes sociais e a
audiência não tão expressiva assim, mas foi
sem dúvidas uma das melhores do ano.
Cláudia Souto foi primorosa na
construção dos personagens tão críveis e ao mesmo tempo
pincelados à medida certa para servir ao folhetim,
sem forçar a barra ou apresentar enredos incoerentes,
sabendo equilibrar com maestria a comédia
e o drama sem se perder.
Volta por Cima trouxe finalmente Milham Cortaz,
em um bom papel em novelas, com
um personagem a sua altura, brilhou com todas
as nuances transitando entre o drama e comédia
sem cair no ridículo ou no caricaturismo.
Jéssica Ellen, com a Madá , foi
o grande destaque. A protagonista não ficou se lamentando
o tempo todo, muito pelo contrário, se
destacou por ser forte, revidando os
tapas que seus algozes lhe deram. Incomodou os
que esperavam a mocinha contida, serena, dependente . .
. foi uma composição incrível.
Vivendo um dos seus melhores momentos na
tv com seu
primeiro protagonista oficial, Fabricio Boliveira,
já provou em mais de 20 anos de carreira que
é um dos mais completos profissionais da sua
geração, mas precisava do Jão de Volta por Cima, para lhe dar
a projeção mais que merecida.
Amaury Lorenzo , aclamado com a
grande revelação de Terra e Paixão, foi
alçado ao posto de protagonista
logo em seu segundo
trabalho. O Chico iniciou a
trama com uma espécie de vilão do bem, dividindo seu
amor entre Mada (Jéssica Ellen) e
Roxelle (Isadora Cruz), mas logo caiu nas
graças do telespectador e terminou a
novela com mais um ótimo trabalho na tv.
Isadora Cruz ao contrário do que era esperado,
sua Roxelle em Volta Por Cima, mostrou
toda a versatilidade do seu talento e elevou
seu status profissional. A
espevitada das sete em nada lembrou a romântica Candoca de Mar do Sertão (2022) ou
a apagada Cris de Haja Coração (2016). A
personagem não ficou presa ao posto
de periguete, com namoricos e romances,
circulou com maestria e coerência em vários núcleos
e na reta final ainda entrou num entrecho da
trama que ganhou as redes sociais e fez da
Roxelle a grande
estrela . Roxelle viveu uma relação
abusiva com Gerson (Enrique Diaz) e mantida
em cárcere privado, faz o sinal universal de socorro para avisar outras
mulheres que está sofrendo violência doméstica.
Nossa eterna Cigana Dara de Explode Coração voltou
com tudo às novelas na trama. Muito bom ver a volta de atores
veteranos, principalmente em papéis de destaque, e a Teresa Seiblitz como
a Doralice, reconquistou o público, mostrando sua beleza e talento.
Nessa leva de veteranos bem
aproveitados em Volta por
Cima vale
citar o trabalho impecável de Betty Faria, Drica Moraes, Iara
Jamra, Lucinha Lins entre
outros que aqueceram nossos corações cada
vez que entravam em cena.
Pri Helena foi a ótima
revelação. A atriz que vem de pequenas participações, fez da Cacá uma
personagem promissora, que no decorrer da trama tomou ares de antagonista,
mostrando muito talento e profissionalismo.
Volta por Cima foi
uma grata surpresa do horário das sete, não foi mais uma comédia
forçada com personagens estereotipados, a novela
entregou algo leve, mas com conteúdo, falou de contravenção sem
pesar a mão, e ao mesmo tempo sem romantizar, nos fez
embarcar nas histórias e refletir sobre
as mesmas, tudo isso sem fugir do clássico
folhetim.
Garota do Momento (Globo
– 4 de Novembro de 2024 a 27 de Junho de 2025)
Garota do Momento,
um novelão tanto pelo conjunto da obra como pelos 202 capítulos,
chegou ao fim em junho e há tempos uma trama não tinha deixado aquela sensação de orfandade no público.
Sem
dúvidas a melhor no ar e melhor das seis da última
década, mesmo com a barriga na reta
final depois do esticamento e a
redenção abrupta da Bia (Maisa), Alessandra Boggi planejou
muito bem a trama, que apresentou um melhor elenco jovem já visto em uma
novela, com todos as resoluções a seu tempo,
com os destaques corretos, coerências, ou seja tudo bem amarrado
dramaturgicamente e emoldurado pela perfeita direção
artística da magistral Natália Grinberg.
O elenco de Garota do Momento,
que elenco ... Depois do grande destaque como a Maria
Santa na primeira fase do remake de Renascer, Duda
Santos foi alçada a grande
estrela do horário das seis e mostrou que
estava preparada para esse momento embora ainda esteja lapidando
aspectos técnicos, demonstrou sensibilidade artística, entrega e talento. A
Beatriz foi uma grande personagem e a atriz brilhou de
igual pra igual com grandes nomes com quem
duelou em cena como LíliaCabral , Fábio Assumção, Solange Couto entre outros. E
a química com o Pedro
Novaes foi outro ponto forte da novela.
Maísa Silva , já uma estrela
consagrada, finalmente estreou nas novelas da Globo e ganhou
logo de cara a grande vilã do horário
das seis e antagonista direta. O trabalho como
a vilã Bia nos revelou uma atriz
em crescimento, abraçando desafios inéditos, explorando camadas dramáticas e
trazendo intensidade. Foi sem dúvidas, um marco na sua carreira.
Ele
chegou com o peso de ser filhos de dois grandes astros
que fazem muito sucesso na
teledramaturgia - Letícia Spiller e Marcelo Novaes – e claro
que isso foi cobrado desde
seu primeiro trabalho na tv (Malhação – Toda Forma
de Amar/2019). Mas o Beto de Garota do Momento certamente
foi aquele personagem para chamar de divisor de águas. Pedro
Novaes não interpretou apenas um personagem, ele vivenciou o Beto —
imergindo na época, nos códigos sociais, no conflito entre amor e profissão, e
na descoberta de seus ideais. O resultado foi um protagonista empático,
sensível, que “roubou a cena” e trouxe maturidade e humanidade à
personagem do fotógrafo-jornalista. Elevou o Beto de um simples galã
a um jovem reflexivo, determinado e artístico.
Carol Castro ganhou um
novo status com o grande sucesso da Clarice
de Garota do Momento. Carol
mostra maturidade ao interpretar uma mulher moderna em uma trama de época,
equilibrando sobriedade com intensidade quando necessário.
E o que dizer do trio de grandes
vilões que nos apresentou - Juliano, Maristela e Zélia
, por seus intérpretes, já era esperado
que seriam personagem bons, mas eles
se entregaram e superaram todas as expectativas. Foi muito bom
ver Lília Cabral e Fábio Asusmção em ótimos papéis e a Leticia
Colin que, merecia sim um final melhor, espetacular.
Não
posso esquecer de citar nesse elenco nomes como Paloma
Duarte, Danton Mello, Eduardo Sterblitich, Maria Flor, Maria Eduardo Carvalho,
Tatiana Tiburcio, Ícaro Silva, Bete Mendes, Carla Cristina Cardoso, Ana Flávia
Cavalcanti entre outros.
Alessandra Poggi nos
deu mais uma amostra do quão talentosa é hábil na
construção do folhetim de época dialogando com a
atualidade e, Garota do
Momento entra para
o hall das nossas grandes novelas dignificando o horário
das seis - Uma garota não só do momento ,
mas uma garota do futuro coma a própria
Beatriz fez questão de frisar encerrando a trama.
Beleza
Fatal (Band
- 10 de março a 2 de maio de 2025)
Sucesso absoluto na Max, a
novela BelezaFatal, que virou
assunto nos quatro cantos do Brasil e nas
redes sociais, estreou em março na tela
da Band, porém não surtiu na tv o mesmo efeito do streaming.
Mesmo assim
Camila Pitanga e sua
Lola, uma espécie de Bebel de Paraíso Tropical melhorada,
virou uma das grandes vilãs do ano
- Brigando de igual para igual com a Odete Roitmann, a Déborah Bloch
em Vale Tudo e a Arminda, a Grazzi Massafera em Três Graças.
Quem não virou Lolalovers?
A trinca de protagonistas foi o
grande trunfo de Beleza
Fatal - GiovannaAntonelli com a visceral Elvira Paixão
e Camila Queiroz com a vingadora Sofia
, foram escolhas acertadíssimas. Totalmente
dentro do tom de suas personagens, as
atrizes que , ainda tem a cara da Globo, foram
os grandes chamarizes de Beleza Fatal.
Beleza Fatal teve
um elenco especial. A Max fez
questão de escalar os grandes nomes globais que
estão totalmente a vontade na produção , apesar dos percalços iniciais que
foram divulgados pela imprensa – Destaque
para Marcelo Serrado (Rog), CaioBlat (Benjamim), Augusto Madeira (Lino), Herson Capri (Átila), Júlia
Stolker (Gisela) entre outros.
Entre os novos rostos desse elenco
destaque para Manu Morelli (Carol), Kiara
Felippe (Andrea), Drayson Menezzes (Marcelo),
irmão da Sheron Menezzes e Breno
Ferreira (Alec), que pode ser
visto ao mesmo tempo em Vale Tudo na Globo.
Beleza
Fatal foi um novelão sim,
bem ao estilo que gostamos, com todos os pró e contra do gênero.
Vale Tudo (Globo - 31
de Março a 18 de Outubro de 2025)
O polêmico remake de Vale Tudo, clássico do Gilberto Braga, reescrito
pela Manuela Dias, chegou ao fim em outubro, revelando que quem matou Odete
Roitmann, que para surpresa maior, não morreu
(kkk) foi o Marco Aurélio (Alexandre Nero).
Manuela Dias prometeu
e entregou uma novela que vai ficar na história - para
sempre vamos falar de Vale Tudo - mal
ou bem - o remake foi inesquecível.
Depois do copia e cola da primeira parte da
trama, a autora resolveu escrever do
seu jeito, mudando a clássica história, ao
invés de só atualizar, alterando perfis
de personagens e apagando outros, enfim descaracterizou a
obra do Gilberto Braga, mas a intenção ficou
clara - A autora percebeu a magnetismo
da Odete da Déborah Bloch e a alçou
a grande protagonista da trama, tanto que nem teve coragem de
matá-la.
É fato que a Déborah Bloch tomou sim a
novela de assalto e viveu sem dúvidas seu melhor momento na
tv. Inicialmente ninguém via na Déborah Bloch , a nossa
Odete Roitmann imortalizada pela Beatriz Segall, na
trama original de 1988. Apesar dela vir de 2
vilãs que se tornaram icônicas também – A
Deodora de Mar do Sertão (2022)
e No RanchoFundo (2024),
realmente não era. Ela seguiu
por outro caminho e hoje a vilã mais icônica da televisão brasileira
não teria sido a mesma sem o talento de Deborah Bloch. Sua
interpretação de Odete Roitman conquistou críticas unanimes, que destacaram a
presença magnética, o domínio da cena e a intensidade dramática da atriz. Cada
gesto e cada olhar carregavam a sofisticação e a frieza que marcaram a
personagem como inesquecível. E claro que o fato da autora também
ter caído de amores por ela em detrimento aos outros
protagonistas, deram todas as armas que a Déborah precisou.
Manuela Dias não deu ouvidos para as críticas e fez a
sua versão de Vale Tudo. O
sucesso comercial foi estrondoso, a Globo ganhou
rios de dinheiro, não à toa que o marketing em cima da trama foi
frequente e a novela parou sim o pais, que queria saber do
assassinato da Odete, que se surpreendeu com a vilã viva,
incoerência pura, mas que para quem foi transformada
na alma da história, foi mas que merecida essa coroação final.
No fundo o grande erro da Manuela Dias foi apagar a Tais
Araujo, a protagonista Raquel nesta reta final da Vale Tudo. A condução da autora parece ter
deslocado o eixo dramático para outros personagens, deixando a personagem de
Taís sem conflitos relevantes, sem cenas decisivas e, principalmente, sem o
protagonismo que sua força cênica naturalmente impõe. O resultado foi a sensação de desperdício — não apenas de
talento, mas de potência narrativa.
Dona
de Mim (Globo - 28
de Abril de 2025 . . .)
Dona de Mim,
escrita por Rosanne Svartmann,
substituiu Volta por Cima, e vai
virar o ano de 2025.
Protagonizada
por Clara Moneke, Tony Ramos, Cláudia Abreu,
Giovana Cordeiro, Juan Paiva, Rafael Vitti e Humberto
Morais e um grande elenco, a trama veio entre altos e baixos se
firmando na audiência.
Logo na estreia, Dona de Mim foi um dos assuntos mais comentados nas redes
sociais, com destaque para as atuações de
Cláudia Abreu, Tony Ramos, Suely Franco , Clara Moneke, e Camila Pitanga, que veio da Lola
de Beleza Fatal, fez o
primeiro capítulo e agora voltou para a reta final da trama.
A trama trouxe de volta as novelas da Globo dois
nomes que fizeram história na emissora - Camila Pitanga (em
participação no primeiro capitulo) e Cláudia Abreu como
Felipa, a complexa e ambígua protagonista da autora da vez, assim
com ela escreveu com maestria a Carolina (Juliana Paes em Totalmente Demais) e
a Naná (Fabiula Nascimento em Bom Sucesso).
Rosanne Svartman foi cirúrgica
ao falar com tamanha delicadeza e sutileza sobre suicídio
no início da trama e agora na reta final
sobre Alzheimer . Conseguiu tocar em temas complexos sem chocar o telespectador.
Clara Moneke tem um talento gigante e
um carisma cênico ainda maior, como
vimos em Vai na Fé com a
Kate. A Léo é mais uma prova de
como Clara foi mau aproveitada em No RanchoFundo com
a apagada Caridade. Muito bom
vê-la novamente em um personagem com todos
as ferramentas para brilhar, uma pena que
o decorrer da trama em certos
momentos apagou a Léo, mas enfim.
Aponto como acerto
de Rosane Svartman a construção de conflitos e temas emocionais que conectam a
novela com o público.
Mas sem dúvidas
o grande erro de Dona de Mim é essa sensação
de “prolongamento excessivo” do enredo, com histórias que “andam em círculos” e
repetição de conflitos sem avanço claro. Vários personagens ficaram sem
desenvolvimento ou com arcos repetitivos, e a trama central perdeu força ao
longo do tempo, especialmente após a morte de personagens importantes. A novela
ficou longa demais para a história de
menos.
No elenco de veterano Suely
Franco e Tony Ramos foram peritos
como Rosa e Abel, mãe e
filho. A delicadeza da sequência do velório do Abel,
que morre em um acidente, com o intuito
de fazer a trama fluir, ao som
de "Se eu quiser falar com Deus", cantada por Gilberto
Gil, marcou a trama. A imagem da Dona Rosa vendo o Abel - Suely Franco e
Tony Ramos gigantes em uma das cenas que com
certeza ficaram na história da nossa teledramaturgia.
Dona de Mim propõe-se a ser uma novela que vai além do
entretenimento, buscando provocar reflexões sobre temas atuais. Embora tenha
recebido elogios por sua abordagem de questões sociais e representatividade, a
trama gerou debates sobre a representação na mídia
e certamente ainda tem um caminho longo no decorrer dos
capítulos para provar seu valor como folhetim, entretenimento e
veículo representativo.
Êta
Mundo Melhor (Globo
– 30 de Junho de 2025 . . . )
Depois da seção de obituário, em
que o autor teve que matar vários
personagens de Êta MundoBom, que não puderam
seguir na trama seguinte, por problemas de contratos e
agendas, a trama de Êta Mundo Melhor começou a entrar nos eixos, perdendo o ar soturno diante de tantas notícias de mortes de
personagens, algumas até trágicas para o horário , como o caso da
Filomena (Débora Nascimento).
Walcyr Carrasco acertou na continuação da trama do
Candinho (Sérgio Guizé) e vem fazendo um grande trabalho de volta ao
horário das seis.
Sérgio Guizé vem fazendo da trama um
palco, voltou com um Candinho com o mesmo magnetismo da primeira
trama, mas sem tanta ingenuidade, o que deixou o personagem
ainda mais interessante.
Dita, Sandra e Estela
são os outros pilares de Êta Mundo Melhor.
Larissa Manoela como Estela vem
brilhando desde as cenas do afogamento e seu reencontro
desmemoriada. Mais uma vez prova que está pronta pra novos
desafios.
O Retorno da Sandra, foi o maior acerto da novela. Acho
que o retorno dela até demorou, e isso logo ficou nítido
nas primeiras novas cenas com a Flávia Alessandra que só enriqueceram a
trama e a audiência. A Flávia vivendo uma vilã do Walcyr
é sempre um show à parte.
Mesmo com duas grandes personagens de destaque dentro
da história, o mais importante é que o Walcyr não esqueceu sua
protagonista - A atuação de Jennifer Nascimento vem
sendo um dos destaques da trama . Ela conseguiu imprimir à Dita uma
combinação de graça, humanidade e força, tornando a personagem memorável e a
cada dia ganhando novos entrechos em uma
total sintonia ao lado do protagonista Candinho
(Sérgio Guizé).
Outros destaques desse elenco espetacular - Luiz Miranda, Nívea Maria, Dhu Moraes,
Elizabeth Savalla, Ary Fontoura, Grace Gianoukas, Rainer Cadete entre
outros.
A novela tem alto impacto e boa audiência, com fãs curtindo a
nostalgia e os personagens carismáticos.
Três
Graças (Globo
– 20 de Outubro de 2025 . . .)
Três Graças – Seu Novo
novelão das nove. Depois do fenômeno em todos os sentidos do remake de Vale Tudo, Aguinaldo Silva voltou ao horário nobre da Globo apresentado
uma novela do jeito que estávamos esperando há alguns anos. Novela com cara de
novela.
Aguinaldo Silva, Virgílio Silva e Zé Dassilva conduzem
com inteligência a expectativa do público, apostando em uma cuidadosa
engrenagem de roteiro que garantiu a força dramática e folhetinesca da história. O
resultado é eficaz e cumpriu plenamente
seu papel na narrativa.
Assim que olhei os
primeiros capítulos da trama pensei: essa sim é
uma protagonista! Logo no primeiro capítulo, “Três Graças”, tudo me conquistou — roteiro,
diálogos, fotografia e direção. Aguinaldo Silva, Luiz
Henrique Rios e sua equipe conseguiram dar um ar moderno ao clássico
close televisivo, aproximando a estética da narrativa do universo dos vídeos
contemporâneos da internet. Ainda assim, nada
mais impressionante do que a entrega
de Sophie Charlotte.
Atriz experiente, Sophie soube aproveitar cada nuance da
da Gerluce —O carinho com a mãe Lígia (Dira Paes), o receio diante
da gravidez de Joélly (Alana Cabral), a dificuldade de diálogo com a filha que
repete padrões familiares, o flerte divertido com Gilmar (Amaury Lorenzo), a
surpresa ao descobrir que será avó, a resistência e depois entrega a Paulinho (Romulo Estrela) e expropriação em torno das estátuas de Arminda (Grazi
Massafera)... tudo isso formou uma verdadeira montanha-russa emocional, que
Sophie vem conduzindo com maestria e
naturalidade.
A química
do trio de protagonistas é outro ponto forte de Três Graças – a
sempre irrepreensível Dira Paes e a quase estreante Alana Cabral enriquecem
cada cena.
GrazziMassafera é
outro pilar forte da trama - Arminda se impõe
como uma vilã complexa e magnética. Longe do estereótipo da “megera pura e
simples”, ela transita entre a sedução, a ambição e um toque de vulnerabilidade
que torna a personagem ainda mais instigante. Visualmente, a direção de Luiz
Henrique Rios contribui para essa construção — cada aparição de
Arminda é marcada por enquadramentos elegantes, figurinos sofisticados e uma
fotografia que reforça o poder e a vilania da personagem. A
Dobradinha com Murilo Benício proporciona sempre os
melhores e mais quentes momentos a trama.
Arlete Salles, com 65 de carreira, está em
plena forma com a gloriosa Josefa em Três Graças. O desempenho de Arlete é
amplamente elogiado pela crítica, consolidando ainda mais sua reputação como
uma das maiores atrizes cômicas da televisão brasileira. Sua naturalidade,
carisma e talento para o humor deram à personagem um brilho especial e ela só
cresce em cena. Engraçado é que a Arlete Salles foi protagonista de Família é Tudo no ano passado,
mas agora em Três Graças ganha
o tempo de tela merecido para dar ainda mais vasão ao seu talento,
lapidado pelo tempo e que continua marcante.
Lorena
e Juquinha rapidamente deixaram de ser apenas mais um romance de novela para se
transformar em um verdadeiro fenômeno cultural. Vividas por Alanis Guillen
e Gabriela Medvedovski, as personagens conquistaram o público com uma
relação construída com delicadeza, verdade emocional e uma química que salta da
tela.
O
namoro das duas em Três Graças ganhou força justamente por fugir de
estereótipos. A trama apostou no cotidiano, nos conflitos internos, nas
inseguranças e nas descobertas, tratando o amor entre Lorena e Juquinha com
naturalidade e respeito — algo que foi amplamente elogiado por crítica e
audiência.
Outros
destaques do elenco - Gabriela Loran,
Pedro Novaes, Xamã, Fernanda
Vasconcellos, Andreia Horta, Rômulo Estrela, Marcos Palmeira e Belo
entre outros.
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Fonte:
Texto: Evaldiano de
Sousa
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